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Rabdomiólise

Exercícios extremos podem causar falência renal, alerta nefrologista

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Rabdomiólise
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Um estudo de caso de falência renal após um treino intenso publicado na revista Medicine por médicos e pesquisadores da China reacendeu o alerta para os riscos associados à prática de exercícios físicos extremos. A condição conhecida como rabdomiólise induzida pelo exercício é rara, mas grave, e pode levar à necessidade de hemodiálise em casos mais severos.

A rabdomiólise ocorre quando há uma destruição excessiva das fibras musculares, levando à liberação de substâncias como mioglobina e creatina quinase (CPK) na corrente sanguínea. A mioglobina, em particular, é tóxica para os rins e pode causar lesão renal aguda.

“Quando o músculo sofre uma lesão intensa, ele libera proteínas que podem entupir os túbulos renais e causar um quadro grave de insuficiência renal”, explica a nefrologista Lectícia Jorge, diretora médica da Fresenius Medical Care. “Nos casos mais graves, é necessário recorrer à hemodiálise para substituir temporariamente a função dos rins.”

De acordo com a médica, a melhor forma de prevenir a rabdomiólise é respeitar os limites do corpo e manter uma hidratação adequada. “A hidratação vigorosa é uma das primeiras medidas adotadas quando há suspeita da condição, pois ajuda a diluir e eliminar a mioglobina do organismo, reduzindo o risco de dano renal”, afirma.

O uso indiscriminado de suplementos e esteroides anabolizantes também pode agravar o problema. “A creatina de boa procedência, por si só, não costuma causar dano renal, mas pode interferir na interpretação de exames. Já os anabolizantes, sim, têm potencial de afetar diretamente a função dos rins e devem ser evitados sem prescrição e acompanhamento médico”, alerta a nefrologista.

A médica reforça que o acompanhamento profissional durante os treinos é indispensável. “Exercício é saúde, mas deve ser feito com responsabilidade. O excesso pode trazer consequências sérias. Ter orientação médica e nutricional é fundamental para garantir a segurança”, destaca.

Sinais como dor muscular intensa, inchaço incomum, fraqueza extrema ou urina escura podem ser indicativos de rabdomiólise. “Se esses sintomas aparecerem, é fundamental procurar um médico imediatamente”, finaliza Lectícia Jorge.

Dr. Ricardo Ferreira

Doença de Chagas: como ela afeta a saúde do coração e pode até matar

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Doença de Chagas
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A Doença de Chagas é uma doença parasitária, causada pelo Trypanosoma cruzi, normalmente transmitida pelas fezes contaminadas do inseto conhecido como barbeiro ou pela ingestão de alimentos contaminados. Estima-se, segundo dados do Instituto Carlos Chagas, que haja atualmente perto de 1 milhão de pessoas com a doença no Brasil. E 6 milhões em toda a América Latina, com 14 mil mortes por ano, na região.

E quais são os riscos para essa população? De acordo com o cardiologista e especialista em arritmias cardíacas, Dr. Ricardo Ferreira, a Doença de Chagas é uma das principais causas da arritmia, que, em uma definição simples, é a alteração de ritmo nos batimentos do coração. “Apesar de existirem arritmias benignas, esse não é o caso daquelas causadas pela Doença de Chagas. Normalmente, as arritmias relacionadas ao Chagas representam danos sérios ao coração e podem levar à morte súbita. Por isso, é tão importante o diagnóstico e, claro, o acompanhamento médico”, explica.

Ainda de acordo com o Instituto Carlos Chagas, menos de 10% das pessoas com a doença são diagnosticadas nas Américas, e menos de 1% recebem o tratamento antiparasitário – medicamentos eficazes na fase aguda e início da fase crônica, que podem impedir o avanço para casos mais graves.

O Dr. Ricardo Ferreira orienta atenção aos sintomas na fase aguda da doença como febre, dor de cabeça, gânglios linfáticos aumentados, erupções na pele, náuseas e dificuldade para respirar. O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue, para identificação do parasita.

