Câmara em Movimento
São Sebastião mostra mobilização social em sessão itinerante da Câmara Legislativa
Denise Caputo
Moradores de São Sebastião lotaram o ginásio do Instituto Federal de Brasília (IFB) naquela região administrativa nesta quinta-feira (21), para apresentar suas reivindicações aos deputados distritais. O local recebeu sessão itinerante da Câmara Legislativa em mais uma edição do projeto “Câmara em Movimento”, que visa a aproximar o Legislativo da população do DF. Com presença maciça do início ao fim da sessão, lideranças comunitárias mostraram organização e cobraram melhorias para a localidade.
A transformação do espaço destinado a um albergue em creche foi uma das principais reivindicações apresentadas e uma das que mais sensibilizou os distritais. “Isso é dignidade para a mulher trabalhadora”, apontou o deputado Professor Israel (PV). “Temos apenas uma creche na cidade, com 100 mil habitantes. As mulheres estão ficando presas em casa, sem condições, para cuidar das crianças”, reforçou Celina Leão (PPS).
A deputada Luzia de Paula (PSB) disse estar “explodindo de alegria” com as manifestações de seus colegas sobre essa questão, que, em sua opinião, é a base de tudo: a criança. Ela elogiou a defesa feita às creches de forma “tão aguerrida e determinada” e completou: “Investimentos nas crianças evitam, mais tarde, a necessidade de albergues e de prisões”.
A falta de infraestrutura de saneamento básico na Vila do Boa foi outra queixa recorrente. A moradora Ana Potiara Tavares destacou que o local é um dos bairros mais antigos de São Sebastião, mas ainda não tem rede de esgoto. “Isso é questão de saúde pública e de desenvolvimento, é um serviço essencial para a dignidade humana”, disse. A moradora lembrou que, no ano que vem, Brasília vai sediar o Fórum Mundial da Água, mas há 27km, na Vila do Boa, não há rede de esgoto. “Condomínios mais novos, como o Jardim Botânico 3, já têm. E por quê? Isso é desigualdade”, reclamou.
“Tem uma pesquisa que mostra que, a cada um real investido em saneamento, são economizados cinco reais em saúde”, destacou Professor Israel, que elogiou a mobilização dos moradores da região administrativa, em especial das lideranças da Vila do Boa.
O conselheiro de saúde Luís Valdo Pereira Almeida, pediu, por sua vez, investimentos em unidades básicas de saúde. “Temos uma população estimada de 120 mil pessoas e é preciso cuidar da prevenção. Cuidar da doença é gasto, cuidar da saúde é investimento”, afirmou.
Já a presidente do Conselho de Segurança de São Sebastião, Luciene Cordeiro de Sousa, reivindicou mais policiamento para fazer frente ao alto índice de criminalidade na região. Como moradora, reclamou do número de assaltos e de ter o filho, que vai de bicicleta para a escola, ser assaltado. “Somos reféns da falta de segurança: faltam viaturas e policiamento”, disse, ao convidar os distritais para visitarem o comando de polícia local.
Outra demanda apresentada por lideranças comunitárias é o asfaltamento da Vila do Boa até a Estrada do Sol e da rodovia no Núcleo Rural Capão Comprido – demandas que contaram com o compromisso de deputados como Agaciel Maia (PR) e Chico Vigilante (PT), o qual sugeriu a formação de um grupo para levar a reivindicação à Terracap.
Cultura – O morador Leandro de Souza Borges defendeu a construção de praça atrás da igreja católica na Vila do Boa. “É um bairro carente de muitas coisas, assim como São Sebastião inteiro, e a praça e um espaço de encontro, importante numa cidade com clima de interior, em que todos se conhecem”, salientou.
Outro espaço reivindicado pela população local é a construção de um Centro da Juventude, que contou com o apoio de Celina Leão. Ela destacou que 70% da população carcerária é formada por jovens, “por falta de oportunidades”.
Regularização – A regularização dos bairros Morro da Cruz, Capão Comprido e Vila do Boa é outra reivindicação dos moradores. Conforme destacou o deputado Lira (PHS), São Sebastião tem uma situação peculiar: “Aqui 80% das áreas estão irregulares. São Sebastião existiu durante muito tempo de fato, mas não de direito”. Segundo o distrital, até o final do ano, mais três mil escrituras serão entregues, e a regularização do Morro da Cruz está avançando. Ele lamentou as derrubadas de casas na região e argumentou: “A Agefis deve fiscalizar e agir antes da construção”.
