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Erasmo Tokarski

Dermatologista alerta para possíveis manifestações da Covid-19 na pele

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Foto/Imagem: Freepik


Há mais de um ano, o mundo foi acometido pela pandemia causada pelo novo coronavírus. A doença que matou mais de 250 mil pessoas somente no Brasil, ainda é objeto de estudo por cientistas, médicos, biólogos e pesquisadores. Entretanto, após diversas investigações da comunidade científica sobre o assunto, já é possível confirmar alguns pontos do até então desconhecido vírus. Na área dermatológica, estudos apontam desde manifestações (sintomas) associadas à contaminação pela doença, como também, consequências na pós-infecção.

Uma pesquisa publicada em 2020 no British Journal of Dermatology, revelou que a análise realizada em 375 pessoas identificou alguns principais padrões relacionados a problemas de pele, como urticárias, livedo (aparecimento na pele de “linhas” vermelhas ou azuladas ) e maculopápulas (pequenas manchas avermelhadas elevadas). O estudo chegou a ser compartilhado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

O dermatologista, Erasmo Tokarski, especialista em pele há mais de trinta anos, lembra que as manifestações na pele como indicativos de doenças são bastante conhecidas pela classe médica e que é preciso estar atento a qualquer sintoma.

“A nossa pele pode ser o órgão do corpo que manifesta sinais de diversas doenças internas, sejam elas nutricionais, medicamentosas ou infecciosas. Portanto, é preciso acompanhar qualquer alteração e ficar sempre em alerta a qualquer manifestação diferente no corpo. Se perceber qualquer outro sintoma da doença é necessário procurar um profissional imediato”, afirma.

Conheça algumas possíveis manifestações da Covid-19 na pele:

  • urticária generalizada – especialmente no tronco, mas pode se apresentar ou dispersar por outras partes do corpo;
  • maculopápulas (pequenas manchas avermelhadas elevadas) – podem se apresentar em diferentes graus de descamação e costuma afetar mais as mãos;
  • pseudo-frieira nas mãos e pés e em outras partes do corpo;
  • livedo (aparecimento na pele de “linhas” vermelhas ou azuladas ) ou necrose (morte de um grupo de células).

Alergias e queda de cabelo

Desde os primeiros casos de cura da doença foram registrados, também, uma série de outros efeitos colaterais na pós-infecção pelo vírus. Entre as principais queixas estão além do cansaço contínuo e a taquicardia, a queda capilar.

O dermatologista pontua que a queda de cabelo é entendida como multifatorial e que muitos motivos podem provocá-la. Ainda que os registros sejam computados, todas as linhas seguem sob investigação da ciência.

“A queda de cabelo (alopecia) é classificada em dois grandes grupos: Cicatricial, quando há danos irreversíveis ao folículo e, em sua maioria, não é possível o retorno do crescimento dos cabelos; e a causa Não-Cicatricial, mais comum. Essa tem várias causas e é preciso pesquisar bem, para um tratamento adequado”, ressalta.

O especialista ainda explica que, normalmente, o cabelo tem três fases de evolução: a de crescimento, de maturação e, a última, de queda chamada de eflúvio telógeno. Nessa, os cabelos caem em quantidade maior do que nas outras, mas sendo revertida, os cabelos voltam a crescer.

“Não se pode afirmar com precisão quando a queda de cabelo deixa de ser normal para se tornar um problema. O importante é que o paciente esteja sempre vigilante e, ao se sentir incomodado com o fato ou perceber algo incomum procure um especialista”, destaca.

Outro ponto bastante mencionado por pacientes foi com relação ao uso da máscara de proteção facial. As reclamações são de coceira, alergias e irritações. A própria Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) chegou a fazer um alerta sobre a situação.

Para o especialista, a alergia pode ocorrer por conta do tecido ou material em que o equipamento de proteção foi fabricado, como também, pelo contato da saliva.

“A pele fica em contato com micro gotículas que alteram o microbioma ao redor da boca”, diz Tokarski.

Ainda de acordo com o profissional, outros fatores como o local em que o indivíduo se encontra, a temperatura e a quantidade de horas que ele fica com a máscara no rosto podem causar vermelhidão, coceira e até mesmo a descamação da pele do rosto.

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Xô, Aedes!

Casos de dengue no Distrito Federal caem 97% em relação ao ano passado

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Ao Vivo de Brasília
combate à dengue df
Foto/Imagem: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

O Distrito Federal continua a registrar queda no número de casos de dengue. Até 29 de março deste ano, a capital notificou 9,3 mil ocorrências suspeitas da doença, das quais 6,1 mil eram prováveis. No mesmo período de 2024, foram registrados quase 220 mil casos prováveis. Os dados estão no último boletim epidemiológico, divulgado pela Secretaria de Saúde (SES-DF).

“Devemos registrar e comemorar esses dados, mas sem perder de vista os cuidados para combater a dengue. Afinal, alcançamos esse resultado por meio de um esforço conjunto da população e do governo. É um trabalho contínuo”, explica o subsecretário de Vigilância à Saúde, Fabiano dos Anjos Martins.

