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Era uma Vez Brasília

Longa de Ceilândia concorre a melhor filme do 50º Festival de Brasília

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Gabriela Moll

Uma nave aterrissa na capital federal. A bordo, um agente intergaláctico que recebeu uma missão peculiar em 1959. Ele devia descer à Terra e matar o presidente Juscelino Kubitschek no dia da inauguração de Brasília.

Perdido no espaço por anos, o protagonista dessa história acaba caindo em Ceilândia, em 2016. Desnorteado, agora ele se encarrega da tarefa de “acabar com os monstros que tomaram o poder no Brasil”, como define o diretor Adirley Queirós, a mente por trás dessa ideia.

Aos 47 anos — 40 vividos em Ceilândia —, o cineasta levará um retrato do momento político brasileiro à telona do Cine Brasília (106/107 Sul) durante o 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Representante do DF na mostra competitiva, Era uma Vez Brasília trabalha a perspectiva política do País desde 2015.

Em cenários noturnos, com imagens documentadas durante as manifestações populares de 2016, o diretor apresenta uma construção que não segue uma narrativa temporal, mas que tem a realidade atual como base. “O Brasil pós-golpe vive um processo nebuloso, uma atmosfera apocalíptica. É isso que queremos materializar”, defende o goiano radicado no DF desde 1975.

De acordo com ele, o cenário sombrio onde atua o elenco é uma forma de expressar a ideia de que o sol nunca mais nasceu no País. “Temos clareza sobre o movimento que ocorre no Brasil, em que os direitos das classes populares e da periferia são ceifados”, argumenta.

A característica política da obra, no entanto, não tem pretensão de ser militante nem representa movimentos organizados ou de esquerda, como explica o diretor. “O que queremos é contar a história do contexto no qual estamos inseridos.”

As gravações, que começaram em 2015, e a produção, contaram com recursos de R$ 350 mil do Fundo de Apoio à Cultura.

A linha de documentário fabular defendida por Queirós é um modelo de construção da realidade por meio de personagens ficcionais.

Eles são interpretados por atores de Ceilândia – Wellington Abreu, Andreia Vieira, Marquim do Tropa e Franklin Ferreira. “Propus a eles que criassem uma história para os personagens de forma livre”, destaca o diretor sobre o processo de criação.

Será a terceira vez que Adirley Queirós disputa o Troféu Candango no Festival de Brasília. Em 2005, ele levou os prêmios principais dos júris oficial e popular com o curta Rap, o canto da Ceilândia.

Em 2014, ele venceu na categoria principal do 47º Festival de Brasília com Branco Sai, Preto Fica (2014), seu segundo longa-metragem.

Veterano na competição, o cineasta considera a mostra local a mais importante do País. “O Festival de Brasília se distingue dos outros porque abre uma janela política, tem potência de agregar conhecimento e de se transformar em um espaço de reflexão.”

Longa e curta-metragem do DF serão exibidos no mesmo dia

A estreia mundial de Era uma vez Brasília ocorreu no Festival Internacional de Cinema de Locarno, na Suíça, onde recebeu menção especial do júri. No Brasil, a primeira exibição será em 22 de setembro, às 21 horas, durante o Festival de Brasília.

Antes, será exibido outro representante do DF na telona pela competitiva, na categoria curta-metragem. Carneiro de Ouro, de Dácia Ibiapina, a quem o diretor se refere como uma das melhores documentaristas do país.

O filme, que também concorre na Mostra Brasília, é um retrato sobre a obra do piauiense Dedé Rodrigues, realizador de audiovisual que produz com poucos recursos e atrai multidões de espectadores em Picos, no sertão do Piauí.

Professora e pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB), Dácia orientou o trabalho de conclusão de curso de Adirley, em 2005. Atualmente, a parceria dos cineastas ocorre por meio da participação de ambos no núcleo criativo do coletivo Ceicine, responsável pela produção executiva da obra.

Obras de Adirley Queirós projetam Ceilândia para fora do DF

Ceilândia é o palco de grande parte da produção cinematográfica de Queirós — composta por oito curtas, um média e três longas-metragens, além de séries para TV.

Em A cidade é uma só (2012), ele apresenta a dimensão histórica da região conhecida como Campanha de Erradicação de Invasões (CEI) na década de 1970. A reflexão é sobre o processo de exclusão territorial e social que ocorreu nos arredores de Brasília.

