Combate ao Aedes
Vigilância Ambiental inspecionou mais de 800 mil imóveis no DF
Com a chegada do período chuvoso, a população precisa redobrar os cuidados de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. O trabalho preventivo da Secretaria de Saúde (SES) continuou durante a seca e está se intensificando ainda mais agora, quando as chuvas começaram a cair sobre o Distrito Federal.
De janeiro a setembro deste ano, 834.449 imóveis foram inspecionados em todas as regiões administrativas, segundo dados da Diretoria de Vigilância Ambiental (Divam). Nesse período, foram coletadas 25.210 amostras – um aumento de 247% se comparado ao ano passado, quando foram recolhidas 7.266 amostras.
Outro número de destaque é o de aplicação de Ultrabaixo Volume (UBV), conhecido popularmente como fumacê. Em nove meses, 989.526 imóveis foram impactados com a utilização desse recurso, que também ajuda a combater o mosquito. Além disso, 39.528 locais receberam a ação com o UBV costal.
“As ações da Vigilância não param”, explica o diretor da Divam, Edgar Rodrigues. “As visitas domiciliares são rotineiras e acontecem em todo o Distrito Federal. Antes das chuvas, foram realizados manejos preventivos, com a busca e retirada dos focos da dengue. Agora estamos investindo no tratamento de todos os depósitos estratégicos, onde houve maior incidência do vetor.”
Trabalho intenso
O período da seca é desfavorável à proliferação dos focos da dengue, mas, mesmo durante a estiagem, os agentes da Vigilância Ambiental mantiveram o ritmo intenso de trabalho. Muitas ações foram até intensificadas com o objetivo de preparar a população para o período das chuvas.
Apesar do esforço da pasta e da conscientização feita pelos agentes, é necessário o engajamento de toda a população na luta contra o Aedes. Ainda de acordo com os dados da SES, 142.651 imóveis estavam fechados para as inspeções, de janeiro a setembro deste ano. Isso representa 11,2 mil residências a mais do que no mesmo período de 2018, quando 131.368 imóveis não tiveram a visita de agentes da Vigilância Ambiental por estarem fechados ou pelo fato de os donos não permitirem o acesso.
Justamente por causa da impossibilidade de fazer a vistoria, a SES foi autorizada pela Justiça, no último mês, a entrar em ambientes fechados e abandonados. A medida também vale para locais onde houver negativa de acesso aos servidores.
Conforme a sentença, proferida pela 3ª Vara de Fazenda Pública do Distrito Federal, os agentes podem entrar nesses locais apenas no estrito cumprimento de atividades de combate ao mosquito, devidamente identificados, por meio de crachá e roupas adequadas.
O mosquito
O Aedes aegypti é um mosquito doméstico. Ele vive dentro de casa e perto dos seres humanos. A reprodução acontece em água parada, limpa ou suja. Por isso, os cuidados não podem parar.
“É preciso que os moradores sempre façam varreduras em casa, eliminando a água parada em recipientes, calhas, ralos, entulhos e algumas plantas, como é o caso das bromélias”, orienta a chefe do Núcleo Ambiental Sul da Divam, Aline Ruben Cardoso.
Medidas simples podem ajudam a prevenir e manter a população segura. É importante tampar os tonéis e caixas d’água, manter calhas sempre limpas, deixar garrafas viradas com a boca para baixo, as lixeiras bem tampadas, ralos limpos e com aplicação de tela, limpar semanalmente ou preencher pratos de vasos de plantas com areia e retirar água acumulada na área de serviço.
Ao apresentar sintomas típicos da dengue, como febre, dores de cabeça, dor atrás dos olhos e nas juntas, deve-se procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da residência.
Xô, Aedes!
Distrito Federal tem queda de 81% no número de casos de dengue
O engajamento da população e as iniciativas do Governo do Distrito Federal (GDF) para combater o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, têm dado resultado. No ano passado, nesta mesma época, foram 1.354 novos casos em uma semana. Agora, foram 256, uma queda de 81%.
“Esse levantamento mostra o resultado das ações, seja do governo, seja da população. É uma situação do momento, então pode haver mudanças. O importante é mantermos o foco e a união para juntos mantermos a dengue sob controle”, afirma a secretária de Saúde do DF, Lucilene Florêncio.
