Claudilson Bastos
Infectologista alerta para importância da vacinação contra a pneumonia

Doença inflamatória aguda que atinge os pulmões, a pneumonia é uma das principais causadoras de mortalidade em crianças no mundo. Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apontam que mais de 6,3 milhões de pessoas com até 5 anos de idade podem morrer de pneumonia até 2030. A doença, que acomete principalmente crianças e idosos, pode ser evitada por meio de vacinas seguras e eficazes disponíveis para a população.
O infectologista e consultor técnico do Sabin Diagnóstico e Saúde, Claudilson Bastos, salienta a segurança e eficácia dos imunizantes disponíveis nas redes pública e privada. “Algumas pneumonias virais e bacterianas podem ser evitadas ou minimizadas com as vacinas, uma vez que a imunização estimula o sistema imunológico a produzir proteção de longa duração e, com memória imunológica, diminui o risco de as pessoas vacinadas contraírem as diferentes formas das doenças pelos sorotipos presentes nas vacinas”, pontua.
Para pneumonias causadas por bactérias, por exemplo, há as vacinas pneumo 10, 13, 15 e 23. Na rede privada, há dois imunizantes disponíveis para a população em geral que protegem contra mais sorotipos (a Pneumo 13 e a 15), que são indicados para a prevenir que esses agentes infecciosos contaminem o sangue e outras partes do corpo, pneumonia e otite média em lactentes, crianças e adolescentes até 17 anos e 11 meses. Para adultos, com 18 anos ou mais, elas previnem doença pneumocócica causada pelo Streptococcus pneumoniae dos sorotipos 1, 3, 4, 5, 6A, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19A, 19F e 23F. No caso da 15, a vacina oferece proteção também contra os sorotipos 22F e 33F.
O infectologista ainda esclarece que as vacinas para o vírus Influenza e a Covid-19 evitam riscos de gravidade, principalmente em crianças, idosos e imunocomprometidos. Na Bahia, o cenário atual para o coronavírus SARS-CoV-2 acendeu um alerta importante. Isso porque, no período de 29 de outubro a 4 de novembro, os casos de infecção cresceram mais de 130%, com um total de 654 testes positivos, no comparativo com a semana de 22 a 28 de outubro. “Diante deste cenário, a imunização contra esta doença também se torna indispensável, principalmente para evitar sintomas mais graves, como pneumonia e insuficiência respiratória aguda”, esclarece o infectologista.
Sintomas e tratamento
Claudilson Bastos informa que a pneumonia pode ser adquirida pelo ar, principalmente em aglomerações e ambientes fechados, saliva, secreções, transfusão de sangue ou devido a mudanças drásticas de temperatura, o que compromete o funcionamento dos pelos do nariz responsáveis pela filtragem do ar aspirado. A doença pode apresentar diversos sintomas, como tosse seca, com expectoração ou não, febre, dor torácica ao respirar, além de cefaleia (dor de cabeça), dores no corpo, indisposição e falta de apetite.
“Uma pneumonia pode evoluir, por exemplo, para uma insuficiência respiratória aguda, abscesso ou empiema pulmonar (presença de pus franco no espaço pleural). E se não tratada de forma adequada, pode levar a óbito, a depender do agente etiológico: viral, bacteriano, fungo ou protozoário”, explica ele, acrescentando que “a maioria das pneumonias pode ser tratada com antimicrobianos, como antibióticos e antivirais, se prescritos em tempo hábil”.

Protegendo bebês
Saúde do DF é pioneira na aplicação de medicamento contra bronquiolite

O Governo do Distrito Federal (GDF) dá um passo importante para a proteção da saúde de bebês prematuros: a capital do Brasil é a primeira unidade da federação a aplicar o Nirsevimabe na rede pública de saúde. O medicamento adquirido pela Secretaria de Saúde (SES-DF) é um anticorpo de ação prolongada que protege bebês contra infecções graves causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR), principal responsável por casos de bronquiolite e pneumonia nos primeiros meses de vida.
A pequena Ana Ísis, nascida com 36 semanas, foi a primeira bebê da rede pública a tomar o medicamento. Nesta quinta-feira (17), ao lado da mãe Raimunda Ribeiro, 38 anos, ela recebeu o Nirsevimabe no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib). Ana Ísis integra o público-alvo do medicamento: recém-nascidos prematuros, com idade gestacional entre 32 semanas e 36 semanas e 6 dias, nascidos a partir de 1º de outubro de 2024 – faixa etária que integra o período de maior circulação do VSR no Distrito Federal em 2025.
“O Nirsevimabe representa um avanço enorme na proteção da primeira infância. Essa ação reforça o compromisso do Governo do Distrito Federal com a prevenção, o cuidado e a inovação na saúde pública, especialmente para os nossos pequenos mais vulneráveis”, afirmou o secretário de Saúde do DF, Juracy Cavalcante Lacerda Júnior.
A aplicação do medicamento é feita antes do pico da sazonalidade das infecções respiratórias em bebês, como medida preventiva para reduzir complicações e internações – o que tem impacto direto na ocupação de leitos de UTI neonatal. A distribuição está sendo realizada para as 11 maternidades da rede pública, de forma proporcional à estimativa de nascimentos prematuros.
Todo o processo seguirá um protocolo rigoroso e humanizado da SES-DF, elaborado em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria e o Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB). A capacitação dos profissionais da rede – médicos, enfermeiros e farmacêuticos – já foi iniciada.
Aprovado pela Anvisa em outubro de 2023 e incorporado ao SUS em fevereiro deste ano, o Nirsevimabe é um anticorpo pronto, que oferece proteção imediata sem necessidade de ativação do sistema imunológico, sendo especialmente eficaz para prematuros e crianças com menos de dois anos com comorbidades.
“É importante destacar que o Palivizumabe continuará sendo utilizado para os grupos de risco já estabelecidos, como crianças com cardiopatias congênitas e displasias pulmonares. O Nirsevimabe vem ampliar a estratégia de proteção, de forma complementar e integrada ao protocolo vigente”, explicou a médica pediatra e gestora da SES-DF, Julliana Macêdo.
Com essa iniciativa pioneira, o Distrito Federal assume o protagonismo nacional no enfrentamento das síndromes respiratórias graves em crianças, priorizando a vida desde os primeiros dias.
26 de abril
Dia nacional de prevenção à hipertensão alerta para o controle da doença

