Até quando?
Mais da metade das jovens brasileiras têm medo de assédio

Mais da metade (53%) das brasileiras com idade entre 14 e 21 anos convivem diariamente com o medo de ser assediadas. A informação faz parte de um estudo divulgado pela organização internacional de combate à pobreza ActionAid. De acordo com a entidade, na comparação com o Quênia, a Índia e o Reino Unido, países que também foram pesquisados, as adolescentes brasileiras são as que mais se sentem ameaçadas – no Quênia são 24%, na Índia, 16%, e no Reino Unido, 14%.
Conforme o estudo, o medo diário do assédio afeta 41% das adolescentes entre 14 e 16 anos. O percentual sobe para 56% na faixa que vai dos 17 aos 19 anos e alcança 61% entre 20 e 21 anos. Para a ActionAid, esses dados sugerem que a consciência sobre os riscos aos quais as mulheres ficam expostas aumenta com o passar do tempo.
“O Brasil com 53%, se comparado com o segundo lugar, o Quênia, com 24%, é um destaque muito grande que a pesquisa aponta. Não é só o medo, mas também como o medo está referendado por uma prática comum”, disse a gestora de Engajamento Público da ActionAid, Glauce Arzua.
A pesquisa ouviu 2.560 jovens homens e mulheres dos quatro países com idade entre 14 e 21 anos, com o objetivo de descobrir quando e onde começa a exposição ao ódio contra as mulheres, chamado de misoginia, e como as experiências generalizadas de assédio sexual ocorrem durante a adolescência.
No Brasil, as pesquisas foram feitas com 500 jovens, sendo 250 mulheres e 250 homens, em dezembro do ano passado. Os jovens ouvidos, de todos os níveis de escolaridade, eram de todas as regiões do país.
Formas
O estudo revelou que, no grupo das brasileiras, 78% tinham sido assediadas nos últimos seis meses. O assédio verbal veio em maior quantidade (41%), seguido por assovios (39%), comentários negativos sobre a aparência da pessoa em público (22%) e nas redes sociais (15%), pedidos de envio de mensagens de texto com teor sexual (15%), piadas feitas em público com teor sexual que as envolviam (12%), piadas por meio de redes sociais com teor sexual que as envolviam (8%), beijos forçados (8%), apalpadas (5%), fotos tiradas por baixo da saia (4%) e fotos íntimas vazadas nas redes sociais (2%).
Para 76% das mulheres, é confortável a ideia de contar a alguém o que ocorreu. Entre as meninas de 14 a 16 anos, 77% afirmaram que relataram o caso. “Não se pode deixar passar uma atitude como essa, e o mais bacana ainda é o fato de querer falar sobre isso”, afirmou Glauce.
Ela chamou a atenção para o fato de que frequentemente busca-se o caminho punitivo para enfrentar o problema, mas ressalta que esta não é a única maneira. “É importante, mas nem tudo passa somente pela penalização, passa muitíssimo pela educação e pelo acolhimento dessa denúncia”, disse.
Misoginia
O estudo da ActionAid no Brasil indica que as ações que significam desprezo ou desrespeito pelas mulheres não são uma exclusividade do país. Três quartos dos jovens dos demais países incluídos na pesquisa revelaram casos de exposição a atitudes negativas ou ofensivas em relação a meninas jovens nos últimos seis meses. No mesmo período, 65% das mulheres ouvidas enfrentaram alguma forma de assédio sexual.
Pessoas da família (39%) e amigos (34%) dos jovens entrevistados estão entre os principais praticantes dessas ações para os brasileiros que afirmaram ter testemunhado algum tipo de atitude depreciativa contra meninas nos últimos seis meses.
“Pelo fato de acontecer na família e também com amigos, além de personalidades e autoridades, a gente vê que são círculos de influência muito diretos. São dados que chamaram muito a atenção do ponto de vista negativo”, afirmou a gestora de Engajamento Público da ActionAid.
Pontos positivos
Apesar dos aspectos negativos, o estudo indicou fatos positivos após entrevistar jovens nos quatro países. Um dos aspectos positivos é que a conscientização sobre o assunto parece estar em crescimento nesta geração.
No Brasil, diante da pergunta sobre o nível de tolerância a determinadas agressões, 88% dos meninos e meninas consideraram inaceitáveis comentários negativos sobre a aparência das jovens. O percentual atingiu 85% para intolerância a piadas sexuais envolvendo garotas. Nesse quesito, o Brasil teve os melhores resultados entre os quatro países. “Em todos eles, ambos os sexos responderam que são inaceitáveis. Este é um dado positivo na percepção de que não é uma prática correta”, observou Glauce.
Educação
Outra fato positivo foi os jovens (80%) acreditarem que a educação é a maneira de resposta para combater o assédio a meninas e mulheres. No Brasil, 59% apontaram a necessidade de ensinar os meninos na escola como tratar as meninas. Ainda para as salas de aula, 54% disseram que a educação de meninas é medida importante para denunciar casos de assédio. Para 41% dos entrevistados, é preciso conscientizar os professores para que levem as denúncias a sério, como também é necessária a educação dos pais.
“É um dado interessantíssimo porque também se relaciona com a percepção de que, na família, também aparecem os comentários misóginos e haveria uma possibilidade interessante de que a escola seria o espaço de reflexão e de acolhimento desses problemas e, principalmente, dos principais influenciadores desses jovens que são os pais”, disse Glauce Arzua.

