Saúde
Pare de fumar. Tabagismo é um dos maiores inimigos do coração
Criado em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado em 31 de maio tem o objetivo de alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. O uso da substância é associado a diversos tipos de câncer, além de causar problemas pulmonares e ser também um dos maiores inimigos para a saúde do coração.
De acordo com a cardiologista eletrofisiologista do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor), Edna Marques, o uso de tabaco afeta diretamente a saúde cardiovascular principalmente pela sua ação maléfica nos vasos sanguíneos, diminuindo a produção do óxido nítrico, que é uma substância protetorado tanto para os vasos sanguíneos e o coração.
“A substância encontrada nos derivados de tabaco como cigarros, charutos, cachimbos e até mesmo nos narguilés contribui para diversas doenças no aparelho cardiocirculatório. Ela age no aumento da contração dos vasos sanguíneos, acelerando a frequência cardíaca e aumentando a pressão arterial”, detalha.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 7 milhões de pessoas morrem anualmente pelo tabagismo; destas, 900 mil são vítimas de fumo passivo. Para a especialista Edna Marques o hábito de fumar causa riscos a quem fuma e a quem convive com o fumante.
“Alguns efeitos do cigarro no organismo são irreversíveis. Quem faz uso do cigarro pode vir a ter doenças pulmonares e as cardiovasculares como por exemplo, infarto agudo do miocárdio; Acidente Vascular Cerebral (AVC); aumento do colesterol (dislipidemia); arritmias cardíacas e aterosclerose (enrijecimento das artérias)”, explica. E completa: “uma pessoa exposta à fumaça do cigarro também pode desenvolver doenças respiratórias, cardiovasculares e cerebrais e até mesmo câncer. Apesar de os fumantes ativos apresentarem mais riscos, o tabagismo passivo também traz consequências graves à saúde”, ressalta a médica.
Tratamento Multidisciplinar
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o tabagismo deve ser considerado uma pandemia, ou seja, uma epidemia generalizada, e como tal precisa ser combatida. Contudo, parar de fumar sozinho não é tarefa fácil porque o cigarro causa tanto a dependência química quanto a psicológica. Nesse sentido que estudos apontam que a abordagem multidisciplinar com os pacientes que buscam abandonar o vício é o método mais eficiente. Edna Marques defende a prática e diz que é fundamental essa forma de tratamento.
“O paciente precisar se sentir acolhido para largar o hábito e o tratamento multidisciplinar colabora para isso. Além do acompanhamento com o pneumologista e cardiologista, tem a fisioterapia, psicologia e a nutrição que pode dar todo o suporte para o paciente”, pontua.
O tratamento multidisciplinar segue uma estratégia que visa atender de forma simultânea, ou seja, o paciente segue as orientações de cada profissional para atender às diversas demandas em todos os aspectos do ser humano. Nesse tipo de tratamento é muito comum, e necessário, que o paciente seja acompanhado por diversos profissionais, de diversas especialidades, para o próprio paciente criar uma rede de apoio social para seu tratamento.
Para Marianna Cruz, psicóloga do ICTCor, é importante esclarecer, que além da importância do acolhimento dessas pessoas que buscam ajuda, o desenvolver do tratamento depende também da sua abertura para receber o que cada abordagem tem a agregar no tratamento contra o tabagismo, e principalmente, o paciente precisa se responsabilizar por todo o processo.
“Todas as áreas possuem sua contribuição, e podem trazer diversos benefícios, contudo, o mais importante em todo esse processo é o sentido que o paciente dá para esse desafio que ele estabelece para ele mesmo”, pontua.
Você sabia?
O tabaco é uma substância agrícola processada a partir de uma planta chamada cientificamente de nicotiana tabacum, que é utilizada como droga recreativa.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é considerado a principal causa de morte evitável em todo o mundo.