Celebrado no próximo sábado, 26, o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial faz um alerta importante para a conscientização da população sobre a identificação dessa doença “silenciosa”, mas que pode ser controlada com o acompanhamento médico e mudanças de hábitos.
Estima-se que cerca de 27,9% dos brasileiros sejam hipertensos. A maior prevalência ocorre entre mulheres, com 29,3% das pessoas do sexo feminino com a doença. Entre os homens, 26,4% tem hipertensão. Os dados são do levantamento feito pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde, realizado, em 2023, nas 27 capitais.
O médico da Família e Comunidade da Amparo Saúde, Pedro Pina, informa que “a hipertensão arterial sistêmica, popularmente conhecida como pressão alta, é uma condição crônica caracterizada pelo aumento persistente da pressão sanguínea nas artérias. Isso significa que o coração precisa fazer mais força para bombear o sangue para o resto do corpo, o que pode causar sérios problemas de saúde ao longo do tempo”.
Pina explica que uma pessoa é considerada hipertensa quando apresenta valores iguais ou superiores a 140/90 mmHg em medições repetidas em diferentes ocasiões. “É importante ressaltar que apenas uma aferição acima do normal não caracteriza hipertensão arterial sistêmica, mas indica que a pessoa deve procurar um médico para compreender o motivo”, salienta ele, acrescentando que o diagnóstico preciso para essa doença “silenciosa” deve ser feito por um profissional de saúde, considerando também fatores de risco e condições clínicas.
A pressão alta pode ter diversas causas, incluindo fatores genéticos, como histórico familiar de hipertensão; hábitos alimentares inadequados, com o consumo excessivo de sal, gorduras e alimentos ultraprocessados; sedentarismo; obesidade; estresse; tabagismo; consumo excessivo de álcool; e doenças preexistentes, a exemplo de diabetes e doenças renais.
Sinais de pressão alta
Os sintomas da hipertensão podem não aparecem em todos os pacientes, como alerta Pina, tornando a doença ainda mais perigosa. No entanto, alguns sinais podem indicar que algo está errado, como dores de cabeça frequentes, tontura e mal-estar, visão embaçada ou alterações visuais associadas à dor de cabeça, falta de ar e dor no peito.
“Caso esses sintomas apareçam, é essencial buscar atendimento médico, porque o grande problema da hipertensão arterial sistêmica são suas consequências. Se não for controlada, ela pode levar a sérias complicações, como acidente vascular cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, doenças renais e problemas na visão”, informa.
Embora seja mais comum em adultos, crianças e adolescentes também podem desenvolver hipertensão, principalmente devido a fatores genéticos, obesidade e maus hábitos alimentares. “O acompanhamento pediátrico é fundamental para a prevenção e tratamento. A hipertensão em crianças, geralmente, tem causas de maior gravidade e que precisam ser investigadas com maior atenção”, pontua.
Para confirmar o diagnóstico da hipertensão será necessária a aferição da pressão arterial em diferentes momentos. Em alguns casos, exames complementares, como monitorização ambulatorial da pressão arterial (Mapa) ou monitorização residencial da pressão arterial (MRPA), podem ser solicitados pelo médico.
“O tratamento inclui mudanças no estilo de vida e, em muitos casos, o uso de medicamentos anti-hipertensivos”, informa Pina, pontuando que as principais medidas para o controle da hipertensão são: reduzir o consumo de sal e alimentos ultraprocessados, principalmente aqueles ricos em sódio, como refrigerantes; praticar atividade física regularmente para manter um peso saudável; controlar o estresse e evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, além de seguir corretamente as orientações médicas e tomar os medicamentos prescritos.
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