Com a evolução dos casos, os sintomas cardíacos estão relacionados a dois tipos de alterações: danos na musculatura do coração e danos na parte elétrica. No primeiro tipo, os pacientes podem ter sintomas de insuficiência cardíaca como tontura, cansaço, falta de ar, desmaios, acúmulo de água nos pulmões e inchaço nas pernas, a depender da gravidade. Já os danos elétricos é que estão relacionados às arritmias cardíacas, podendo impactar a qualidade de vida e levar à morte súbita.

Os tratamentos também irão depender do tipo de acometimento do órgão, variando desde de um acompanhamento clínico regular, sem necessidade de medicamentos ou intervenções, até implantes de marcapassos ou outros dispositivos. Alguns exemplos são os ressincronizadores e cardiomoduladores, que melhoram a qualidade e a eficiência da contração do coração, e os cardiodesfibriladores, para prevenção de morte súbita. Segundo o Dr. Ricardo são “a investigação e o acompanhamento médico que ajudarão a entender cada caso, para a garantia do melhor tratamento”.

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Em 2024

Meningite: casos caem 14% no Distrito Federal com aumento da vacinação

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O Distrito Federal registrou 333 casos suspeitos de meningite em 2024, sendo 92 confirmados. Isso representa uma redução de 14% em relação a 2023, quando houve 254 notificações e 107 confirmações da doença entre residentes da capital. Apesar da queda, os dados reforçam a importância da vacinação, já que a meningite é amplamente evitável por meio da imunização.

Segundo o Informativo Epidemiológico de 2024, há uma tendência histórica de redução da doença nos últimos 15 anos, tanto no número de casos quanto na letalidade. Das ocorrências registradas neste ano no DF, 52% foram causadas por bactérias, 30% por vírus, 7% por outras etiologias (principalmente fúngicas) e, em 11% dos casos, a causa não foi identificada.

A cobertura vacinal também apresentou avanço. Foram aplicadas 30,9 mil doses em 2024, contra 30,3 mil no ano anterior — um aumento de 1,78%. Em 2023, a cobertura alcançou 86%, enquanto em 2024 chegou a 95,3%.

A médica Anna Paula Bise Viegas, responsável técnica pela área de meningites na Gerência de Vigilância de Doenças Imunopreveníveis da Secretaria de Saúde (SES-DF), reforça o papel central da vacinação: “A meningite é uma enfermidade grave, com risco de sequelas e potencialmente fatal. Boa parte da diminuição no número de casos que vemos hoje se deve às vacinas. Manter a caderneta de vacinação atualizada é a principal estratégia para evitar as meningites”.

De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2010 e 2024 foram notificados mais de 356 mil casos suspeitos da doença no Brasil, com mais de 234 mil confirmações. A maioria dos casos é de origem viral ou bacteriana, e a principal forma de transmissão ocorre por meio de gotículas e secreções do nariz e da garganta, como saliva, tosse e espirros.

Sintomas

A meningite é uma inflamação das meninges — membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Os sintomas incluem febre, dor de cabeça intensa, vômitos, confusão mental, sensibilidade à luz, convulsões, rigidez na nuca e erupções na pele. Em crianças menores de dois anos, também são comuns febre, sonolência e choro persistente.

Tratamento

O tratamento depende do tipo e da gravidade da infecção. Nos casos bacterianos, o uso de antibióticos é essencial. Ainda assim, a prevenção segue sendo a principal arma contra a doença.

A vacina contra a meningite C está disponível no Programa Nacional de Imunizações (PNI) desde 2010 para crianças de até um ano. Em 2017, o público-alvo foi ampliado para incluir adolescentes de 11 a 14 anos.

Em 2020, ocorreu a substituição da vacina meningocócica C para meningocócica ACWY, para os adolescentes de 11 e 12 anos. Atualmente, a ACWY está disponível para meninos e meninas de 11 a 14 anos no Calendário Nacional de Vacinação.

Atendimento

A porta de entrada para o atendimento na saúde pública do Distrito Federal são as unidades básicas de saúde (UBSs). Lá, os profissionais realizam o encaminhamento para outras unidades, como hospitais e policlínicas, caso haja necessidade. As vacinas contra a doença também estão disponíveis nas salas de vacinação espalhadas pela capital.

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