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Economia

Inflação: Por que o preço dos produtos no Brasil tem aumentado tanto?

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Foto/Imagem: Reinaldo Canato


Nos últimos meses, a projeção de inflação do Brasil para este ano tem aumentado, e infelizmente as estatísticas mostram que o país está cada vez mais alienado da meta estabelecida para 2021.

O anúncio mais recente do Focus (relatório do Banco Central do Brasil) estima que a taxa de inflação deste ano seja de 6,56% e o centro definido pelo governo seja de 3,75%. Vale lembrar que, há algumas semanas, as expectativas do mercado vêm aumentando.

Para todos os brasileiros que vão ao mercado, que precisam de gasolina ou pagam pela luz, a tendência mostrada pelos dados já é óbvia. Os aumentos contínuos de preços atingiram itens básicos como energia, combustível e alimentos.

Em menos de dois anos, produtos como arroz, farinha, leite e óleo de soja aumentaram mais de 30%, assustando consumidores que precisam comprar modelos básicos para chegar à mesa.

Além disso, a alimentação em casa ficou mais frequente, em detrimento do uso de restaurantes, por exemplo, o que assustou ainda mais aqueles que não tinham costume de ir às compras.

Grande parte dessa situação é afetada diretamente por ações governamentais e não há o que contestar.

Obviamente, a crise foi potencializada pela pandemia do Covid-19, mas a realidade consegue mostrar que o país não se encontrava preparado ou protegendo sua economia para responder às emergências de saúde pública – ou outras origens hipotéticas – de forma mais exemplar.

De modo geral, alguns dos principais pontos de influência na alta dos preços são:

Custo de produção dos alimentos

Os custos de produção mais altos estão nas prateleiras, e o dólar elevado torna o produto mais vantajoso para a venda no exterior, reduzindo sua oferta no Brasil.

Porém, não só no Brasil, ir ao supermercado está mais caro em vários lugares ao redor do mundo.

Um órgão pertencente às Nações Unidas monitora os preços globais dos alimentos por meio de índices.

No mês passado, esse indicador atingiu seu valor mais alto desde o início da pandemia do Covid-19. O motivo do aumento é a maior demanda por alimentos no mercado internacional, impulsionada principalmente pela China.

Mas voltando para o Brasil, o grande problema que traduz tudo isso é o enorme favorecimento dos grandes produtores do agronegócio, por exemplo, que vendem uma parte da produção de milho, soja e derivados de carne para o exterior.

Como as vendas são calculadas em dólares americanos e o real não para de desvalorizar nos últimos meses, mais alimentos foram vendidos para outros países, gerando como consequência os preços exorbitantes no Brasil.

Um exemplo é a soja, que é vendida para outros países como ração animal. O Brasil vem batendo recordes de produção, porém, a maior parte da soja é exportada e a menor porção fica por aqui.

Diante de tal situação, o brasileiro precisa procurar alternativas, como carne de segunda, ovos e frango, que devido a demanda, acabaram por aumentar de preço também.

Alta do dólar

E falando do dólar, além dos citados fabricantes de alimentos, muitos outros produtores preferem exportar o que produzem e ganhar em dólares ao invés de vendê-los no mercado interno.

Só para ter uma ideia, em agosto do ano passado o dólar estava em torno de 4 reais. Hoje, o dólar americano ultrapassa os 5 reais. Só em 2020, a moeda valorizou quase 34%.

Devido à redução da oferta de alimentos no mercado interno, os preços aqui subiram. Em relação ao arroz, as importações caíram 59% entre março e julho deste ano, agravando a situação.

O dólar alto também torna a produção de certos alimentos mais cara porque alguns insumos, como fertilizantes, são importados.

Valor dos combustíveis

Os preços dos combustíveis também só aumentam, o que encarece a logística de distribuição dos produtos. Por exemplo, em 2018, o valor da gasolina bateu um recorde histórico. A partir daí, as coisas só decaíram.

