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Abril, maio e junho

PIB cresce 0,4% no 2º trimestre e surpreende os economistas

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Foto/Imagem: José Paulo Lacerda/CNI
Gilberto Costa

O Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 1,78 trilhão nos meses de abril, maio e junho deste ano surpreendeu os economistas. O valor corresponde ao fluxo de novos bens e serviços finais produzidos no segundo trimestre deste ano. O resultado foi 1% acima do registrado no mesmo período em 2018 e 0,4% superior ao primeiro trimestre de 2019.

Antes da divulgação do PIB pelo IBGE, a tendência geral dos economistas ouvidos no mercado financeiro era apostar em um crescimento de 0,2% de um trimestre a outro. O percentual em dobro é melhor do que se esperava, mas não o suficiente para marcar uma vigorosa retomada da economia, concordam economistas de postos diferentes ouvidos pela Agência Brasil.

Para Thiago Xavier, economista da Consultoria Tendências, o resultado do PIB é uma “pequena surpresa, mas precisa ser relativizada”. De acordo com ele, “uma das razões para ter cautela é a base muito frágil de comparação dos resultados. Independentemente de qual for a métrica, [o resultado] tem bases de comparação fracas”.

Xavier assinala que as comparações entre períodos iguais de 2019 e 2018 têm que levar em consideração que no primeiro semestre do ano passado houve a greve dos caminhoneiros que desarticulou toda a economia nacional, e que no primeiro semestre deste ano a ruptura da barragem da Vale em Brumadinho (MG) reduziu a produção mineral.

Capital e trabalho

Flávio Castelo Branco, gerente-executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI) faz coro com economista da Consultoria Tendências e acrescenta que na última medida do PIB o crescimento atribuído à indústria se destaca porque o histórico é negativo.

“É uma notícia positiva e enseja expectativas, mas vamos lembrar: a indústria tinha caído dois semestres seguidos e o crescimento anterior tinha sido fraco. Agora estamos de cinco a seis pontos percentuais menores que estávamos no início da recessão”.

A recessão mencionada pelo representante do capital também é citada pelo representante da força de trabalho.

“O país está longe de ter uma dinâmica capaz de ter um crescimento que reponha as perdas do período recessivo e recoloque o país nos mesmos patamares econômicos de 2013 e 2014”, assinala Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

“Nessa dinâmica é preciso de mais três ou quatro anos para recuperar o mesmo posicionamento de 2014. Isso significa que podemos ter mais uma década perdida em que o país mergulha e depois sai do fundo do poço para voltar para a mesma posição”, compara.

Cenário internacional

Se o passado recente de baixo crescimento econômico relativiza os feitos medidos pelo PIB do 2º trimestre de 2019, o futuro exige cautela. O Brasil pode sentir efeitos do conflito comercial e cambial entre os Estados Unidos e China, da saída do Reino Unido (Brexit) da União Europeia, e da recente moratória da Argentina.

Estados Unidos, China, União Europeia e Argentina são os principais parceiros comerciais do Brasil. A redução do comércio internacional desses países pode tornar o bom desempenho da economia mundial duvidoso. “Quando o mundo fica mais incerto, países emergentes ficam mais expostos”, pondera Thiago Xavier, da Consultoria Tendências.

“O cenário internacional já foi melhor e nós não aproveitamos por causa da nossa situação doméstica”, rememora Castelo Branco, da CNI. Para ele, “o maior freio está dentro da nossa economia”.

Em sua avaliação, a aprovação final da reforma da Previdência Social, a simplificação da cobrança de tributos, a desburocratização das obrigações das empresas e a medida provisória da liberdade econômica poderão fortalecer a economia do país em meio ao tempo fechado entre os parceiros comerciais.

“Esses fatores vão preponderar sobre as dificuldades que vêm do ambiente internacional”, acredita o gerente-executivo de Política Econômica da CNI.

Reformas e investimentos

Além das medidas em andamento, Castelo Branco tem expectativa positiva quanto ao programa de privatização e concessões do governo federal e acredita que o Banco Central continuará reduzindo a taxa básica de juros (Selic). “Isso tudo cria um ambiente mais favorável para a demanda de investimentos e para a demanda das famílias, fazendo a roda do crescimento girar um pouquinho mais rápido”, descreve.

“O que vai viabilizar um crescimento mais robusto da economia é o investimento. É preciso atrair muito recursos para infraestrutura e para isso temos que fazer alterações nas leis para que estimule a entrada de capital”, acrescenta José Ronaldo Souza Júnior, diretor de Macroeconomia do Ipea.

O crescimento de 0,4% do PIB foi previsto pelo Ipea, que antecipou que o país crescerá em 2019 0,8%, três décimos de pontos percentuais abaixo do verificado em 2017 e 2018 (1,1%).

“Será o terceiro ano com a atividade econômica em ritmo muito baixo. Com uma dinâmica que não responde ao que se esperava. Nós já temos um período longo de baixo crescimento”, lamenta Clemente Ganz Lúcio, do Dieese.

