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Abandonando o tabagismo

Fundação do Câncer lança cartilha que ajuda viciado a parar de fumar

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Foto/Imagem: Shutterstock
Agência Brasil

Fumante desde os 15 anos de idade, o mecânico de manutenção Edinilson Rodrigues de Paula, de 47 anos, está há um mês sem fumar, graças à Cartilha Prática para Parar de Fumar, lançada pela Fundação do Câncer, e que já ajudou em torno de 500 pessoas a deixarem o cigarro durante a pandemia.

Edinilson contou que, desta vez, está decidido a não voltar a fumar. “Estou pegando firme. Quando vejo um sujeito fumando, viro a cara e saio de perto. Não quero mais não. Eu acordava cedo com aquela tosse de cachorro. Agora, já está diminuindo a tosse”.

Para seguir no popósito, ele também cortou café, pão, refrigerante, cerveja. “Tudo que instiga o sistema nervoso para pegar cigarro, eu abandonei”. Com o dinheiro que ele gastava comprando cigarros abriu uma conta no banco e está fazendo uma poupança, “como a cartilha sugere também. Se for botar na ponta do lápis, é uma loucura. Deus me livre!”.

O vício de fumar também acompanhou Carlos Augusto dos Anjos durante 40 anos. Hoje, depois de seguir as orientações da cartilha, ele conseguiu largar o cigarro. Segundo ele, o material foi de grande ajuda para incentivá-lo e, o mais importante, sem pressão. “Foi crucial; foi importante. Mais uma força para que eu abandonasse o cigarro”.

Carlos chamou a atenção da relação custo/benefício. “O benefício de você parar de fumar é muito maior do que o falso prazer de fumar, de estar ingerindo nicotina, alcatrão, esse monte de química que todo mundo sabe. Essa satisfação de você sentir que não fuma mais é muito mais prazerosa do que o falso prazer de fumar. E quando você firma na sua cabeça que não quer mais, pronto, acabou! O primeiro passo é dizer para você mesmo que não quer mais. Daí, tem sua força de vontade, sem pressão de ninguém. Isso é muito importante”.

Levantamento

Levantamento feito com 4,6 mil pessoas de todo o Brasil que baixaram a cartilha até agora no site da Fundação do Câncer mostrou que 10% pararam de fumar com a ajuda do material educativo. “Foi uma surpresa boa. A gente sabe que não é fácil, mas é um bom retorno inicial. Há tão pouco tempo a gente lançou a cartilha e já tem um resultado desses; é realmente muito bom. Para a gente, é gratificante”, disse o diretor-executivo da Fundação do Câncer, oncologista Luiz Augusto Maltoni.

O médico destacou que o que se viu muito durante a pandemia do novo coronavírus, e que foi comprovado por muitos trabalhos científicos, é que os tabagistas aumentaram muito o consumo, por causa da ansiedade, pela questão de ficar em casa, sem poder sair.

Por outro lado, nesse ambiente de tanta adversidade, provocado pela pandemia, a Fundação do Câncer quer mostrar que quem fuma pode largar o vício. ”Porque é uma oportunidade, para não permitir que a associação ruim do cigarro com a Covid-19 se estabeleça ainda mais, e também para evitar que aqueles que não fumam não venham a começar”.

Luiz Augusto Maltoni observou que os adolescentes estão fumando cada vez mais cedo, a partir das alternativas de cigarros ditos orgânicos, mas que apresentam alto índice de nicotina e são viciantes, e também dos cigarros eletrônicos. Esses produtos aumentam a probabilidade de transmitir o vírus devido ao compartilhamento de piteiras e mangueiras e de dispositivos que permitem exalar gotículas de vapor.

Até agora, porém, continua valendo a Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) RDC nº 46, de 28 de agosto de 2009, que proíbe a propaganda e comercialização desses produtos no país, embora eles sejam vendidos pela internet, disse o diretor-executivo da Fundação do Câncer.

Informação correta

Para Maltoni, é importante que a população receba informação correta. Ele conta que todas as formas de uso do tabaco podem elevar o risco de desenvolver Covid-19, especialmente para complicações de quadros mais graves e potencialmente fatais. Estudo recente feito por pesquisadores do Utsunomiya Hospital e da Jichi Medical University, do Japão, reiteram que os fumantes correm risco de ter uma resposta imunológica mais baixa que o da população não fumante, após receber a vacina contra a Covid-19.