Inscrições gratuitas
Demà Jovem oferece mais de 400 vagas para aprendizes em diversos estados

Demà Jovem oferece 469 vagas para jovens aprendizes em diversos estados do Brasil, entre eles, São Paulo (37), Minas Gerais (51), Rio de Janeiro (46), Distrito Federal (19), Goiás (142), Tocantins (49), Rio Grande do Sul (44), Santa Catarina (29), Mato Grosso (13), Mato Grosso do Sul (9), Paraná (7), Maranhão (6), Bahia (5), Paraíba (4), Piauí (4), Alagoas (2), Pernambuco (1), Rio Grande do Norte (1). As oportunidades estão disponíveis para diversos setores da economia, com salários que podem chegar a R$ 1.518,00. A carga horária varia entre 4 e 6 horas diárias, conforme a função. As vagas podem ser preenchidas por jovens com idade entre 14 e 24 anos incompletos e que estejam estudando ou tenham terminado os estudos.
Os interessados podem acessar as vagas no site, onde vão preencher o cadastro e conferir os critérios para cada oportunidade. Juan Moreno, CEO da Demà, explica que o programa promove inclusão produtiva, formação profissional e acesso ao mercado de trabalho para jovens em situação de vulnerabilidade.
“Temos cerca de 30 mil jovens aprendizes ativos em todo o país. O programa Demà Jovem abre um caminho de possibilidades para formação qualificada, geração de renda e impacto socioeconômico, não apenas para os jovens, mas também para suas famílias”, afirma.
As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas até 25 de abril pelo site. Para participar é necessário atender aos seguintes pré-requisitos:
Idade: 14 a 24 anos incompletos (para PCDs, não há limite de idade).
Escolaridade: Estar matriculado e frequentando a escola regular ou já ter concluído o ensino médio.
Documentação obrigatória
- Carteira de trabalho
- CPF e RG
- Maiores de 18 anos: título de eleitor e, para homens, certificado de reservista
- PIS (caso já tenha trabalhado com carteira assinada)
Vantagens de ser um Aprendiz
- Salário e carteira assinada
- Férias, 13° salário e FGTS
- Cursos profissionalizantes
- Carga horária de 4h ou 6h diárias
#VacinaBrasil
Especialista reforça importância da imunização contra o sarampo

Após o Brasil recuperar, em novembro de 2024, o status de “país livre do sarampo” pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a confirmação de quatro casos da doença no primeiro trimestre de 2025 reacende a preocupação e reforça a importância da vacinação e de medidas preventivas. Três casos foram registrados em municípios do Rio de Janeiro e um caso foi importado no Distrito Federal, envolvendo uma mulher de 35 anos que viajou por diversos países.
A docente Profª Janize Silva Maia, da Escola da Saúde do Centro Universitário Facens, esclarece que é natural a preocupação sobre o assunto. “Embora considerados casos isolados, o Ministério da Saúde está adotando medidas para afastar a possibilidade de novos surtos. Isso porque, a infecção compromete o sistema imunológico e pode levar a complicações graves, especialmente em crianças menores de cinco anos, gestantes e pessoas com imunidade debilitada. Dentre as complicações mais severas estão pneumonia, encefalite e a panencefalite esclerosante subaguda, em casos raros”.
O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa que se caracteriza inicialmente por febre alta (acima de 38,5 °C), tosse seca, coriza e conjuntivite, sintomas que podem ser confundidos com um quadro gripal ou alérgico. “Dias depois, surgem erupções vermelhas não pruriginosas, principalmente no rosto e atrás das orelhas, que se espalham para o restante do corpo. Outras manifestações podem incluir dor de garganta, manchas brancas na cavidade bucal, dores musculares, fadiga e irritação nos olhos”, explica.
Para a profissional, dentre as medidas para manter o Brasil livre do sarampo, a fundamental é a vacinação. “A imunização em massa não só reduz a disseminação do vírus, mas também promove proteção às populações vulneráveis, evitando surtos da doença. Campanhas têm sido reforçadas em diversas regiões do país para garantir altas taxas de cobertura vacinal e impedir a reintrodução do vírus”, comenta.
Quem pode se vacinar?
O imunizante que previne o sarampo é a vacina tríplice viral, responsável também pela prevenção da caxumba e rubéola. Devem buscar uma unidade de saúde:
Qualquer pessoa entre 1 e 29 anos deve receber duas doses, sendo a primeira com a tríplice viral aos 12 meses e a segunda aos 15 meses com a tetraviral ou tríplice viral + varicela.
Pessoas entre 30 e 59 anos devem receber uma dose da tríplice viral, se não imunizadas anteriormente, e trabalhadores da saúde devem receber duas doses, independentemente da idade, com intervalo de 30 dias entre as doses.
É importante ressaltar que essa vacina é contraindicada para gestantes, que deverão tomá-la somente após o nascimento do seu bebê.
“Pessoas que não sabem se foram imunizadas ou com quaisquer dúvidas devem procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para receberem informações sobre a sua situação e, eventualmente, tomarem a vacina. Manter a vacinação em dia é essencial para prevenir o sarampo e proteger a nossa saúde e a da nossa coletividade”, reforça a especialista.
Além disso, o trabalho de uma vigilância epidemiológica ativa, onde as equipes de saúde promovem o monitoramento dos casos suspeitos para a realização de bloqueios vacinais imediatos é essencial, assim como o controle sanitário em aeroportos e fronteiras, onde os viajantes precisam apresentar o comprovante de vacinação para entrada no país, além de receberem orientações caso apresentem sintomas da doença. “Ainda, é fundamental a relação de cooperação do Ministério da Saúde com os parceiros internacionais, como a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), monitorando a evolução da doença globalmente, para adaptação das estratégias brasileiras, conforme a necessidade”, conclui Janize.
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