Alysson Coimbra*
Diretor da Ammetra fala sobre os desafios do trânsito para 2023
Todo ano, mais de 30 mil brasileiros encontram a morte em uma rodovia, rua ou avenida do país. No mesmo período, mais de 200 mil, sobrevivem, mas enfrentarão sequelas graves e invalidez permanente, o que deixa o Brasil ainda distante de atingir a meta da ONU para segurança no trânsito. A mais recente pesquisa da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra) sobre a situação da malha rodoviária brasileira, revela que a má conservação das estradas segue sendo um grande entrave à segurança de motoristas, pedestres, ciclistas e passageiros.
Mesmo diante desse cenário preocupante, nos últimos anos assistimos a diversas tentativas de flexibilização das normas de segurança previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), sem respaldo técnico e ignorando os riscos à vida. Em 2019 o presidente da República apresentou Projeto de Lei para isentar de multa quem transporta crianças de forma irregular, fora da cadeirinha de segurança. Nunca é demais lembrar que acidentes de trânsito são a principal causa de mortes de crianças por fatores externos. Graças à reação da sociedade e de entidades científicas, a ideia não avançou.
Em vez de adotar medidas que contribuíssem para a segurança no trânsito, o governo que se encerra caminhou na direção contrária: reduziu as fiscalizações com radar móvel nas rodovias; ampliou a validade da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), esticou o limite de pontuação por multas e afrouxou as fiscalizações do cumprimento da Lei do Descanso por motoristas de caminhão.
O resultado disso é o aumento da letalidade de acidentes devido ao excesso de velocidade; motoristas com saúde debilitada que agora dirigirão por 10 anos; incentivo a comportamentos infracionais e caminhoneiros que dirigem por mais de 24 horas sem descansar. São ações que favorecem o motorista infrator e, pior que isso, têm o poder de aumentar o número de acidentes e mortes. Por outro lado, medidas como a implantação dos drogômetros, para fiscalizar o consumo de substâncias psicoativas pelos motoristas, e investimentos em educação para o trânsito ficaram de lado.
Todas essas medidas, que negligenciam a segurança no trânsito, criam nos condutores a sensação de impunidade. A percepção de que isso é ilusão ficou clara quando a Polícia Rodoviária Federal (PRF) retomou o ritmo de fiscalizações no pós-pandemia. O número de pessoas flagradas dirigindo alcoolizadas nas rodovias federais brasileiras cresceu 80,7% no primeiro semestre deste ano e o descumprimento à Lei do Descanso triplicou em 2022. Estamos retrocedendo.
O desafio do novo governo que se inicia em 2023 é recolocar a segurança viária na pauta do centro do poder; resgatar sua relevância, blindá-la de intervenções políticas, incentivar campanhas de educação e respeito às normas de trânsito; reavaliar graves alterações no CTB para evitar mortes e criar, efetivamente, políticas públicas que salvem vidas.
Precisamos de um governo que entenda que investir em segurança viária vai além da já tão nobre missão de salvar vidas: contribui para reduzir os custos públicos com hospitalizações, seguridade social e perda de força produtiva. Quando o Brasil cuida da segurança no trânsito, todos ganhamos. Cada vida vale a pena.
*Alysson Coimbra é diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra).
Atualizado em 03/01/2023 – 12:56.
Sudeste lidera o ranking
Brasil contabiliza 1.578 casos de mpox (varíola dos macacos) em 2024
O Brasil registrou, ao longo de 2024, 1.578 casos confirmados de mpox. O painel de monitoramento do Ministério da Saúde contabiliza ainda 60 casos prováveis e 434 casos suspeitos da doença no país.
A maioria das infecções se concentra na faixa etária dos 30 aos 39 anos (751 casos), seguida pelos grupos de 18 a 29 anos (496 casos) e de 40 a 49 anos (275 casos). Os homens respondem por 81% dos casos confirmados, sendo que 70% declararam ter relações sexuais com homens.
Outro recorte divulgado pelo painel de monitoramento do ministério é o de raça e cor. Os dados mostram que 46% dos casos de mpox no Brasil se concentram entre brancos; 29%, entre pardos; e 11%, entre pretos.
O Sudeste lidera o ranking de regiões com mais infecções, com 1.269 casos. Em seguida estão Nordeste (137), Centro-Oeste (97), Norte (712) e Sul (61). Entre os estados, São Paulo e Rio de Janeiro aparecem na frente, com 866 e 320 casos, respectivamente.
Emergência global
A Organização Mundial da Saúde (OMS) convocou para a próxima sexta-feira (22) uma reunião do comitê de emergência para reavaliar o cenário de mpox no mundo. Em agosto, o mesmo comitê declarou a doença como emergência em saúde pública de importância internacional.
Dados da entidade revelam que, de 1º de janeiro de 2022 a 30 de setembro deste ano, 109.699 casos de mpox foram confirmados em todo o mundo, além de 236 mortes. Pelo menos 123 países reportaram casos da doença.
