Sondagem Industrial
CNI: aumenta preocupação da indústria com a falta de demanda
A falta de demanda interna voltou a ganhar importância entre os principais problemas enfrentados pela indústria ao longo do mês de junho. O percentual de empresários que assinalam essa dificuldade é o maior desde o terceiro trimestre de 2016. Nos últimos seis meses, esse índice aumentou 10 pontos percentuais, chegando a 41,1% dos entrevistados, em junho. Os dados são da Sondagem Industrial, divulgada nesta segunda-feira (22) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A produção industrial em junho caiu na comparação com maio. O índice de evolução da produção ficou em 43,4 pontos, abaixo da linha divisória. O índice costuma ficar abaixo dos 50 pontos no mês, o que significa que a queda na produção é esperada entre maio e junho. Porém, o índice de junho de 2019 é o menor para o mês dos últimos quatro anos, superando somente os registrados durante a fase mais aguda da crise econômica brasileira, entre 2014 e 2015.
Outra queda mais intensa também foi verificada no índice de utilização da capacidade instalada efetiva em relação ao usual, que caiu 3,9 pontos no mês e foi ao menor valor desde abril de 2017 – com exceção de maio de 2018, mês da paralisação dos caminhoneiros, que afetou fortemente o setor.
A indústria aponta alta no nível de estoques. O índice de evolução dos estoques ficou em 51,1 pontos, mostrando novo aumento dos estoques de produtos vendidos pela indústria. Esse índice se mantém acima dos 50 pontos desde fevereiro. Valores acima de 50 pontos indicam crescimento do nível de estoques ou estoque efetivo acima do planejado.
Condições financeiras
As condições financeiras da indústria no trimestre encerrado em junho não apresentaram grandes mudanças frente ao primeiro trimestre do ano, segundo o levantamento da CNI. O índice de satisfação com o lucro operacional ficou em 40,1 pontos, recuo de 0,2 ponto frente ao trimestre anterior, enquanto o índice de satisfação com a situação financeira registrou 45,7 pontos, aumento de 0,4 ponto. Ambos índices também registram valores próximos aos observados no mesmo trimestre de 2018: aumento de 0,2 e 0,4 ponto, respectivamente.
Principais problemas
A Sondagem Industrial de junho confirma que a elevada carga tributária continua sendo apontada pelo setor como o principal problema enfrentado pelas empresas, ainda que seu indicador tenha caído em 1,2 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior.
Em segundo lugar, aparece a demanda interna insuficiente, cuja assinalação aumentou 3,6 pontos percentuais na comparação com o primeiro trimestre do ano. Trata-se do quarto aumento consecutivo do percentual.
Em terceiro lugar no ranking de principais problemas está a falta ou alto custo de matéria-prima, mas o problema vem perdendo importância, já que sua menção, pelo empresários, caiu nos últimos três trimestres, passando de 27,9% no terceiro trimestre de 2018, para 18,6%.
Em quarto lugar está a competição desleal, que inclui práticas como contrabando, dumping, entre outros. Essa assinalação aumentou em 1,6 ponto percentual, para 18,1% do total de entrevistados. Na sequência, aparecem problemas de ordem financeira, como inadimplência dos clientes, falta de capital de giro, taxas de juros elevadas, além de burocracia excessiva.
Expectativas
As expectativas, em geral, apresentaram pouca variação em junho, segundo a sondagem da CNI. A expectativa de demanda cresceu em meio ponto, para 57,8 pontos, e a expectativa de compra de matéria-prima aumentou em 0,4 ponto para 55 pontos no mês. A expectativa de exportação manteve-se constante e a expectativa quanto ao número de empregados recuou 0,2 ponto. Todos os índices permanecem acima dos 50 pontos, ou seja, indicam expectativas positivas.
Pelo segundo mês consecutivo, a intenção de investir manteve-se praticamente inalterada. O índice de intenção de investimento aumentou 0,1 ponto em julho e está relativamente alta. O indicador é 3,0 pontos maior que o registrado em junho de 2018 e 3,3 pontos superior a sua média histórica.
A Sondagem Industrial foi feita entre 1º e 11 de julho com 1.903 empresas, sendo 770 de pequeno porte, 695 de médio e 438 de grande porte.
Operação Natal 2024
PRF inicia operações para coibir infrações nas rodovias federais
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) promete reforçar a fiscalização nas rodovias federais entre esta sexta-feira (20) e a próxima quarta-feira (25). Deflagrada à 0h desta sexta-feira (20), a Operação Natal 2024 prevê maior frequência nas rondas, além do posicionamento de equipes policiais em trechos identificados como os mais perigosos.
Durante a operação, que se estenderá até as 23h59 da quarta-feira de Natal, a PRF ampliará o efetivo policial nas rodovias federais para coibir, principalmente, as ultrapassagens indevidas. Entre janeiro e novembro deste ano, foram registradas 272.955 infrações deste tipo.
Embora o total de ocorrências tenha variado pouco em comparação ao resultado registrado em 2023 (270.165), o número de acidentes com feridos e mortos aumentou significativamente. Entre janeiro e novembro deste ano, 1.557 sinistros de trânsito associados à ultrapassagem indevida deixaram 2.287 feridos e 363 óbitos. No mesmo período do ano passado, foram 1.469 acidentes, com 2.263 feridos e 313 óbitos.
