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Não detecta lesões pré-malignas

Autoexame da mama não substitui exame clínico, diz Saúde

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Foto/Imagem: Arquivo/AVB
Isabela Vieira

Boa parte das mulheres brasileiras não sabe que o autoexame das mamas já deixou de ser indicado para identificar e prevenir o câncer de mama. Segundo o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o método, que já foi bastante preconizado, ajuda a conhecer o próprio corpo, mas não substitui o exame clínico das mamas.

O presidente da SBM, Antônio Frasson, explica que o autoexame deixou de ser recomendado em países mais desenvolvidos há mais de dez anos por não ser capaz de descobrir tumores de até 1 centímetro. Ao se autoapalpar e não identificar nenhuma alteração, a preocupação é que mulheres deixem de procurar atendimento médico e de fazer exames de detecção. Falhas neste rastreamento e a lentidão entre a confirmação e o tratamento contribuem para a mortalidade.

“O autoexame não é capaz de identificar lesões pré-malignas, lesões muito pequenas, antes de se tornarem câncer, propriamente dito, ou seja, não consegue descobrir as lesões quando elas podem ser tratadas mais facilmente”, afirma Frasson. Segundo ele, o autoexame só é preconizado onde não existe mamografia ou outro método de diagnóstico. A Europa e Estados Unidos, por exemplo, cita, não recomendam mais o autoexame. Na Índia, onde não há mamografia acessível, o método ainda é utilizado, mas para evitar complicações do câncer de mama.

A SBM avalia que a falta de informação sobre o câncer de mama atrapalha o diagnóstico e o tratamento. Para atualizar a sociedade sobre a doença, a entidade faz uma pesquisa online. No questionário, os profissionais também querem saber se as mulheres confiam no autoexame como forma de prevenir a doença. Eles também querem identificar gargalos que atrasam o acesso aos mamógrafos e o tempo que a paciente pode ter de esperar entre a confirmação e o início do tratamento. Esse tempo, não pode passar de 60 dias por determinação legal.

“Temos alguns levantamentos brasileiros mostrando que no sistema público os tumores são diagnosticados de forma tardia e que, quando existe uma queixa, de nódulo na mama, ou existe queixa de alteração no seio, há uma demora no diagnóstico. As mulheres têm dificuldade de marcar mamografia, biópsia, agendar consulta com especialistas. Então, queremos entender, em diferentes regiões e perfis de pacientes, aprender, como agilizar as duas etapas”, explica o médico.

Com a pesquisa, a primeira da SBM que consulta diretamente as mulheres, há ainda perguntas acerca de sinais, sintomas, fatores de risco e eficiência de campanhas. Para responder, é preciso ser mulher, ter mais de 18 anos e cerca de dez minutos disponíveis. O resultado deve ser anunciado até o fim deste mês.

O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (INCA) confirmam a orientação da SBM sobre o autoexame. Orientam a mulher a apalpar as mamas sempre que se sentir confortável, a qualquer tempo, sem nenhuma recomendação técnica específica ou periódica. Os dados oficiais mostram que é mais comum mulheres identificarem caroços no seio casualmente (no banho ou na troca de roupa) do que no autoexame mensal. A mudança, de acordo com o ministério, surgiu do fato de que, na prática, muitas mulheres descobriram a doença a partir de uma observação casual e não por meio de uma prática sistemática de se autoexaminar.

Outra recomendação é que mesmo sem sintomas, mulheres a partir dos 40 anos façam anualmente o exame clínico das mamas e aquelas entre 50 e 69 anos, no caso de baixo risco, se submetam a mamografia, pelo menos, a cada dois anos. Esta periodicidade leva em conta benefícios e riscos da mamografia, que é um raio-X capaz de identificar tumores pequenos. Já mulheres consideradas de alto risco devem procurar acompanhamento individualizado. Este grupo inclui aquelas com história familiar de câncer de mama em parente de primeiro grau antes dos 50 anos.

O câncer de mama é o tipo de câncer mais frequente na mulher brasileira, com alta letalidade. Nesta doença, ocorre um desenvolvimento irregular das mamas, que se multiplicam até formar um tumor maligno. Os médicos não identificaram as causas precisas da doença, mas alertam para o crescente número de mulheres abaixo de 40 anos em tratamento.

Hábitos saudáveis e uma rotina de exercícios são as principais recomendações para evitar qualquer tipo de câncer. O tratamento pode variar entre cirurgia e quimioterapia.

