Avaliação
Tribunal de Contas aponta irregularidades que geram riscos à população no Noroeste
No acompanhamento feito pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal nas obras e serviços públicos realizados no Setor Noroeste, a Corte apontou uma série de irregularidades e pendências relacionadas à infraestrutura da área. Na última análise, a Corte identificou falhas graves relacionadas à iluminação pública, à drenagem pluvial, à segurança, à sinalização das vias, à qualidade do asfalto, ao transporte público, entre outras.
Com base na avaliação feita pelo corpo técnico, o TCDF fez determinações a dez órgãos públicos (Decisão 61/2016, de 26 de janeiro de 2016). A Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), o Comando da Polícia Militar (PM), a Secretaria de Segurança Pública, o Transporte Urbano do DF (DFTrans), o Departamento de Trânsito (Detran), a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, a Agência de Fiscalização do DF (Agefis), a Companhia Energética de Brasília (CEB) e o Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal (Ibram) têm 30 dias para prestar informações detalhadas sobre as medidas que estão sendo tomadas para solucionar os problemas da região.
Com base em decisão anterior do TCDF, a Terracap já havia prestado esclarecimentos à Corte. A Associação dos Moradores do Noroeste (Amonor), que é parte interessada no processo, também foi ouvida. Ao analisar as informações enviadas, os documentos apresentados e fazer visitas ao Setor Noroeste, o corpo técnico do Tribunal verificou que alguns problemas foram resolvidos ou minorados. Mas os auditores destacaram que muitos pontos relevantes ainda não foram solucionados, persistindo diversas irregularidades na implantação do bairro, as quais expõem a população a riscos.
Ausência de transporte público, de sinalização viária e de ciclovias
Entre os problemas apontados, a falta de mobilidade urbana se destaca e vai contra os princípios que nortearam o lançamento do novo setor, ligados à ideia de sustentabilidade. Apesar do crescimento demográfico, há apenas uma linha de ônibus que atende o Noroeste (116.2). Conforme o relatório, muito abaixo do razoável. À noite, por exemplo, não há transporte público, um serviço essencial segundo a Constituição Federal.
Os auditores também verificaram a ausência de sinalização vertical no interior das quadras e de sinalização horizontal nas quadras comerciais e no interior das residenciais. De acordo com o relatório, isso compromete a segurança dos moradores da região, favorecendo a ocorrência de acidentes e infrações.
O GDF também vai ter de explicar os motivos pelos quais a ciclovia interna do bairro não foi sequer iniciada, além de apresentar previsão para o início das obras. Isso porque o Manual Verde do Noroeste prevê, independentemente do Parque Burle Marx, a construção das vias para bicicletas que atendam, no mínimo, 50% dos blocos residenciais e comerciais. Também está previsto um bicicletário em cada edifício com número de vagas correspondente a 15% da capacidade do estacionamento de automóveis, de forma a incentivar sistemas de transporte alternativos e reduzir a utilização de carros.
W9 bloqueada e viadutos de acesso não construídos
A Via W9 continua totalmente interrompida e não liberada para o tráfego. A Terracap informou, apenas, que a área continua ocupada por comunidade indígena. Mas a Companhia já havia doado à União Federal, em 03 de outubro de 2014, uma área com 22,0883 hectares para ser destinada à posse permanente e ao usufruto exclusivo de 16 famílias Kariri-Xocó e Tuxá.
No projeto do bairro, também estavam previstos viadutos para escoar o tráfego resultante do aumento demográfico na região. A medida é fundamental para evitar o comprometimento do trânsito em locais adjacentes, como a Asa Norte e a área central de Brasília. Em meados de 2014, havia informações de que a então Secretaria de Estado de Obras estaria contratando empresa para revisão de projetos de engenharia. Por isso, o TCDF determinou que a atual Secretaria de Estado de Infraestrutura e Serviços Públicos relate em que estágio se encontram os projetos ou a execução das obras relativas à construção de acessos e viadutos ao Setor Noroeste, bem como a previsão para início das obras.
Asfalto e calçamento danificados
As vias, apesar de asfaltadas, estão em péssimo estado em razão de resíduos de obras ou asfalto danificado. Conforme a Amonor, em muitos pontos, não há calçamento, o que força os pedestres a dividirem as vias com automóveis. De acordo com o Ministério Público junto ao TCDF, a Terracap deveria realizar o mapeamento dos trechos de asfalto e calçamentos danificados para que os responsáveis promovessem o reparo. O TCDF determinou à Terracap que encaminhe cópia das comunicações feitas ao Ibram noticiando desobediência do Manual Verde por parte das construtoras. O instituto também terá de prestar informações detalhadas sobre sua atuação no Setor Noroeste.
Iluminação Pública
A primeira justificativa apresentada pela Terracap para os atrasos na implantação da iluminação pública no Noroeste foi a necessidade de importação de equipamentos com tecnologia LED. Decorrido mais de um ano e meio, além de não apresentar explicações plausíveis sobre a demora, a companhia chegou a confirmar que existiam trechos do bairro que estavam em total escuridão. Por fim, a Terracap utilizou tecnologia mais antiga, denominada de iluminação padrão, que utiliza vapor de sódio. O TCDF avalia se houve transgressão ao princípio da economicidade.
