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Pátria vacinada

Acelerar vacinação infantil contra a Covid pode salvar vidas, mostra estudo

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Foto/Imagem: Prefeitura de Santa Terezinha de Itaipu
Agência Brasil

Acelerar o ritmo da vacinação infantil para 1 milhão de doses aplicadas por dia poderia aumentar o impacto da proteção coletiva e salvar mais vidas até abril, afirma uma nota técnica elaborada pelo Grupo de Modelagem da Dinâmica de Transmissão do SARS-CoV-2 no Brasil, que reúne pesquisadores de diversas instituições e recebe apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Os pesquisadores desenharam dois cenários a partir de meados de janeiro, quando começou a vacinação infantil contra Covid-19 no Brasil: um com a vacinação de crianças no ritmo atual, considerado lento, com a aplicação de 250 mil doses por dia; e outro, considerado ideal, com 1 milhão de doses aplicadas por dia, patamar que o Programa Nacional de Imunizações já conseguiu atingir em outras campanhas de vacinação desse público.

No ritmo atual, os pesquisadores estimam que 1.092 vidas de todas as faixas etárias serão salvas pela vacinação infantil até abril, e 5,7 mil pessoas deixarão de ser internadas com Covid-19. Se forem consideradas apenas as crianças de 5 a 11 anos, o estudo estima que cerca de 2,3 mil internações deixarão de acontecer e 182 vidas serão salvas.

No outro cenário, em que a vacinação teria começado no ritmo ideal em meados de janeiro, com 1 milhão de doses por dia, o número de vidas salvas até abril subiria para 3 mil em todas as faixas etárias, sendo 428 mortes evitadas em crianças de 5 a 11 anos. Neste cenário, os pesquisadores estimaram que 5.419 hospitalizações de crianças deixariam de acontecer e cerca de 14 mil internações se forem consideradas todas as idades.

Coordenadora da pesquisa e integrante do Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização da Organização Mundial da Saúde (Sage/OMS), Cristiana Toscano explica ainda que, se o cenário atual, de ritmo lento, mudasse para o de ritmo ideal, ainda seria possível chegar a um número de 1,9 mil mortes evitadas em todas as faixas etárias até abril, em vez de 1.092 no cenário atual. Em relação às vítimas infantis, seriam 246 a menos, em vez de 182 na projeção do ritmo atual. Os números de internações que deixariam de acontecer subiriam de cerca de 5,7 mil para 8,4 mil em todas as faixas etárias, e de 2,3 mil para 3 mil entre as crianças.

Desinformação

A pesquisadora esclarece que a vacinação de uma faixa etária específica, como a das crianças, tem o potencial de salvar vidas de todas as idades porque pessoas imunizadas transmitem menos o vírus quando são infectadas.

Apesar de os benefícios da vacinação serem amplamente divulgados pela comunidade científica, ela avalia que há um cenário de muita desinformação circulando principalmente nas redes sociais.

“A gente está com um gargalo de demanda. Em muitos locais, há vacinas disponíveis e parte dos pais ainda tem insegurança e hesitação e não está procurando os postos para vacinar as crianças”, afirma a pesquisadora, que também é representante da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) em Goiás.

“Esses resultados têm a capacidade de mostrar de um ponto de vista bem quantitativo o impacto que uma estratégia de vacinação mais intensificada e com uma maior procura por parte das famílias poderia resultar em um número bastante importante de óbitos e hospitalizações evitadas”.

Além de informações falsas espalhadas por grupos antivacina, a imunologista aponta que há uma ideia errada de que não há risco de casos graves em crianças. Com a circulação da variante Ômicron, muito mais transmissível, ela destaca que o grande número de casos tornou as internações infantis por Covid-19 mais frequentes.

“A população ainda está com uma percepção de que doença grave em criança não vai acontecer. E não é bem assim. Só no mês de janeiro, o número de hospitalizações triplicou em crianças e adolescentes. E não é só no Brasil. Nos Estados Unidos, quadruplicou com a circulação da Ômicron”, explica, ao acrescentar que, além do maior número de casos, o vírus também tende a circular de forma mais intensa em grupos populacionais com menor cobertura vacinal, o que é o caso das crianças.

