Curta nossa página

Dr. Ricardo Ferreira*

Além da mama, mulheres precisam prestar atenção à saúde do coração

Publicado

cardiopatias em mulheres
Foto/Imagem: Freepik


O Outubro Rosa é uma campanha fundamental para aumentar a conscientização sobre a prevenção do câncer de mama. Entretanto, há outra preocupação que se torna cada vez mais urgente: as doenças cardiovasculares, que lideram como a principal causa de morte entre as mulheres, tanto no Brasil quanto no mundo.

Nos últimos anos, as cardiopatias, como infartos do miocárdio, têm crescido entre as brasileiras, especialmente entre as mais jovens. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, há um aumento significativo de casos entre mulheres de 15 a 49 anos. Esse cenário é particularmente alarmante quando consideramos os fatores de risco específicos que afetam as mulheres.

Entre esses fatores, o estresse crônico, a ansiedade e a depressão são condições comuns, muitas vezes associadas à dupla jornada que elas enfrentam. Além das responsabilidades profissionais, a maioria das mulheres também arca com atividades domésticas e cuidados familiares. Um levantamento recente do Infojobs revelou que 83% das mulheres no Brasil enfrentam essa sobrecarga. O acúmulo de responsabilidades e a falta de tempo para autocuidado contribuem diretamente para o risco cardiovascular.

Embora técnicas de relaxamento, prática regular de exercícios físicos e uma boa rotina de sono sejam estratégias reconhecidas para mitigar esses riscos, muitas mulheres têm dificuldade em encontrar tempo para essas atividades. Nessa perspectiva, uma rede de apoio familiar e a divisão justa das tarefas diárias são fundamentais para que elas consigam cuidar melhor de si.

Outro ponto essencial é a atenção aos sintomas das doenças cardíacas, que podem se manifestar de maneira distinta nas mulheres. Diferente dos homens, que costumam sentir dores intensas no peito durante um infarto, as mulheres podem apresentar sinais mais sutis e menos evidentes, como fadiga persistente, falta de ar, náuseas, dores nas costas, mandíbula ou braços. Após a menopausa, o risco de problemas cardíacos aumenta, pois a queda nos níveis de estrogênio — hormônio que oferece proteção ao sistema cardiovascular — deixa as mulheres mais vulneráveis a essas condições. Manter consultas regulares com um cardiologista é uma medida preventiva crucial nessa fase.

No aspecto nutricional, diversos estudos mostram que uma dieta rica em antioxidantes, como frutas vermelhas, vegetais de folhas verdes e nozes, tem um papel protetor na saúde cardiovascular das mulheres. Esses alimentos ajudam a reduzir inflamações e melhoram a saúde dos vasos sanguíneos, contribuindo para a prevenção de doenças cardíacas.

No entanto, é importante lembrar que a saúde do coração não depende apenas de fatores físicos. Promover um equilíbrio entre o bem-estar físico e mental é fundamental para reduzir os riscos de complicações cardiovasculares. Em outubro, e durante todo o ano, é essencial que as mulheres reconheçam a importância de cuidar de seus corações, assim como de receber o apoio de todos ao seu redor para isso.

*Dr. Ricardo Ferreira é cardiologista, especialista em Estimulação Cardíaca Artificial e Arritmia Clínica, com especialização em eletrofisiologia clínica e invasiva. Possui doutorado pela Universidade de São Paulo (USP) e é fundador do Centro Cardiológico.

Protegendo bebês

Saúde do DF é pioneira na aplicação de medicamento contra bronquiolite

Publicado

Por

Ao Vivo de Brasília
Nirsevimabe bronquiolite
Foto/Imagem: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF

O Governo do Distrito Federal (GDF) dá um passo importante para a proteção da saúde de bebês prematuros: a capital do Brasil é a primeira unidade da federação a aplicar o Nirsevimabe na rede pública de saúde. O medicamento adquirido pela Secretaria de Saúde (SES-DF) é um anticorpo de ação prolongada que protege bebês contra infecções graves causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR), principal responsável por casos de bronquiolite e pneumonia nos primeiros meses de vida.

A pequena Ana Ísis, nascida com 36 semanas, foi a primeira bebê da rede pública a tomar o medicamento. Nesta quinta-feira (17), ao lado da mãe Raimunda Ribeiro, 38 anos, ela recebeu o Nirsevimabe no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib). Ana Ísis integra o público-alvo do medicamento: recém-nascidos prematuros, com idade gestacional entre 32 semanas e 36 semanas e 6 dias, nascidos a partir de 1º de outubro de 2024 – faixa etária que integra o período de maior circulação do VSR no Distrito Federal em 2025.

“O Nirsevimabe representa um avanço enorme na proteção da primeira infância. Essa ação reforça o compromisso do Governo do Distrito Federal com a prevenção, o cuidado e a inovação na saúde pública, especialmente para os nossos pequenos mais vulneráveis”, afirmou o secretário de Saúde do DF, Juracy Cavalcante Lacerda Júnior.

A aplicação do medicamento é feita antes do pico da sazonalidade das infecções respiratórias em bebês, como medida preventiva para reduzir complicações e internações – o que tem impacto direto na ocupação de leitos de UTI neonatal. A distribuição está sendo realizada para as 11 maternidades da rede pública, de forma proporcional à estimativa de nascimentos prematuros.

