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Rins e córneas

Salvando vidas: Hospital de Base realizou mais de 60 transplantes em 2020

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Foto/Imagem: Davidyson Damasceno/Iges-DF
Iges-DF

Foram 62 vidas salvas. Crianças, jovens, mulheres, homens atendidos e curados no Hospital de Base, unidade administrada pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF). Essas 62 pessoas receberam um rim ou uma córnea novos, graças a transplantes feitos ao longo de 2020 por profissionais que mantiveram o atendimento apesar das dificuldades impostas pela pandemia de Covid-19.

Do total, 18 transplantes foram de rins e 44 de córneas. Os números referem-se ao período de janeiro a 31 de dezembro. A preocupação com a Covid-19 levou à adoção de protocolos para manter a segurança dos receptores dos órgãos e dos profissionais envolvidos nas cirurgias de transplante.

Todos os doadores foram submetidos a exames RT-PCR, que detectam a presença do coronavírus. A captação só ocorreu mediante resultado negativo desse teste. “Há uma investigação clínica e epidemiológica detalhada dos doadores para um adequado gerenciamento de risco nesse cenário de pandemia”, ressalta Camila Hirata, diretora da Central Estadual de Transplantes (CET).

No caso das córneas — que são consideradas tecidos e não órgãos —, os transplantes eletivos ficaram suspensos de abril a setembro, por recomendação da Coordenação Geral do Sistema Nacional de Transplantes. No período, só ficaram autorizados os casos em que o doador estava com o coração pulsando. “Em 18 de setembro, o Ministério da Saúde publicou uma nota autorizando a retomada da retirada de tecidos em doadores com o coração parado”, conta Camila.

Em relação aos 18 transplantes de rins, apenas um deles foi de doador vivo, por causa dos cuidados para evitar a contaminação pelo coronavírus. “A triagem dos receptores incluiu a tomografia, porque antes era só raio-X, e o levantamento epidemiológico de covid do paciente e de seus familiares”, explica a nefrologista Viviane Brandão, responsável pelo setor de transplantes de rim no HB. “Apesar da pandemia, a gente se resguardou ao máximo para continuar fazendo os transplantes, mas com segurança.”

Órgãos de pacientes do HB

Além dos transplantes feitos na unidade, de janeiro a 23 de dezembro, 161 órgãos e tecidos doados por pacientes do HB foram disponibilizados à Central de Transplantes do DF: 87 córneas, 48 rins, 22 fígados e 4 corações.

“O Hospital de Base é um importante disseminador da cultura de doação de órgãos no DF”, destaca Camila Hirata, da CET. “Além disso, conta com profissionais com uma vasta experiência e qualificação na área de transplante”, elogia.

Transplantes em todo o DF

No Distrito Federal, a CET contabilizou 520 transplantes de janeiro a 30 de dezembro de 2020 em toda a rede pública e privada. Desses, 221 foram de córnea, 99 de medula óssea, 100 de fígado, 79 de rim e 21 de coração.

Como doar órgãos

Há dois tipos de doadores. O primeiro é a pessoa que concorda em doar, ainda em vida, um dos seus rins ou parte do fígado, da medula óssea e do pulmão. Nesses casos, geralmente, os doadores são parentes com órgãos compatíveis aos dos receptores. Especificamente para doação de medula óssea, interessados podem se cadastrar na Fundação Hemocentro de Brasília.

O segundo tipo é o doador falecido — diagnosticado com morte encefálica ou por parada cardíaca. A família precisa autorizar a retirada dos órgãos. No caso de morte encefálica, cada doador pode salvar até oito vidas.

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Xô, Aedes!

Casos de dengue no Distrito Federal caem 97% em relação ao ano passado

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Ao Vivo de Brasília
combate à dengue df
Foto/Imagem: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

O Distrito Federal continua a registrar queda no número de casos de dengue. Até 29 de março deste ano, a capital notificou 9,3 mil ocorrências suspeitas da doença, das quais 6,1 mil eram prováveis. No mesmo período de 2024, foram registrados quase 220 mil casos prováveis. Os dados estão no último boletim epidemiológico, divulgado pela Secretaria de Saúde (SES-DF).

“Devemos registrar e comemorar esses dados, mas sem perder de vista os cuidados para combater a dengue. Afinal, alcançamos esse resultado por meio de um esforço conjunto da população e do governo. É um trabalho contínuo”, explica o subsecretário de Vigilância à Saúde, Fabiano dos Anjos Martins.

Aedes aegypti é responsável por transmitir não só o vírus da dengue, como também da febre amarela urbana, chikungunya e zika. Entre essas arboviroses, a capital federal contabilizou 129 casos suspeitos de chikungunya, dos quais 105 são considerados prováveis. Desses, 93,3% (98 ocorrências) correspondem a moradores do DF. Até o momento, 59 casos tiveram confirmação laboratorial, enquanto os demais seguem em investigação.

