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"declínio catastrófico"

Vida selvagem diminui 73% em 50 anos, diz relatório da WWF

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Relatório da World Wide Fund for Nature (WWF), divulgado nesta quinta-feira (10), alerta para o “declínio catastrófico” de 73%, nos últimos 50 anos, do tamanho médio das populações de vida selvagem. Só a América Latina e Caribe viram cair 95% dessas populações. A organização de preservação da natureza adverte que os próximos cinco anos vão determinar o futuro da vida na Terra.

Desde elefantes em florestas tropicais a tartarugas-de-pente na Grande Barreira de Corais, as populações estão diminuindo de forma “catastrófica”, afirma a WWF, que desde 1961 trabalha na área de preservação da natureza e redução do impacto humano no meio ambiente.

Os maiores declínios nas populações de vida selvagem foram registrados na América Latina e no Caribe, de 95%. A África tem menos 76% e a Ásia-Pacífico, menos 60%.

O relatório Planeta Vivo, da WWF, deixa claro que, à medida que a Terra se aproxima de pontos perigosos de inflexão de ameaça à humanidade, maior esforço coletivo será necessário para enfrentar as crises climáticas e naturais. Porém, a margem é curta para inverter a tendência. A análise afirma que o futuro da vida na Terra depende do que acontecer nos próximos cinco anos.

O Índice Planeta Vivo (LPI), fornecido pela Sociedade Zoológica de Londres, inclui quase 35 mil tendências populacionais de 5.495 espécies – aves, mamíferos, anfíbios, répteis e peixes – registradas entre 1970 e 2020. O declínio maior ocorre nos ecossistemas de água doce que apresentam redução de 85%, seguido pelos terrestres, que decresceram 69%. A vida marinha caiu 56%.

A perda e a degradação de habitats têm sido impulsionadas principalmente pelo sistema alimentar humano e é a ameaça à vida selvagem mais relatada, indica o relatório. A exploração desenfreada de recursos naturais, as espécies invasoras, a poluição e as doenças estão também identificadas como causa do declínio.

Mike Barrett, principal autor e consultor científico do WWF, disse que, devido à ação humana, “particularmente a maneira como produzimos e consumimos nossos alimentos, estamos cada vez mais perdendo o habitat natural”.

“O declínio nas populações de vida selvagem pode atuar como indicador de alerta precoce do aumento do risco de extinção e da perda potencial de ecossistemas saudáveis”, explica o documento.

Para Kirsten Schuijt, diretora-geral da WWF Internacional, “a natureza emite um pedido de socorro. As crises interligadas de perda da natureza e mudanças climáticas estão a empurrar a vida selvagem e os ecossistemas para além dos seus limites”.

Quando os ecossistemas são prejudicados, deixam de fornecer à comunidade humana os benefícios dos quais todos dependem – ar limpo, água e solos saudáveis para alimentação. E por estarem danificados, esses ecossistemas se tornarão mais vulneráveis a momentos de mudança.

Essas alterações podem ser considerados pontos de inflexão e ocorrem quando um ecossistema é empurrado além de um limite crítico, resultando em mudanças substanciais e potencialmente irreversíveis.

A perda de espaços selvagens está “pondo muitos ecossistemas à beira do abismo”, reitera a diretora da WWF no Reino Unido, Tanya Steele, destacando que muitos habitats, da Amazónia aos recifes de corais, estão “à beira de pontos de inflexão muito perigosos”.

O potencial “colapso” da floresta amazónica, está em curso porque deixará de ter capacidade de reter o carbono que aquece o planeta e mitigar os impactos das alterações climáticas.

Em um dos exemplos do relatório, é apontado decréscimo de 60% dos botos cor-de-rosa ou golfinhos de rios da Amazônia devido à poluição e a outras ameaças, como a mineração.

Por sua vez, na Austrália, as tartarugas-de-pente estão em declínio, devido ao fato de as fêmeas nidificantes, no nordeste de Queensland, terem diminuído 57% em 28 anos.

O balanço da WWF é apresentado quando os incêndios na Amazônia atingiram, em setembro, o nível mais alto em 14 anos. Além disso, pela quarta vez, um evento global de branqueamento em massa de corais foi confirmado no início deste ano.

Caça ilegal na África

O relatório aponta fortes evidências de que a caça ilegal para alimentar o comércio de marfim, no Gabão e em Camarões, coloca em perigo crítico a população de elefantes da floresta do Parque nacional em Minkébé. O declínio drástico já atingiu as famílias de elefantes da floresta, aniquilando metade da espécie.

Na Antártida, “o declínio nas colônias de pinguins-barbicha pode estar ligado ao degelo das calotas polares e à escassez de krill (pequenos crustáceos), razões que, por sua vez, resultam das alterações climáticas e do aumento da pesca desse mesmo krill”, diz o documento.

As condições mais quentes, associadas a níveis mais baixos de cobertura de gelo marinho, resultam em menos krill, sendo esses crustáceos (semelhantes aos camarões) a principal fonte de alimento dos pinguins. Essas comunidades acabam por gastar mais tempo à procura de comida, “o que pode aumentar o risco de falha reprodutiva”.

Mike Barrett lembra que não se deve ficar triste apenas pela perda da natureza. E avisa: “Estejam cientes de que esta é agora uma ameaça fundamental à humanidade e realmente precisamos fazer alguma coisa e tem de ser já”.

“Não é exagero dizer que o que acontecer nos próximos cinco anos vai determinar o futuro da vida na Terra”, alerta a WWF.

Atualizado em 11/10/2024 – 06:38.