O estudo lembra que, após a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso da vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos, em meados de dezembro, a vacinação dessa população no Brasil começou “em meio a intenso debate e circulação de fakenews”.

“Esta introdução ocorreu em meio a muitas dificuldades operacionais e acompanhada de poucas estratégias de mobilização e comunicação sobre a importância da vacinação neste grupo de idade. Em combinação, todos esses fatores podem estar contribuindo para a baixa cobertura vacinal observada até o momento, correspondendo, até 7 de fevereiro de 2022, a menos de 20% das crianças na faixa entre 5 a 11 anos com a primeira dose da vacina. Ressalta-se que há variação importante de cobertura vacinal entre os estados brasileiros, com alguns estados apresentando coberturas extremamente baixas, em torno de 4% apenas”.

Benefícios subestimados

Ainda que o estudo aponte que um ritmo mais intenso de vacinação poderia salvar até o triplo de vidas no curto prazo, o benefício desse cenário de imunização acelerada ainda pode estar subestimado.

Cristiana Toscano explica que o estudo não considerou os casos que poderiam ser evitados de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica, complicação da Covid-19 mais comum em crianças, nem os riscos de sequelas e casos de Covid-19 longa, que também têm sido registrados na população infantil.

“Inicialmente, a gente tinha documentado a ocorrência de Covid longa em pessoas com doença grave e internadas, e fomos vendo que não bem assim, não é só nesses casos. Tem Covid longa acometendo órgãos do sistema cardiovascular, do sistema neurológico e cognitivo, causando déficit de aprendizado, alteração de condições metabólicas”, cita a pesquisadora. “Muitas dessas condições também estão sendo observadas em crianças”.

Com a vacinação infantil em curso em dezenas de países, a imunologista reforça que a segurança das vacinas têm sido confirmada ao redor do mundo com a observação de mais de 40 milhões de doses aplicadas, e que casos de eventos adversos mais graves, como a miocardite ou a trombose, têm se mostrado extremamente raros. Além disso, ela compara que a própria Covid-19 causa essas complicações com muito mais frequência.

Economia

Com a redução de mortes e internações por Covid-19, o estudo também calcula que uma vacinação mais acelerada poderia reduzir os custos com o tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus.

Segundo a pesquisa, no ritmo lento, a vacinação infantil pode evitar um custo de quase R$ 60 milhões com internações de doentes de todas as faixas etárias, economia que poderia chegar a R$ 87 milhões até abril se o ritmo subisse para 1 milhão de doses por dia.

Caso o cenário ideal tivesse ocorrido desde meados de janeiro, poderiam ser evitados R$ 146 milhões em custos de internação.

Atualizado em 19/02/2022 – 07:10.

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Sudeste lidera o ranking

Brasil contabiliza 1.578 casos de mpox (varíola dos macacos) em 2024

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mpox
Foto/Imagem: Freepik

O Brasil registrou, ao longo de 2024, 1.578 casos confirmados de mpox. O painel de monitoramento do Ministério da Saúde contabiliza ainda 60 casos prováveis e 434 casos suspeitos da doença no país.

A maioria das infecções se concentra na faixa etária dos 30 aos 39 anos (751 casos), seguida pelos grupos de 18 a 29 anos (496 casos) e de 40 a 49 anos (275 casos). Os homens respondem por 81% dos casos confirmados, sendo que 70% declararam ter relações sexuais com homens.

Outro recorte divulgado pelo painel de monitoramento do ministério é o de raça e cor. Os dados mostram que 46% dos casos de mpox no Brasil se concentram entre brancos; 29%, entre pardos; e 11%, entre pretos.

O Sudeste lidera o ranking de regiões com mais infecções, com 1.269 casos. Em seguida estão Nordeste (137), Centro-Oeste (97), Norte (712) e Sul (61). Entre os estados, São Paulo e Rio de Janeiro aparecem na frente, com 866 e 320 casos, respectivamente.

Emergência global

A Organização Mundial da Saúde (OMS) convocou para a próxima sexta-feira (22) uma reunião do comitê de emergência para reavaliar o cenário de mpox no mundo. Em agosto, o mesmo comitê declarou a doença como emergência em saúde pública de importância internacional.

