Cidades

Após fogo em terreiro no Paranoá, DF anuncia delegacia contra intolerância religiosa

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O governador Rodrigo Rollemberg determinará ao diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba, que crie uma delegacia especializada em crimes de racismo e de intolerância. O chefe do Executivo comunicou a proposta durante visita ao terreiro de candomblé Axé Oyá Bagan, no Paranoá, na tarde deste sábado (28). O galpão do local foi destruído por um incêndio na sexta-feira (27) e há indícios de ação criminosa. “Não podemos admitir que, na capital da República, tenhamos demonstrações de intolerância religiosa.”

Rollemberg solicitou ao diretor-geral da Polícia Civil e ao comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, coronel Hamilton Santos Esteves Junior, que as investigações sobre as causas do incêndio e a identificação dos responsáveis sejam tratadas como prioridade. Segundo o coronel Hamilton, o laudo da perícia deve sair em até 30 dias.

Sem vítimas, o incêndio foi verificado por volta das 5h30, no galpão do terreiro, que fica no Núcleo Rural Córrego do Tamanduá. O espaço recebia por semana cerca de 50 pessoas. Tudo havia sido construído pelos religiosos.

Emocionada, Adna Santos de Araújo (Mãe Baiana), que vive no terreno onde foi construído o galpão, espera que, se houver responsáveis, eles sejam punidos. “Isso demonstra uma intolerância muito grande e cruel, é desamor com o próximo.”

Acompanharam o governador no terreiro de candomblé o secretário de Cultura, Guilherme Reis, e o coronel Hamilton.

Denúncias
Dossiê da Subsecretaria de Igualdade Racial soma, com esta, 13 denúncias de ataques a templos de religiões de matriz africana — 11 em municípios do Entorno, fora da área de atuação do governo de Brasília. Além do incêndio dessa sexta-feira (27) em um terreiro de candomblé da cidade, há registro de depredações na Praça dos Orixás, na Prainha do Lago Paranoá. Parte das 16 imagens expostas no local foram roubadas, vandalizadas e até queimadas.

Especializadas
Em Brasília, a população conta com 10 delegacias especializadas, entre elas a de Atendimento à Mulher e a da Criança e do Adolescente. Em São Paulo, há nove anos existe a Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Raciais e Delitos de Intolerância.

Mariana Damaceno, da Agência Brasília

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