Cidades
Áreas violentas do DF são mapeadas para subsidiar política de segurança pública
O mais recente balanço divulgado pelo governo de Brasília revelou que em 2015 a taxa de homicídios no Distrito Federal foi a menor dos últimos sete anos, considerando-se o período de janeiro a novembro. A intenção da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social é reduzir ainda mais os indicadores de assassinatos. Uma das apostas da pasta para alcançar o objetivo é um amplo estudo iniciado em julho. Pesquisadores visitaram, até dezembro, as áreas onde estão as maiores manchas criminais — maior concentração de crimes contra a vida — e, com base nos resultados, vão propor ações a fim de reduzir os delitos.
O Diagnóstico de Áreas Críticas avaliou aspectos que, de forma direta ou indireta, influenciam na prática de crimes. Iluminação pública precária, deterioração de espaços públicos, falta de atividades culturais e esportivas e conflitos de gangues estão entre os fatores apontados na pesquisa.
Além de observar o ambiente, os pesquisadores entrevistaram comerciantes e moradores a fim de saber as principais queixas. As informações são compiladas e servirão para subsidiar as ações do Viva Brasília — Nosso Pacto pela Vida, principal política de segurança pública do Executivo local.
Intervenção
De acordo com o subsecretário de Gestão da Informação da Secretaria da Segurança Pública, Marcelo Durante, o diagnóstico será compartilhado com vários órgãos do governo envolvidos com os temas levantados durante as inspeções. “A ideia, agora, é construir um plano de intervenção nessas áreas. Depois, passaremos a monitorar os resultados”, afirma.
O levantamento foi feito em seis localidades que apresentaram os maiores índices de criminalidade do DF: Ceilândia, Estrutural, Planaltina, Plano Piloto (Setor Comercial Sul), Samambaia e Santa Maria.
Planaltina
Em 9 de dezembro, os pesquisadores visitaram algumas áreas de mancha criminal em Planaltina. Além de conversar com moradores e comerciantes, eles identificaram problemas que podem contribuir para o incremento de delitos, como lixo acumulado perto de escolas e creches, iluminação deficitária em vias públicas e equipamentos públicos pouco explorados pela comunidade — o que favorece a ocupação por gangues, traficantes e usuários de drogas. “O diagnóstico também serve para apontar que não basta implementar um bem público, é preciso que o Estado fomente políticas para que a população abrace esses espaços de convívio”, destaca Marcelo Durante.
Conselhos de segurança
A dona de casa Maria Cidilene Vieira, de 48 anos, foi uma das entrevistadas. Ela expôs as principais queixas da região em que mora, no Arapoanga, em Planaltina, e elogiou o trabalho da secretaria. “É bom saber que o governo está interessado em ouvir a gente, pois quem vive a realidade do dia a dia é quem pode dar as melhores informações para melhorar a segurança.”
O diagnóstico feito pela Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social é apresentado aos Conselhos Comunitários de Segurança de cada região monitorada. Em Planaltina, o presidente do conselho local, Nilton Vaz, considerou a parceria essencial na tomada de decisões a fim de reduzir assaltos, homicídios e outros delitos. “Essa troca de informações é importante para o desenvolvimento de políticas sérias e com foco. Creio que esse trabalho vai tornar nossa região mais bem estruturada e, consequentemente, mais segura.”
Saulo Araújo, da Agência Brasília