#VacinaBrasil

Especialista reforça importância da imunização contra o sarampo

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Ao Vivo de Brasília
vacina sarampo Brasil
Foto/Imagem: José Cruz/Agência Brasil

Após o Brasil recuperar, em novembro de 2024, o status de “país livre do sarampo” pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a confirmação de quatro casos da doença no primeiro trimestre de 2025 reacende a preocupação e reforça a importância da vacinação e de medidas preventivas. Três casos foram registrados em municípios do Rio de Janeiro e um caso foi importado no Distrito Federal, envolvendo uma mulher de 35 anos que viajou por diversos países.

A docente Profª Janize Silva Maia, da Escola da Saúde do Centro Universitário Facens, esclarece que é natural a preocupação sobre o assunto. “Embora considerados casos isolados, o Ministério da Saúde está adotando medidas para afastar a possibilidade de novos surtos. Isso porque, a infecção compromete o sistema imunológico e pode levar a complicações graves, especialmente em crianças menores de cinco anos, gestantes e pessoas com imunidade debilitada. Dentre as complicações mais severas estão pneumonia, encefalite e a panencefalite esclerosante subaguda, em casos raros”.

O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa que se caracteriza inicialmente por febre alta (acima de 38,5 °C), tosse seca, coriza e conjuntivite, sintomas que podem ser confundidos com um quadro gripal ou alérgico. “Dias depois, surgem erupções vermelhas não pruriginosas, principalmente no rosto e atrás das orelhas, que se espalham para o restante do corpo. Outras manifestações podem incluir dor de garganta, manchas brancas na cavidade bucal, dores musculares, fadiga e irritação nos olhos”, explica.

Para a profissional, dentre as medidas para manter o Brasil livre do sarampo, a fundamental é a vacinação. “A imunização em massa não só reduz a disseminação do vírus, mas também promove proteção às populações vulneráveis, evitando surtos da doença. Campanhas têm sido reforçadas em diversas regiões do país para garantir altas taxas de cobertura vacinal e impedir a reintrodução do vírus”, comenta.

Quem pode se vacinar?

O imunizante que previne o sarampo é a vacina tríplice viral, responsável também pela prevenção da caxumba e rubéola. Devem buscar uma unidade de saúde:

Qualquer pessoa entre 1 e 29 anos deve receber duas doses, sendo a primeira com a tríplice viral aos 12 meses e a segunda aos 15 meses com a tetraviral ou tríplice viral + varicela.

Pessoas entre 30 e 59 anos devem receber uma dose da tríplice viral, se não imunizadas anteriormente, e trabalhadores da saúde devem receber duas doses, independentemente da idade, com intervalo de 30 dias entre as doses.

É importante ressaltar que essa vacina é contraindicada para gestantes, que deverão tomá-la somente após o nascimento do seu bebê.

“Pessoas que não sabem se foram imunizadas ou com quaisquer dúvidas devem procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para receberem informações sobre a sua situação e, eventualmente, tomarem a vacina. Manter a vacinação em dia é essencial para prevenir o sarampo e proteger a nossa saúde e a da nossa coletividade”, reforça a especialista.

Além disso, o trabalho de uma vigilância epidemiológica ativa, onde as equipes de saúde promovem o monitoramento dos casos suspeitos para a realização de bloqueios vacinais imediatos é essencial, assim como o controle sanitário em aeroportos e fronteiras, onde os viajantes precisam apresentar o comprovante de vacinação para entrada no país, além de receberem orientações caso apresentem sintomas da doença. “Ainda, é fundamental a relação de cooperação do Ministério da Saúde com os parceiros internacionais, como a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), monitorando a evolução da doença globalmente, para adaptação das estratégias brasileiras, conforme a necessidade”, conclui Janize.

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Painel de Monitoramento das Arboviroses

Brasil ultrapassa 1 milhão de casos prováveis de dengue em 2025

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Ao Vivo de Brasília
dengue Brasil 2025
Foto/Imagem: Freepik

O Brasil registrou, desde 1º de janeiro de 2025, 1.010.833 casos prováveis de dengue. De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, o país contabiliza ainda 668 mortes confirmadas pela doença e 724 em investigação. O coeficiente de incidência, neste momento, é de 475,5 casos para cada 100 mil pessoas.

A título de comparação, no mesmo período do ano passado, quando foi registrada a pior epidemia de dengue no Brasil, haviam sido contabilizados 4.013.746 casos prováveis e 3.809 mortes pela doença, além de 232 óbitos em investigação. O coeficiente de incidência, à época, era de 1.881 casos para cada 100 mil pessoas.

Em 2025, a maior parte dos casos prováveis se concentra na faixa etária de 20 a 29 anos, seguida pelos grupos de 30 a 39 anos, de 40 a 49 anos e de 50 a 59 anos. As mulheres concentram 55% dos casos e os homens, 45%. Brancos, pardos e pretos respondem pela maioria dos casos (50,4%, 31,1% e 4,8%, respectivamente).

São Paulo lidera o ranking de estados em número absoluto, com 585.902 casos. Em seguida estão Minas Gerais (109.685 casos), Paraná (80.285) e Goiás (46.98 casos). São Paulo mantém ainda o maior coeficiente de incidência (1.274 casos para cada 100 mil pessoas). Em seguida aparecem Acre (888), Paraná (679) e Goiás (639).

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