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BNDES tem lucro líquido de R$ 13,8 bi no primeiro semestre

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José Cruz/Agência Brasil

O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou nesta quarta (28) que teve lucro líquido de R$ 13,8 bilhões no primeiro semestre deste ano, resultado que representa crescimento de 190% em comparação com o lucro de R$ 4,76 bilhões do mesmo período de 2018.

O resultado das participações societárias do banco foi o principal responsável pelo lucro, já que houve crescimento de 228,4%. O produto de intermediação financeira também teve papel destacado pelo BNDES, com aumento de 21,8% de janeiro a junho, na comparação com o mesmo período de 2018.

A reversão das despesas com provisão foi outro aspecto que contribuiu para o resultado, já que o banco teve despesa líquida de R$ 81 milhões com provisões no primeiro semestre do ano passado e apresentou reversão líquida de R$ 1,161 bilhão em 2019.

Os ativos do BNDES tiveram redução de 0,4%, apesar do pagamento de R$ 30 bilhões em antecipações ao Tesouro Nacional. Com o resultado, os ativos do banco permaneceram perto de R$ 800 bilhões, o que se deve ao resultado positivo da venda de ações, da valorização da carteira de participações societárias e de operações compromissadas de terceiros.

Outro dado divulgado é que a inadimplência superior a 30 dias recuou de 2,96% em 31 de dezembro de 2018 para 1,81% em 30 de junho de 2019. Também houve diminuição da inadimplência superior a 90 dias, de 2,95% para 1,65% nas mesmas datas. Se forem desconsideradas as operações em que as prestações atrasadas estão sendo honradas pela União, a inadimplência de mais de 30 dias cai para 0,42% e a de mais de 90 dias, para 0,25%.

Participação societária

Apesar de ter vendido R$ 8,1 bilhões em operações na Bolsa de Valores entre o segundo semestre de 2018 e o primeiro semestre de 2019, a carteira de participações societárias do banco alcançou R$ 105,465 milhões em 30 de junho, com alta em relação a dezembro de 2018. O diretor de finanças do BNDES, José Flávio Ramos, explicou que a valorização do Ibovespa, que saltou de cerca de 70 mil para mais de 100 mil pontos no período fez com que a carteira do banco não diminuísse.

Para o futuro, o BNDES estuda reduzir as participações societárias, inclusive com a venda de ações.

O diretor de Crédito e Participações, André Laloni, defendeu a medida, afirmando que, como banco de desenvolvimento, o BNDES não deveria ter seu resultado tão impactado pela volatilidade do mercado de ações. “Essa volatilidade toda pode comprometer os propósitos do banco, que pretendemos resgatar”, disse Laloni.

Ele apresentou gráficos mostrando que a carteira do BNDES é mais volátil que a carteira do Ibovespa e poderia sofrer perdas de até R$ 59 bilhões por conta de crises financeiras recentes, como a crise do subprime, em 2008. “Hoje, as participações geram que emprego? Fazem qual desenvolvimento e atingem quantas pessoas diretamente? Hoje, é uma carteira que tem uma configuração muito especulativa”, afirmou Laloni.

Devoluções

O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, afirmou que a instituição está em situação confortável para devolver R$ 126 bilhões à União até o fim do ano. Além desse montante, o banco recebeu uma carta do Ministério da Economia em 8 de agosto solicitando que fosse avaliada a possibilidade de antecipar dividendos extraordinários até o limite estatutário, que é de 60% do lucro líquido do primeiro semestre.

“O banco está em uma situação bem confortável de liquidez e capital. A gente está estudando a demanda do ministério e, dentro das nossas possibilidades, no que for viável, vai fazer o melhor possível”, disse Montezano.

O BNDES também discute internamente novas regras para os pré-pagamentos, o que pode ser submetido à reunião de diretoria de hoje ou na de semana que vem. De janeiro a agosto, o banco recebeu R$ 15 bilhões em pré-pagamentos.

Em uma previsão que considerou conservadora, Montezano estimou que os desembolsos do banco para empréstimos somem R$ 60 bilhões em 2019. Para os próximos anos, Montezano afirmou que R$ 70 bilhões por ano é um patamar que “faz sentido para a economia brasileira”.





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