Karin Botteon

Médica-veterinária destaca prevenção de câncer de mama em cadelas

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Câncer de mama cadela
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As ações destinadas ao Outubro Rosa também refletem no mundo animal. E, anualmente, são feitas campanhas de conscientização sobre a doença para os pets, principalmente em cães, trazendo maior notoriedade à causa e informações relevantes aos tutores. Segundo pesquisa do médico-veterinário Andrigo Barbosa Nardi, divulgada em seu livro Oncologia em Cães e Gatos (2009), os animais representam 25% da incidência, e esse número salta para 45% quando o recorte é de fêmeas caninas em idade avançada e que não foram castradas.

Suas causas principais em animais variam entre questões genéticas, hormonais e a falta de nutrientes na alimentação, sendo perceptível por um nódulo ou caroço nas mamas do animal. “A percepção da patologia também pode ser feita por meio do toque ou observação da mama avermelhada, inchada ou com secreção. Por isso, o acompanhamento médico frequente e o tratamento precoce são fundamentais para reverter o quadro clínico do animal”, explica Karin Botteon, médica-veterinária e gerente técnica da área de pets da Boehringer Ingelheim.

Ainda com dados do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), 20% dos diagnósticos são realizados de maneira tardia, dificultando a ação do profissional da saúde. “É recomendado que sejam feitos check-ups frequentes com os médicos-veterinários para que esse tipo de patologia, e outra doenças similares, silenciosa seja identificada o quanto antes”, complementa Botteon.

Para que haja o controle da doença, a castração segue sendo a principal forma de prevenir os tumores mamários, sendo recomendada já nos primeiros anos de vida da cadela ou após o segundo cio. Fazendo a prevenção precoce, é estimado uma redução de 90% na possibilidade de criar um tumor durante a vida do pet.

Já após o ato da castração, é fundamental que o cão seja tratado com medicamentos que evitem dor e inflamação. A veterinária reforça que, com o tratamento adequado, as cadelas não sofrem dor. “Muitos tutores, por sentirem pena dos pets, apresentam resistência ao ato da castração. Porém, é necessário entender que essa é uma questão de saúde, e, que em muitos casos, o prevenirá de diversas doenças no futuro, em especial o câncer de mama”, finaliza Botteon.

Atualizado em 19/10/2024 – 08:54.

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Dr. André Ceballos

É possível detectar traços de psicopatia na infância? Especialista responde

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psicopatia na infância
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Na última semana o caso de uma criança de nove anos invadiu um hospital veterinário e matou 23 animais em Nova Fátima, no Paraná, chocou o país, gerou indignação em pais e responsáveis e colocou a classe médica para discutir o que leva uma criança a cometer uma barbárie como esta: problemas genéticos, mentais ou um surto momentâneo?

Para o Dr. André Ceballos, neurocirurgião especializado no desenvolvimento infantil, não é possível fechar um diagnóstico para essa criança, principalmente considerá-la uma psicopata como o tribunal da internet está fazendo. “Antes de qualquer coisa é importante não rotular crianças com diagnósticos severos baseados em comportamentos isolados” – pontua. O médico também esclarece que comportamentos agressivos não são necessariamente indicativos de psicopatia, e podem estar relacionados a outros transtornos, como TDAH ou TEA, mas cada criança é única, e é fundamental realizar uma avaliação individualizada para entender as origens de comportamentos diferentes.

Além disso, para a Classificação Internacional de Doenças (CID) e a comunidade médica, termos como “psicopatia” não podem ser aplicados a crianças e por isso, condições como Transtornos de Conduta ou Transtorno Desafiador Opositivo podem ser mais apropriados. Mas de qualquer maneira, é necessária uma avaliação multidisciplinar para identificar e realizar o tratamento adequado.

O neurocirurgião aproveita esse caso para fornecer um alerta: o primeiro passo para criar adultos saudáveis é cuidar deles na primeira infância, observando, monitorando e acompanhando todos os marcos do desenvolvimento infantil. “A demora para atingir algum destes marcos ou a ausência total dele merece atenção e acompanhamento. Falta de empatia e a ausência de interação social podem ser preocupantes, por exemplo. Assim como as crianças que não demonstram interesse em brincar com outras ou que apresentam comportamentos agressivos persistentes”, comenta.

Intervenções precoces podem mudar o rumo de crianças com comportamentos preocupantes. “Pais atentos, avaliações profissionais e acompanhamento médico especializado fazem uma grande diferença”, afirma Dr. André Ceballos.

Afinal, é na primeira infância que as crianças estão vivendo a fase mais importante do desenvolvimento humano dos pontos de vista biológico, psicológico e social e por isso, devem viver em um ambiente seguro, acolhedor, com suporte emocional e rotinas consistentes. “Ambientes estressantes, falta de estímulo e apego inseguro podem impactar o desenvolvimento emocional da criança e gerar adultos com comportamentos antissociais”, alerta.

Para isso, Ceballos reforça o papel crucial que os pais e responsáveis desempenham na identificação precoce de atrasos ou desvios de comportamento, permitindo intervenções que podem fazer toda a diferença no futuro da criança. “É dever dos adultos encorajar habilidades sociais e empatia por meio de brincadeiras e atividades que promovam a compreensão dos sentimentos dos outros”, finaliza.

É essencial abordar comportamentos preocupantes com seriedade e empatia, buscando compreender as causas subjacentes e fornecendo o suporte necessário. A sociedade como um todo tem a responsabilidade de apoiar famílias e promover o desenvolvimento saudável de todas as crianças.

Atualizado em 19/10/2024 – 06:52.

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