O mais recente boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde mostra que, até o fim da Semana Epidemiológica 48, o DF somava 283.841 casos suspeitos de dengue ao longo de todo o ano, frente a 283.685 da semana epidemiológica 47, um acréscimo de 256. Já em 2023, a SE 48 somava 31.997 casos suspeitos, uma diferença maior que a apresentada frente ao término da SE 47 de 2023, com 30.643, à época, um acréscimo de 1.345 em uma semana.
O maior registro de números absolutos em 2024 ocorre por conta do “pico” dos casos de dengue ocorrido no início do ano. No entanto, o subsecretário de Vigilância à Saúde, Fabiano dos Anjos, reforça que o cenário atual é melhor que o vivido no fim de 2023, quando houve uma aceleração de infecções por dengue. “No mesmo período do ano passado, o número de casos era muito superior ao que se tem observado até o momento”, explica.
Visando à prevenção da dengue, a Secretaria de Saúde ampliou as ferramentas para monitoramento, como o uso de novas tecnologias digitais para análise de dados, por exemplo. A pasta também ampliou a força de trabalho envolvida nas ações diárias de combate à dengue, além de ter adotado novas estratégias, como as ovitrampas.
Ao longo de 2024, foram realizadas 1.357.780 inspeções em imóveis pela Vigilância Ambiental em Saúde. Além das inspeções de rotina, foram instaladas até o momento 2.175 armadilhas ovitrampas, tendo sido removidos 1.390.606 ovos do Aedes aegypti. Foram instaladas, ainda, 1.278 estações disseminadoras de larvicida.
Outros órgãos do GDF, como as administrações regionais e o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), atuam em ações de limpeza, por exemplo. Já a Secretaria de Educação, em parceria com a Secretaria de Saúde, se destaca pelas ações realizadas ao longo do ano com a comunidade escolar.
Estoque crítico
A negativo: FHB oferece senhas preferenciais para doadores de sangue
A Fundação Hemocentro de Brasília (FHB) está distribuindo senhas preferenciais para doadores de sangue A negativo até 11 de dezembro. A medida prioriza o atendimento a esse grupo em um momento crítico, em que os estoques operam com apenas 66% do nível considerado ideal.
“A senha preferencial é uma estratégia que utilizamos quando os estoques de determinada tipagem atingem níveis críticos, como é o caso, agora, do A negativo. Precisamos restabelecê-lo a níveis considerados seguros, a fim de manter o atendimento regular aos hospitais”, explica a gerente de Captação de Doadores do Hemocentro de Brasília, Kelly Barbi.
A queda no volume de doações foi intensificada pelos diversos feriados do mês de novembro. “Com a proximidade das festas de fim de ano e das férias escolares, convidamos a população a doar sangue, realizar esse gesto solidário e altruísta para com os pacientes do DF que necessitam de transfusões para manter ou recuperar a saúde. Há um aumento histórico de transfusões nesse período, motivo pelo qual fazemos esse apelo junto à população”, completa Kelly.
O Hemocentro de Brasília é responsável por abastecer toda a rede de saúde pública do Distrito Federal, além de instituições conveniadas, como o Hospital da Criança, o Instituto de Cardiologia do DF e o Hospital das Forças Armadas.
Como funciona a senha preferencial
A senha preferencial para doadores A negativo será concedida mediante comprovação do grupo sanguíneo, seja com o cadastro no Hemocentro ou por meio de um exame de tipagem sanguínea. A medida otimiza o atendimento e prioriza as necessidades emergenciais, garantindo que o Hemocentro possa atender à alta demanda desses pacientes.
Para doar sangue, é preciso ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 51 kg e estar saudável. Quem passou por cirurgia, exame endoscópico ou adoeceu recentemente deve consultar o site do Hemocentro para saber se está apto a doar sangue.
Quem teve gripe deve aguardar 15 dias após o desaparecimento dos sintomas para poder doar sangue. Quem teve covid-19 deve aguardar 10 dias após o fim dos sintomas, desde que sem sequelas. Se assintomático, o prazo é contado da data de coleta do exame. Pacientes diagnosticados com dengue clássica devem aguardar 30 dias para se candidatar à doação de sangue. Para a dengue hemorrágica, o prazo é de seis meses.
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