Aedes aegypti é responsável por transmitir não só o vírus da dengue, como também da febre amarela urbana, chikungunya e zika. Entre essas arboviroses, a capital federal contabilizou 129 casos suspeitos de chikungunya, dos quais 105 são considerados prováveis. Desses, 93,3% (98 ocorrências) correspondem a moradores do DF. Até o momento, 59 casos tiveram confirmação laboratorial, enquanto os demais seguem em investigação.

A chikungunya é uma doença febril aguda e sistêmica, causada por um arbovírus do gênero Alphavirus (CHIKV), e transmitida principalmente pelas fêmeas do mosquito. A infecção se destaca por sua elevada taxa de incapacitação, podendo causar sintomas persistentes em algumas pessoas.

Ação domiciliar dos Avas

Peça-chave no combate ao Aedes aegypti, a visita dos Agentes de Vigilância Ambiental em Saúde (Avas) promove a prevenção de doenças, o mapeamento de territórios e a execução de atividades de vigilância por meio da coleta e da pesquisa.

Identificá-los é simples: os Avas usam colete e chapéu com abas, os dois da cor marrom-cáqui, além de uma camiseta branca. Eles também carregam uma bolsa amarela, onde armazenam seu material de trabalho.

Os agentes devem estar devidamente identificados com símbolos da SES-DF e com a designação de suas funções bem visíveis no uniforme. Na maioria dos casos, o profissional estará munido de um crachá com nome e foto, porém pode haver situações em que o servidor ainda esteja com seu crachá provisório.

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Sabin Diagnóstico e Saúde

Hemocromatose: como diagnosticar o excesso de ferro no sangue

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Ao Vivo de Brasília
Hemocromatose - excesso de ferro no sangue
Foto/Imagem: Freepik

O ferro é um mineral essencial para o organismo, mas seu acúmulo pode causar danos sérios à saúde. A hemocromatose é um distúrbio no qual o corpo absorve mais ferro do que o necessário dos alimentos, e um diagnóstico preciso pode prevenir complicações graves em diversos órgãos, como fígado, coração, pâncreas e articulações.

A doença pode ser hereditária, causada por mutações genéticas, ou adquirida, quando surge devido a fatores externos, como transfusões sanguíneas frequentes, doenças hepáticas ou suplementação do mineral em excesso.

Os sintomas da hemocromatose podem variar e, muitas vezes, demoram anos para se manifestar. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), entre estes estão: fraqueza, fadiga, letargia, apatia e perda de peso. Em alguns casos, pode haver sinais específicos a depender do órgão afetado, como, por exemplo, arritmia (coração), diabetes (pâncreas) ou dor abdominal (hepatomegalia, termo médico para fígado grande).

Diagnóstico

O diagnóstico da hemocromatose envolve exames laboratoriais específicos que avaliam os níveis de ferro no sangue. Segundo a supervisora técnica do Sabin Diagnóstico e Saúde, Gélida Pessoa, identificar a doença com base nos sintomas pode ser difícil, por isso, exames de sangue podem indicar um caminho para o médico que avalia o paciente.

“Esses testes medem os níveis sanguíneos de ferro, a chamada ferritina (uma proteína que armazena ferro) e da transferrina, a proteína que transporta o ferro no sangue quando ele não está nos glóbulos vermelhos”, explica.

Dois procedimentos são a dosagem de ferritina sérica e a saturação da transferrina. Ambos podem indicar se os níveis destas proteínas estão deficitários ou elevados. Caso os índices estejam altos, o passo seguinte é investigar a origem da sobrecarga de ferro para determinar a melhor conduta médica.

Nos casos em que se suspeita de doença hereditária, uma das opções que podem ser indicadas pelo médico é o painel hereditário para hemocromatose. “Esse exame genético permite analisar múltiplos genes relacionados ao metabolismo do ferro, sendo essencial para confirmar casos hereditários e orientar o rastreamento familiar,” explica Gélida.

Em casos mais avançados, exames de imagem, como a ressonância magnética, podem ser utilizados para avaliar o grau de sobrecarga de ferro nos órgãos. “A ressonância é uma ferramenta importante na avaliação da carga férrica, especialmente no fígado e no coração, permitindo um planejamento terapêutico mais adequado”, acrescenta a supervisora técnica.

Prevenção

Embora a hemocromatose hereditária não possa ser evitada, algumas medidas podem ser adotadas para prevenir a forma adquirida da doença. Evitar o uso indiscriminado de suplementos de ferro sem orientação médica é um dos cuidados essenciais, assim como manter exames periódicos para monitorar os níveis de ferro no sangue, especialmente em pessoas com histórico familiar da doença.

Além disso, a alimentação também desempenha um papel importante na prevenção. Reduzir o consumo de carnes vermelhas e frutos do mar crus pode ajudar a controlar a absorção de ferro, assim como moderar a ingestão de bebidas alcoólicas, que podem sobrecarregar o fígado e agravar possíveis danos hepáticos.

Gélida reforça que, embora a hemocromatose seja difícil de diagnosticar nos estágios iniciais, a realização de check-ups anuais pode ser fundamental para a prevenção. “Manter exames regulares ao menos uma vez por ano é essencial não apenas para identificar a hemocromatose, mas também para monitorar outras alterações de saúde”, destaca.

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