Cidades
Ação de manejo ambiental contra dengue começa por Sobradinho II
Apontada como a região de maior risco de surto do mosquito Aedes aegypti, Sobradinho II recebe a primeira ação de manejo ambiental de combate à dengue de 2018.
A força tarefa reúne várias equipes do governo e tem como objetivo diminuir os criadouros do inseto, transmissor da doença e de outras, como chikungunya e zika vírus. Nesta terça-feira (6), trabalhadores do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) recolheram materiais inutilizáveis nas casas.
Fogão, sofá velho, latões, telhas e pneus, entre outros objetos, foram retirados por caminhões do SLU e da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap). O material será descarregado na Unidade de Recebimento de Entulhos, na Estrutural (antigo lixão).
Agentes de Vigilância Ambiental auxiliaram na comunicação com a comunidade de Sobradinho II e orientaram a população sobre os cuidados para evitar os focos do Aedes nas residências.
Moradora da região há 25 anos, Janaína Costa Reis, de 58 anos, aproveitou a ação para jogar fora o colchão velho que não tinha mais uso. “Foi muito bom. Consegui dar uma destinação correta para o lixo.”
A operação atendeu às quadras ARs 9, 10, 12, 13, 14, 15, 17 e Vila Buritizinho. Nesta quarta-feira (7), as equipes continuarão o serviço de limpeza nesses locais. Na semana que vem, será a vez da Fercal receber a força-tarefa.
Nos dias 13 e 14 de março, trabalhadores do SLU e da Diretoria de Vigilância Ambiental estarão no Engenho Velho, no Lobeiral, na Fercal Oeste e em Boa Vista.
O secretário das Cidades, Marcos Dantas, enfatiza a importância da ação. “Pedimos aos moradores dos locais mapeados que juntem todo tipo de inservível potencialmente capaz de proliferar o mosquito e coloquem na porta de casa, para que possamos recolher e vencer esta guerra.”
Além das casas, serão retirados entulhos depositados em áreas públicas. Para o administrador de Sobradinho II e Fercal, Charles de Magalhães, a iniciativa é muito importante.
“A gente sabe que a questão de saúde pública é primordial, e esse trabalho de retirada dos focos será de grande ajuda para diminuir os riscos da doença na cidade”, comenta.
De acordo com Magalhães, a administração já recolhe cerca de 40 toneladas de entulhos por semana nessas duas regiões. Agora, o trabalho nas casas será um complemento.
A agente de Vigilância Ambiental Stephane Valentim, da Secretaria da Saúde, explica que, ao final da ação em cada região, será feita avaliação de todo o serviço. Está previsto também o retorno, sem data definida, às localidades limpas, para verificar se precisa ser montada outra força-tarefa.
Diversos órgãos já atuam rotineiramente nas cidades com o objetivo de reduzir o risco de surto da dengue, que historicamente ocorre até maio. Mas a ação será intensificada para evitar que a doença prolifere.
Outras regiões, como Lagos Norte e Sul, Recanto das Emas, Planaltina, Park Way, Varjão e Itapoã receberão também a atuação da força-tarefa.
Levantamento de proliferação do Aedes – Em fevereiro, o Distrito Federal entrou em estado de alerta quanto à infestação predial do mosquito. De acordo com o Levantamento de Índices Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), divulgado pela Diretoria de Vigilância Ambiental, a capital federal ficou com o índice de focos do mosquito de 2,05%. No ano passado, esse número era de 0,90%.
O índice estabelecido pelo Ministério da Saúde como satisfatório é inferior a 1%. Entre 1% e 3,9%, a situação é de alerta e, quando a taxa fica superior a 4%, há risco de surto de dengue.
As regiões que apresentaram risco de surto foram: Sobradinho II (11,57%), Lago Norte (6,22%), Fercal (4,68%), Park Way (4,40%), Lago Sul (4,19%) e Varjão (4,15%).
No momento, equipes de governo estão trabalhando para reverter a situação com ações integradas de conscientização, controle e enfrentamento.