Doação
Parceria em transporte torna mais ágil trabalho de equipe de transplantes
Com prazo curto para captar órgãos de doadores e implantá-los em pacientes, a Central de Transplantes da Secretaria de Saúde conta com o auxílio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) desde junho de 2015. O apoio logístico para o deslocamento da equipe que faz a coleta é apontado pela pasta como fundamental para o bom desempenho conquistado por Brasília em 2015 tanto na doação de órgãos e tecidos quanto na realização das cirurgias. “Às vezes, perdíamos doação por problemas no transporte interno. Com a cooperação, eliminamos esse gargalo”, destaca a diretora de Transplantes da Secretaria de Saúde, Daniela Salomão.
Até setembro do ano passado, Brasília estava em primeiro lugar em transplantes de coração, fígado e córnea, considerando a proporção da população em cada unidade federativa. Pelo mesmo índice, a capital federal era nona no transplante de rins e segunda em número de doadores. O ranking é da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, que compila os dados a cada trimestre. O resultado final de 2015 ainda não foi divulgado.
As metas locais do sistema público de saúde foram superadas. No ano passado, houve 494 transplantes de córneas em Brasília, bem acima da meta de 280. De coração, ocorreram 30, dez acima. A doação de fígado também ficou acima do esperado: de 40 para 63. Oitenta e sete pessoas receberam rins novos, sete a mais que a expectativa.
Captação
A equipe que capta os órgãos atua em três turnos, sem interrupção. Os profissionais ficam de prontidão no Hospital de Base, na Asa Sul. Logo que ocorre o aviso de uma possível doação, o grupo é transportado de imediato pelo Samu. Foi assim na manhã de 28 de janeiro deste ano, quando o chamado partiu do Hospital Regional do Gama, pouco antes das 10 horas.
Com a viatura já preparada, o técnico responsável pela retirada da córnea do doador seguiu para a região administrativa. O primeiro destino foi a residência da família do doador — nesse caso, uma vítima de arma de fogo que faleceu no hospital. Antes do procedimento, os familiares passaram por entrevista e assinaram autorização.
Para o transplante de córnea, a retirada pode ser feita até seis horas após o óbito, mesmo que outros órgãos, como coração, estejam paralisados. Se o corpo for mantido refrigerado, esse prazo aumenta em mais 12 horas.
No caso do dia 28, a captação ocorreu no Instituto de Medicina Legal da Polícia Civil do DF, para onde o corpo foi transferido enquanto a família dava anuência para a doação. Em outras situações, a retirada de órgãos ou tecidos é feita no hospital.
A captação inclui todo o globo ocular, que é levado para o Banco de Olhos do Hospital de Base. Lá é feita a preparação necessária para que as córneas sejam transplantadas. Antes de retornar ao hospital, no entanto, a equipe leva amostras do sangue do doador até o Hemocentro de Brasília.
No laboratório, são feitos testes sorológicos, cujos resultados saem em cerca de uma hora. Só após a confirmação de que não há impedimentos para o transplante, a equipe manipula as córneas. Após todo o processo, elas ficam refrigeradas no hospital e podem ser transplantadas em, no máximo, 14 dias.
De acordo com a chefe do Banco de Olhos do Hospital de Base, Mônica Barbosa dos Santos, nenhuma doação de córnea foi perdida desde que foi firmado o convênio da Central de Transplantes com o Samu e o Detran-DF. “A captação aumentou em quase 70%. Antes, a média era de 30 córneas por mês. Depois da parceria, esse número passou para 50.”
Prazos
A agilidade para transplantes é crucial. Coração, rim e fígado seguem procedimentos com prazos mais curtos do que o de córneas. É necessário que, após constatada a morte, o corpo seja mantido com condições vitais para a retirada dos órgãos.
Segundo informações da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, o tempo máximo para que o coração seja implantado no receptor é de quatro a seis horas; para fígado, de 12 a 24 horas; para rins, de 48 horas. Em Brasília, uma pessoa viva pode doar parte do fígado e um dos rins a parentes até o quarto grau e a cônjuges.
Códigos
O transporte do Samu e do Detran é organizado em códigos de três cores. No verde, o deslocamento é feito por carro do serviço de atendimento móvel. No amarelo, por viatura com sinalização. No vermelho, o helicóptero do Departamento de Trânsito é acionado.
