Saúde

Infecções ortopédicas: entenda causas, prevenção e tratamentos

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Após uma queda em junho de 2022, Lúcia Helena Marcellino, de 69 anos, iniciou uma longa jornada de tratamento após sofrer fraturas graves na tíbia, fíbula e joelho. Transferida da Bahia para Brasília, ela passou por diversas cirurgias, incluindo a colocação de placas e, posteriormente, o uso do fixador Ilizarov, devido a uma necrose óssea. Desde então, enfrentou infecções constantes e tratamentos intensivos, como o uso de antibióticos, sessões na câmara hiperbárica e múltiplos procedimentos para conter a osteomielite.

Em outubro de 2023, após a consolidação da tíbia, o Ilizarov foi finalmente removido, mas a infecção óssea continuava a ser um desafio. Em 2024, Lúcia passou por novas cirurgias, incluindo enxertos no joelho, e manteve o uso de antibióticos por três meses. Desde julho, parou de sentir dores, embora ainda enfrente inchaço e uma diferença de temperatura entre as pernas, além de caminhar com bengala e realizar musculação para recuperação.

Apesar de dois anos e quatro meses de luta, Lúcia celebra a ausência de dor e o progresso, embora ainda aguarde novos exames para monitorar sua condição. “Foi um caminho árduo, mas estou avançando”, reflete, destacando o impacto emocional e físico de seu longo tratamento e o alívio por estar sem dores.

O que são infecções ortopédicas?

Médico de Marcellino, o ortopedista e especialista em restauração e alongamento ósseo do Grupo RegenBone, Bruno Lopes, explica que essas infecções afetam os ossos, articulações e tecidos moles, sendo comumente identificadas como osteomielite (infecção óssea), artrite séptica (infecção articular) ou infecções em próteses. Lopes reforça que elas são um problema sério e, se não tratadas adequadamente, podem comprometer gravemente a mobilidade e a qualidade de vida do paciente.

De acordo com ele, essas infecções podem causar dor intensa, inchaço e, em casos graves, perda da função da área afetada. Mas como acontecem? Segundo o médico, elas ocorrem quando bactérias ou outros microrganismos invadem o corpo, seja por fraturas expostas, feridas abertas ou até durante procedimentos cirúrgicos e precisam muito de cuidado e atenção.

Lopes destaca que os principais fatores de risco incluem a presença de próteses ou dispositivos implantáveis, doenças crônicas como diabetes, um sistema imunológico enfraquecido e condições que comprometem a circulação sanguínea. Além disso, infecções podem se espalhar de outras áreas do corpo por meio da corrente sanguínea.

Há como prevenir? O ortopedista afirma que sim. “A prevenção dessas infecções começa com uma boa higiene, principalmente em áreas que passaram por cirurgias ou estão expostas devido a lesões”, relata. Dr Bruno reforça que é fundamental seguir todas as recomendações médicas, incluindo o uso de antibióticos profiláticos quando prescritos, além de evitar atividades que possam lesionar a área afetada.

Essas infecções podem ser tratadas?

O tratamento para infecções ortopédicas geralmente inclui o uso de antibióticos, drenagem de abscessos e, em casos graves, a realização de cirurgias para remover tecidos infectados ou substituir próteses comprometidas. “O tipo de antibiótico e a duração do tratamento vão depender do tipo de microrganismo envolvido e da gravidade da infecção”, explica o especialista, ressaltando que o acompanhamento médico é essencial para garantir a cura completa.

Mas os cuidados devem seguir no pós procedimento também. O médico, do Grupo RegenBone, orienta que os pacientes mantenham vigilância cuidadosa sobre a área tratada, observando sinais de infecção, como vermelhidão, inchaço ou secreção. “Manter a higiene adequada e seguir rigorosamente as orientações médicas, incluindo o uso correto de medicamentos, é crucial para evitar complicações”, destaca.

O médico acrescenta que a educação dos pacientes sobre os sinais de infecções e a importância do acompanhamento médico contínuo pode melhorar significativamente os resultados do tratamento. “Prevenção e monitoramento são fundamentais para detectar problemas precocemente e garantir um tratamento bem-sucedido”, conclui.





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