Saúde em dia

Imunização no DF alcança altos índices de cobertura vacinal em 2024

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Ao Vivo de Brasília
Imunização no DF 2024
Foto/Imagem: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF

Os índices de cobertura vacinal em crianças de até um ano de idade no Distrito Federal foram os maiores dos últimos três anos. Até agosto de 2024, as doses de BCG – protege contra as formas graves da tuberculose, inclusive a meningite tuberculosa -, hepatite B ao nascer, meningo C (meningite e meningococcemia) e a primeira da tríplice viral alcançaram 100% de cobertura. Comparado a 2023, também houve um aumento no percentual de outros imunizantes como rotavírus, poliomielite e febre amarela.

O acesso ampliado a vacinas é, segundo a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, uma importante ferramenta para o bem-estar da sociedade. “A imunização é uma das estratégias mais eficazes de proteção da saúde pública, prevenindo doenças, controlando surtos e salvando vidas. Elas evitam hospitalizações, óbitos e que enfermidades já erradicadas retornem ao nosso território”, lembra.

Ações fora das salas de vacina e busca ativa por parte dos profissionais de saúde também mostraram resultados. De janeiro ao início de dezembro deste ano, foram aplicadas mais de 2,2 milhões de doses de rotina, especiais e de campanhas para todas as faixas etárias, como covid-19 e gripe (influenza). São esses servidores que orientam as famílias sobre esquemas vacinais e promovem o amparo coletivo, especialmente em escolas públicas e unidades básicas de saúde (UBSs).

“Na linha de frente da prevenção, os trabalhadores da Atenção Primária do DF transformam cada dose de vacina em proteção, cuidado e esperança para toda a comunidade”, aponta a coordenadora de Atenção Primária à Saúde (Coaps), da Secretaria de Saúde (SES-DF), Sandra Araújo de França.

Busca ativa

Um dos principais públicos da busca feita pelos profissionais da pasta são crianças e adolescentes. O Programa Saúde na Escola (PSE), do Ministério da Saúde (MS), por exemplo, promove o bem-estar no ambiente educacional. Por meio de uma parceria entre a SES-DF e a Secretaria de Educação (SEEDF), estudantes recebem informações e têm acesso facilitado aos imunizantes. Neste ano, foram mais de 58 mil doses aplicadas em cerca de 500 ações nas escolas públicas da capital.

Os servidores não pararam por aí. Entre julho e agosto de 2024, as equipes de saúde tocaram as campainhas de 4,7 mil imóveis espalhados por todo o DF. O objetivo era conferir os esquemas de vacinação das crianças e, se fosse o caso, realizar a aplicação da dose ali mesmo. Na bolsa térmica que carregavam, os principais imunizantes do calendário de rotina; por exemplo: contra a poliomielite e o sarampo.

A tecnologia foi também uma aliada da vacinação com o envio de mensagens de WhatsApp sobre doses atrasadas do público infantojuvenil. Iniciado em julho deste ano, o projeto, contudo, não manda ou pede dados sigilosos; apenas informa e incentiva os responsáveis a levarem seus filhos aos pontos de imunização.

Segundo a gerente da Rede de Frio da SES-DF, Tereza Luíza Pereira, o engajamento da população e dos pais é fundamental para que a proteção coletiva funcione. “Se a pessoa não vê a doença, ela acha que não existe. Mas ainda não chegamos lá [em todas as metas]. Precisamos que os responsáveis compareçam, levem os filhos e o cartão de vacina. Para várias dessas doses, falta muito pouco alcançar os índices”, explica.

Vacinação extramuros

Ao longo deste ano, não bastassem as 151 salas de vacina, a SES-DF facilitou ainda mais o acesso aos imunizantes, levando doses a espaços de grande circulação. Foram mais de 300 ações em feiras, shoppings, mercados, parques, igrejas, zoológico, órgãos públicos e rodoviária. Somado às escolas e ao Carro da Vacina, como resultado em 2024, as equipes aplicaram 127 mil vacinas fora das UBSs.

Para alcançar ainda mais pessoas, a imunização recebeu um dia só dela no DF. Em 13 de abril, o Dia D de Vacinação contou com mais de 90 locais de atendimento, registrando 14 mil doses aplicadas em um único dia. Alguns pontos também foram disponibilizados em eventos públicos, como o GDF Mais Perto do Cidadão e o Saúde Mais Perto do Cidadão, e em outros tradicionais como Pentecostes e o Festival Capital Moto Week.

Modificações no calendário

O ano de 2024 trouxe também mudanças no calendário de rotina. Em 4 de novembro, a vacina contra a poliomielite, conhecida como “gotinha” por via oral, passou a ser ofertada apenas de forma injetável. O novo esquema vacinal é em três doses, aos 2, 4 e 6 meses; e uma dose de reforço aos 15 meses da criança.

A gerente da Rede de Frio explica que a mudança se deu por recomendação internacional. “Assim como com a varíola, a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem o objetivo de erradicar a pólio do planeta”, completa. Ela explica ainda que, em 2025, a ideia é atualizar o plano contra a poliomielite com a nova realidade do imunizante.