“A gente já sabia que o tabagista tinha uma fragilidade imunológica maior, principalmente pelas portas de entrada, que são os órgãos respiratórios, mais vulneráveis a infecções e, com a Covid, isso ficou mais que demonstrado, com situações de maior gravidade, desfecho clinico pior para pacientes tabagistas, comparado com aqueles que não são tabagistas”. O mais seguro, segundo Maltoni, é buscar tratamento, deixar o cigarro, não fumar. “Isso é uma evidência que já temos”.

A cartilha reúne uma série de informações já disponíveis, tentando traduzi-las de uma maneira simples, clara e fácil, além de atrativa e amigável. “E que criasse facilidades, não dificuldades. Esse foi o objetivo de ajudar as pessoas que têm consciência de que isso (fumo) faz mal e que querem parar de fumar”. O médico sugeriu que as pessoas acessem a cartilha e deem contribuições para que a Fundação do Câncer possa aprimorar esse material.

Dependência

O epidemiogista Alfredo Scaff, consultor médico da Fundação do Câncer, salientou que tratar a dependência do tabaco de forma natural ajuda a sociedade. “É algo que está em nosso cotidiano e que muita gente não vê como dependência química, mas é. Quando lançamos ações que falam abertamente, a população entende, reflete e temos resultados positivos”, comentou Scaff.

Em formato eletrônico, a Cartilha Prática para Parar de Fumar traz informações sobre como e por onde começar na tentativa de abandonar o vício. O material propõe uma reflexão sobre aquilo que as pessoas têm consciência que é desagradável e que pode estimular o abandono do tabaco, como o cheiro forte do fumo, o gosto na boca, o fato de o produto causar diversas doenças que podem levar à morte, como vários tipos de câncer.

Luiz Augusto Maltoni lembrou que há tratamento gratuito para o tabagismo no Sistema Único de Saúde (SUS). As informações podem ser obtidas através do Disque Saúde, no telefone 136. O diretor-executivo afirmou que o Brasil é um dos poucos países do mundo que tem uma estrutura bem organizada em relação à Política Nacional de Controle do Tabaco. Há grupos em todo o país e nas secretarias de Saúde para auxiliar as pessoas a largar o hábito de fumar, não só por meio de consultas, mas também com medicamentos.

Atualizado em 30/08/2021 – 15:57.

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“Hoje é um lindo dia para salvar vidas”

Hemocentro de Brasília lança campanha da Semana Nacional do Doador de Sangue

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Hemocentro
Foto/Imagem: André Borges/Agência Brasília

A Fundação Hemocentro de Brasília (FHB) inicia nesta segunda-feira (25) a campanha da Semana Nacional do Doador de Sangue. Com o tema “Hoje é um lindo dia para salvar vidas”, a ação celebra o Dia Nacional do Doador de Sangue, comemorado em 25 de novembro, e promove uma série de atividades para conscientizar a população sobre a importância da causa.

Segundo a gerente de Captação de Doadores da FHB, Kelly Barbi, a campanha é uma oportunidade de homenagear quem salva vidas. “A Semana Nacional do Doador é dedicada ao reconhecimento e agradecimento aos doadores. É um gesto nobre, de cidadania, que precisa ser lembrado e incentivado todos os dias”, ressaltou.

As atividades começam no domingo (24), no Mitzvah Day, uma data especial da comunidade judaica dedicada ao voluntariado. Na ocasião, materiais informativos serão distribuídos no Eixão do Lazer para conscientizar a população sobre a importância da doação de sangue.

A programação especial se estende até sexta-feira (29). Durante a semana, os doadores serão recebidos com algumas surpresas e poderão participar de atividades como a distribuição de mudas e plantas nativas pelo projeto Ethos do Cerrado, sessões de massagem e reflexologia promovidas pelo Grupo Fuji e apresentações musicais. Na terça-feira (26), a campanha contará com uma doação coletiva organizada pela torcida do Atlético Mineiro.

Para reforçar a importância do doador de sangue, monumentos e prédios públicos do Plano Piloto, como o Teatro Nacional Cláudio Santoro, o BRB e o prédio do Detran-DF, estarão iluminados na cor vermelha durante toda a semana.

