Aqualuz
Jovem brasileira ganha prêmio da ONU por solução para filtrar água

Um filtro que purifica a água usando apenas a luz solar rendeu à empreendedora social baiana, Anna Luisa Beserra, 21 anos, o prêmio Jovens Campeões da Terra, da Organização das Nações Unidas (ONU) Meio Ambiente. É a primeira vez que uma brasileira recebe o prêmio.
A ideia do projeto, chamado Aqualuz, surgiu quando Anna Luisa ainda cursava o ensino médio, e viu um cartaz do Prêmio Jovem Cientista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que tem uma categoria voltada para a etapa escolar. Naquele ano, o tema foi Água – Desafios da Sociedade. “Eu quis pensar em algum projeto para participar que pudesse resolver uma das maiores problemáticas do Semiárido”, disse.
Na época, a estudante não ganhou a premiação. Quando ingressou na Universidade Federal da Bahia, no curso de biotecnologia, decidiu tirar a ideia do papel. “Comecei a conhecer o empreendedorismo e a ver o potencial da ideia.”
O Aqualuz foi desenvolvido junto com outros estudantes da Universidade Federal da Bahia e da Universidade Federal do Ceará. Hoje, distribui água potável para 265 pessoas e alcançará mais 700 ainda neste ano.
Projeto Aqualuz
O Aqualuz funciona da seguinte forma: o filtro purifica a água da chuva coletada por cisternas de áreas rurais por meio de raios solares e um indicador muda de cor quando o consumo é seguro. A água é desinfetada sem o uso de substâncias nocivas como o cloro, por exemplo.
Para aqueles que pretendem seguir o caminho da ciência, Anna Luisa tem conselhos. “Eu diria que o primeiro passo é começar. Muitas pessoas têm ideias, mas não passam para a execução. Um fator que faz as pessoas desistirem é errar, achar que não vai dar certo. Isso é super normal, o Aqualuz está na versão 10, o que significa que erramos em pelo menos nove versões até chegar a um modelo funcional”.
O prêmio será entregue a Anna Luisa e outros seis vencedores durante a 74ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, em 26 de setembro, em Nova York.
Jovens Campeões da Terra
O prêmio Jovens Campeões da Terra é inspirado no prêmio Campeões da Terra, que é o principal prêmio da ONU para pessoas cujas ações tiveram um impacto positivo e transformador no meio ambiente. Criado em 2017, o prêmio é voltado para jovens de 18 a 30 anos.
Neste ano, cada jovem vencedor receberá 15 mil dólares em capital para investir em seu projeto e US$ 9 mil para investimento em comunicação e marketing, além de mentorias e convites para participação em eventos globais.
O Brasil nunca havia sido destaque na premiação até este ano. Em 2019, das quase mil inscrições recebidas em todo o mundo, 158 foram do Brasil. Além de Anna Luisa, três jovens brasileiros estão entre os 35 finalistas globais.
De acordo com a representante da ONU Meio Ambiente no Brasil, Denise Hamú, a intenção é atrair cada vez mais jovens para o prêmio, estimulando o desenvolvam projetos voltados para o meio ambiente. “Os jovens, muitas vezes estão conectados com tecnologias e estão vendo problemas que são absolutamente invisíveis para todo mundo, mas que eles percebem”, disse.
Sobre as iniciativas contempladas na premiação, Denise afirmou que são multifacetadas, com elementos de mudança climática, envolvimento das comunidades, são aplicáveis e são replicáveis, são de baixo custo, simples. “O que a gente percebe é que as mudanças não precisam ser complicadas. Uma ideia simples pode achar soluções impressionantes”, afirmou.
Brasileiros finalistas
Bárbara Schorchit é formada em engenharia química, e natural do Rio de Janeiro. Ela fundou a empresa Genecoin, que utiliza tecnologias de blockchain – tecnologia por trás, por exemplo, das chamadas criptomoedas como o Bitcoin – para rastrear o uso da biodiversidade em toda a cadeia de valor de um produto.
Bernardo Andrade é cearense, formado em arquitetura e desenvolveu o projeto Casa do Seminárido, que oferece um modelo de arquitetura e engenharia domiciliar sustentável para lidar com a falta de água e o calor intenso da região. O projeto tem custo acessível, trabalha com com economia circular, reciclagem e adaptação a mudanças do clima.
Felipe Villela é natural do Rio Grande do Sul, formado em agricultura sustentável. Ele fundou a empresa reNature, que utiliza técnicas agroflorestais para enfrentar desafios do desmatamento, degradação dos solos e recursos hídricos, ineficácia econômica e aumento de emissões causados por práticas agrícolas insustentáveis. A empresa aproxima especialistas e produtores.

