Cidades
Instituto Chamaeleon é finalista do Prêmio Jabuti 2021 no eixo Inovação
O Instituto Chamaeleon, que cuida de crianças e adolescentes vítimas de abusos sexuais e maus tratos, é finalista do Prêmio Jabuti 2021 no eixo Inovação – Fomento à Leitura. O projeto escolhido foi o Literatura Cura, que tem o incentivo da Vara Regional de Atos Infracionais da Infância e da Juventude do Distrito Federal e conta com o trabalho voluntário e especializado de psicólogos e profissionais da saúde, da educação, da cultura, das artes e do Direito. “Por meio da literatura, dos livros, das histórias contadas, das rodas de leitura, dos saraus, do nosso clubinho da leitura, dos bate-papos literários e das atividades de formação de leitores, conseguimos transformar realidades massacradas pela dor, agonia e desesperança”, afirma Beatriz Schwab, Presidente de Honra da Chamaeleon.
Segundo Andrey do Amaral, Diretor do Instituto Chamaeleon, “é uma conquista estarmos entre os dez melhores. Isso mostra a força da Chamaeleon!” Os psicólogos do projeto oferecem treinamento aos contadores de histórias e aos oficineiros que trabalham com as crianças e adolescentes. Além de atuar nas sessões de terapia, os profissionais do instituto visitam creches e escolas e participam de palestras sobre a violência sexual contra adolescentes e crianças. A ideia básica é que as vítimas aprendam a preencher os momentos solitários com lembranças agradáveis, não deixando espaço para a tristeza e as recordações ruins. Em reuniões mensais, os diretores do Instituto Chamaeleon definem os temas de leitura que serão adotados nas oficinais de amenização de traumas. Além de ouvir as histórias, as crianças e adolescentes vítimas de abuso e maus-tratos participam de workshops de produção de textos, de criação de poesias, de leituras dramáticas e de desenho.
O projeto tem sido custeado por empresárias brasilienses que também doam livros, roupas, brinquedos, alimentos e ajudam a arcar com as passagens dos pacientes mais carentes, que moram longe do local de atendimento. O desafio atual do projeto Literatura que Cura é levantar recursos para publicar os cinco livros da coleção infantojuvenil Confrades do Bem. A ilustração e a edição do material já foram concluídas, com o apoio de profissionais voluntários.
Um desses livros traz cinco histórias escritas por crianças e adolescentes que participam do projeto e se inscreveram no concurso de produção de textos realizado pelo instituto. “As histórias não são sobre as suas dores. Nós não focamos a violência, mas um mundo melhor”, explica Beatriz. “E eles escrevem sobre esse olhar positivo sobre a vida futura nesse mundo.”