O efeito dominó da alta dos preços dos produtos tem enorme potencial no Brasil, e o transporte de quase tudo no Brasil depende dos combustíveis fósseis. Em agosto deste ano, a gasolina foi o item mais importante da inflação oficial, com alta de 3,22%.

Só em 2021, o ajuste dos derivados de petróleo brasileiros levou a um aumento de mais de 40% para a gasolina, 34% para o diesel e 17% para o gás de cozinha. Mas ainda antes, os preços já estavam em alta.

Como fugir dos preços mais caros?

O ano vem sendo um período de aumento geral da inflação nas economias emergentes e desenvolvidas (aproximadamente 5% nos Estados Unidos), mas a taxa de inflação do Brasil está especialmente alta.

A taxa anual de inflação dos alimentos em agosto foi de 13,9%, e foi superior a 10% por um ano consecutivo.

Conforme mencionado anteriormente, o aumento nos preços mundiais dos alimentos se deve, em parte, à seca e à alta demanda na China.

Para combater a inflação, o Banco Central do Brasil tem aumentado continuamente as taxas de juros.

Nas atuais circunstâncias, o objetivo da medida é reduzir o valor do dólar norte-americano em relação ao real, reduzindo assim o preço dos produtos importados.

As lojas locais geralmente aplicam o tipo de preço exigido com base nas mudanças do mercado.

Então, uma forma de tentar amenizar é na utilização dos sites de comparação de preços, que finalmente se tornaram um assistente para quem deseja obter os melhores preços.

Como diz o antigo ditado, a pressa é a inimigo da perfeição, mas quando você traz para essa realidade, acaba sendo o inimigo dos preços baixos.

Provavelmente já ocorreu de ter comprado um produto com pressa ou para aproveitar que estava acessível e, ao comparar preços, descobre que tem uma loja vendendo o mesmo produto, mas 3 vezes mais barato.

Portanto, o ideal é primeiro fazer uma comparação, para não se arrepender depois.

E sabemos que não apenas os produtos ou serviços citados entraram na conta dos brasileiros de forma alterada.

Serviços considerados como “não essenciais” elevaram mais que o normal, e por mais que tenham esse rótulo, ainda são muito procurados pelos consumidores.

Enquanto isso, os salários aumentam de forma lenta, ou mesmo em alguns cargos que até mesmo foram congeladas as remunerações.

A conclusão é que com o aumento na troca de etiquetas e cartazes, até mesmo o uso de toner e cartucho foi mais frequente, para acompanhar as constantes alterações nas gôndolas e prateleiras.

Ainda não há uma previsão precisa de até quando o Brasil (e outros países) enfrentarão tamanhos valores, mas é certo que os brasileiros deverão tomar total cuidado na hora das compras enquanto as medidas maiores não surtirem efeito.

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Painel de Monitoramento das Arboviroses

Brasil ultrapassa 1 milhão de casos prováveis de dengue em 2025

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dengue Brasil 2025
Foto/Imagem: Freepik

O Brasil registrou, desde 1º de janeiro de 2025, 1.010.833 casos prováveis de dengue. De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, o país contabiliza ainda 668 mortes confirmadas pela doença e 724 em investigação. O coeficiente de incidência, neste momento, é de 475,5 casos para cada 100 mil pessoas.

A título de comparação, no mesmo período do ano passado, quando foi registrada a pior epidemia de dengue no Brasil, haviam sido contabilizados 4.013.746 casos prováveis e 3.809 mortes pela doença, além de 232 óbitos em investigação. O coeficiente de incidência, à época, era de 1.881 casos para cada 100 mil pessoas.

Em 2025, a maior parte dos casos prováveis se concentra na faixa etária de 20 a 29 anos, seguida pelos grupos de 30 a 39 anos, de 40 a 49 anos e de 50 a 59 anos. As mulheres concentram 55% dos casos e os homens, 45%. Brancos, pardos e pretos respondem pela maioria dos casos (50,4%, 31,1% e 4,8%, respectivamente).