As derrubadas também foram comentadas por Liliane Roriz (PTB): “Construir casa envolve suor e sacrifício. É caro”, afirmou, lamentando as derrubadas comandadas pelo governo.
Atribuições – A sessão externa foi importante também para esclarecer as competências do Executivo e do Legislativo. O deputado Professor Reginaldo Veras (PDT) observou que muitas demandas são comuns e explicou que os parlamentares apenas fazem a interlocução com o governo, que é quem executa as ações. “Peço às lideranças comunitárias para fazerem o levantamento dos projetos que atendem as demandas, para que possamos apresentar emendas orçamentárias”, explicou.
“Nós somos a voz de vocês, ouvimos e fiscalizamos as ações. Cumprimos nosso papel ao ouvir a comunidade. Daí, encaminhamos essas reivindicações ao governo. Essa é a palavra: encaminhar as demandas”, frisou o deputado Raimundo Ribeiro (PPS). “Podemos destinar recursos, mas se o governo não quiser realizar, ele não realiza”, completou.
“Estamos aqui para construir uma relação direta entre a população e os deputados: vocês apresentam as demandas e os deputados se comprometem a atendê-las”, destacou o presidente da Câmara Legislativa, deputado Joe Valle (PDT). “Durante seis meses, vamos continuar trabalhando nessas demandas, apesar de a maioria ser direcionada ao Poder Executivo”, acrescentou.
A falta de projeto urbanístico da região administrativa também coloca barreiras à execução de vários projetos. “Não adianta destinar recursos sem isso. Precisamos pressionar a Segeth (Secretaria de Gestão do Território e Habitação) a cuidar disso”, frisou o deputado Rafael Prudente (PMDB).
Por fim, o deputado Cláudio Abrantes (sem partido) elogiou a participação da comunidade na sessão da CLDF: “Isso revela que as pessoas estão envolvidas e são sabedoras de seus direitos”.
Médicos, enfermeiros e psicólogos
Novo processo seletivo do IGESDF tem salários entre R$ 3.365,00 e R$ 15.292,32
O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF) abriu processo seletivo para médicos com especialidades em cirurgia vascular e intensivista pediátrico, enfermeiros e psicólogos. Com carga horária de 12 horas a 36 horas semanais, a remuneração varia entre R$ 3.365,00 e R$ 15.292,32. As inscrições podem ser realizadas até o dia 14 de janeiro pelo site oficial do Instituto.
Além do salário atrativo, os profissionais selecionados terão direito a benefícios como auxílio-transporte, abono semestral, folga de aniversário e acesso a um clube de vantagens com descontos em estabelecimentos parceiros. Para se inscrever, os interessados devem ter o diploma do curso, reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC).
Para a vaga de médico cirurgião vascular, os requisitos incluem: diploma de medicina reconhecido pelo MEC ou declaração de conclusão de curso de até seis meses; residência médica com RQE ou título de especialista em cirurgia vascular emitido pela AMB/Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular; experiência mínima de 6 meses como cirurgião vascular; e registro ativo no Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF).
É desejável, ainda, que o candidato tenha residência ou título de especialista em angiorradiologia e cirurgia endovascular; experiência em manejo de doenças arteriais obstrutivas periféricas, incluindo tratamento clínico, cirúrgico, intervencionista e amputações. Para mais informações e detalhes sobre o processo seletivo, acesse o site oficial do IgesDF e consulte o edital n.º 004/2025.
Para a vaga de enfermeiro, os requisitos incluem: diploma do curso de enfermagem, reconhecido pelo MEC ou declaração de conclusão de curso de até seis meses; experiência como enfermeiro em unidade de internação; e registro ativo no Conselho Regional de Enfermagem (Coren/DF).
É desejável, ainda, que o candidato tenha conhecimento em sistema de gestão e prontuário eletrônico, como MV ou Trackcare, entre outros. Para mais informações e detalhes sobre o processo seletivo, acesse o site oficial do IgesDF e consulte o edital n.º 005/2025.
Para a vaga de psicólogo hospitalar, os requisitos incluem: diploma do curso superior completo em psicologia reconhecido pelo MEC ou declaração de conclusão de curso de até seis meses; residência multiprofissional, mestrado ou pós-graduação na área de psicologia da saúde ou hospitalar comprovados por meio de certificado por instituição de ensino reconhecida pelo MEC; experiência mínima de seis meses como psicólogo na área hospitalar; e registro ativo no Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP-DF).
