Cidades
E-zine brasiliense propõe reflexões sobre o ano de 2020 “que nunca acabou”
“VINTE VINTE – O ano que nunca acabou” é uma mistura de angústias e sensações sob duas vertentes. A primeira é o microcosmo das atividades e histórias do cotidiano do casal Bruno Stuckert e Ana Paula Grande. A segunda é um olhar mais amplo para as dores e medos vivenciados por toda humanidade desde a descoberta do novo vírus mortal que se espalhou pelo globo em pouquíssimos meses.
Enquanto Bruno fotografava a cidade, as pessoas na rua e o dia a dia dentro de casa, Ana Paula anotava palavras soltas que traduziam os sentimentos mais diversos que eles experimentavam. Tudo sem grandes pretensões.
Depois da meia noite do dia 31 de dezembro, a sensação do casal era de permanência num espaço-tempo passado. “Senti como se o tempo estivesse ficado em suspenso e nós estivéssemos presos num limbo entre a terra e um inferno dantesco.”, conta a publicitária e atriz.
A partir dessa percepção, decidiram juntar suas criações artísticas e lançaram um e-zine (publicação independente virtual).
“Eu gostaria que as pessoas pensassem sobre a fragilidade da vida humana e que conseguissem aumentar seu ângulo de visão para enxergar de verdade, com empatia, as outras pessoas. As que estão ao seu lado, mas principalmente os vulneráveis”, resume o fotógrafo.
O e-zine VINTE VINTE propõe uma reflexão sobre a antítese entre os privilégios que dividem a sociedade e os sentimentos que colocam toda a humanidade navegando no mesmo barco.
Sinopse
Tem quem fale que 2020 nem começou, mas a humanidade não pode esquecer nenhum desses dias intermináveis de perdas, angústias e dores. Não há o que romantizar no que aconteceu nesse ano que nunca chega ao fim.
Pessoas morrem aos montes do outro lado do muro, enquanto tentamos minimizar os impactos na nossa sanidade mental. Crianças passam fome na ocupação do lado da nossa casa, enquanto a convivência diária extrema ao mesmo tempo nos desgasta e nos fortalece enquanto casal. Uma mulher embala seu filho recém-nascido fumando um cigarro no lixão, enquanto a gente sofre um aborto no nosso apartamento.
Será que passamos mesmo pela tal data limite que Chico Xavier previu para sermos resgatados pelos extraterrestres? Ou será que estamos ainda presos nas trevas de 2019? Parece que ano passado morremos e agora estamos perdidos em um dos 9 andares do inferno da Divina Comédia de Dante.
Sobre os artistas
Bruno Stuckert passou sua infância e adolescência na realidade privilegiada do Plano Piloto, mas ainda assim bem longe do luxo dos casamentos que registra atualmente ao redor do mundo. Bruno se dedicou ao fotojornalismo por quase uma década. Sua experiência inclui veículos de imprensa e agências de notícias de grande relevância nacional. Essa prática diária construiu um olhar capaz de criar imagens poéticas, delicadas e cheias de significados.
Stuckert enxerga o mundo sob uma estética de beleza singular e imprime sua perspectiva em fotografias espontâneas tão perfeitas que parecem ter sido produzidas. Características que fizeram dele uma importante referência no segmento de casamentos. Já registrou uniões em praticamente todos os estados do Brasil e em diversos países. Em sua investigação autoral, aposta na potência da simplicidade enquanto escolha estética. “A beleza está na simplicidade.”
Ana Paula Grande é atriz desde os 10 anos. Bacharel em Comunicação Social desde 2005 e pós graduada em Marketing Digital pela FGV em 2017, a brasiliense já participou de 15 peças teatrais, mais de 10 curta metragens e ainda integrou o elenco da novela Amigas e Rivais no SBT durante sua temporada de 10 anos na cidade de São Paulo. De volta à Brasília, coordenou o projeto de marketing cultural do Programa Eu Faço Cultura. Atualmente, escreve, trabalha como mestre de cerimônias, ministra workshops e treinamentos.