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27 de julho

Julho Verde alerta para os riscos, tratamentos e prevenção do câncer de cabeça e pescoço

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O câncer de cabeça e pescoço — quinto tumor mais comum no mundo — engloba vários tipos de neoplasias que atingem essa importante área do organismo. Para 2016, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou a ocorrência de cerca de 25 mil novos casos no Brasil, considerando os tumores de cavidade oral e glândula tireoide. Porém, o câncer de cabeça e pescoço também engloba outros tipos de tumores que incluem a orofaringe, nasofaringe, laringofaringe, entre outros mais raros, como o de glândulas salivares. Para conscientizar sobre a doença, o dia 27 de julho foi escolhido para ser o Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço.

“Esses tumores crescem de maneira silenciosa, com poucos sinais e sintomas na fase inicial”, alerta o oncologista Igor Morbeck, do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês — Unidade Brasília. Assim, há o grande risco de que o diagnóstico precoce não seja feito. “Geralmente, a progressão dos tumores de cabeça e pescoço é rápida, atingindo os linfonodos [gânglios linfáticos que atuam no sistema de defesa do corpo], o que já torna a doença localmente avançada”, explica o especialista.

Por isso, é necessário dar atenção aos sinais suspeitos. “Nódulos ou ‘caroços’ no pescoço, feridas na boca que não cicatrizam, dificuldade para engolir ou respirar, e alterações na voz como rouquidão persistente são alguns dos sintomas que merecem avaliação médica. Quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores as chances de cura”, afirma o oncologista Rodrigo Medeiros, também do Hospital Sírio-Libanês – Unidade Brasília.

A melhor prevenção é evitar os fatores de risco, sendo que os principais são o tabagismo e o consumo abusivo de bebidas alcóolicas. Há também uma doença sexualmente transmissível (DST) que predispõe a esses tipos de câncer e tem ganhado cada vez mais atenção nas campanhas educativas. “A infecção pelo papilomavírus humano (HPV), em especial o subtipo HPV-16, é observada em 60% dos tumores de orofaringe, alcançando presença em até 90% dos tumores primários das amígdalas”, destaca Medeiros.

O especialista se preocupa, principalmente devido à ampla incidência do vírus. “Milhares de homens e mulheres no mundo todo, de todas as classes sociais, homo ou heterossexuais, apresentam lesões genitais causadas pelo HPV. Ele é a DST mais frequente do planeta. Câncer de colo uterino, vagina, vulva, pênis, de canal anal e de cabeça e pescoço são os tumores relacionados ao vírus. A vacinação tem o potencial de reduzir a incidência dessas doenças. Mas, uma parcela significativa da população ainda resiste à vacina por falta de informação adequada”, avalia.

Outros fatores de risco importantes são dieta pobre em vegetais crus, infecção pelo vírus de Epstein-Barr (EBV), responsável por tumores da nasofaringe, irritação crônica da mucosa (próteses dentárias mal ajustadas, por exemplo) e má higiene oral.

Tratamento

O diagnóstico precoce é a chave para o sucesso do tratamento, pois assim é possível preservar funções como a deglutição, a capacidade do olfato e de respiração, e manter a estética dos pacientes, que pode ser afetada por procedimentos cirúrgicos. “O tratamento envolve diversas especialidades médicas e também a odontologia, fisioterapia, fonoaudiologia e enfermagem. Há etapas como cirurgia, radioterapia, quimioterapia e imunoterapia, além de diversas medidas de apoio. O sucesso depende muito desta abordagem multidisciplinar”, considera Morbeck.

O radioterapeuta Rafael Gadia, do Sírio-Libanês – Unidade Brasília, também destaca o papel dos avanços tecnológicos na área. “É importante ressaltar que a radioterapia em cabeça e pescoço é muito complexa e, por isso, a alta tecnologia é crucial para melhorar os resultados”, afirma. Ele explica que “por ser uma região com anatomia complexa e com a presença de órgãos responsáveis por funções vitais, como fonação, audição, deglutição, visão e audição, vários efeitos colaterais podem surgir. Os mais frequentes são dor para engolir, inflamação da pele, boca seca, alteração do paladar e feridas na boca”.

