Cidades

Universidade de Brasília oferece aulões de Krav Maga para mulheres

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Autodefesa também se aprende na Universidade. Por meio das diretorias da Diversidade (DIV) e de Esporte, Arte e Cultura (DEA) do Decanato de Assuntos Comunitários (DAC), a UnB iniciou na semana passada, no Centro Comunitário Athos Bulcão, um treinamento de defesa pessoal e comportamento defensivo com a professora Vanessa Ribeiro.

Durante as aulas, que têm previsão de serem oferecidas ao longo do ano, a instrutora ensinou técnicas básicas de reação e empoderamento. “Com duas horas de aula, já é possível ver uma mudança de comportamento da mulher que antes era potencial vítima”, avalia Vanessa.

“Tive uma aluna que foi vítima de abuso na infância. Tinha pesadelos e medo de sair sozinha. Um tempo depois de fazer a aula, ela me procurou para contar que ia voltar a estudar. Com as técnicas que aprendeu nas duas horas de orientações, ela enfrentou o agressor nos sonhos recorrentes e se sentiu mais confiante no dia a dia”, lembra.

Vanessa, que já treinou forças especiais, trabalha com mulheres vítimas de violência há mais de 15 anos e veio gratuitamente à UnB.

Tatiane Nascimento, nutricionista, soube das aulas por meio de um grupo de amigas e acha a iniciativa válida. “Estou mais confiante depois da aula porque sinto que em uma situação de perigo não ficarei inerte”, conta. “Também acho que vou aproveitar bem as dicas de como não me tornar um alvo”, completa.

A decana de Assuntos Comunitários, Therésè Hofmann, lembra que a iniciativa é parte de novos projetos para combater a violência contra as mulheres. “Queremos formar e promover uma cultura de paz e respeito”.

Ao longo da aula, a instrutora e dois auxiliares encenaram situações de ação do agressor e de reação da vítima. A simulação era acompanhada dos efeitos de cada golpe e de cuidados com a própria postura para minimizar a possibilidade de erros e de orientações para não se tornar um alvo fácil.

“Andar distraída, falar ao celular e carregar objetos de valor aumentam as chances de você ser vista como alguém fácil de ser rendida”, diz a instrutora.

Beatriz Castilho e Célia Castilho, mãe e filha, fizeram a aula juntas e elogiaram a proposta de reflexão e a técnica ensinada pela professora. “Sou uma vítima fácil”, admite Beatriz. “Com certeza vou me policiar mais agora”, conclui. “Fazer os movimentos em vez de apenas vê-los sendo feitos com certeza vai me ajudar a ter a ação e executá-la, caso eu precise”, pondera Célia.

FIQUE ATENTA – Confira algumas dicas de segurança:

Evite esperar pessoas dentro de carros. Uma pessoa que queira levar o carro e você, por exemplo, não vai ter nem o trabalho de te colocar dentro do automóvel.

Procure sempre os pontos sensíveis como virilha, olhos e garganta na hora de golpear quem estiver te ameaçando.

Não reaja quando quiserem levar apenas algum bem material seu. Entregue com calma o que o bandido te pedir.  Não vale a pena correr o risco se não há ameaça à sua vida ou a sua integridade física.

Os golpes são para ganhar tempo com o agressor. Enquanto ele estiver paralisado aproveite para fugir, não espere que ele esteja recuperado.

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