Todo o processo seguirá um protocolo rigoroso e humanizado da SES-DF, elaborado em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria e o Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB). A capacitação dos profissionais da rede – médicos, enfermeiros e farmacêuticos – já foi iniciada.

Aprovado pela Anvisa em outubro de 2023 e incorporado ao SUS em fevereiro deste ano, o Nirsevimabe é um anticorpo pronto, que oferece proteção imediata sem necessidade de ativação do sistema imunológico, sendo especialmente eficaz para prematuros e crianças com menos de dois anos com comorbidades.

“É importante destacar que o Palivizumabe continuará sendo utilizado para os grupos de risco já estabelecidos, como crianças com cardiopatias congênitas e displasias pulmonares. O Nirsevimabe vem ampliar a estratégia de proteção, de forma complementar e integrada ao protocolo vigente”, explicou a médica pediatra e gestora da SES-DF, Julliana Macêdo.

Com essa iniciativa pioneira, o Distrito Federal assume o protagonismo nacional no enfrentamento das síndromes respiratórias graves em crianças, priorizando a vida desde os primeiros dias.

CONTINUAR LENDO

26 de abril

Dia nacional de prevenção à hipertensão alerta para o controle da doença

Publicado

Por

Ao Vivo de Brasília
hipertensão arterial
Foto/Imagem: Freepik

Celebrado no próximo sábado, 26, o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial faz um alerta importante para a conscientização da população sobre a identificação dessa doença “silenciosa”, mas que pode ser controlada com o acompanhamento médico e mudanças de hábitos.

Estima-se que cerca de 27,9% dos brasileiros sejam hipertensos. A maior prevalência ocorre entre mulheres, com 29,3% das pessoas do sexo feminino com a doença. Entre os homens, 26,4% tem hipertensão. Os dados são do levantamento feito pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde, realizado, em 2023, nas 27 capitais.

O médico da Família e Comunidade da Amparo Saúde, Pedro Pina, informa que “a hipertensão arterial sistêmica, popularmente conhecida como pressão alta, é uma condição crônica caracterizada pelo aumento persistente da pressão sanguínea nas artérias. Isso significa que o coração precisa fazer mais força para bombear o sangue para o resto do corpo, o que pode causar sérios problemas de saúde ao longo do tempo”.

Pina explica que uma pessoa é considerada hipertensa quando apresenta valores iguais ou superiores a 140/90 mmHg em medições repetidas em diferentes ocasiões. “É importante ressaltar que apenas uma aferição acima do normal não caracteriza hipertensão arterial sistêmica, mas indica que a pessoa deve procurar um médico para compreender o motivo”, salienta ele, acrescentando que o diagnóstico preciso para essa doença “silenciosa” deve ser feito por um profissional de saúde, considerando também fatores de risco e condições clínicas.

A pressão alta pode ter diversas causas, incluindo fatores genéticos, como histórico familiar de hipertensão; hábitos alimentares inadequados, com o consumo excessivo de sal, gorduras e alimentos ultraprocessados; sedentarismo; obesidade; estresse; tabagismo; consumo excessivo de álcool; e doenças preexistentes, a exemplo de diabetes e doenças renais.

Sinais de pressão alta

Os sintomas da hipertensão podem não aparecem em todos os pacientes, como alerta Pina, tornando a doença ainda mais perigosa. No entanto, alguns sinais podem indicar que algo está errado, como dores de cabeça frequentes, tontura e mal-estar, visão embaçada ou alterações visuais associadas à dor de cabeça, falta de ar e dor no peito.

“Caso esses sintomas apareçam, é essencial buscar atendimento médico, porque o grande problema da hipertensão arterial sistêmica são suas consequências. Se não for controlada, ela pode levar a sérias complicações, como acidente vascular cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, doenças renais e problemas na visão”, informa.

Embora seja mais comum em adultos, crianças e adolescentes também podem desenvolver hipertensão, principalmente devido a fatores genéticos, obesidade e maus hábitos alimentares. “O acompanhamento pediátrico é fundamental para a prevenção e tratamento. A hipertensão em crianças, geralmente, tem causas de maior gravidade e que precisam ser investigadas com maior atenção”, pontua.

Para confirmar o diagnóstico da hipertensão será necessária a aferição da pressão arterial em diferentes momentos. Em alguns casos, exames complementares, como monitorização ambulatorial da pressão arterial (Mapa) ou monitorização residencial da pressão arterial (MRPA), podem ser solicitados pelo médico.

“O tratamento inclui mudanças no estilo de vida e, em muitos casos, o uso de medicamentos anti-hipertensivos”, informa Pina, pontuando que as principais medidas para o controle da hipertensão são: reduzir o consumo de sal e alimentos ultraprocessados, principalmente aqueles ricos em sódio, como refrigerantes; praticar atividade física regularmente para manter um peso saudável; controlar o estresse e evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, além de seguir corretamente as orientações médicas e tomar os medicamentos prescritos.

CONTINUAR LENDO
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais Lidas da Semana

© 2015-2024 AVB - AO VIVO DE BRASÍLIA - SIA Trecho 5, Ed. Via Import Center, Sala 425, Brasília - DF. Todos os Direitos Reservados. CNPJ 28.568.221/0001-80 - Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços de notícias de agências nacionais e internacionais, assessorias de imprensa e colaboradores independentes. #GenuinamenteBrasiliense