Com o contínuo aprimoramento das técnicas, é possível reduzir efeitos colaterais como a mucosite, inflamação na mucosa. “Com o objetivo de minimizá-la, são empregadas técnicas modernas de radioterapia, como a IMRT (radioterapia de intensidade modulada) e esquemas menos tóxicos de quimioterapia. Também é fundamental o papel do dentista especialista em oncologia, que faz aplicações diárias de laser e orienta o uso de medicamentos com ação local”, descreve o oncologista Rodrigo Medeiros.

As chances de cura, mesmo em níveis avançados, também têm aumentado. “Atualmente, mais de 50% desses indivíduos [pacientes que são diagnosticados com a doença localmente avançada] são curados em centros de referência com o tratamento multidisciplinar”, afirma Medeiros.

De modo geral, os cânceres de cabeça e pescoço atingem mais os homens que as mulheres e a incidência é maior a partir dos 40 anos, com pico entre a sexta e a sétima décadas de vida.

Previna-se!

Como prevenir o câncer de cabeça e pescoço:

  • Evitar o tabagismo;
  • Evitar o consumo abusivo de bebidas alcoólicas;
  • Vacinar-se contra o papilomavírus humano (HPV);
  • Usar preservativos;
  • Manter uma boa higiene bucal;
  • Consultar-se regularmente com um dentista. “Geralmente, o dentista é o profissional habilitado para o diagnóstico precoce”, destaca o oncologista Igor Morbeck.
  • Ter uma alimentação equilibrada.
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Médicos, enfermeiros e psicólogos

Novo processo seletivo do IGESDF tem salários entre R$ 3.365,00 e R$ 15.292,32

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Processo seletivo IGESDF Técnico Enfermagem
Foto/Imagem: Davidyson Damasceno/IGESDF

O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF) abriu processo seletivo para médicos com especialidades em cirurgia vascular e intensivista pediátrico, enfermeiros e psicólogos. Com carga horária de 12 horas a 36 horas semanais, a remuneração varia entre R$ 3.365,00 e R$ 15.292,32. As inscrições podem ser realizadas até o dia 14 de janeiro pelo site oficial do Instituto.

Além do salário atrativo, os profissionais selecionados terão direito a benefícios como auxílio-transporte, abono semestral, folga de aniversário e acesso a um clube de vantagens com descontos em estabelecimentos parceiros. Para se inscrever, os interessados devem ter o diploma do curso, reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC).

Para a vaga de médico cirurgião vascular, os requisitos incluem: diploma de medicina reconhecido pelo MEC ou declaração de conclusão de curso de até seis meses; residência médica com RQE ou título de especialista em cirurgia vascular emitido pela AMB/Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular; experiência mínima de 6 meses como cirurgião vascular; e registro ativo no Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF).

É desejável, ainda, que o candidato tenha residência ou título de especialista em angiorradiologia e cirurgia endovascular; experiência em manejo de doenças arteriais obstrutivas periféricas, incluindo tratamento clínico, cirúrgico, intervencionista e amputações. Para mais informações e detalhes sobre o processo seletivo, acesse o site oficial do IgesDF e consulte o edital n.º 004/2025.

Para a vaga de enfermeiro, os requisitos incluem: diploma do curso de enfermagem, reconhecido pelo MEC ou declaração de conclusão de curso de até seis meses; experiência como enfermeiro em unidade de internação; e registro ativo no Conselho Regional de Enfermagem (Coren/DF).

É desejável, ainda, que o candidato tenha conhecimento em sistema de gestão e prontuário eletrônico, como MV ou Trackcare, entre outros. Para mais informações e detalhes sobre o processo seletivo, acesse o site oficial do IgesDF e consulte o edital n.º 005/2025.

Para a vaga de psicólogo hospitalar, os requisitos incluem: diploma do curso superior completo em psicologia reconhecido pelo MEC ou declaração de conclusão de curso de até seis meses; residência multiprofissional, mestrado ou pós-graduação na área de psicologia da saúde ou hospitalar comprovados por meio de certificado por instituição de ensino reconhecida pelo MEC; experiência mínima de seis meses como psicólogo na área hospitalar; e registro ativo no Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP-DF).