“De acordo com o chamado, o Samu e o Detran sabem quanto tempo disponível vão ter”, conta Daniela Salomão, da Central de Transplantes. Além do convênio local, o Ministério da Saúde coloca à disposição viagens em aviões comerciais e pela Força Aérea Brasileira.
Fila
Embora os números possam mudar diariamente, até a terceira semana de janeiro havia 15 pacientes à espera de um coração novo, 102 de córnea, 35 de fígado e 319 de rim.
De acordo com a Saúde, o tempo médio de espera para pacientes que precisam receber um rim no DF é de dois anos. São levados em conta fatores como tamanho, peso e genética. Dos outros órgãos, a média é menor. Para ter um coração, a espera é de 4,3 meses; para fígado, 6,2 meses; e para córneas, 3,8 meses.
Amanda Martimon e Rafael Alves, Agência Brasília
Atualizado em 08/02/2016 – 13:06.
Será enviado à CLDF
Governador Ibaneis Rocha anuncia projeto de lei para reduzir o ITBI no DF
O governador Ibaneis Rocha anunciou, nesta sexta-feira (22), um projeto de lei para alterar a alíquota do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), sendo de 1% na primeira transmissão de imóvel novo edificado e de 2% nos demais casos.
A fala ocorreu durante as comemorações dos 60 anos do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Distrito Federal (Sinduscon-DF), onde o chefe do Executivo foi homenageado pelo trabalho em prol do setor.
O projeto de lei será enviado em breve à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) para votação e, se aprovado, terá validade a partir de 1º de janeiro de 2025.
No discurso, o governador Ibaneis Rocha afirmou que a redução do tributo não vai afetar os investimentos no DF, que terá de R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões de investimentos para o próximo ano. “O compromisso no momento que a gente tivesse com as contas ajustadas era fazer essa redução. Ela tem um impacto muito grande, principalmente na vida das pessoas que compram seus imóveis, seja o primeiro imóvel, seja o primeiro imóvel novo. Porque quando você fala de redução de 3% para 2% você está falando de uma redução de quase 50% desse valor do ITBI. Isso faz uma diferença muito grande na vida das pessoas, porque os imóveis no Brasil são muito caros. E a gente, por outro lado, com essa redução para 1% do imóvel novo, aquele primeiro imóvel, aquela primeira escritura, a gente incentiva também a construção civil, porque os empresários vão investir mais. Então nós vamos ter um retorno disso aí na parte do ICMS, porque nós vamos vender mais ferro, cimento, tijolo, e vamos gerar mais emprego nas cidades, porque a cidade precisa de geração de emprego. A construção civil é muito importante para o Distrito Federal”, disse Ibaneis Rocha.
A redução na alíquota do ITBI faz parte do trabalho do GDF para fortalecer setores importantes da economia e colaborar com a geração de emprego e renda.
“Nós vamos ter uma redução na arrecadação em torno de R$ 500 milhões, mas que está perfeitamente acomodada dentro do nosso orçamento. Isso mostra que nós estamos trabalhando no caminho certo, com organização, sem deixar de fazer os investimentos necessários, mas também pensando no lado da geração de emprego na nossa cidade”, acrescentou Ibaneis Rocha.
Em 2015, o ITBI subiu de 2% para 3%. Em 2022, o Governo do Distrito Federal (GDF) reduziu temporariamente para 1% pelo período de três meses como parte do programa Pró-Economia II, criado para recuperar e fortalecer a economia da capital, afetada pela pandemia de covid-19. Agora, a redução virá por meio de lei, conforme explica o secretário de Economia, Ney Ferraz.
“A determinação do governador Ibaneis Rocha é trabalharmos sempre na construção de um ambiente favorável para o desenvolvimento econômico da nossa cidade. E a redução do ITBI converge nesse sentido, pois estimula as transações imobiliárias, novas construções, gera emprego e renda. Além disso, estamos estimulando também a arrecadação do ICMS, com a venda de material de construção, por exemplo. Ou seja, a redução é na verdade um estímulo para o crescimento da nossa economia. O melhor é que não se trata de uma medida temporária. A proposta do governo é manter as alíquotas de 2% para transações de imóveis usados e 1%, no caso de novos imóveis”, detalhou Ney Ferraz.
A medida foi bem recebida por diferentes setores. Para o presidente do Sinduscon-DF, Adalberto Valadão Júnior, a medida mostra uma visão inteligente do governo.