Em nota, o coordenador-geral de Segurança Viária da PRF, Jeferson Almeida, destaca que o motorista que realiza ultrapassagem indevida está colocando em risco não só sua própria vida, como a de seus eventuais acompanhantes e de outras pessoas.
“A ultrapassagem indevida já é perigosa por si só. Quando associada à velocidade excessiva para conseguir realizar a manobra e não se tem sucesso, os efeitos são muito danosos. São saídas de pista, colisões transversais ou frontais, circunstâncias em que o choque entre os veículos é mais intenso”, enumera Almeida.
O motorista flagrado realizando ultrapassagens indevidas pode ser multado em até R$ 2.934,70 e ter o direito de dirigir suspenso.
Rodovida
A Operação Natal 2024 é a primeira das grandes ações da Operação Rodovida 2024/2025, que a PRF lançou nesta quarta-feira (18). Com o tema Desacelere: Seu Bem Maior é a Vida, a iniciativa se estenderá até 9 de março de 2025, com o objetivo de tentar reduzir as ocorrências por excesso de velocidade nas rodovias federais.
De janeiro a outubro deste ano, o excesso de velocidade resultou em mais de 5 milhões de autos de infração – mais que o dobro dos 2,1 milhões de autuações registradas no mesmo período de 2023. Apesar da alta significativa nas infrações, a PRF registrou queda no número de sinistros de trânsito e mortes em que a causa principal foi o excesso de velocidade. De janeiro a outubro deste ano, foram 3.478 sinistros e 358 óbitos. No ano passado, foram 3.508 ocorrências e 381 mortes.
Por outro lado, entre janeiro e outubro de 2024, a PRF registrou 9.013 sinistros de trânsito atribuídos à reação tardia ou ineficiente dos condutores, o que resultou em 10.506 feridos e 575 mortes. A correlação entre o excesso de velocidade e a reação tardia ou ineficiente dos condutores é um dos principais desafios para a segurança viária. A velocidade excessiva reduz o tempo de reação necessário para desviar de obstáculos, frear a tempo ou lidar com mudanças inesperadas na via. Isso se reflete nos dados, uma vez que a velocidade elevada pode ser fator determinante em muitos sinistros de trânsito fatais com vítimas.
IBGE
Inflação que calcula reajuste do salário mínimo fica em 4,84%
O índice de inflação que faz parte do cálculo do reajuste anual do salário mínimo fechou novembro em 0,33%, chegando a 4,84% no acumulado de 12 meses. Os dados referentes ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foram divulgados nesta terça-feira (10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O salário mínimo de 2024 é de R$ 1.412. Para 2025, a regra de reajuste em vigor determina que o valor sofra duas correções. Uma é pelo INPC de 12 meses acumulado até novembro do ano anterior, 2024. Ou seja, 4,84%.
A segunda correção é o crescimento da economia de dois anos antes, no caso, 2023. No último dia 3, o IBGE revisou os dados do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) de 2023, passando de 2,9% para 3,2%.
Por essa regra, o salário mínimo de 2025 seria R$ 1.527,71. Com o arredondamento previsto em lei, a valor sobe para R$ 1,528. Reajuste de 8,22%.
Nova regra
No entanto, no início do mês, o governo enviou à Câmara dos Deputados o Projeto de Lei (PL) 4614/24, que faz parte de um pacote de corte de gastos. O texto busca ajustar as despesas ligadas ao salário mínimo aos limites do chamado arcabouço fiscal – mecanismo que controla a evolução dos gastos públicos. Dessa forma, o salário mínimo continuaria a ter um ganho acima da inflação, mas limitado a um intervalo entre 0,6% e 2,5%.
A intenção do governo é aprovar o projeto de lei ainda em 2024, de forma que a nova forma de reajuste do salário mínimo vigore para 2025. No último dia 4, o plenário da Câmara aprovou que o texto tramite em regime de urgência, o que acelera a discussão.
Caso a matéria seja aprovada, o salário mínimo receberia duas correções: os 4,84% do INPC mais 2,5%. Assim, o valor iria a R$ 1.517,34. Com o arredondamento, R$ 1.518, reajuste de 7,51% e valor final R$ 10 menor que o da regra atual.
A justificativa do governo para alteração da fórmula de reajuste é reduzir despesas que têm o salário mínimo como piso, a exemplo dos benefícios previdenciários, seguro-desemprego e abono salarial.
“O projeto de lei é fundamental para dissipar incertezas que afetam os preços dos ativos da economia brasileira, garantindo resiliência ao regramento fiscal, ao mesmo tempo em que assegura maior espaço fiscal a despesas discricionárias com fortes efeitos multiplicadores, como os investimentos públicos”, justifica o governo na mensagem que acompanha o projeto.
Revisão
Sendo ou não aprovado o projeto, o governo terá que revisar cálculos, pois o PL Orçamentário Anual para 2025 – enviado para o Congresso Nacional em 30 de agosto – estimava reajuste de 6,87% para o salário mínimo, o que elevaria para R$ 1.509.
O percentual de 6,87% era composto por 3,82% – previsão do INPC – mais 2,91% – crescimento do PIB de 2023 antes de ser revisto pelo IBGE.
INPC x IPCA
O INPC conhecido nesta terça-feira tem divulgação sempre paralela a outro índice do IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), comumente chamado de inflação oficial. A diferença entre ambos é que o INPC apura a variação do custo de vida para as famílias com renda de até cinco salários mínimos. Já o IPCA, até 40 salários mínimos.
O IPCA fechou novembro em 0,39% e acumula 4,87% em 12 meses.
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