Saúde
Julho Amarelo alerta para a maior causa de câncer de fígado, a hepatite
Dados recentes do Ministério da Saúde registraram mais 718 mil casos de hepatites virais entre 2000 e 2021, totalizando cerca de 34 mil por ano no Brasil. Além disso, a Sociedade Brasileira de Patologias (SBP) vem chamando a atenção para o aumento nos casos de câncer no fígado em decorrência da identificação tardia das hepatites virais no organismo.
Criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Dia Mundial da Luta contra as Hepatites Virais acontece em 28 de julho. No Brasil, a campanha “Julho Amarelo” foi instituída em 2019 e possui o objetivo de chamar a atenção e reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais. A infecção afeta o fígado e é caracterizada por cinco tipos: A, B, C, D e E, com o tipo C possuindo taxa de mortalidade comparável à do HIV ou da tuberculose, conforme o Ministério da Saúde. A presença das doenças causadas pelos vírus A, B e C estão em todo o Brasil, mas o alerta se dá às últimas duas variáveis, que frequentemente se tornam crônicas.
De acordo com a Dra. Juliana Oliveira da Silva, infectologista do Hcor, a inflamação do fígado, chamada de hepatite, pode ocorrer por diversas causas, mas as mais frequentes são as infecções por vírus. “Adicionalmente, o abuso do consumo de álcool ou outras substâncias tóxicas, doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas e até mesmo por alguns remédios são outras possíveis causas dessa inflamação”, afirma a especialista.
Segundo dados do Ministério da Saúde, a principal via de contágio da hepatite A é a fecal-oral, por meio do contato inter-humano ou por meio da ingestão de água e alimentos contaminados. Já a transmissão da hepatite B pode ocorrer por contato com sangue ou via sexual, sendo esta considerada uma doença sexualmente transmissível. Por isso, é sempre importante reforçar o uso de preservativo nas relações.
O contágio pela hepatite C é caracterizado principalmente por contato com sangue, que pode ocorrer entre usuários de drogas injetáveis, por exemplo. Além disso, é essencial ter cuidado com procedimentos que utilizem materiais não descartáveis e possam ser contaminados.
Sintomas e tratamento
O conhecimento da existência da doença é o grande desafio segundo os especialistas. Ela pode apresentar sintomas como dor abdominal, vômitos, enjoo, cansaço, além de mal-estar associados a coloração amarelada da pele e olhos, urina escura e fezes claras, mas, na maioria das vezes, as infecções são silenciosas. “A hepatite é uma doença que nem sempre apresenta sintomas, acarretando em consequências graves como, por exemplo, no comprometimento do fígado, sendo a principal causa de fibrose ou cirrose, que pode levar até mesmo ao câncer”, destaca a Dra. Juliana.
É recomendado que todas as pessoas com mais de 45 anos de idade realizem os testes por exame de sangue e se positivos, sigam com o acompanhamento e tratamento com medicamentos para as hepatites B e C, oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As melhores estratégias de prevenção da hepatite A incluem a adequação do saneamento básico, tratamento da água, medidas educacionais de higiene e a vacinação.
Atualmente, a vacina para prevenção da hepatite A está indicada para a faixa etária pediátrica e adultos seguindo as recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e padronização do Programa Nacional de Imunizações (PNI). A especialista explica ainda que a prevenção da hepatite B inclui o controle efetivo de bancos de sangue por meio da triagem sorológica, a vacinação contra hepatite B, conforme recomendações da SBIm e PNI, e o uso de imunoglobulina humana Anti-Vírus da hepatite B também disponível no SUS.
Outras recomendações estão ligadas ao cuidado com a utilização de equipamentos de proteção individual por profissionais da área da saúde, o não compartilhamento de alicates de unha, lâminas de barbear, escovas de dente, equipamentos para uso de drogas, além do uso de preservativos nas relações sexuais.
Especialmente para a prevenção da hepatite C, não existe vacina, mas outras formas de prevenção. “Podemos citar a triagem em bancos de sangue e centrais de doação de sêmen para garantir a distribuição de material biológico não infectado; triagem de doadores de órgãos sólidos, como coração, fígado, pulmão e rim; e a triagem de doadores de córnea ou pele. Vale reforçar também a importância do cumprimento das práticas de controle de infecção em hospitais, laboratórios, consultórios odontológicos, serviços de hemodiálise e o tratamento dos indivíduos infectados, quando indicado”, conclui a Dra. Juliana.
Centro de Vacinação Hcor
O Hcor inaugurou em janeiro de 2023 seu Centro de Vacinação dentro da Unidade Avançada Cidade Jardim, em São Paulo. Voltado para todos os públicos, o novo espaço visa contribuir com a ampliação da cobertura vacinal da população em geral. Recentemente, visando expandir ainda mais a imunização e com foco na meta vacinal de 95%, o hospital inseriu no catálogo a vacinação em domicílio, que oferta imunizantes para todas as idades.
Esse serviço é oferecido de segunda a sexta-feira, de 7h às 11h horas, com necessidade de agendamento pela Central de Atendimento pelo telefone (11) 3889-3939. Já na Unidade Cidade Jardim, o centro funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 20h, e aos sábados, das 7h às 16h, onde são disponibilizados mais de 15 tipos de vacinas indicadas pela SBIm, sem necessidade de marcação prévia.
Sobre o Hcor
O Hcor atua em mais de 50 especialidades médicas, entre elas Cardiologia, Oncologia, Neurologia e Ortopedia, além de oferecer um centro próprio de Medicina Diagnóstica. Possui Acreditação pela Joint Commission International (JCI) e diversas certificações nacionais e internacionais. Desde 2008, é parceiro do Ministério da Saúde no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).
Instituição filantrópica, o Hcor iniciou suas atividades em 1976, tendo como mantenedora a centenária Associação Beneficente Síria. Além do escopo assistencial, o hospital conta com um Instituto de Pesquisa, reconhecido internacionalmente, que coordena estudos clínicos multicêntricos com publicações nos mais conceituados periódicos científicos. Também está à frente de um Instituto de Ensino, que capacita e atualiza milhares de profissionais anualmente e é certificado pela American Heart Association.