“Cabe a gente ser bastante grato e reconhecer esse esforço que o governador fez. São basicamente três motivos importantes pelo qual isso nos orgulha e nos agrada muito. Primeiro, é uma demonstração de sensibilidade com os pleitos do setor. Segundo, é a correção de um erro histórico, que como eu falei, aconteceu há cerca de 10 anos, quando numa sanha arrecadatória, o governo anterior aumentou o ITBI, prejudicando não só o setor produtivo, mas também boa parte da população. E terceiro, demonstra uma ideologia pouco presente hoje entre os políticos, mas que deveria estar mais presente e que é muito importante, que é compreender que carregar, que colocar peso sobre o empresário, sobre a população, isso só atrasa a vida de todo mundo”, avalia.
Em visão semelhante, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), José Aparecido da Costa Freire, comemorou o anúncio. “Há tempos destacamos a necessidade de reduzir a carga tributária como uma medida essencial para impulsionar o investimento, a expansão e a inovação nos negócios. Essa iniciativa do GDF promove benefícios amplos, como a facilitação da regularização de imóveis, a redução de custos operacionais e o estímulo à formalização”, avalia.
Atualizado em 22/11/2024 – 23:37.
Mudança de vida
Ex-moradores de rua do DF ganham oportunidades de emprego na Sejus
O pedreiro Francisco Tavares, 40 anos, pai de três filhos, viveu quase três anos nas ruas, desde que perdeu o seu último emprego. No entanto, há três meses sua vida se transformou. Ele recebeu a abordagem do governo e dias depois foi nomeado para uma oportunidade de trabalho na Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF). “Já tinha perdido as esperanças e, de repente, as portas do mercado de trabalho voltaram a se abrir para mim. Estou trabalhando com pintura, reforma, o que eu já sei fazer, mas me aprimorando. Essa oportunidade me trouxe condições de sustentar minha família e de sonhar com um futuro melhor”, celebrou.
Francisco é mais um dos beneficiados pelas políticas públicas do Governo do Distrito Federal (GDF) voltadas para à inclusão social de pessoas em situação de rua. Por meio do Decreto 46.250/2024, o Executivo oficializou a criação de 15 cargos dentro da estrutura do GDF destinados exclusivamente para atendimento deste público. A medida estabelece que os postos de trabalho sejam oferecidos nas estruturas administrativas da Sejus e das outras pastas que trabalham com temas relacionados a direitos humanos, qualificação profissional e assistência social.
A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, define a iniciativa como uma política de inclusão social inovadora. “A contratação de pessoas que já estiveram em situação de rua é uma forma de dignidade, ao oferecer trabalho e possibilidades reais de reintegração à sociedade. Este projeto piloto quebra barreiras e cria pontes para quem mais precisa, pois pessoas em situação de vulnerabilidade terão a chance de recomeçar e contribuir ativamente para o desenvolvimento do Distrito Federal”, afirma.
Mudança de vida
Gilvandro Soares, de 55 anos, foi mais um dos selecionados para fazer parte dessa iniciativa na Sejus. Ele relatou as dificuldades que passou neste período em que viveu nas ruas e como esta oportunidade deve mudar sua vida. “Foi um período difícil e sem privacidade. Esse emprego tem um impacto muito grande na minha vida. Agora tenho renda para adquirir o que eu quero e, mais importante, tenho muitos planos. A gente sonha quando não pode, tendo um salário fixo é outra coisa”.
Os selecionados para trabalhar na Sejus estão lotados no departamento de manutenção e participam das obras de revitalização de equipamentos públicos entregues pela pasta. Tanto Francisco quanto Gilvandro participaram da recente revitalização da sede da Associação Nova Cidadania, uma entidade sem fins lucrativos, que oferece atividades culturais e desportivas para pessoas idosas de Santa Maria.
A reserva de vagas de emprego para pessoas em situação de rua se soma às demais propostas do governo previstas no Plano de Ação para a Efetivação da Política Distrital para a População em Situação de Rua. Criado em 25 de maio, o documento está dividido em sete eixos, entre os quais está o Eixo de Trabalho e Renda. Nele, o GDF reconhece a importância do trabalho e da geração de renda como meio de inclusão social e dignidade, e oferece estratégias para a consolidação desse objetivo.
Atualizado em 22/11/2024 – 23:45.
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