Por dois meses
Governo financiará salários de pequenas e médias empresas
O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta sexta-feira (27) que o governo financiará por dois meses os salários dos funcionários de pequenas e médias empresas enquanto o país enfrenta a epidemia do novo coronavírus.
Em pronunciamento no Palácio do Planalto, Bolsonaro afirmou que o programa será uma parceria entre o Banco Central, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o Ministério da Economia e a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
“O programa prevê a disponibilização de uma linha de crédito emergencial para pequenas e médias empresas, com faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões, que se destina exclusivamente ao financiamento de folhas de pagamento”, explicou Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central.
O programa financiará dois meses da folha de pagamento, com um montante de R$ 20 bilhões por mês. “Isso deve beneficiar 1,4 milhão de empresas e 12,2 milhões de pessoas”, completou Campos Neto. Desses R$ 20 bilhões, R$ 17 bilhões serão do Tesouro Nacional e R$ 3 bilhões da Febraban.
“É uma divisão de risco de 85% para o governo e 15% para a associação dos bancos. São operações com 0 de spread. Vale lembrar que as empresas pequenas e médias tem, em geral, têm uma taxa de captação de 20% ao ano. Nós estamos falando de uma taxa de 3,75% ao ano”, disse o presidente do BC.
Os empresários terão seis meses de carência para começar a pagar o financiamento. Além disso, as empresas fecharão contratos com os bancos, mas o dinheiro será creditado diretamente nas contas dos funcionários. “Quem aderir ao programa de financiamento terá que assumir o compromisso de não demitir durante dois meses”, ressaltou Campos.
Cheque especial e Santas Casas
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, informou que o todas as linhas de crédito terão taxas reduzidas. “O cheque especial, que ninguém poderia admitir ser cobrado 14% ao mês (…), ontem chegou a 2,9% ao mês. É caro, queremos reduzir mais, mas fazemos matematicamente para não acontecer o que aconteceu há 10 anos, quando a Caixa precisou de dinheiro do Tesouro”, disse Guimarães.
Ele informou que o rotativo do cartão de crédito também foi diminuído, para 10% ao ano. “Ainda está caro e provavelmente vamos diminuir mais”, disse. “[Mas com essa medida] a população em geral vai ter mais dinheiro sobrando pra pagar contas.”
O governo também anunciou uma linha de financiamento de R$ 2 bilhões a uma taxa de 10% ao ano para as Santa Casas de todo o país.
“Até pouco tempo era 20%. Quem deve a 20% poderá pedir um estudo para readequar esse financiamento”, disse Bolsonaro, que destacou em mais de uma ocasião sua gratidão às Santa Casas, em especial, à de Juiz de Fora (MG), onde ele foi atendido depois do atentado que sofreu durante a campanha eleitoral de 2018.
Pouco depois, o presidente afirmou que esses financiamentos a uma taxa mais elevada serão automaticamente convertidos para a nova taxa, de 10% ao ano.
A linha de crédito emergencial para as empresas de saúde será ofertada pelo BNDES. “Essa linha será disponibilizada na próxima semana e nós já temos 30 empresas mapeadas para receber esses recursos”, disse Gustavo Montezano, presidente do banco de fomento.
“A grande vantagem dessa linha é uma flexibilização extrema em prazos, garantias e prazos. Naturalmente, esses recursos serão usados no combate ao coronavírus”, completou.
Coronavoucher
Sobre o pagamento dos R$ 600 do coronavoucher, auxílio emergencial por três meses a trabalhadores informais, o presidente da Caixa afirmou que ainda é preciso a aprovação do Senado para regulamentar a forma de pagamento, que provavelmente vai funcionar de forma semelhante ao saque do FGTS.
“Vamos fazer esse escalonamento para que não vá todo mundo ao mesmo tempo sacar. Provavelmente terá um calendário”, disse Guimarães. Ele disse também que, como em outros programas do governo, os valores poderão ser transferidos para outros bancos sem qualquer custo.
Operação Natal 2024
PRF inicia operações para coibir infrações nas rodovias federais
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) promete reforçar a fiscalização nas rodovias federais entre esta sexta-feira (20) e a próxima quarta-feira (25). Deflagrada à 0h desta sexta-feira (20), a Operação Natal 2024 prevê maior frequência nas rondas, além do posicionamento de equipes policiais em trechos identificados como os mais perigosos.
Durante a operação, que se estenderá até as 23h59 da quarta-feira de Natal, a PRF ampliará o efetivo policial nas rodovias federais para coibir, principalmente, as ultrapassagens indevidas. Entre janeiro e novembro deste ano, foram registradas 272.955 infrações deste tipo.
Embora o total de ocorrências tenha variado pouco em comparação ao resultado registrado em 2023 (270.165), o número de acidentes com feridos e mortos aumentou significativamente. Entre janeiro e novembro deste ano, 1.557 sinistros de trânsito associados à ultrapassagem indevida deixaram 2.287 feridos e 363 óbitos. No mesmo período do ano passado, foram 1.469 acidentes, com 2.263 feridos e 313 óbitos.
Em nota, o coordenador-geral de Segurança Viária da PRF, Jeferson Almeida, destaca que o motorista que realiza ultrapassagem indevida está colocando em risco não só sua própria vida, como a de seus eventuais acompanhantes e de outras pessoas.
