Saúde
Inteligência Artificial (IA) se torna aliada na detecção precoce do câncer de mama
Desde que começou a ser aplicada na medicina, a Inteligência Artificial (IA) tem oferecido como diferencial o alto desempenho para processamento de dados, resultando em diminuição do tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento do paciente – com impacto direto na eficácia da terapia e nas chances de cura de doenças como o câncer de mama.
A Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, utiliza, desde 2022, os algoritmos de NLP (Processamento de Linguagem Natural, na sigla em inglês) para identificar pacientes que estão em gap de cuidado. Entre 6 e 10 mil laudos em todo o país são avaliados por dia, detectando pelo menos 43 doenças. “Em linguagem leiga, é como um ChatGPT exclusivo, que contribui significativamente para reduzir o tempo do médico na frente do computador analisando dados e ampliar o tempo de contato do profissional com o paciente, contribuindo também para uma medicina mais humana”, explica Felipe Kitamura, diretor de Inovação Aplicada e IA na Dasa.
A ferramenta funciona assim: uma equipe de médicos é responsável pelo contato com o especialista prescritor para alertá-lo sobre o achado no laudo e, caso necessário, o auxilia na navegação da paciente. O contato realizado pelo time da Dasa com os médicos reduz em 43% o tempo da jornada da paciente, acelerando os processos de confirmação do diagnóstico e do início do tratamento, quando necessário. “Essa redução faz toda diferença na eficácia e melhor desfecho clínico do tratamento. O uso da IA em diagnósticos é um exemplo de ganho de eficiência e valor para o paciente que esse tipo de tecnologia pode gerar”, diz Kitamura.
Entre os laudos lidos pela IA estão os de mamografia, que é considerado o “padrão ouro” para detecção do câncer de mama, de acordo com Lorena Amaral, radiologista e especialista em mamografia do Exame Medicina Diagnóstica – que pertence à Dasa. De acordo com a especialista, o diagnóstico precoce eleva a taxa de cura para uma média de 95% nas pacientes com câncer de mama. “A mamografia identifica o tumor ainda em estágio inicial, antes de ser palpável. Por isso é um exame tão importante de ser realizado na rotina ginecológica das mulheres”, reforça a especialista.
A campanha Outubro Rosa tem como objetivo sensibilizar a população para o rastreamento do câncer de mama, que causou a morte de 17,8 mil mulheres em 2020, conforme levantamento divulgado em 2023 pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca). Outro motivo de alerta, o Inca estimou mais de 73,6 mil novos diagnósticos da enfermidade a cada ano entre 2023 e 2025 no Brasil.
Lorena Amaral recomenda que assintomáticas façam a mamografia com regularidade a partir dos 40 anos. “Se a mulher tiver um caso familiar de câncer de mama, especialmente se for na mãe ou irmã, o rastreamento dela vai ser individualizado e ela pode ter de começar a fazer mamografia mais cedo, o que será determinado pelo mastologista”, orienta a radiologista.