É desejável, ainda, que o candidato tenha conhecimento básico do sistema MV PEP; conhecimento na aplicação de testes de rastreio psicológico (HSDS, Mini Mental, CAM) e conhecimento em pacote Office nível básico. Para mais informações e detalhes sobre o processo seletivo, acesse o site oficial do IgesDF e consulte o edital n.º 006/2025.

Para a vaga de médico intensivista pediátrico, os requisitos incluem: diploma de medicina reconhecido pelo MEC ou declaração de conclusão de curso de até seis meses; residência médica com RQE ou título de especialista em medicina intervencionista pediátrica em UTI Pediátrica emitido pela AMIB/AMB; experiência mínima de seis meses como médico intensivista pediátrico;e registro ativo no Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF).

É desejável que o candidato tenha conhecimento em Sistema de Gestão e prontuário eletrônico, como MV ou Trackcare, entre outros. Para mais informações e detalhes sobre o processo seletivo, acesse o site oficial do IgesDF e consulte o edital n.º 006/2025.

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Meio ambiente

Drenar DF devolverá água captada para a natureza com segurança e qualidade

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Drenar DF
Foto/Imagem: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

O Drenar DF, maior programa de captação e escoamento de águas pluviais do Governo do Distrito Federal (GDF), vai mudar a forma como a água da chuva é tratada em Brasília. O projeto, que tem como objetivo solucionar os problemas de enchentes e alagamentos na região da Asa Norte, vai além da simples captação da chuva. Um dos diferenciais da iniciativa é a devolução da água coletada à natureza.

Para que o retorno ocorra de maneira sustentável, a bacia de detenção localizada na ponta no Drenar DF, próxima ao Lago Paranoá, será responsável por reter resíduos sólidos, promovendo uma barreira importante contra a poluição. Além disso, o tanque vai contribuir para a redução do assoreamento, mantendo o equilíbrio ambiental do lago.

“O Drenar DF vai beneficiar a população e o meio ambiente. O retorno da água da chuva para a natureza ajuda a promover um ciclo mais equilibrado do uso da água na capital”, explica o diretor-técnico da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), Hamilton Lourenço Filho.

A estrutura do reservatório também vai ajudar a manter a qualidade e a balneabilidade do Lago Paranoá, hoje considerada adequada em 95% de sua extensão. “O sistema vai captar todo o lixo e sujeira, que ficarão retidos na bacia para recolhimento posterior. Assim, a água que chega ao lago estará mais limpa”, detalha Lourenço Filho.

A bacia de detenção ocupa um terreno de 37 mil m² localizado no Parque Urbano Internacional da Paz, no Setor de Embaixadas Norte. Com capacidade para até 96 mil m³ de água e volume útil de 70 mil m³, o reservatório terá dissipadores na entrada e vertedores na saída. A água chegará por um túnel com diâmetro de 3,60 metros, enquanto a galeria que devolverá a água para a natureza tem 2,60 metros de diâmetro. A vazão de chegada na bacia será de 42,72 m³/s, e a de saída, 10,37 m³/s.

Fim de alagamentos

Com um investimento de R$ 180 milhões, o Drenar DF foi dividido em cinco lotes e é executado pela Terracap. A rede de tubulação começa na altura da Arena BRB (Estádio Nacional Mané Garrincha) e vai até o Lago Paranoá, seguindo em paralelo às quadras 902 (perto do Colégio Militar), 702, 302, 102, 202 e 402, cruzando a W3 Norte e o Eixo Rodoviário Norte (Eixão), além da via L2 Norte, e chegando à L4 Norte.

Concluída a primeira etapa do programa, que abrange as primeiras quadras da Asa Norte, a Terracap vai executar a segunda fase do projeto, que compreende as quadras 4 e 5 até as quadras 14 da Asa Norte. O material está em aprovação na Novacap e aguarda recursos. Um terceiro projeto está em estudo para atender as quadras de finais 15 e 16.

Além do projeto de captação de águas pluviais, o Drenar prevê a criação do Parque Urbano Internacional da Paz. Com 5 mil m² de área livre, o espaço contará com esculturas e 249 árvores e arbustos, entre espécies frutíferas e para sombreamento.

O projeto, desenvolvido pela Terracap em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh-DF), de acordo com exigências do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ainda inclui uma ciclovia de 1,1 km de extensão contornando o parque.

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