#VacinaBrasil
Especialista reforça importância da imunização contra o sarampo

Após o Brasil recuperar, em novembro de 2024, o status de “país livre do sarampo” pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a confirmação de quatro casos da doença no primeiro trimestre de 2025 reacende a preocupação e reforça a importância da vacinação e de medidas preventivas. Três casos foram registrados em municípios do Rio de Janeiro e um caso foi importado no Distrito Federal, envolvendo uma mulher de 35 anos que viajou por diversos países.
A docente Profª Janize Silva Maia, da Escola da Saúde do Centro Universitário Facens, esclarece que é natural a preocupação sobre o assunto. “Embora considerados casos isolados, o Ministério da Saúde está adotando medidas para afastar a possibilidade de novos surtos. Isso porque, a infecção compromete o sistema imunológico e pode levar a complicações graves, especialmente em crianças menores de cinco anos, gestantes e pessoas com imunidade debilitada. Dentre as complicações mais severas estão pneumonia, encefalite e a panencefalite esclerosante subaguda, em casos raros”.
O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa que se caracteriza inicialmente por febre alta (acima de 38,5 °C), tosse seca, coriza e conjuntivite, sintomas que podem ser confundidos com um quadro gripal ou alérgico. “Dias depois, surgem erupções vermelhas não pruriginosas, principalmente no rosto e atrás das orelhas, que se espalham para o restante do corpo. Outras manifestações podem incluir dor de garganta, manchas brancas na cavidade bucal, dores musculares, fadiga e irritação nos olhos”, explica.
Para a profissional, dentre as medidas para manter o Brasil livre do sarampo, a fundamental é a vacinação. “A imunização em massa não só reduz a disseminação do vírus, mas também promove proteção às populações vulneráveis, evitando surtos da doença. Campanhas têm sido reforçadas em diversas regiões do país para garantir altas taxas de cobertura vacinal e impedir a reintrodução do vírus”, comenta.
Quem pode se vacinar?
O imunizante que previne o sarampo é a vacina tríplice viral, responsável também pela prevenção da caxumba e rubéola. Devem buscar uma unidade de saúde:
Qualquer pessoa entre 1 e 29 anos deve receber duas doses, sendo a primeira com a tríplice viral aos 12 meses e a segunda aos 15 meses com a tetraviral ou tríplice viral + varicela.
Pessoas entre 30 e 59 anos devem receber uma dose da tríplice viral, se não imunizadas anteriormente, e trabalhadores da saúde devem receber duas doses, independentemente da idade, com intervalo de 30 dias entre as doses.
É importante ressaltar que essa vacina é contraindicada para gestantes, que deverão tomá-la somente após o nascimento do seu bebê.
“Pessoas que não sabem se foram imunizadas ou com quaisquer dúvidas devem procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para receberem informações sobre a sua situação e, eventualmente, tomarem a vacina. Manter a vacinação em dia é essencial para prevenir o sarampo e proteger a nossa saúde e a da nossa coletividade”, reforça a especialista.
Além disso, o trabalho de uma vigilância epidemiológica ativa, onde as equipes de saúde promovem o monitoramento dos casos suspeitos para a realização de bloqueios vacinais imediatos é essencial, assim como o controle sanitário em aeroportos e fronteiras, onde os viajantes precisam apresentar o comprovante de vacinação para entrada no país, além de receberem orientações caso apresentem sintomas da doença. “Ainda, é fundamental a relação de cooperação do Ministério da Saúde com os parceiros internacionais, como a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), monitorando a evolução da doença globalmente, para adaptação das estratégias brasileiras, conforme a necessidade”, conclui Janize.
Painel de Monitoramento das Arboviroses
Brasil ultrapassa 1 milhão de casos prováveis de dengue em 2025

O Brasil registrou, desde 1º de janeiro de 2025, 1.010.833 casos prováveis de dengue. De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, o país contabiliza ainda 668 mortes confirmadas pela doença e 724 em investigação. O coeficiente de incidência, neste momento, é de 475,5 casos para cada 100 mil pessoas.
A título de comparação, no mesmo período do ano passado, quando foi registrada a pior epidemia de dengue no Brasil, haviam sido contabilizados 4.013.746 casos prováveis e 3.809 mortes pela doença, além de 232 óbitos em investigação. O coeficiente de incidência, à época, era de 1.881 casos para cada 100 mil pessoas.
Em 2025, a maior parte dos casos prováveis se concentra na faixa etária de 20 a 29 anos, seguida pelos grupos de 30 a 39 anos, de 40 a 49 anos e de 50 a 59 anos. As mulheres concentram 55% dos casos e os homens, 45%. Brancos, pardos e pretos respondem pela maioria dos casos (50,4%, 31,1% e 4,8%, respectivamente).
São Paulo lidera o ranking de estados em número absoluto, com 585.902 casos. Em seguida estão Minas Gerais (109.685 casos), Paraná (80.285) e Goiás (46.98 casos). São Paulo mantém ainda o maior coeficiente de incidência (1.274 casos para cada 100 mil pessoas). Em seguida aparecem Acre (888), Paraná (679) e Goiás (639).
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