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Emater vai auxiliar pequenos produtores rurais na gestão do próprio negócio

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O objetivo de Helvecio Soares Brasileiro, de 51 anos, é expandir a venda de laticínios. O pequeno produtor rural de Planaltina atua em feiras por Brasília, entre elas, uma organizada pelo Palácio do Planalto, no Anexo 4. Com domínio do processo de produção de queijos e iogurtes, ele quer ser um experto também na administração do fluxo de caixa, controlando melhor os números de compra e venda.

Para assegurar esse suporte técnico, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) lançou o programa Empreender e Inovar na quarta-feira (17), com a presença do secretário da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, José Guilherme Reis.

A iniciativa tem o objetivo de auxiliar pequenos empreendimentos de modo individual ou coletivo na gestão do negócio, em aspectos como administração, finanças, legislação e contabilidade.

Assim como ocorreu com Helvecio, foram assinados outros seis termos de compromisso com associações e agroindústrias. Em cada unidade produtora, técnicos agrícolas atuarão durante 18 meses fornecendo as informações e a consultoria necessária para que os negócios prosperem.

“Esse programa vem nortear nossas atividades”, anima-se o produtor familiar, responsável por fornecer mensalmente cerca de 150 litros de iogurte e 150 quilos de queijo. “Nós que vivemos do campo precisamos entender de finanças para que possamos garantir o nosso lucro”, resume Helvécio. Ele fatura, em média, R$ 4 mil mensais com a produção, em uma propriedade de 10 hectares, sendo 3 destinados à reserva legal — área protegida prevista pelo Código Florestal Brasileiro.

Balanços econômicos
O suporte técnico da Emater-DF ficará a cargo de uma equipe multidisciplinar com profissionais ligados a agronomia, zootecnia, gerenciamento e contabilidade. Durante 1 ano e meio, os especialistas abordarão temas como balanços econômicos e estratégias de produção, divididos em três etapas: diagnóstico, aplicação do plano de gestão e acompanhamento.

De acordo com o cronograma da empresa, em quatro anos, a previsão é capacitar 52 empreendimentos. “A seleção levou em conta a abrangência e a diversificação na atuação dos negócios”, explica a coordenadora do programa, Luciana Tiemann. As visitas técnicas começarão a cada quinzena e depois serão mensais.

O Distrito Federal tem 20 cooperativas, 151 associações (das quais, 11 de produtores de orgânicos, que escoam os produtos em 36 feiras) e 215 empreendimentos de processamento artesanal e agroindústrias.

Fatores climáticos
Para justificar a importância do programa, o presidente da Emater, Argileu Martins, classifica a agropecuária com uma atividade de risco: “Além dos fatores econômicos, o produtor rural enfrenta problemas climáticos”.

Técnicos dos 16 escritórios regionais eventualmente prestavam serviço de gerenciamento, mas de maneira voluntária. A partir de agora, o trabalho é formalizado e orientado. Segundo a empresa, não foi necessário investimento financeiro para a concretização do projeto, que demandou apenas uma realocação de servidores da casa.

Na opinião do diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Marenilson Batista da Silva, o Empreender e Inovar possibilita mostrar ao Brasil que é possível fazer gestão no campo: “Podemos pensar em levar essa ação a outras entidades públicas de extensão rural, fazendo com que chegue a agricultores de todo o País”.

Ádamo Araujo, da Agência Brasília

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