Cidades
Em nova assembleia, professores da rede pública decidem manter greve que já dura 25 dias
Professores da rede pública do Distrito Federal aprovaram nesta segunda-feira (9) a continuação da greve da categoria, que já dura 25 dias. Segundo o sindicato, 3 mil pessoas participaram da votação, que aconteceu em frente ao Palácio do Buriti. Os professores fecharam o Eixo Monumental. Após a assembleia, o grupo marchou até o Ministério Público para protestar contra a decisão judicial que considerou a paralisação ilegal.
De acordo com o Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), a categoria reivindica o reajuste salarial de 3,5% suspenso pelo governador Rodrigo Rollemberg por falta de recursos. “A única proposta do governador foi ruim. Além de querer pagar o reajuste apenas em outubro do ano que vem, ele quer financiar os nossos retroativos só em 2017”, disse o diretor do Sinpro Cláudio Antunes.
Segundo ele, o valor total do retroativo seria de R$ 2,5 mil, em média, por professor. Hoje, o piso salarial de um professor é de R$ 4,8 mil. “O reajuste possibilita R$ 200 a mais no salário do professor. Com 13 meses de atraso do pagamento, receberemos R$ 2,5 mil. Este valor é muito pequeno. Esperamos três meses para receber essa quantia e não vamos abrir mão.”
Greve ilegal
No dia 20 de outubro, cinco dias depois do início da greve dos professores, o Tribunal de Justiça do DF considerou ilegal e abusiva a paralisação. A decisão foi do desembargador Jair Soares, que determinou a volta imediata às funções, sob pena de multa de R$ 400 mil por dia ao sindicato em caso de descumprimento.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) também recomendou que o secretário de Educação, Júlio Gregório, suspendesse o pagamento dos dias parados dos professores da rede pública que aderiram à greve.
O órgão entendeu que o direito de greve não se sobrepõe ao direito à educação dos estudantes. A Secretaria de Educação do DF tem prazo de dez dias para informar ao Ministério Público as providências tomadas.
Para a orientadora educacional Maguie Guimarães, o Ministério Público “se meteu aonde não devia”. Segundo ela, o governo Rollemberg é o pior da história do Distrito Federal. “Nem o governo Agnelo foi tão ruim. Fui algemada pelos Policiais Militares no meio de uma manifestação. Isso não existe. Nossa greve é legal porque lutamos pelos nossos ideais. Queremos que a lei seja cumprida.”
A categoria se reúne novamente nesta quarta-feira (11) às 9h no Palácio do Buriti para nova assembleia. O DF tem 657 escolas públicas e 33 mil professores. Os 470 mil estudantes estudam em três turnos. A greve afeta ainda os centros de línguas, escolas técnicas e a Escola de Música.
Jéssica Nascimento, G1 DF