“A ultrapassagem indevida já é perigosa por si só. Quando associada à velocidade excessiva para conseguir realizar a manobra e não se tem sucesso, os efeitos são muito danosos. São saídas de pista, colisões transversais ou frontais, circunstâncias em que o choque entre os veículos é mais intenso”, enumera Almeida.
O motorista flagrado realizando ultrapassagens indevidas pode ser multado em até R$ 2.934,70 e ter o direito de dirigir suspenso.
Rodovida
A Operação Natal 2024 é a primeira das grandes ações da Operação Rodovida 2024/2025, que a PRF lançou nesta quarta-feira (18). Com o tema Desacelere: Seu Bem Maior é a Vida, a iniciativa se estenderá até 9 de março de 2025, com o objetivo de tentar reduzir as ocorrências por excesso de velocidade nas rodovias federais.
De janeiro a outubro deste ano, o excesso de velocidade resultou em mais de 5 milhões de autos de infração – mais que o dobro dos 2,1 milhões de autuações registradas no mesmo período de 2023. Apesar da alta significativa nas infrações, a PRF registrou queda no número de sinistros de trânsito e mortes em que a causa principal foi o excesso de velocidade. De janeiro a outubro deste ano, foram 3.478 sinistros e 358 óbitos. No ano passado, foram 3.508 ocorrências e 381 mortes.
Por outro lado, entre janeiro e outubro de 2024, a PRF registrou 9.013 sinistros de trânsito atribuídos à reação tardia ou ineficiente dos condutores, o que resultou em 10.506 feridos e 575 mortes. A correlação entre o excesso de velocidade e a reação tardia ou ineficiente dos condutores é um dos principais desafios para a segurança viária. A velocidade excessiva reduz o tempo de reação necessário para desviar de obstáculos, frear a tempo ou lidar com mudanças inesperadas na via. Isso se reflete nos dados, uma vez que a velocidade elevada pode ser fator determinante em muitos sinistros de trânsito fatais com vítimas.
IBGE
Inflação que calcula reajuste do salário mínimo fica em 4,84%
O índice de inflação que faz parte do cálculo do reajuste anual do salário mínimo fechou novembro em 0,33%, chegando a 4,84% no acumulado de 12 meses. Os dados referentes ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foram divulgados nesta terça-feira (10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O salário mínimo de 2024 é de R$ 1.412. Para 2025, a regra de reajuste em vigor determina que o valor sofra duas correções. Uma é pelo INPC de 12 meses acumulado até novembro do ano anterior, 2024. Ou seja, 4,84%.
A segunda correção é o crescimento da economia de dois anos antes, no caso, 2023. No último dia 3, o IBGE revisou os dados do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) de 2023, passando de 2,9% para 3,2%.
Por essa regra, o salário mínimo de 2025 seria R$ 1.527,71. Com o arredondamento previsto em lei, a valor sobe para R$ 1,528. Reajuste de 8,22%.
Nova regra
No entanto, no início do mês, o governo enviou à Câmara dos Deputados o Projeto de Lei (PL) 4614/24, que faz parte de um pacote de corte de gastos. O texto busca ajustar as despesas ligadas ao salário mínimo aos limites do chamado arcabouço fiscal – mecanismo que controla a evolução dos gastos públicos. Dessa forma, o salário mínimo continuaria a ter um ganho acima da inflação, mas limitado a um intervalo entre 0,6% e 2,5%.
A intenção do governo é aprovar o projeto de lei ainda em 2024, de forma que a nova forma de reajuste do salário mínimo vigore para 2025. No último dia 4, o plenário da Câmara aprovou que o texto tramite em regime de urgência, o que acelera a discussão.
Caso a matéria seja aprovada, o salário mínimo receberia duas correções: os 4,84% do INPC mais 2,5%. Assim, o valor iria a R$ 1.517,34. Com o arredondamento, R$ 1.518, reajuste de 7,51% e valor final R$ 10 menor que o da regra atual.
A justificativa do governo para alteração da fórmula de reajuste é reduzir despesas que têm o salário mínimo como piso, a exemplo dos benefícios previdenciários, seguro-desemprego e abono salarial.
“O projeto de lei é fundamental para dissipar incertezas que afetam os preços dos ativos da economia brasileira, garantindo resiliência ao regramento fiscal, ao mesmo tempo em que assegura maior espaço fiscal a despesas discricionárias com fortes efeitos multiplicadores, como os investimentos públicos”, justifica o governo na mensagem que acompanha o projeto.
Revisão
Sendo ou não aprovado o projeto, o governo terá que revisar cálculos, pois o PL Orçamentário Anual para 2025 – enviado para o Congresso Nacional em 30 de agosto – estimava reajuste de 6,87% para o salário mínimo, o que elevaria para R$ 1.509.
O percentual de 6,87% era composto por 3,82% – previsão do INPC – mais 2,91% – crescimento do PIB de 2023 antes de ser revisto pelo IBGE.
INPC x IPCA
O INPC conhecido nesta terça-feira tem divulgação sempre paralela a outro índice do IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), comumente chamado de inflação oficial. A diferença entre ambos é que o INPC apura a variação do custo de vida para as famílias com renda de até cinco salários mínimos. Já o IPCA, até 40 salários mínimos.
O IPCA fechou novembro em 0,39% e acumula 4,87% em 12 meses.
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