Entre janeiro e junho
Sazonalidade respiratória: HRSM alerta para cuidados preventivos e vacinação

Com a sazonalidade das doenças respiratórias, que ocorre entre os meses de janeiro a junho, a busca por atendimento médico na emergência do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) tem sido cada dia maior. As crianças são as que mais sofrem com os vírus respiratórios.
De acordo com a chefe do Núcleo da Vigilância Epidemiológica do HRSM, Larysse Lima, é necessário intensificar as medidas de prevenção e controle, especialmente em relação à vacinação contra a influenza. “Também temos a questão da higiene das mãos, uso de máscara e evitar aglomerações. A Vigilância Epidemiológica do HRSM tem reforçado o monitoramento para que possamos detectar o mais precocemente e, assim, atuar de forma rápida e oportuna nestes casos”, afirma.
Nos meses de janeiro e fevereiro, o HRSM notificou um total de 843 casos de síndromes respiratórias, entre graves e leves. Sendo que 80,4% dos casos são em crianças de 1 a 9 anos de idade. Os dados são do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep Gripe) e do aplicativo E-SUS, compilados pela Vigilância Epidemiológica do hospital.
Entre as notificações das síndromes respiratórias agudas graves (SRAGs), em janeiro deste ano foram registrados 67 casos e em fevereiro, 120. Já os casos leves totalizaram 656 casos nos dois primeiros meses do ano. Foram 292 notificações em janeiro, sendo 6,5% dos casos por covid-19, e 364 em fevereiro, dos quais 7,6% foram notificados para o vírus SARS-CoV-2.
No início de 2024, foi registrado um total de 66 notificações de SRAG, sendo 42 em janeiro e 24 em fevereiro. Já os casos leves notificados totalizaram 395, sendo 125 em janeiro e 270 em fevereiro. A chefe do Núcleo da Vigilância Epidemiológica do HRSM destaca que os dados mostram um aumento significativo nos casos de síndrome respiratória, principalmente as síndromes graves.
“O aumento é perceptível, principalmente a partir da oitava semana, que é referente ao período de 16 a 22 de fevereiro, provavelmente porque é o período em que as crianças retornaram às escolas. E sendo que uma distribuição de 45% desses casos foram positivos para a influenza, 36,5% para outros vírus como o rinovírus e o restante, que é equivalente a 13% para covid-19. A distribuição dos casos indica que a predominância é a influenza”, afirma Larysse Lima.
As SRAGs podem ser causadas por vários micro-organismos, como bactérias, vírus e fungos. Esses vírus podem ser influenza, sincicial, adenovírus e rinovírus. A consequência são infecções das vias aéreas como as gripes e os resfriados, pneumonias e bronquiolites. E, desde 2020, com o início da pandemia de covid-19, existe a infecção respiratória causada pelo SARS-CoV-2.

#VacinaDF
DF amplia vacinação contra HPV para adolescentes com até 19 anos de idade

A partir desta segunda-feira, 10 de março de 2025, adolescentes de 15 a 19 anos, de ambos os sexos, que não tenham se vacinado contra o papilomavírus humano (HPV, na sigla em inglês), podem comparecer a uma das salas de vacina da Secretaria de Saúde (SES-DF) para garantir a proteção. A ampliação do público é temporária e vai até 14 de junho, quando a dose volta a ser exclusiva para crianças e jovens de 9 a 14 anos.
O imunizante protege contra verrugas genitais e alguns tipos de câncer, como os de útero, pênis, boca, ânus e laringe. “A ação pretende levar a vacina para quem não a recebeu na idade indicada e proteger essa faixa etária, que é altamente vulnerável ao HPV”, afirma o chefe da Assessoria de Política de Prevenção e Controle do Câncer (Asccan) da SES-DF, Gustavo Ribas.
Na prática, é uma segunda chance para quem não conseguiu se vacinar na época certa. Na capital federal, há 30 mil doses em estoque. A gerente da Rede de Frio Central da SES-DF, Tereza Luiza Pereira, aponta que, se for necessário mais imunizantes, eles serão solicitados ao Ministério da Saúde.
“Iniciamos a aplicação de doses contra o HPV no DF em 2013 e agora vamos possibilitar o acesso para quem já deveria ter sido protegido”, explica Tereza Luiza Pereira. Seja para a faixa etária de 9 a 14 anos, seja para a de 15 a 19 anos, o esquema vacinal é de dose única.
O imunizante aplicado na rede pública é quadrivalente, ou seja, possui eficácia contra quatro sorotipos do vírus. Por isso, mesmo adolescentes que já tenham tido contato com algum sorotipo do HPV devem se vacinar.
Transmissão
O HPV é uma infecção sexualmente transmissível (IST). O vírus é capaz de infectar tanto a pele quanto a mucosa oral, genital e anal de homens e mulheres. Embora a principal forma de transmissão ocorra por via sexual, com penetração desprotegida, ela também pode ocorrer por contato direto entre os órgãos genitais, sem penetração.
Apesar de muitos casos serem assintomáticos, o HPV pode levar ao desenvolvimento de verrugas ou lesões que evoluem para o câncer. Mesmo pessoas assintomáticas conseguem transmitir o vírus durante relações sexuais sem o uso de camisinha. Além disso, as lesões podem demorar até 20 anos para aparecer.
Onde se vacinar
Na hora de se imunizar, é importante levar a caderneta de vacinação e um documento de identidade. A equipe de atendimento também poderá aproveitar a oportunidade para atualizar outras doses que estiverem atrasadas.
Caso o adolescente não possua mais seus registros de vacinação, ele receberá todos os imunizantes previstos para sua faixa etária. A lista dos locais de vacinação está disponível no site da SES-DF.
Atenção, pais e responsáveis!
Pneumonia é a doença que mais mata crianças menores de 5 anos no mundo