Dados da entidade revelam que, de 1º de janeiro de 2022 a 30 de setembro deste ano, 109.699 casos de mpox foram confirmados em todo o mundo, além de 236 mortes. Pelo menos 123 países reportaram casos da doença.

O continente africano responde pela maior parte das infecções – 11.148 casos confirmados entre 1º de janeiro a 3 de novembro de 2024, além de 46.794 casos suspeitos. A África contabiliza também 53 mortes confirmadas por mpox e 1.081 óbitos suspeitos.

A República Democrática do Congo segue liderando o ranking, com 8.662 casos confirmados, 39.501 casos suspeitos, 43 mortes confirmadas e 1.073 óbitos suspeitos pela doença. Em seguida aparecem Burundi, com 1.726 casos confirmados, e Uganda, com 359 casos confirmados.

Nova variante

Segundo a OMS, três novos países confirmaram casos importados da variante 1b: Reino Unido, Zâmbia e Zimbábue. Além disso, pela primeira vez, a transmissão local da nova variante foi detectada fora da África – no Reino Unido, três pessoas foram infectadas por um viajante.

Atualizado em 16/11/2024 – 13:27.

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Medicina

Residência médica pode ser a melhor escolha para recém-formados

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Residência médica
Foto/Imagem: Freepik

A residência médica é uma etapa fundamental para quem deseja se especializar em áreas específicas da medicina. Esse programa, oferecido em instituições de saúde credenciadas pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Ministério da Saúde, busca fornecer aprendizado teórico e prático em ambientes hospitalares, para que os médicos residentes adquiram competências, e aprimorem sua capacidade de atendimento e diagnóstico.

O que o estudante pode escolher?

Quando os candidatos optam pela residência médica, eles podem escolher entre várias especialidades como clínica médica, pediatria, ginecologia e obstetrícia, cirurgia geral, anestesiologia, entre outras.

Essas especialidades servem como base para subespecializações, como cardiologia, neurologia e medicina intensiva, permitindo que o médico recém-formado aprofunde seus conhecimentos em áreas específicas após a formação inicial.

Quanto tempo dura?

Geralmente, o período de duração da residência pode variar entre dois e seis anos, dependendo da especialidade escolhida. Os programas seguem uma rotina intensa, com jornadas de trabalho que podem ultrapassar 60 horas semanais.

Durante a formação, o residente passa por rodízios em diferentes setores do hospital, para aprimorar suas habilidades em diagnóstico, tratamento e tomada de decisões rápidas, especialmente em áreas de alta complexidade. Além disso, o programa oferece uma bolsa-auxílio aos residentes, financiada pelo governo ou pela própria instituição de saúde, garantindo suporte financeiro durante a especialização.

Como se consegue uma residência?

O processo seletivo para uma residência médica é altamente concorrido, com exames rigorosos que avaliam os conhecimentos teóricos dos candidatos. Entre os exames de acesso, o edital Enare é um dos mais importantes e abrangentes do Brasil.

Isso porque ele organiza o processo seletivo para diversos programas de residência, sendo reconhecido por facilitar o acesso dos candidatos a programas de qualidade em instituições renomadas. Além disso, o edital oferece uma plataforma centralizada para inscrições e resultados, tornando todo o processo mais acessível e organizado.

A inclusão do Enare contribui para a democratização do acesso às vagas de residência médica e amplia as oportunidades para médicos recém-formados em todo o território nacional.

Residência ou especialização: o que escolher?

A residência médica e a especialização são ambas modalidades de pós-graduação, mas diferem em carga horária e formato. A residência é mais intensiva, concede título e bolsa-auxílio, enquanto a especialização, com menor carga horária e autofinanciada, permite que o profissional se qualifique rapidamente.

Para escolher a modalidade certa, é preciso ter claramente os objetivos de carreira, como obter um título ou desenvolver conhecimentos técnicos. Ambas são reconhecidas pelo MEC, e o profissional pode combinar os cursos para aprimorar ainda mais a sua formação.

Portanto, a escolha pela residência médica oferece inúmeros benefícios, que incluem a valorização no mercado de trabalho e a possibilidade de atender em áreas específicas com maior qualificação e conhecimento técnico. Dessa forma, o médico residente se torna um profissional capacitado para lidar com casos complexos e promove uma assistência de qualidade à população.

Atualizado em 16/11/2024 – 09:47.

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