Saúde

Dengue deixa de ser doença sazonal e afeta saúde pública o ano todo

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Acácio Pinheiro/Agência Brasília

O período chuvoso está previsto para começar no Distrito Federal depois do dia 20 de outubro e acende o alerta: o cuidado com o mosquito Aedes aegypti e as doenças que podem ser causadas por ele, como dengue, zika, chinkungunya e febre amarela. Para evitar o aumento de casos de dengue no DF – que registrou só neste ano mais de 66 mil casos –, a Secretaria de Saúde intensificou atividades educativas, vistorias dos agentes de vigilância em saúde e pulverização de inseticida.

De acordo com o subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero, o grande problema do enfrentamento da dengue é a falta de engajamento e preocupação da população com a prevenção do Aedes aegypti. “A dengue deixou de ser uma doença sazonal. É comum o ano inteiro, mas na época de chuva esses casos podem aumentar. Por isso nossa preocupação com o período”, esclarece.

Segundo ele, as equipes de vigilância já fizeram mais de 2,8 milhões de vistorias em residências e, agora, seguem intensificando a atividade de pulverização de inseticida. “O fumacê dá um resultado paliativo, é a nossa última carta. O ideal é a população fazer sua parte, tirar dez minutos diários para eliminar os focos de mosquitos e os locais que podem juntar água parada. Hoje, mais de 97% dos focos estão dentro das casas”, informa.

Ao longo de todo o ano, são realizados ainda os tratamentos focais (pastilhas biológicas) em possíveis criadouros, mesmo que estejam sem água. Outra medida é o tratamento costal (adulticidas) dentro dos terrenos para eliminação das fêmeas infectadas com os possíveis vírus causadores de arboviroses.

Manejos ambientais

Entre as ações realizadas pela Secretaria de Saúde para fortalecer o combate à dengue, estão a aquisição de 4,5 toneladas de inseticidas, fortalecimento de estoques e insumos para prevenção e cuidados com pacientes com dengue, capacitação de profissionais, manutenção de máquinas e ações de inspeções em todas as 33 regiões administrativas do DF.

“Também estamos executando vários manejos ambientais, a fim de retirar o máximo possível de futuros criadouros de mosquitos e, até mesmo, evitar a proliferação de animais peçonhentos (escorpiões e aranhas) e sinatrópicos (baratas, carrapatos, etc.). Além disso, estamos dando prioridade para o atendimento das ouvidorias de todas as demandas registradas”, explica o gerente de Ações de Campo da Vigilância Ambiental, Edi Xavier.

Além disso, os agentes de vigilância ambiental estão testando as armadilhas e fazendo uso da tecnologia de georreferenciamento das localidades que estão com maior ou menor infestação de mosquitos.

Alerta do cotidiano

O diretor de Vigilância Ambiental em Saúde, Jadir Costa Filho, destaca que vasos de plantas e tonéis de plástico são potenciais criadouros do mosquito e são focos muito observados pelos agentes durante as inspeções. “A população precisa fazer sua parte na guerra contra o mosquito. Olhar seu quintal, verificar os recipientes, já faz a diferença”, alerta.

Segundo ele, as vistorias não param, mesmo antes da chegada das chuvas. Ao eliminar a água de pequenos recipientes, remover pneus ou identificar fontes ornamentais nas residências, acaba-se com potenciais criadouros do mosquito quando chega a chuva. “Prevenir a dengue é responsabilidade de todos. A população precisa fazer sua parte e não deixar espaço para água parada”, aponta.

De janeiro até setembro de 2022, a Vigilância Ambiental visitou um total de 2.875.208 imóveis em todo o DF. Destes, 2.378.456 foram inspecionados e eliminados 531 mil possíveis depósitos do mosquito Aedes aegypti. Também foram inspecionados 5.932.269 depósitos, dos quais 5.415 das amostras foram positivas para o mosquito. Ao todo, são 1.200 profissionais atuando na Vigilância Ambiental, sendo 850 agentes que realizam as visitas em campo.





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