Com a sazonalidade das doenças respiratórias, os pais devem ficar alertas com uma doença bastante comum entre as crianças e uma das principais causas de internação: a pneumonia. Segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a pneumonia mata mais crianças do que qualquer outra doença infecciosa, tirando a vida de mais de 700.000 crianças menores de 5 anos a cada ano, ou cerca de 2.000 a cada dia em todo o mundo. Isso inclui cerca de 190.000 recém-nascidos.
O infectologista pediátrico do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), Pedro Bianchini, destaca que todas as faixas etárias podem ser atingidas pela pneumonia, mas ela é mais frequente entre crianças menores de 6 anos de idade.
“Ao contrário da crença popular, tomar chuva, bebida gelada ou andar descalço não predispõe à pneumonia. Nós pegamos a pneumonia bacteriana de nós mesmos, com a infecção das vias aéreas inferiores, quase sempre ocorrendo por bactérias da nossa via respiratória alta (orofaringe) conseguindo atingir as vias mais baixas normalmente com um resfriado ou gripe, prejudicando os mecanismos de defesa da nossa via respiratória e predispondo a essa complicação”, explica.
Já a pneumonia viral normalmente é causada pelos mesmos vírus respiratórios do resfriado e gripe e está relacionada à evolução para essa complicação, assim como a bacteriana, com uma combinação de agressividade do agente infeccioso e resposta imune do paciente. A pneumonia fúngica é um evento bastante raro e comumente restrita a pacientes imunossuprimidos.
Segundo o especialista, os vírus respiratórios podem causar pneumonia também, conhecida por pneumonite. Em média, costumam ter evolução mais rápida e branda e não necessitam do uso de antibiótico. Mas tem como complicações principais uma possível evolução para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e uma pneumonia bacteriana secundária. Os principais vírus são o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), Influenza, Metapneumovírus e Covid, mas existem outros menos comuns.
Prevenção
A pneumonia é uma doença evitável e tratável, porque diferente do vírus da gripe, ela não é transmitida facilmente. De acordo com Pedro Bianchini, a prevenção das pneumonias passam pela vacinação. “Atualmente, é disponível no SUS a vacina contra pneumococo, além das vacinas tríplice bacteriana, e contra Covid e Influenza, que tanto podem causar pneumonia viral como predispor a uma infecção bacteriana”, afirma.
O infectologista pediátrico ressalta que a vacinação é a medida mais importante, mas deve ser acompanhada por alimentação saudável, sono adequado e um acompanhamento ambulatorial frequente da criança com o pediatra.
Sintomas
Bianchini informa que os principais sintomas da pneumonia são febre, respirações mais rápidas e curtas, além de piora do estado geral da criança, diminuição do apetite e dor abdominal. “São sintomas comuns na Pediatria e que se confundem com resfriado e sibilância/bronquite. Por isso, essa distinção deve ser feita após a avaliação clínica, que pode envolver a solicitação de exames de sangue e de imagem. Por isso, em caso de sintomas, é indicado buscar o atendimento médico com urgência”, esclarece.
De acordo com o infectologista pediátrico, a necessidade da internação vai depender da avaliação do pediatra. Fatores como a gravidade clínica e idade da criança influenciam nessa decisão.
O médico alerta que as principais complicações da pneumonia bacteriana são o derrame pleural, quando há inflamação e líquido na pleura, membrana que recobre os pulmões, com necessidade de maior tempo de internação e antibioticoterapia e eventualmente da realização de drenagem. As pneumatoceles e abscessos também podem ser complicações da pneumonia bacteriana, mas são eventos raros e também implicam em uma necessidade maior de antibioticoterapia e internação hospitalar.
“A principal complicação da pneumonia viral é a sobreposição com a pneumonia bacteriana. Alguns casos de pneumonia podem evoluir com Síndrome Aguda Respiratória Grave (SRAG) ou sepse, infecção generalizada. São menos frequentes, mas podem acontecer. Por isso, é sempre importante a avaliação do quadro por um pediatra para que se diagnostique corretamente a doença e avalie a presença de complicações que podem acontecer quando não se há um diagnóstico correto e a tempo”, explica Bianchini.
Normalmente, frente a um quadro de pneumonia grave, a criança tem grande capacidade de regeneração e cicatrização, na maioria das vezes, sem sequelas significativas, o que não costuma acontecer com a população adulta, onde é comum o aparecimento de fibrose e outras sequelas nos pulmões.
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