São Paulo lidera o ranking de estados em número absoluto, com 585.902 casos. Em seguida estão Minas Gerais (109.685 casos), Paraná (80.285) e Goiás (46.98 casos). São Paulo mantém ainda o maior coeficiente de incidência (1.274 casos para cada 100 mil pessoas). Em seguida aparecem Acre (888), Paraná (679) e Goiás (639).

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Perigos das redes

Desafio do desodorante: psicóloga faz alerta após morte de criança

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Ao Vivo de Brasília
desafio do desodorante
Foto/Imagem: Freepik

Sarah Raissa Pereira de Castro, 8 anos, morreu após participar de um desafio viralizado nas redes sociais que consiste em inalar grandes quantidades de desodorante aerossol. A prática, conhecida como “desafio do desodorante”, resultou em uma parada cardiorrespiratória. A menina foi socorrida na última quinta-feira (10) e levada ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC), no Distrito Federal, mas teve morte cerebral confirmada dias depois.

Neste domingo (13), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias da morte da criança.

A chamada “trend” faz parte de uma categoria perigosa de desafios conhecida como chroming ou huffing, que estimula a inalação de vapores tóxicos de produtos de uso doméstico, como sprays de limpeza, tinta, esmalte e desodorantes.

Segundo especialistas, o impacto no organismo é devastador. Ao ser inalado, o produto entra rapidamente na corrente sanguínea pelos pulmões — órgãos extremamente vascularizados — e pode provocar arritmias cardíacas severas, culminando em parada cardíaca e óbito em poucos minutos.

Além disso, o desodorante contém substâncias como etanol (em níveis até 90% superiores aos encontrados em bebidas alcoólicas), ácido clorídrico e compostos antissépticos, que podem causar desde queimaduras internas até reações alérgicas extremas, como o edema de glote — quando a garganta se fecha, impedindo a respiração.

“A busca por aceitação nas redes sociais e o desejo de pertencer a um grupo pode fazer com que crianças e adolescentes se exponham a riscos extremos sem consciência das consequências”, explica a psicóloga Bruna Bettini, que atua em Brasília no espaço Uwake. “O cérebro ainda em desenvolvimento tem mais dificuldade de avaliar riscos e ponderar decisões. Por isso, o papel dos pais e responsáveis é essencial na mediação do que os filhos acessam e consomem digitalmente.”

Bettini também alerta para os impactos emocionais e sociais desses desafios. “Não é apenas sobre a curiosidade ou a brincadeira. Existe uma pressão silenciosa para se mostrar ‘valente’, ousado, engraçado. A validação por curtidas e comentários muitas vezes supera o senso de autopreservação.”

Riscos silenciosos, consequências fatais

O chroming não é novidade, mas tem ganhado força com a ampla circulação de vídeos curtos e virais em plataformas populares entre crianças e adolescentes. Seus efeitos imediatos se assemelham à intoxicação alcoólica: tontura, euforia, fala arrastada, vômitos, convulsões e dificuldade para respirar.

Os produtos inalados têm em comum a facilidade de acesso e o fato de estarem presentes em praticamente todos os lares.

O que fazer em caso de emergência?

Caso uma criança inale uma substância tóxica, a orientação médica é clara: deve ser levada imediatamente ao pronto-socorro. Pode haver necessidade de oxigenação por inalação ou intubação.

“Jamais se deve provocar o vômito ou oferecer qualquer substância, como leite ou água, sem orientação médica”, alertam especialistas.

Como prevenir?

Para Bruna Bettini, o diálogo dentro de casa é a ferramenta mais poderosa de prevenção. “Mais do que proibir, é preciso conversar com as crianças, entender o que estão assistindo, com quem estão interagindo e ensinar, com afeto e direcionamento, sobre os perigos da exposição irresponsável.”

Ela também defende a necessidade de maior responsabilidade por parte das plataformas digitais. “Estamos falando de conteúdos com potencial letal sendo acessados por crianças com poucos cliques. As empresas precisam agir com mais firmeza na moderação dessas tendências.”

Enquanto isso, famílias, escolas e sociedade civil enfrentam o desafio de proteger as infâncias em um ambiente digital onde os perigos nem sempre são visíveis.

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