É desejável, ainda, que o candidato tenha conhecimento básico do sistema MV PEP; conhecimento na aplicação de testes de rastreio psicológico (HSDS, Mini Mental, CAM) e conhecimento em pacote Office nível básico. Para mais informações e detalhes sobre o processo seletivo, acesse o site oficial do IgesDF e consulte o edital n.º 006/2025.
Para a vaga de médico intensivista pediátrico, os requisitos incluem: diploma de medicina reconhecido pelo MEC ou declaração de conclusão de curso de até seis meses; residência médica com RQE ou título de especialista em medicina intervencionista pediátrica em UTI Pediátrica emitido pela AMIB/AMB; experiência mínima de seis meses como médico intensivista pediátrico;e registro ativo no Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF).
É desejável que o candidato tenha conhecimento em Sistema de Gestão e prontuário eletrônico, como MV ou Trackcare, entre outros. Para mais informações e detalhes sobre o processo seletivo, acesse o site oficial do IgesDF e consulte o edital n.º 006/2025.
Meio ambiente
Drenar DF devolverá água captada para a natureza com segurança e qualidade
O Drenar DF, maior programa de captação e escoamento de águas pluviais do Governo do Distrito Federal (GDF), vai mudar a forma como a água da chuva é tratada em Brasília. O projeto, que tem como objetivo solucionar os problemas de enchentes e alagamentos na região da Asa Norte, vai além da simples captação da chuva. Um dos diferenciais da iniciativa é a devolução da água coletada à natureza.
Para que o retorno ocorra de maneira sustentável, a bacia de detenção localizada na ponta no Drenar DF, próxima ao Lago Paranoá, será responsável por reter resíduos sólidos, promovendo uma barreira importante contra a poluição. Além disso, o tanque vai contribuir para a redução do assoreamento, mantendo o equilíbrio ambiental do lago.
“O Drenar DF vai beneficiar a população e o meio ambiente. O retorno da água da chuva para a natureza ajuda a promover um ciclo mais equilibrado do uso da água na capital”, explica o diretor-técnico da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), Hamilton Lourenço Filho.
A estrutura do reservatório também vai ajudar a manter a qualidade e a balneabilidade do Lago Paranoá, hoje considerada adequada em 95% de sua extensão. “O sistema vai captar todo o lixo e sujeira, que ficarão retidos na bacia para recolhimento posterior. Assim, a água que chega ao lago estará mais limpa”, detalha Lourenço Filho.
A bacia de detenção ocupa um terreno de 37 mil m² localizado no Parque Urbano Internacional da Paz, no Setor de Embaixadas Norte. Com capacidade para até 96 mil m³ de água e volume útil de 70 mil m³, o reservatório terá dissipadores na entrada e vertedores na saída. A água chegará por um túnel com diâmetro de 3,60 metros, enquanto a galeria que devolverá a água para a natureza tem 2,60 metros de diâmetro. A vazão de chegada na bacia será de 42,72 m³/s, e a de saída, 10,37 m³/s.
Fim de alagamentos
Com um investimento de R$ 180 milhões, o Drenar DF foi dividido em cinco lotes e é executado pela Terracap. A rede de tubulação começa na altura da Arena BRB (Estádio Nacional Mané Garrincha) e vai até o Lago Paranoá, seguindo em paralelo às quadras 902 (perto do Colégio Militar), 702, 302, 102, 202 e 402, cruzando a W3 Norte e o Eixo Rodoviário Norte (Eixão), além da via L2 Norte, e chegando à L4 Norte.
Concluída a primeira etapa do programa, que abrange as primeiras quadras da Asa Norte, a Terracap vai executar a segunda fase do projeto, que compreende as quadras 4 e 5 até as quadras 14 da Asa Norte. O material está em aprovação na Novacap e aguarda recursos. Um terceiro projeto está em estudo para atender as quadras de finais 15 e 16.
Além do projeto de captação de águas pluviais, o Drenar prevê a criação do Parque Urbano Internacional da Paz. Com 5 mil m² de área livre, o espaço contará com esculturas e 249 árvores e arbustos, entre espécies frutíferas e para sombreamento.
O projeto, desenvolvido pela Terracap em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh-DF), de acordo com exigências do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ainda inclui uma ciclovia de 1,1 km de extensão contornando o parque.
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