A Terracap vai ter que explicar porque não optou por lâmpadas de LED no setor, apesar da tecnologia estar disponível no mercado, ser mais econômica, além de ser recomendada pelo Manual Verde do Noroeste. Também vai ter que esclarecer se as pendências para a implantação da energia subterrânea já foram finalizadas e encaminhadas para a CEB Distribuição. Entre elas estão a liberação das áreas destinadas à criação das Estações Transformadoras e a emissão das ordens de serviço para atendimento às unidades consumidoras.
Drenagem Pluvial
O sistema de drenagem pluvial não foi concluído antes da construção de prédios e da ocupação pelos moradores e, mais de dois anos após a chegada dos primeiros habitantes, a rede continuava inacabada. Em reposta ao TCDF, a Terracap havia informado apenas que, em conjunto com a Novacap, estava buscando uma solução para impedir que novos alagamentos ocorressem no bairro. Por isso, o Tribunal determinou que a Companhia Imobiliária encaminhe o cronograma detalhado das ações empreendidas, além de previsão para a conclusão de todas as obras de drenagem pluvial.
Segurança
Segundo os moradores do bairro, a segurança pública no bairro continua deficiente com rondas esparsas por parte da polícia. Por isso, a Corte determinou ao Comando da Polícia Militar do DF e à Secretaria de Estado de Segurança Pública que prestem informações sobre o cronograma de ações a serem implementadas no setor.
Ausência de projetos de paisagismo
Em 2013, a Terracap havia alegado que gramados, praças, parquinhos, Pontos de Encontro Comunitário (PECs), quadras poliesportivas e de skate seriam construídos no contrato de paisagismo que deveria ser iniciado em 2014. A alegação era de que seria um risco executar estas obras naquele momento, devido ao elevado tráfego de máquinas. Segundo a companhia, a medida poderia ocasionar danos nas obras executadas. Em 2014, a justificativa foi a mesma e até agora não houve avanços sobre a questão.
Atualizado em 31/01/2016 – 12:01.
Será enviado à CLDF
Governador Ibaneis Rocha anuncia projeto de lei para reduzir o ITBI no DF
O governador Ibaneis Rocha anunciou, nesta sexta-feira (22), um projeto de lei para alterar a alíquota do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), sendo de 1% na primeira transmissão de imóvel novo edificado e de 2% nos demais casos.
A fala ocorreu durante as comemorações dos 60 anos do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Distrito Federal (Sinduscon-DF), onde o chefe do Executivo foi homenageado pelo trabalho em prol do setor.
O projeto de lei será enviado em breve à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) para votação e, se aprovado, terá validade a partir de 1º de janeiro de 2025.
No discurso, o governador Ibaneis Rocha afirmou que a redução do tributo não vai afetar os investimentos no DF, que terá de R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões de investimentos para o próximo ano. “O compromisso no momento que a gente tivesse com as contas ajustadas era fazer essa redução. Ela tem um impacto muito grande, principalmente na vida das pessoas que compram seus imóveis, seja o primeiro imóvel, seja o primeiro imóvel novo. Porque quando você fala de redução de 3% para 2% você está falando de uma redução de quase 50% desse valor do ITBI. Isso faz uma diferença muito grande na vida das pessoas, porque os imóveis no Brasil são muito caros. E a gente, por outro lado, com essa redução para 1% do imóvel novo, aquele primeiro imóvel, aquela primeira escritura, a gente incentiva também a construção civil, porque os empresários vão investir mais. Então nós vamos ter um retorno disso aí na parte do ICMS, porque nós vamos vender mais ferro, cimento, tijolo, e vamos gerar mais emprego nas cidades, porque a cidade precisa de geração de emprego. A construção civil é muito importante para o Distrito Federal”, disse Ibaneis Rocha.
A redução na alíquota do ITBI faz parte do trabalho do GDF para fortalecer setores importantes da economia e colaborar com a geração de emprego e renda.
“Nós vamos ter uma redução na arrecadação em torno de R$ 500 milhões, mas que está perfeitamente acomodada dentro do nosso orçamento. Isso mostra que nós estamos trabalhando no caminho certo, com organização, sem deixar de fazer os investimentos necessários, mas também pensando no lado da geração de emprego na nossa cidade”, acrescentou Ibaneis Rocha.
Em 2015, o ITBI subiu de 2% para 3%. Em 2022, o Governo do Distrito Federal (GDF) reduziu temporariamente para 1% pelo período de três meses como parte do programa Pró-Economia II, criado para recuperar e fortalecer a economia da capital, afetada pela pandemia de covid-19. Agora, a redução virá por meio de lei, conforme explica o secretário de Economia, Ney Ferraz.