Essa alteração, no entanto, não tira a importância do personagem querido das crianças. “A gotinha teve um papel fundamental no controle da pólio. Sua suspensão, contudo, não significa a aposentadoria do Zé Gotinha, que continua como o principal símbolo da saúde no país”, ressalta a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio.

Decisão do Ministério da Saúde (MS), o imunizante contra a covid-19 passou a integrar o Calendário Nacional de Vacinação para gestantes e idosos, bem como para crianças de 6 meses a 4 anos. A medida foi tomada com base em evidências científicas mundiais e dados epidemiológicos de casos e óbitos pela doença no país.

Outra diferença foi a ampliação do acesso a imunobiológicos especiais indicados a pessoas em condições específicas, como imunocomprometidos, pessoas vivendo com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), diabéticos, cardiopatas, pneumopatas (pulmões), nefropatas (rins), prematuros, dentre outros.

O serviço já era disponibilizado nas salas de vacina dos hospitais regionais da Asa Norte (Hran), Ceilândia (HRC), Taguatinga (HRT) e Gama (HRG). Neste ano, passou a ser ofertado também em 26 UBSs, além do Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (Crie), localizado no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib).

Resposta à epidemia

Frente aos altos índices no início do ano, uma nova vacina entrou no rol da saúde pública: a da dengue. Com orientação do MS, o imunizante foi disponibilizado para a faixa etária de 10 e 11 anos. No primeiro dia da campanha, em 9 de fevereiro, 3,6 mil doses foram aplicadas.

Mais tarde, o público-alvo foi ampliado para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, mantendo-se até hoje. Apesar de a SES-DF ter superado a marca de 100 mil doses contra a dengue, cerca de 84,4% desse grupo estão com o esquema vacinal incompleto.

De acordo com os dados da pasta, somente 46% dessa faixa etária tomaram a primeira dose e 18,9% completaram o ciclo com a segunda aplicação. A meta é chegar a 90%. Ainda há 35 mil doses em estoque na Rede de Frio Central (GRF). “O período de chuvas constantes acende o alerta para que o esquema seja completado. Continuem imunizando e protegendo seus filhos”, reforça a secretária de Saúde.

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Xô, Aedes!

Distrito Federal tem queda de 81% no número de casos de dengue

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Combate à dengue GDF
Foto/Imagem: Freepik

O engajamento da população e as iniciativas do Governo do Distrito Federal (GDF) para combater o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, têm dado resultado. No ano passado, nesta mesma época, foram 1.354 novos casos em uma semana. Agora, foram 256, uma queda de 81%.

“Esse levantamento mostra o resultado das ações, seja do governo, seja da população. É uma situação do momento, então pode haver mudanças. O importante é mantermos o foco e a união para juntos mantermos a dengue sob controle”, afirma a secretária de Saúde do DF, Lucilene Florêncio.

O mais recente boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde mostra que, até o fim da Semana Epidemiológica 48, o DF somava 283.841 casos suspeitos de dengue ao longo de todo o ano, frente a 283.685 da semana epidemiológica 47, um acréscimo de 256. Já em 2023, a SE 48 somava 31.997 casos suspeitos, uma diferença maior que a apresentada frente ao término da SE 47 de 2023, com 30.643, à época, um acréscimo de 1.345 em uma semana.

O maior registro de números absolutos em 2024 ocorre por conta do “pico” dos casos de dengue ocorrido no início do ano. No entanto, o subsecretário de Vigilância à Saúde, Fabiano dos Anjos, reforça que o cenário atual é melhor que o vivido no fim de 2023, quando houve uma aceleração de infecções por dengue. “No mesmo período do ano passado, o número de casos era muito superior ao que se tem observado até o momento”, explica.

Visando à prevenção da dengue, a Secretaria de Saúde ampliou as ferramentas para monitoramento, como o uso de novas tecnologias digitais para análise de dados, por exemplo. A pasta também ampliou a força de trabalho envolvida nas ações diárias de combate à dengue, além de ter adotado novas estratégias, como as ovitrampas.

Ao longo de 2024, foram realizadas 1.357.780 inspeções em imóveis pela Vigilância Ambiental em Saúde. Além das inspeções de rotina, foram instaladas até o momento 2.175 armadilhas ovitrampas, tendo sido removidos 1.390.606 ovos do Aedes aegypti. Foram instaladas, ainda, 1.278 estações disseminadoras de larvicida.

Outros órgãos do GDF, como as administrações regionais e o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), atuam em ações de limpeza, por exemplo. Já a Secretaria de Educação, em parceria com a Secretaria de Saúde, se destaca pelas ações realizadas ao longo do ano com a comunidade escolar.

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