Revista Neurology
Novo estudo aponta os principais fatores de risco associados ao AVC grave
A hipertensão arterial, o tabagismo e a fibrilação atrial estão entre os principais fatores relacionados aos casos mais graves de Acidente Vascular Cerebral (AVC), de acordo com um estudo recente. A pesquisa ressalta a relevância de ações preventivas para diminuir o impacto dessas condições na saúde pública. Publicado na revista Neurology, o trabalho aponta que certas condições e hábitos têm uma ligação mais direta com a gravidade do AVC.
A pesquisa, que analisou dados do estudo INTERSTROKE com mais de 13.000 pacientes de 32 países, revelou uma forte associação entre hipertensão, tabagismo e fibrilação atrial aos casos mais graves de AVC. Com base na escala de incapacidade funcional, os casos foram classificados como graves ou leves-moderados, destacando a importância de se focar na prevenção desses fatores de risco.
“O AVC é a terceira maior causa de mortes no mundo, e ocorre devido ao bloqueio ou rompimento de vasos sanguíneos cerebrais. O AVC isquêmico, que representa a maior parte dos casos, ocorre quando um vaso sanguíneo no cérebro é obstruído, geralmente por um coágulo. Já o AVC hemorrágico acontece quando um vaso sanguíneo se rompe, provocando sangramentos no cérebro”, explica o Dr. Victor Hugo Espíndola, neurocirurgião. A pesquisa reforça que, para reduzir os riscos, é fundamental adotar mudanças no estilo de vida.
“Manter uma dieta balanceada, reduzir o consumo de sal, praticar atividade física regularmente e gerenciar o estresse são medidas cruciais para controlar fatores como a pressão arterial elevada”, destaca Espíndola. Além disso, o reconhecimento precoce dos sinais de AVC e a busca por atendimento imediato são essenciais para a eficácia do tratamento. “Dificuldade na fala, fraqueza em um dos lados do corpo e confusão mental são sinais de alerta que exigem intervenção urgente. O tempo é um fator crítico para o sucesso do tratamento”, alerta o neurocirurgião. O estudo reforça a necessidade de uma abordagem preventiva e proativa para minimizar os fatores de risco, ajudando tanto na prevenção quanto na redução da gravidade do AVC.
Estoque crítico
A negativo: FHB oferece senhas preferenciais para doadores de sangue
A Fundação Hemocentro de Brasília (FHB) está distribuindo senhas preferenciais para doadores de sangue A negativo até 11 de dezembro. A medida prioriza o atendimento a esse grupo em um momento crítico, em que os estoques operam com apenas 66% do nível considerado ideal.
“A senha preferencial é uma estratégia que utilizamos quando os estoques de determinada tipagem atingem níveis críticos, como é o caso, agora, do A negativo. Precisamos restabelecê-lo a níveis considerados seguros, a fim de manter o atendimento regular aos hospitais”, explica a gerente de Captação de Doadores do Hemocentro de Brasília, Kelly Barbi.
A queda no volume de doações foi intensificada pelos diversos feriados do mês de novembro. “Com a proximidade das festas de fim de ano e das férias escolares, convidamos a população a doar sangue, realizar esse gesto solidário e altruísta para com os pacientes do DF que necessitam de transfusões para manter ou recuperar a saúde. Há um aumento histórico de transfusões nesse período, motivo pelo qual fazemos esse apelo junto à população”, completa Kelly.
O Hemocentro de Brasília é responsável por abastecer toda a rede de saúde pública do Distrito Federal, além de instituições conveniadas, como o Hospital da Criança, o Instituto de Cardiologia do DF e o Hospital das Forças Armadas.
Como funciona a senha preferencial
A senha preferencial para doadores A negativo será concedida mediante comprovação do grupo sanguíneo, seja com o cadastro no Hemocentro ou por meio de um exame de tipagem sanguínea. A medida otimiza o atendimento e prioriza as necessidades emergenciais, garantindo que o Hemocentro possa atender à alta demanda desses pacientes.
Para doar sangue, é preciso ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 51 kg e estar saudável. Quem passou por cirurgia, exame endoscópico ou adoeceu recentemente deve consultar o site do Hemocentro para saber se está apto a doar sangue.
Quem teve gripe deve aguardar 15 dias após o desaparecimento dos sintomas para poder doar sangue. Quem teve covid-19 deve aguardar 10 dias após o fim dos sintomas, desde que sem sequelas. Se assintomático, o prazo é contado da data de coleta do exame. Pacientes diagnosticados com dengue clássica devem aguardar 30 dias para se candidatar à doação de sangue. Para a dengue hemorrágica, o prazo é de seis meses.
#VacinaDF
DF alcança o maior índice de cobertura vacinal dos últimos três anos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que as vacinas salvam mais de três milhões de vidas por ano. Os dados ajudam a dar a real dimensão da importância da adoção da vacinação como uma política pública essencial para a saúde coletiva. No Distrito Federal, essa realidade não é diferente. Não à toa, a capital do país tem se superado, ano após ano, nos índices de cobertura vacinal.