“A determinação do governador Ibaneis Rocha é trabalharmos sempre na construção de um ambiente favorável para o desenvolvimento econômico da nossa cidade. E a redução do ITBI converge nesse sentido, pois estimula as transações imobiliárias, novas construções, gera emprego e renda. Além disso, estamos estimulando também a arrecadação do ICMS, com a venda de material de construção, por exemplo. Ou seja, a redução é na verdade um estímulo para o crescimento da nossa economia. O melhor é que não se trata de uma medida temporária. A proposta do governo é manter as alíquotas de 2% para transações de imóveis usados e 1%, no caso de novos imóveis”, detalhou Ney Ferraz.
A medida foi bem recebida por diferentes setores. Para o presidente do Sinduscon-DF, Adalberto Valadão Júnior, a medida mostra uma visão inteligente do governo.
“Cabe a gente ser bastante grato e reconhecer esse esforço que o governador fez. São basicamente três motivos importantes pelo qual isso nos orgulha e nos agrada muito. Primeiro, é uma demonstração de sensibilidade com os pleitos do setor. Segundo, é a correção de um erro histórico, que como eu falei, aconteceu há cerca de 10 anos, quando numa sanha arrecadatória, o governo anterior aumentou o ITBI, prejudicando não só o setor produtivo, mas também boa parte da população. E terceiro, demonstra uma ideologia pouco presente hoje entre os políticos, mas que deveria estar mais presente e que é muito importante, que é compreender que carregar, que colocar peso sobre o empresário, sobre a população, isso só atrasa a vida de todo mundo”, avalia.
Em visão semelhante, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), José Aparecido da Costa Freire, comemorou o anúncio. “Há tempos destacamos a necessidade de reduzir a carga tributária como uma medida essencial para impulsionar o investimento, a expansão e a inovação nos negócios. Essa iniciativa do GDF promove benefícios amplos, como a facilitação da regularização de imóveis, a redução de custos operacionais e o estímulo à formalização”, avalia.
Atualizado em 22/11/2024 – 23:37.
Mudança de vida
Ex-moradores de rua do DF ganham oportunidades de emprego na Sejus
O pedreiro Francisco Tavares, 40 anos, pai de três filhos, viveu quase três anos nas ruas, desde que perdeu o seu último emprego. No entanto, há três meses sua vida se transformou. Ele recebeu a abordagem do governo e dias depois foi nomeado para uma oportunidade de trabalho na Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF). “Já tinha perdido as esperanças e, de repente, as portas do mercado de trabalho voltaram a se abrir para mim. Estou trabalhando com pintura, reforma, o que eu já sei fazer, mas me aprimorando. Essa oportunidade me trouxe condições de sustentar minha família e de sonhar com um futuro melhor”, celebrou.
Francisco é mais um dos beneficiados pelas políticas públicas do Governo do Distrito Federal (GDF) voltadas para à inclusão social de pessoas em situação de rua. Por meio do Decreto 46.250/2024, o Executivo oficializou a criação de 15 cargos dentro da estrutura do GDF destinados exclusivamente para atendimento deste público. A medida estabelece que os postos de trabalho sejam oferecidos nas estruturas administrativas da Sejus e das outras pastas que trabalham com temas relacionados a direitos humanos, qualificação profissional e assistência social.
A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, define a iniciativa como uma política de inclusão social inovadora. “A contratação de pessoas que já estiveram em situação de rua é uma forma de dignidade, ao oferecer trabalho e possibilidades reais de reintegração à sociedade. Este projeto piloto quebra barreiras e cria pontes para quem mais precisa, pois pessoas em situação de vulnerabilidade terão a chance de recomeçar e contribuir ativamente para o desenvolvimento do Distrito Federal”, afirma.
Mudança de vida
Gilvandro Soares, de 55 anos, foi mais um dos selecionados para fazer parte dessa iniciativa na Sejus. Ele relatou as dificuldades que passou neste período em que viveu nas ruas e como esta oportunidade deve mudar sua vida. “Foi um período difícil e sem privacidade. Esse emprego tem um impacto muito grande na minha vida. Agora tenho renda para adquirir o que eu quero e, mais importante, tenho muitos planos. A gente sonha quando não pode, tendo um salário fixo é outra coisa”.
Os selecionados para trabalhar na Sejus estão lotados no departamento de manutenção e participam das obras de revitalização de equipamentos públicos entregues pela pasta. Tanto Francisco quanto Gilvandro participaram da recente revitalização da sede da Associação Nova Cidadania, uma entidade sem fins lucrativos, que oferece atividades culturais e desportivas para pessoas idosas de Santa Maria.
A reserva de vagas de emprego para pessoas em situação de rua se soma às demais propostas do governo previstas no Plano de Ação para a Efetivação da Política Distrital para a População em Situação de Rua. Criado em 25 de maio, o documento está dividido em sete eixos, entre os quais está o Eixo de Trabalho e Renda. Nele, o GDF reconhece a importância do trabalho e da geração de renda como meio de inclusão social e dignidade, e oferece estratégias para a consolidação desse objetivo.
Atualizado em 22/11/2024 – 23:45.
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