O continente africano responde pela maior parte das infecções – 11.148 casos confirmados entre 1º de janeiro a 3 de novembro de 2024, além de 46.794 casos suspeitos. A África contabiliza também 53 mortes confirmadas por mpox e 1.081 óbitos suspeitos.
A República Democrática do Congo segue liderando o ranking, com 8.662 casos confirmados, 39.501 casos suspeitos, 43 mortes confirmadas e 1.073 óbitos suspeitos pela doença. Em seguida aparecem Burundi, com 1.726 casos confirmados, e Uganda, com 359 casos confirmados.
Nova variante
Segundo a OMS, três novos países confirmaram casos importados da variante 1b: Reino Unido, Zâmbia e Zimbábue. Além disso, pela primeira vez, a transmissão local da nova variante foi detectada fora da África – no Reino Unido, três pessoas foram infectadas por um viajante.
Atualizado em 16/11/2024 – 13:27.
Medicina
Residência médica pode ser a melhor escolha para recém-formados
A residência médica é uma etapa fundamental para quem deseja se especializar em áreas específicas da medicina. Esse programa, oferecido em instituições de saúde credenciadas pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Ministério da Saúde, busca fornecer aprendizado teórico e prático em ambientes hospitalares, para que os médicos residentes adquiram competências, e aprimorem sua capacidade de atendimento e diagnóstico.
O que o estudante pode escolher?
Quando os candidatos optam pela residência médica, eles podem escolher entre várias especialidades como clínica médica, pediatria, ginecologia e obstetrícia, cirurgia geral, anestesiologia, entre outras.
Essas especialidades servem como base para subespecializações, como cardiologia, neurologia e medicina intensiva, permitindo que o médico recém-formado aprofunde seus conhecimentos em áreas específicas após a formação inicial.
Quanto tempo dura?
Geralmente, o período de duração da residência pode variar entre dois e seis anos, dependendo da especialidade escolhida. Os programas seguem uma rotina intensa, com jornadas de trabalho que podem ultrapassar 60 horas semanais.
Durante a formação, o residente passa por rodízios em diferentes setores do hospital, para aprimorar suas habilidades em diagnóstico, tratamento e tomada de decisões rápidas, especialmente em áreas de alta complexidade. Além disso, o programa oferece uma bolsa-auxílio aos residentes, financiada pelo governo ou pela própria instituição de saúde, garantindo suporte financeiro durante a especialização.
Como se consegue uma residência?
O processo seletivo para uma residência médica é altamente concorrido, com exames rigorosos que avaliam os conhecimentos teóricos dos candidatos. Entre os exames de acesso, o edital Enare é um dos mais importantes e abrangentes do Brasil.
Isso porque ele organiza o processo seletivo para diversos programas de residência, sendo reconhecido por facilitar o acesso dos candidatos a programas de qualidade em instituições renomadas. Além disso, o edital oferece uma plataforma centralizada para inscrições e resultados, tornando todo o processo mais acessível e organizado.
A inclusão do Enare contribui para a democratização do acesso às vagas de residência médica e amplia as oportunidades para médicos recém-formados em todo o território nacional.
Residência ou especialização: o que escolher?
A residência médica e a especialização são ambas modalidades de pós-graduação, mas diferem em carga horária e formato. A residência é mais intensiva, concede título e bolsa-auxílio, enquanto a especialização, com menor carga horária e autofinanciada, permite que o profissional se qualifique rapidamente.
Para escolher a modalidade certa, é preciso ter claramente os objetivos de carreira, como obter um título ou desenvolver conhecimentos técnicos. Ambas são reconhecidas pelo MEC, e o profissional pode combinar os cursos para aprimorar ainda mais a sua formação.
Portanto, a escolha pela residência médica oferece inúmeros benefícios, que incluem a valorização no mercado de trabalho e a possibilidade de atender em áreas específicas com maior qualificação e conhecimento técnico. Dessa forma, o médico residente se torna um profissional capacitado para lidar com casos complexos e promove uma assistência de qualidade à população.
Atualizado em 16/11/2024 – 09:47.
-
Acumulou
Mega-Sena 2798 pode pagar prêmio de R$ 14,5 milhões nesta terça-feira (19)
-
Agricultura familiar
Programas fortalecem pequenos produtores e a segurança alimentar
-
Empreendedorismo feminino
Mulher de Negócios: quem é Renata Teles, empresária premiada pelo Sebrae
-
Veja como regularizar
IPVA e IPTU 2024: cerca de 13% dos contribuintes do DF ainda estão em débito
-
Cães e gatos
Royal Canin lança guia de procedimentos neonatais e pediátricos para pets
-
Novembro Azul
Urologistas reforçam a importância da prevenção ao câncer de próstata
-
QuintoAndar
Aluguel em Brasília tem 5ª alta consecutiva e valor do m² ultrapassa os R$ 50
-
Segunda, 18 de novembro
Semana começa com 798 oportunidades de emprego no Distrito Federal