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DECRIN

Conheça a delegacia especial que investiga crimes de discriminação

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Por volta das 2h30 de 29 de março, o Centro Espírita Auta de Souza, em Sobradinho II, foi tomado por chamas que afetaram a estrutura interna do local. Inicialmente, testemunhas alegaram ter sido um acidente, mas investigação da Polícia Civil descobriu se tratar de um incêndio criminoso motivado por divergência religiosa.

O inquérito foi encerrado e encaminhado à Justiça nessa quinta-feira (7) pela equipe da recém-criada Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin), que começou a funcionar na mesma data da contravenção.

O caso, registrado na 35ª Delegacia de Polícia, em Sobradinho II, foi encaminhado à Decrin devido às características do ocorrido. À frente da nova unidade, a delegada Glaucia Cristina da Silva, de 45 anos e há 20 na corporação, conta que um rapaz de 24 anos relatou ter visto o fogo começar e entrou no local para apagar as chamas. Porém, o lugar apontado como o estopim do incêndio não foi um dos focos, segundo a perícia policial. Outras incoerências no testemunho fizeram com que a investigação tomasse um rumo diferente.

Os policiais identificaram a existência de várias garrafas PET no lugar. Durante as diligências, imagens captadas pelo circuito interno de um posto nas proximidades do centro espírita mostraram o rapaz e outro homem comprando R$ 80 em combustível. A quantidade adquirida seria suficiente para encher as garrafas. Ferido durante o incêndio no espaço religioso, o jovem passou de vítima para suspeito de causador das chamas.

Após novos interrogatórios, quatro pessoas foram detidas: a responsável pelo incêndio e as que a ajudaram — tanto na compra do combustível quanto na ida ao centro. Depois da prisão, o motivo religioso pelo crime foi confirmado. Esse foi o primeiro inquérito concluído na nova unidade policial.

“Temos a preocupação de fazer uma investigação totalmente técnica, sem deixar a paixão por qualquer religião interferir. A única paixão aceita aqui é pelo bem-servir à população”, diz a delegada.

Estrutura
A Decrin ocupa nove salas no Departamento de Polícia Especializada (DPE), no Complexo da Polícia Civil, ao lado do Parque da Cidade. No local, além de Glaucia, atendem o público outra delegada, três escrivães e 13 agentes. “Escolhemos a dedo quem tinha interesse na causa”, afirma a titular da unidade especial.

Para facilitar o acesso de pessoas com deficiência, um piso tátil foi colocado tanto dentro da unidade quanto na entrada do DPE. Nas salas onde ocorrem os atendimentos há móveis e equipamentos posicionados de modo a dar acessibilidade a cidadãos em cadeira de rodas, por exemplo. Além disso, está em estudo a aquisição de um totem em Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Segundo a delegada, o espaço não acarretou custos aos cofres públicos, pois todo o material utilizado veio de outras unidades da Polícia Civil. Ela acrescenta que workshops serão feitos com as equipes das delegacias de cada região administrativa. “É importante esse trabalho de absorver e transmitir informações que melhorem o nosso serviço”, destaca.

Competências
Todos os crimes apontados pelos Estatuto do Idoso, Estatuto da Pessoa com Deficiência e Estatuto da Igualdade Racial são de competência da nova unidade. No caso de preconceito por orientação sexual, os policiais registram como injúria, conforme o Código Penal.

Os casos continuam sendo registrados em qualquer delegacia da região onde ocorrer a contravenção e encaminhados, mas a população pode ir direto à Decrin. “Todas [as delegacias] podem atuar. Nosso objetivo é focar em ações maiores, como identificar uma quadrilha especializada em assaltar idosos em algum ponto da cidade”, frisa Glaucia.

Ocorrências de homicídio, roubo e furto continuam sendo de responsabilidade das especializadas nesses crimes e das unidades regionais que receberem o registro. Violência doméstica também seguem como competência da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), na Entrequadra 204/205 Sul.

A população pode ainda registrar ocorrências por meio da Delegacia Eletrônica, no site da Polícia Civil. Desde 1º de março, além de acidente de trânsito sem vítima, extravio e furtos diversos — acessíveis on-line desde 2006 —, o cidadão pode efetuar registro de ameaça, apropriação indébita, calúnia, injúria, difamação, estelionato, injúria racial, furto em interior de veículo e perturbação do trabalho ou do sossego alheios e da tranquilidade.

Candomblé
A criação da Decrin foi anunciada pelo governador Rodrigo Rollemberg durante visita ao terreiro de candomblé Axé Oyá Bagan, no Paranoá, em 28 de novembro de 2015. O galpão do local foi destruído por um incêndio no dia anterior e havia indícios de ação criminosa — versão derrubada por laudo da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros Militar do DF que apontou um curto-circuito como causa do fogo.

A assinatura do decreto de criação da unidade policial ocorreu em 21 de janeiro durante cerimônia no Palácio do Buriti. No dia, o governador de Brasília também anunciou a nomeação de cem agentes e 20 escrivães da Polícia Civil. Desses, 101 profissionais — 83 agentes e 18 escrivães — tomaram posse em 23 de março.

Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência
De segunda a sexta-feira, das 12 às 19 horas
No Departamento de Polícia Especializada (DPE) — Complexo da Polícia Civil, ao lado do Parque da Cidade
Mais informações: (61) 3207-4242 ou decrin_saaei@pcdf.df.gov.br

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Salários de até R$ 6 mil

Semana começa com 717 oportunidades de emprego no Distrito Federal

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Ao Vivo de Brasília
Vagas de emprego DF
Foto/Imagem: Freepik

As agências do trabalhador do Distrito Federal oferecem 717 vagas de emprego nesta segunda-feira (5). Há oportunidades para quem tem ou não experiência, em diferentes áreas e com salários de até R$ 6 mil.

O posto que oferece a maior remuneração é o de Diretor de Finanças, para trabalhar em Taguatinga Norte. Há uma vaga para pessoas com ensino superior completo para o cargo de Analista Contábil.

Já o cargo com maior número de vagas abertas é o de Ajudante de Obras, no Itapoã. São 110 oportunidades para candidatos que tenham o ensino fundamental completo. Não é preciso ter experiência. O salário é de R$ 1.518, mais benefícios.

Para participar dos processos seletivos, basta cadastrar o currículo no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS) ou ir a uma das 14 agências do trabalhador, das 8h às 17h, durante a semana. Mesmo que nenhuma das oportunidades do dia seja atraente ao candidato, o cadastro vale para oportunidades futuras, já que o sistema cruza dados dos concorrentes com o perfil que as empresas procuram.

Empregadores e empreendedores que desejem ofertar vagas ou utilizar o espaço das Agências do Trabalhador para as entrevistas podem se cadastrar pessoalmente nas unidades ou pelo e-mail gcv@sedet.df.gov.br. Pode ser utilizado, ainda, o Canal do Empregador, no site da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet).

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Formalizando a união

Abertas as inscrições para a 2ª edição do Casamento Comunitário 2025

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Ao Vivo de Brasília
Casamento Comunitário 2025
Foto/Imagem: Jhonatan Vieira/Sejus-DF

Promovido pela Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF), o Casamento Comunitário 2025 chega à sua 2ª edição com data marcada: 29 de junho. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas em vários equipamentos públicos do DF e também durante as edições do GDF + Perto do Cidadão. Ao longo do ano, estão previstas mais três edições do programa, com expectativa de beneficiar cerca de 400 casais em situação de vulnerabilidade — oferecendo a oportunidade de oficializar a união de forma gratuita, digna e inesquecível.

Na primeira edição do Casamento Comunitário 2025, realizada no início do ano, 101 casais disseram “sim” ao amor. Com mais três celebrações previstas — em 29 de junho, 31 de agosto e 7 de dezembro — o programa deve alcançar mais 300 casais até o fim do ano. Desde sua criação pelo Decreto nº 41.971/2021, o Casamento Comunitário já realizou o sonho de mais de 541 casais em 11 edições.

Para Anailton dos Santos, 28, e Tamiris Rodrigues, 35, que participaram da edição anterior, a iniciativa foi transformadora. “A cerimônia foi linda e mudou nossas vidas. Desde então, só conquistamos coisas boas”, contou Anailton. Tamiris reforça: “O casamento fortaleceu nossa relação. Sem o programa, não seria possível. Um casamento assim custaria pelo menos R$ 10 mil”.

O programa vai além da cerimônia: todas as taxas cartoriais são totalmente cobertas, e os noivos recebem gratuitamente vestidos, ternos, maquiagem profissional e até transporte até o local do evento.

A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, destacou a importância de oficializar a união: “Embora a união estável seja reconhecida legalmente, o casamento proporciona benefícios exclusivos em determinados processos jurídicos. Além de oferecer gratuidade, nosso objetivo é tornar esse momento inesquecível para as famílias participantes”, afirmou.

Como participar

Entre os requisitos, é necessário ter idade mínima de 18 anos e atender às condições legais para o casamento, conforme o Código Civil (art. 1.521). Para se inscrever, os interessados devem comparecer a um dos locais definidos, de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h30, munidos da documentação exigida. A entrega de documentos por terceiros não será permitida.

Locais de inscrição

* Praça dos Direitos da Ceilândia: QNN 13, Ceilândia Norte;
* Agência Na Hora: Setor Cultural Norte;
* Praça dos Direitos do Itapoã: Quadra 203, Del Lago II;
* Estação Cidadania do Recanto das Emas: Quadra 113, Lote 9;
* Edições do GDF + Perto do Cidadão: sextas-feiras, das 9h às 16h, e sábados, das 9h às 12h.

Documentação Necessária

Todos os casais devem apresentar:

* Comprovante de residência no Distrito Federal;
* Documentos pessoais: original e cópia do RG ou CNH, CPF e certidão de nascimento;
* Formulário de inscrição preenchido.

Documentos adicionais

* Divorciados: cópia do formal de partilha, contendo petição inicial, sentença e trânsito em julgado.
* Viúvos: cópia da certidão de óbito, certidão de casamento e formal de partilha com petição inicial, sentença e trânsito em julgado.

Declaração de Hipossuficiência

Todos os participantes devem entregar uma cópia da declaração de hipossuficiência de renda, conforme o modelo disponível no Anexo I do Edital.

Regras para testemunhas

As testemunhas também precisam apresentar:

* RG e CPF;
* Certidão de casamento (se casadas);
* Certidão de casamento com averbação de divórcio (se divorciadas).

Atenção: as testemunhas que comparecerem ao cartório não podem ser as mesmas que estarão presentes no dia da cerimônia.

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