Já no aclamado Branco Sai, Preto Fica (2014) o diretor conta a história do Quarentão, antigo centro de atividades onde ocorriam bailes black na região administrativa, o qual ele define como “espaço catalizador da cultura local”.

Além de ter levado o Troféu Candango em Brasília, o filme foi premiado em Mar del Plata (Argentina), Ficunam (México) e Viennale (Áustria).

Atualmente, o cineasta trabalha no longa Mato Seco em Chamas, em fase de pré-produção. A ficção, que será produzida com recursos da Agência Nacional do Cinema (Ancine), conta a história de cinco mulheres de Ceilândia que descobrem petróleo no solo da região. “É uma alucinação”, resume o idealizador.

Festival terá programação descentralizada

As atividades do 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro ocorrem de 15 a 24 de setembro e estarão espalhadas por alguns pontos do Distrito Federal.

O evento tomará não só o Cine Brasília (106/107 Sul), palco tradicional das mostras, mas passará por outras 11 regiões administrativas.

Os nove longas-metragens e 12 curtas concorrentes ao Troféu Candango e a R$ 340 mil em cachês de seleção serão exibidos gratuitamente no:

  • Teatro da Praça (Setor Central de Taguatinga)
  • Espaço Semente (Setor Central do Gama)
  • Teatro de Sobradinho
  • Riacho Fundo I (em frente à administração regional).

Moradores dessas localidades também poderão aproveitar o Festivalzinho, voltado ao público infantil.

A programação completa inclui também:

  • Mostras paralelas
  • Sessões especiais
  • 3º Festival de Filmes Curta-Metragem das Escolas Públicas de Brasília
  • FestUniBrasília — 1º Festival Universitário de Cinema de Brasília, com curtas dirigidos por graduandos de cinema e audiovisual
  • Painéis, aulas com especialistas (master classes), conversas livres e oficinas

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Médicos, enfermeiros e psicólogos

Novo processo seletivo do IGESDF tem salários entre R$ 3.365,00 e R$ 15.292,32

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Processo seletivo IGESDF Técnico Enfermagem
Foto/Imagem: Davidyson Damasceno/IGESDF

O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF) abriu processo seletivo para médicos com especialidades em cirurgia vascular e intensivista pediátrico, enfermeiros e psicólogos. Com carga horária de 12 horas a 36 horas semanais, a remuneração varia entre R$ 3.365,00 e R$ 15.292,32. As inscrições podem ser realizadas até o dia 14 de janeiro pelo site oficial do Instituto.

Além do salário atrativo, os profissionais selecionados terão direito a benefícios como auxílio-transporte, abono semestral, folga de aniversário e acesso a um clube de vantagens com descontos em estabelecimentos parceiros. Para se inscrever, os interessados devem ter o diploma do curso, reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC).

Para a vaga de médico cirurgião vascular, os requisitos incluem: diploma de medicina reconhecido pelo MEC ou declaração de conclusão de curso de até seis meses; residência médica com RQE ou título de especialista em cirurgia vascular emitido pela AMB/Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular; experiência mínima de 6 meses como cirurgião vascular; e registro ativo no Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF).

É desejável, ainda, que o candidato tenha residência ou título de especialista em angiorradiologia e cirurgia endovascular; experiência em manejo de doenças arteriais obstrutivas periféricas, incluindo tratamento clínico, cirúrgico, intervencionista e amputações. Para mais informações e detalhes sobre o processo seletivo, acesse o site oficial do IgesDF e consulte o edital n.º 004/2025.

Para a vaga de enfermeiro, os requisitos incluem: diploma do curso de enfermagem, reconhecido pelo MEC ou declaração de conclusão de curso de até seis meses; experiência como enfermeiro em unidade de internação; e registro ativo no Conselho Regional de Enfermagem (Coren/DF).

É desejável, ainda, que o candidato tenha conhecimento em sistema de gestão e prontuário eletrônico, como MV ou Trackcare, entre outros. Para mais informações e detalhes sobre o processo seletivo, acesse o site oficial do IgesDF e consulte o edital n.º 005/2025.

Para a vaga de psicólogo hospitalar, os requisitos incluem: diploma do curso superior completo em psicologia reconhecido pelo MEC ou declaração de conclusão de curso de até seis meses; residência multiprofissional, mestrado ou pós-graduação na área de psicologia da saúde ou hospitalar comprovados por meio de certificado por instituição de ensino reconhecida pelo MEC; experiência mínima de seis meses como psicólogo na área hospitalar; e registro ativo no Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP-DF).

