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Festival de Brasília do Cinema Brasileiro volta ao formato presencial
Depois de dois anos longe do calor humano das plateias presenciais, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB) prepara-se para movimentar o tradicional Cine Brasília, lotando a 106 Sul com o burburinho do mais importante e tradicional evento da sétima arte nacional. O primeiro passo foi dado nesta terça-feira (7), com a publicação do edital de chamamento público com vistas à celebração de termo de colaboração com organização da sociedade civil (OSC) para gestão do evento – marcado para o período de 14 a 20 de novembro deste ano.
O investimento é de R$ 2 milhões. Além das exibições presenciais dos filmes, a proposta precisa incluir ambiente virtual e/ou canal de tevê. Para participar, a OSC precisa ser legalmente constituída no Distrito Federal e ter atuação de pelo menos dois anos. “É sempre um momento de felicidade anunciar o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro – nesse caso, voltando ao contato físico, às trocas de impressões e às apostas dos espectadores”, aponta o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues. “Faremos mais uma vez um evento memorável.”
Nas duas últimas edições virtuais, por conta da pandemia de Covid-19, o FBCB movimentou público de 1 milhão de pessoas entre o Canal Brasil, o canal da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) no YouTube e plataformas de streaming (tecnologia de transmissão de dados pela internet, especialmente em áudio e vídeo).
“Esse retorno é mais que desejado, porque a alma do Festival de Brasília está no olho no olho, no boca a boca do fim da sessão, nos aplausos e nas vaias”, avalia a subsecretária de Economia Criativa, Angela Inácio. “Esse DNA volta com força ao nosso templo sagrado, o Cine Brasília.”
O festival
Patrimônio Imaterial do Distrito Federal desde 2007, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro é o mais antigo encontro dedicado ao cinema nacional do país, prestigiado por realizadores e críticos por oferecer espaço à apreciação, reflexão e participação do público e de profissionais do cinema. Ao longo dos anos, destacou-se pela ousadia que pautou sua trajetória e os premiados, antecipando ou reafirmando a consagração de filmes e autores.
A ação nasceu em 1965, intitulada Semana do Cinema Brasileiro, por iniciativa do historiador e crítico Paulo Emílio Sales Gomes, à época coordenador do primeiro curso superior de cinema, criado na Universidade de Brasília (UnB). O nome Festival de Brasília do Cinema Brasileiro passou a ser usado em 1967. Apenas nos anos de 1972 a 1974, durante a ditadura militar, o evento não ocorreu.
Realizada anualmente, a ação é sucesso de público, entre cineastas, diretores, atores e atrizes, estudantes, pesquisadores, profissionais do audiovisual, produtores, técnicos e espectadores. Tornou-se um termômetro da safra anual de lançamento dos melhores filmes produzidos no país, revelando atores, diretores e técnicos.
Nas telas, trabalhos de qualidade projetam aspectos passados, contemporâneos e futuros do cinema nacional. O júri popular, manifestação da opinião do público sobre os filmes, é tradicionalmente participativo, consagrando o FBCB como umas das plateias mais críticas do país.