Segundo dados parciais da Secretaria de Saúde, o DF atingiu, de janeiro a agosto de 2024, o maior índice de cobertura vacinal dos últimos três anos, considerando os imunizantes previstos no Calendário Nacional de Vacinação e superando significativamente os percentuais alcançados em 2023 e 2022.
Entre os destaques, está a cobertura vacinal contra doenças como meningite e meningococcemia, causada pelo meningococo C. Na capital, a vacina Meningo C alcançou 100% de cobertura do público-alvo entre os oito primeiros meses deste ano, ultrapassando as metas esperadas e os resultados de 2023 (86%) e 2022 (81,5%).
DF acima da média
Outro imunizante que também registrou aumento na procura foi a vacina contra o rotavírus, que protege contra uma das principais causas de diarreia grave em crianças. Até agosto, a cobertura local era de 89,6%. Nos 12 meses de 2022 e 2023, os índices foram de 80,1% e 86,1%, respectivamente.
Em ambos os casos, o DF ficou acima da média nacional. O mesmo vale para a vacinação contra a tuberculose por meio da BCG, aplicada em recém-nascidos ainda nas primeiras horas de vida. Há quatro anos, o Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da portaria nº 581, estabeleceu a administração do imunizante em todas as maternidades públicas e instituições de saúde vinculadas ao IgesDF.
Foi justamente a procura pela vacina BCG no Sistema Único de Saúde (SUS) que levou Deivid Romulo da Silva, 38, a levar a pequena Sara Gabriela, de apenas três dias de vida, à Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Cruzeiro. “É muito importante estar com as vacinas em dia para proteger ela”, afirmou. “É muito bom poder ter um serviço tão importante e gratuito ao lado de casa”.
Quem também procurou a unidade de saúde para manter a Caderneta de Vacinação atualizada foi o aposentado Luís Alberto Santana, 65. O morador do Cruzeiro exibia orgulhoso o documento. “Agora estou imortal”, brincou. “Sempre que posso, estou aqui no posto tomando a vacina para me blindar de doenças futuras que acometem a gente. Prevenir é o melhor remédio”.
Estratégias de saúde
O aumento expressivo da cobertura vacinal local é resultado de diversas estratégias implementadas pelo GDF, como a ampliação do horário de funcionamento das unidades básicas de saúde (UBSs), a oferta de imunizantes em escolas e ações itinerantes com carros da vacina em localidades de difícil acesso. Ações extramuros aos finais de semana, em locais de grande circulação, também contribuíram para a melhoria das coberturas vacinais.
“Os indicadores refletem exatamente o que está acontecendo: a população vem buscando mais a vacina, e a estratégia adotada pelo Governo do Distrito Federal, de ir até onde a população está, tem tido sucesso”, detalhou a gerente de Rede de Frio da SES-DF, Tereza Luíza Pereira. “Estamos indo às escolas, supermercados, parques, feiras, promovendo a facilidade desse acesso às vacinas, o que resulta nesse impacto positivo na recuperação das nossas coberturas vacinais.”
A Rede de Frio do DF é responsável pelo recebimento e armazenamento de todas as vacinas distribuídas pelo Ministério da Saúde, além da normatização da aplicação, regulação, fiscalização e controle de qualidade das doses.
A servidora ressaltou que a imunização é uma das intervenções de saúde mais efetivas para o controle, eliminação e erradicação de diversas doenças, colaborando para a redução da morbimortalidade, principalmente entre as crianças. “Temos que lembrar que a vacina é para todos os ciclos de vida”, apontou. “Ela é crucial para prevenir contra doenças, reduzir o risco de adoecimento, hospitalização e principalmente de óbitos”.
Vacine-se
O Calendário Nacional de Vacinação contempla desde a população recém-nascida até os mais idosos. A cartela de vacinas disponíveis no SUS traz imunizantes como BCG, Hepatite B, Penta, VIP, Pneumo 10, VRH, Meningo C, Covid-19, Febre Amarela, Tríplice Viral, DTP, Hepatite A, Varicela, Pneumo 23, HPV4, MenACWY e dTpa – todos disponibilizados gratuitamente durante o ano inteiro nas UBSs do Distrito Federal.
Para se vacinar, é preciso comparecer à UBS mais próxima portando documento de identificação válido e atualizado. Crianças devem estar acompanhadas pelos pais ou responsáveis.
A ausência da Caderneta de Vacinação não é um impeditivo para vacinar. Quem perdeu o documento deve procurar a sala onde recebeu as vacinas e tentar resgatar o histórico de vacinação. Caso não seja possível, será imunizado de acordo com as vacinas preconizadas para cada faixa etária e será feito novo cartão.
Os locais de vacinação, assim como os imunizantes disponíveis em cada equipamento público de saúde, podem ser consultados no site da Secretaria de Saúde.
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