Cidades
Bancos de leite humano da rede pública são reconhecidos internacionalmente
Os dez bancos de leite humano da rede pública de Brasília receberam a classificação de Padrão Ouro pelo Programa Internacional Ibero-Americano de Bancos de Leite Humano. Além das unidades da Secretaria de Saúde, o Hospital Universitário de Brasília, administrado pelo governo federal, ganhou na categoria Prata, e três hospitais particulares também tiveram destaque — Hospital Anchieta, com o Padrão Ouro; Santa Lúcia, com o Prata; e o Hospital Brasília, com o Bronze. As premiações ocorreram em cerimônia no Palácio do Buriti, na tarde desta terça-feira (10).
De acordo com a coordenadora de aleitamento materno do Ministério da Saúde, Fernanda Monteiro, os bancos de leite do DF são exemplo para o Brasil. “Brasília se destaca entre as capitais do País como uma cidade autossuficiente em leite humano.” A rede atende todos os recém-nascidos com baixo peso que estiverem internados em maternidades.
Para a coordenadora dos bancos de leite da Secretaria de Saúde do DF, Miriam Santos, Brasília está à frente de outras cidades por causa do incentivo que a população recebe para doar. “Aqui, os bombeiros buscam em casa [ao serem acionados pelo telefone 160, opção 4].” A médica também destacou a Lei Distrital nº 5.374, de 2014, que obriga as maternidades a ter condições de atender a práticas de aleitamento materno, em especial em situações de risco do recém-nascido ou da mãe.
A colaboradora do governo Márcia Rollemberg participou do evento. Ela parabenizou os bancos de leite, o trabalho da secretaria e as doadoras. Márcia, que já fez doações, disse que o governo se esforça para fortalecer ainda mais os bancos da vida (leite, sangue e alimento). “Sempre estaremos aqui para articular, criar vínculo com as equipes e melhorar cada vez mais o serviço.”
Credenciamento
A classificação da rede pública ocorreu em setembro durante o 2º Fórum ABC — Fiocruz — Ministério da Saúde de Cooperação Internacional em Bancos de Leite Humano. Autoridades de 23 países conheceram as unidades da Secretaria de Saúde do DF e classificaram como Ouro o trabalho desenvolvido.
De acordo com a secretaria, o credenciamento avalia características de gerenciamento, de produção e o número de atendimentos em comparação com as demandas dos bancos de leite. A classificação é uma ação integrada da Coordenação-Geral da Saúde da Criança e de Aleitamento Materno, do Ministério da Saúde, e da Fundação Nacional da Rede Brasileira de Banco de Leite Humano.
Saúde do bebê
O leite materno é importante para o desenvolvimento da criança. No alimento, há presença de proteínas, de carboidratos e de gordura, e os anticorpos da mãe também são transferidos e protegem o bebê. A coordenadora Miriam Santos explicou que a mãe desenvolve mecanismos de defesa conforme o local. “Se ela vive em uma área com pouca higienização e insalubre, o organismo automaticamente desenvolve mecanismos para protegê-la, e isso é passado para o filho pela memória imunológica. A criança que é amamentada tem menos riscos e doenças.”
A secretária-adjunta da Secretaria de Saúde, Eliene Berg, ressaltou a importância do leite materno. De acordo com a médica, os nutrientes do alimento são insubstituíveis. “Ele é tão completo e rico que um bebê pode absorver 100% dele.”
Jade Abreu, da Agência Brasília