Estoques de sangue e tipos prioritários

O Hemocentro de Brasília precisa de uma média de 180 doações diárias para atender toda a rede pública de saúde do Distrito Federal e instituições conveniadas, como o Hospital da Criança, o Instituto de Cardiologia do DF e o Hospital das Forças Armadas. Atualmente, o número de doações está em torno de 170 por dia.

Os tipos sanguíneos mais necessários no momento são O positivo, O negativo, B positivo e A negativo, mas todos os doadores são bem-vindos. O voluntário pode agendar sua doação pelo site Agenda DF ou pelo telefone 160, opção 2. O Hemocentro também atende doadores sem agendamento, conforme a capacidade máxima de atendimento do dia.

Para doar sangue, é preciso ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 51 kg e estar saudável. Quem passou por cirurgia, exame endoscópico ou adoeceu recentemente, a recomendação é consultar o site do Hemocentro para saber se está apto a doar sangue.

Quem teve gripe deve aguardar 15 dias após o desaparecimento dos sintomas para poder doar sangue. Quem teve Covid-19 deve aguardar 10 dias após o fim dos sintomas, desde que sem sequelas. Se assintomático, o prazo é contado da data de coleta do exame. Pacientes diagnosticados com dengue clássica devem aguardar 30 dias para se candidatar à doação de sangue. Para dengue hemorrágica, o prazo é de seis meses.

Atualizado em 23/11/2024 – 17:32.

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Alexandre Gasperin

Tontura: especialista alerta para o risco de queda de idosos

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Foto/Imagem: Freepik

Segundo dados do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), 40% dos idosos com 80 anos ou mais sofrem quedas todos os anos. Boa parte dessas quedas são geradas por tonturas, condição perigosa que pode ser potencializada por inúmeras doenças. Sendo assim, torna-se cada vez mais necessária a conscientização da população com relação aos cuidados básicos para garantir a segurança e bem-estar dos idosos.

De acordo com o médico otorrinolaringologista do Hospital Paranaense de Otorrinolaringologia (IPO), Alexandre Gasperin, são mais de 70 doenças, somente da parte periférica do corpo, que têm como sintoma a tontura. “Além da área periférica do sistema de equilíbrio existe a parte neurológica, que pode causar tonturas também. É preciso sempre ter em mente que tonturas são sintomas, não são uma doença. Um profissional qualificado vai identificar a causa e indicar o tratamento, que é individualizado caso a caso. A recorrência das tonturas indica que o tratamento não está correto”, alerta o especialista.

Na maioria dos casos, as quedas, que são uma das causas mais frequentes de trauma entre os idosos, podem ser previstas e evitadas. De acordo Gasperin, diversas condições podem causar o desequilíbrio em idosos, entre elas as doenças do labirinto, alterações visuais, fraqueza muscular, doenças crônicas como o diabetes e problemas neurológicos.

“Para o tratamento, cada caso tem a sua particularidade, por isso o acompanhamento deve ser individualizado e pode incluir medicações, mudanças comportamentais e tratamentos de reabilitação. O tratamento correto é prescrito após o diagnóstico médico do quadro”, complementa o especialista.

Conheça algumas medidas simples que podem evitar as quedas:

Escadas: providenciar iluminação suficiente para que seja possível enxergar todos os degraus. Instale corrimão em ambos os lados para permitir o apoio indispensável. Evite piso escorregadio ou coloque um carpete preso nos degraus.

Cozinha: não guarde alimentos e utensílios em locais altos. Não utilize cadeiras ou bancos para tentar acessar armários. Limpe imediatamente o chão ao derramar algo. Evite cera e tapetes.

Banheiro: utilize um distribuidor de sabão líquido ao invés de sabonete solto. Instale corrimão na banheira e nas paredes do banheiro. Coloque adesivos antiderrapantes em áreas úmidas e nunca tranque a porta do banheiro.

Calçados: evite usar saltos e chinelos, opte por um calçado firme no pé. Utilize calçadeira para auxiliar a colocar o sapato.

Orientações gerais: não pule refeições, estômago cheio é importante. Use óculos, se necessitar, mas remova os de leitura ao caminhar. Não corra para atender o telefone ou a campainha. Conserte o assoalho se tiver tábuas soltas. Mantenhas os números de emergência, entre eles os de hospitais e de parentes e amigos, bem ao lado do telefone. Evite usar roupas muito compridas.

Atualizado em 23/11/2024 – 09:42.

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