A chikungunya é uma doença febril aguda e sistêmica, causada por um arbovírus do gênero Alphavirus (CHIKV), e transmitida principalmente pelas fêmeas do mosquito. A infecção se destaca por sua elevada taxa de incapacitação, podendo causar sintomas persistentes em algumas pessoas.

Ação domiciliar dos Avas

Peça-chave no combate ao Aedes aegypti, a visita dos Agentes de Vigilância Ambiental em Saúde (Avas) promove a prevenção de doenças, o mapeamento de territórios e a execução de atividades de vigilância por meio da coleta e da pesquisa.

Identificá-los é simples: os Avas usam colete e chapéu com abas, os dois da cor marrom-cáqui, além de uma camiseta branca. Eles também carregam uma bolsa amarela, onde armazenam seu material de trabalho.

Os agentes devem estar devidamente identificados com símbolos da SES-DF e com a designação de suas funções bem visíveis no uniforme. Na maioria dos casos, o profissional estará munido de um crachá com nome e foto, porém pode haver situações em que o servidor ainda esteja com seu crachá provisório.

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Sabin Diagnóstico e Saúde

Hemocromatose: como diagnosticar o excesso de ferro no sangue

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Hemocromatose - excesso de ferro no sangue
Foto/Imagem: Freepik

O ferro é um mineral essencial para o organismo, mas seu acúmulo pode causar danos sérios à saúde. A hemocromatose é um distúrbio no qual o corpo absorve mais ferro do que o necessário dos alimentos, e um diagnóstico preciso pode prevenir complicações graves em diversos órgãos, como fígado, coração, pâncreas e articulações.

A doença pode ser hereditária, causada por mutações genéticas, ou adquirida, quando surge devido a fatores externos, como transfusões sanguíneas frequentes, doenças hepáticas ou suplementação do mineral em excesso.

Os sintomas da hemocromatose podem variar e, muitas vezes, demoram anos para se manifestar. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), entre estes estão: fraqueza, fadiga, letargia, apatia e perda de peso. Em alguns casos, pode haver sinais específicos a depender do órgão afetado, como, por exemplo, arritmia (coração), diabetes (pâncreas) ou dor abdominal (hepatomegalia, termo médico para fígado grande).

Diagnóstico

O diagnóstico da hemocromatose envolve exames laboratoriais específicos que avaliam os níveis de ferro no sangue. Segundo a supervisora técnica do Sabin Diagnóstico e Saúde, Gélida Pessoa, identificar a doença com base nos sintomas pode ser difícil, por isso, exames de sangue podem indicar um caminho para o médico que avalia o paciente.

“Esses testes medem os níveis sanguíneos de ferro, a chamada ferritina (uma proteína que armazena ferro) e da transferrina, a proteína que transporta o ferro no sangue quando ele não está nos glóbulos vermelhos”, explica.

Dois procedimentos são a dosagem de ferritina sérica e a saturação da transferrina. Ambos podem indicar se os níveis destas proteínas estão deficitários ou elevados. Caso os índices estejam altos, o passo seguinte é investigar a origem da sobrecarga de ferro para determinar a melhor conduta médica.

Nos casos em que se suspeita de doença hereditária, uma das opções que podem ser indicadas pelo médico é o painel hereditário para hemocromatose. “Esse exame genético permite analisar múltiplos genes relacionados ao metabolismo do ferro, sendo essencial para confirmar casos hereditários e orientar o rastreamento familiar,” explica Gélida.

Em casos mais avançados, exames de imagem, como a ressonância magnética, podem ser utilizados para avaliar o grau de sobrecarga de ferro nos órgãos. “A ressonância é uma ferramenta importante na avaliação da carga férrica, especialmente no fígado e no coração, permitindo um planejamento terapêutico mais adequado”, acrescenta a supervisora técnica.

Prevenção

Embora a hemocromatose hereditária não possa ser evitada, algumas medidas podem ser adotadas para prevenir a forma adquirida da doença. Evitar o uso indiscriminado de suplementos de ferro sem orientação médica é um dos cuidados essenciais, assim como manter exames periódicos para monitorar os níveis de ferro no sangue, especialmente em pessoas com histórico familiar da doença.

Além disso, a alimentação também desempenha um papel importante na prevenção. Reduzir o consumo de carnes vermelhas e frutos do mar crus pode ajudar a controlar a absorção de ferro, assim como moderar a ingestão de bebidas alcoólicas, que podem sobrecarregar o fígado e agravar possíveis danos hepáticos.

Gélida reforça que, embora a hemocromatose seja difícil de diagnosticar nos estágios iniciais, a realização de check-ups anuais pode ser fundamental para a prevenção. “Manter exames regulares ao menos uma vez por ano é essencial não apenas para identificar a hemocromatose, mas também para monitorar outras alterações de saúde”, destaca.

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