É desejável, ainda, que o candidato tenha conhecimento básico do sistema MV PEP; conhecimento na aplicação de testes de rastreio psicológico (HSDS, Mini Mental, CAM) e conhecimento em pacote Office nível básico. Para mais informações e detalhes sobre o processo seletivo, acesse o site oficial do IgesDF e consulte o edital n.º 006/2025.

Para a vaga de médico intensivista pediátrico, os requisitos incluem: diploma de medicina reconhecido pelo MEC ou declaração de conclusão de curso de até seis meses; residência médica com RQE ou título de especialista em medicina intervencionista pediátrica em UTI Pediátrica emitido pela AMIB/AMB; experiência mínima de seis meses como médico intensivista pediátrico;e registro ativo no Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF).

É desejável que o candidato tenha conhecimento em Sistema de Gestão e prontuário eletrônico, como MV ou Trackcare, entre outros. Para mais informações e detalhes sobre o processo seletivo, acesse o site oficial do IgesDF e consulte o edital n.º 006/2025.

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Meio ambiente

Drenar DF devolverá água captada para a natureza com segurança e qualidade

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Drenar DF
Foto/Imagem: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

O Drenar DF, maior programa de captação e escoamento de águas pluviais do Governo do Distrito Federal (GDF), vai mudar a forma como a água da chuva é tratada em Brasília. O projeto, que tem como objetivo solucionar os problemas de enchentes e alagamentos na região da Asa Norte, vai além da simples captação da chuva. Um dos diferenciais da iniciativa é a devolução da água coletada à natureza.

Para que o retorno ocorra de maneira sustentável, a bacia de detenção localizada na ponta no Drenar DF, próxima ao Lago Paranoá, será responsável por reter resíduos sólidos, promovendo uma barreira importante contra a poluição. Além disso, o tanque vai contribuir para a redução do assoreamento, mantendo o equilíbrio ambiental do lago.

“O Drenar DF vai beneficiar a população e o meio ambiente. O retorno da água da chuva para a natureza ajuda a promover um ciclo mais equilibrado do uso da água na capital”, explica o diretor-técnico da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), Hamilton Lourenço Filho.

A estrutura do reservatório também vai ajudar a manter a qualidade e a balneabilidade do Lago Paranoá, hoje considerada adequada em 95% de sua extensão. “O sistema vai captar todo o lixo e sujeira, que ficarão retidos na bacia para recolhimento posterior. Assim, a água que chega ao lago estará mais limpa”, detalha Lourenço Filho.

A bacia de detenção ocupa um terreno de 37 mil m² localizado no Parque Urbano Internacional da Paz, no Setor de Embaixadas Norte. Com capacidade para até 96 mil m³ de água e volume útil de 70 mil m³, o reservatório terá dissipadores na entrada e vertedores na saída. A água chegará por um túnel com diâmetro de 3,60 metros, enquanto a galeria que devolverá a água para a natureza tem 2,60 metros de diâmetro. A vazão de chegada na bacia será de 42,72 m³/s, e a de saída, 10,37 m³/s.

Fim de alagamentos

Com um investimento de R$ 180 milhões, o Drenar DF foi dividido em cinco lotes e é executado pela Terracap. A rede de tubulação começa na altura da Arena BRB (Estádio Nacional Mané Garrincha) e vai até o Lago Paranoá, seguindo em paralelo às quadras 902 (perto do Colégio Militar), 702, 302, 102, 202 e 402, cruzando a W3 Norte e o Eixo Rodoviário Norte (Eixão), além da via L2 Norte, e chegando à L4 Norte.

Concluída a primeira etapa do programa, que abrange as primeiras quadras da Asa Norte, a Terracap vai executar a segunda fase do projeto, que compreende as quadras 4 e 5 até as quadras 14 da Asa Norte. O material está em aprovação na Novacap e aguarda recursos. Um terceiro projeto está em estudo para atender as quadras de finais 15 e 16.

Além do projeto de captação de águas pluviais, o Drenar prevê a criação do Parque Urbano Internacional da Paz. Com 5 mil m² de área livre, o espaço contará com esculturas e 249 árvores e arbustos, entre espécies frutíferas e para sombreamento.

O projeto, desenvolvido pela Terracap em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh-DF), de acordo com exigências do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ainda inclui uma ciclovia de 1,1 km de extensão contornando o parque.

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