Cidades
Metrô recebe ação com fumacês contra o transmissor da dengue, zika e chikungunya
Com o objetivo de combater o mosquito transmissor da dengue, do zika vírus e da febre chikungunya, a Secretaria de Saúde aplicou fumacê nas proximidades de todas as estações de metrô de Brasília neste domingo (10). Um veículo adaptado com rodas de trem ajudou a despejar o inseticida nos locais de mais difícil acesso dos 42,5 quilômetros de linhas. Simultaneamente, duas equipes, munidas com fumacês em mochilas, reforçaram a ação ao percorrer as estações do Plano Piloto — da Central à 114 Sul. Um terceiro grupo circulou de Taguatinga Sul a Samambaia com caminhonetes acopladas com o dispositivo para espalhar o veneno.
Segundo explica o chefe do departamento de operação da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF), Victor Mafra, a Vigilância Ambiental fez um estudo em toda a extensão do metrô, durante a semana passada, para planejar qual seria a melhor forma de eliminar focos de mosquito nas estações e no entorno delas. “O fumacê foi escolhido porque não só atinge lugares como os trilhos dos trens, como também se espalha por cerca de 35 metros, a depender das condições climáticas, alcançando zonas próximas”, detalha.
Para que a operação fosse executada, as plataformas do metrô foram fechadas três horas mais cedo que um domingo normal: às 16 horas. O início da circulação dos trens, às 7 horas, foi mantido. A medida foi necessária porque o veneno é mais eficaz quando aplicado no início da manhã ou das 17 às 21 horas, período em que o mosquito sai em busca de alimento. O dia foi escolhido por ser o de menor fluxo de passageiros. Nesta segunda-feira (11), o metrô funcionará normalmente.
Para reforçar o trabalho contra o Aedes aegypti, servidores e trabalhadores terceirizados do Metrô-DF participaram de palestra sobre o assunto no mês passado, ministrada pela Vigilância Ambiental no Complexo Administrativo e Operacional da empresa. “O evento serviu para conscientizar os funcionários e capacitá-los para identificar focos de dengue”, complementa Mafra.
Durante a semana, cerca de 170 mil pessoas utilizam o metrô. Nos fins de semana, o número fica em torno de 40 mil.
Ações na semana
Diversas ações de combate ao mosquito estão previstas para esta semana. Na segunda-feira (11), começa o primeiro Levantamento Rápido do Índice de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) do ano. O estudo é realizado nacionalmente pelo Ministério da Saúde e tem o objetivo de mapear as áreas com mais focos de larvas em cada município. No Distrito Federal, foi selecionada uma amostragem de aproximadamente 25 mil casas, nas diferentes regiões administrativas, que serão vistoriadas até sexta-feira (15). São quatro LIRAas por ano.
Uma força-tarefa, integrada por 100 militares do Exército Brasileiro, 100 do Corpo de Bombeiros e 400 agentes da Vigilância Ambiental, se encarregará de fazer o levantamento. Os focos de larvas descobertos serão tratados ainda na semana. A equipe também fará inspeção de residências, conscientização de moradores e limpeza de ruas em Planaltina. A região administrativa receberá, ainda, fumacês.
Brazlândia
Na última semana, os trabalhos da força-tarefa do governo concentraram-se em Brazlândia, com a participação de 120 militares do Exército, 90 bombeiros, 134 agentes da Secretaria de Saúde e 12 servidores do Serviço de Limpeza Urbana (SLU). No Riacho Fundo II, estudantes e professores do Centro Educacional Agrourbano Ipê, no Caub I, promoveram uma série de atividades culturais com o objetivo de sensibilizar a comunidade.
As unidades básicas de atendimento à dengue também têm cumprido papel fundamental nas ações. De 11 de fevereiro a 6 de abril, 7.634 pessoas foram atendidas na tenda montada no estacionamento do Hospital Regional de Brazlândia. Em São Sebastião, de 19 de março até 6 de abril, 6.594 pacientes recorreram à unidade em frente à unidade de pronto-atendimento (UPA) da região, na Quadra 102. As tendas funcionam das 8 às 18 horas, todos os dias.
Casos no DF
O Distrito Federal registrou 8.856 casos confirmados de dengue em 2016, segundo o Informativo Epidemiológico nº 14 da Secretaria de Saúde, divulgado em 6 de abril. Brazlândia apresentou o maior número de pessoas com a doença, com 1,5 mil incidências de janeiro até a semana epidemiológica nº 13 (de 27 de março a 2 de abril). Ceilândia está no segundo lugar, com 1.014, seguida por São Sebastião, com 778.
Até o momento, a Secretaria de Saúde identificou 37 casos febre chikungunya e 40 de zika em moradores do DF no ano e, pelo informativo, 20 gestantes foram diagnosticadas com o zika vírus. Delas, 11 são mulheres de Brasília, oito de Goiás e uma de Mato Grosso.