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29 de agosto

Dia de Combate ao Fumo alerta para prejuízos além do câncer de pulmão

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Câncer de pulmão
Foto/Imagem: Pixabay


Já é de conhecimento público que fumar traz consequências sérias à saúde, mas um estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, da Universidade de Pequim e da Academia Chinesa de Ciências Médicas, revelou que esse mau hábito aumenta o risco de desenvolver mais de 50 doenças. Vários tipos de câncer estão entre as enfermidades mais graves, além de problemas respiratórios e cardiovasculares.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), 477 pessoas morrem diariamente no Brasil devido à dependência de nicotina, principal componente do tabaco, elemento usado na produção no cigarro, cachimbo, charutos, narguilé, entre outros produtos. Em âmbito global, o hábito de fumar mata mais de 8 milhões de pessoas por ano, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O Dia de Combate ao Fumo é celebrado nesta quinta-feira, 29 de agosto, e tem o intuito de conscientizar e mobilizar a população sobre os riscos decorrentes do tabagismo. Nesta semana, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) chama a atenção para os efeitos negativos que fumar cigarros convencionais e eletrônicos trazem à saúde da garganta e do nariz.

Recentemente, a entidade integrou o grupo de 80 entidades signatárias da nota oficial, lançada pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, com posição contrária ao Projeto de Lei (PL) nº 5.008/2023, que legaliza a venda de cigarros eletrônicos, também conhecidos por vapes.

Garganta

A fumaça do cigarro tem substâncias nocivas ao organismo, interferindo no bom funcionamento dos órgãos. Fumar pode provocar tosse, produção de catarro, ressecamento, coceira, rouquidão persistente, perda temporária ou permanente da voz, segundo a Academia Brasileira de Laringologia e Voz (ABLV).

“A exposição por anos ao tabagismo ainda pode gerar lesões inflamatórias nas cordas vocais e alterações nas células do tecido que podem desde alterações menores até câncer na laringe”, explica Adriana Hachiya, presidente da ABLV.

No triênio 2023-2025, são esperados 6.570 casos de câncer de laringe em homens, 1.220 em mulheres, totalizando 7.790 casos estimados no território nacional, conforme estimativas do INCA. E quem tem o hábito de fumar, aumenta o risco de desenvolver essa doença em até 216%, conforme o estudo da Universidade de Oxford.

“Fumar pode gerar um inchaço chamado de edema de Reinke, que aumenta o tamanho das cordas vocais. Conforme o grau da extensão desta lesão, pode haver um bloqueio da passagem de ar para o pulmão e consequente falta de ar, colocando a vida em risco”, complementa Hachiya.

Efeitos para o nariz

O fumo do tabaco contém cerca de 7.000 componentes químicos, dos quais pelo menos 250 são prejudiciais à saúde, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde. Monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído e acroleína, nicotina e alcatrão são alguns dos componentes tóxicos. O alcatrão é altamente cancerígeno, e o monóxido de carbono se liga à hemoglobina nos glóbulos vermelhos do sangue, reduzindo a capacidade do sangue de transportar oxigênio e, consequentemente, priva alguns órgãos da quantidade necessária desse gás vital à saúde, aumentando passivamente o risco de desenvolver problemas respiratórios.

A Academia Brasileira de Rinologia (ABR) alerta que essas substâncias químicas são prejudiciais para a qualidade da respiração, irritando todo revestimento nasal e, assim, dificultando o fluxo de ar, podendo desencadear congestão nasal e coriza. A temperatura da fumaça também agride o revestimento interno do aparelho respiratório.

“O nariz faz o papel de filtrar, temperar e umidificar o ar. A fumaça, inspirada, danifica o revestimento interno do nariz e seios da face, aumentando as chances de desenvolver rinites e sinusites. Pessoas que sofrem com essas doenças já têm a função nasal prejudicada e podem ter piora desses quadros”, destaca o presidente ABR e membro da ABORL-CCF, Otavio Piltcher.

Com o uso do cigarro, a obstrução nasal pode se tornar constante e a irritação na garganta também, afetando o sono e a capacidade de realizar atividades diárias, reduzindo a qualidade de vida dos fumantes.

“O tabagismo tem múltiplos efeitos adversos que vão além do desenvolvimento de rinite e sinusite crônicas. Ele pode resultar no surgimento de pólipos nasais (formações carnosas) e câncer no nariz. Além disso, prejudica a função olfativa e causa alterações estruturais na mucosa nasal. No entanto, parar de fumar pode reverter alguns desses danos, por isso, é importante abandonar o vício para melhorar não só a saúde nasal, como a qualidade e a expectativa de vida”, finaliza.

Atualizado em 28/08/2024 – 16:27.

Cada gota faz a diferença

Novembro Roxo alerta para a importância do leite materno na prematuridade

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bancos de leite humano
Foto/Imagem: Breno Esaki/Secretaria de Saúde

A campanha Novembro Roxo conscientiza a população acerca dos desafios dos nascimentos prematuros em todo o mundo. A campanha tem a finalidade de alertar sobre o crescente número de partos prematuros, como preveni-los e informar a respeito das consequências do nascimento antecipado tanto para o bebê, família, sociedade e também para a equipe de saúde.

O roxo simboliza sensibilidade e individualidade, características que são muito peculiares aos bebês prematuros. Além disso, a cor também significa transmutação e mudança. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é considerado bebê prematuro aquele que nasce antes das 37 semanas de gestação. Subdivide-se a classificação em prematuros extremos, os que vieram ao mundo antes das 28 semanas e correm mais risco de vida.

Referência no atendimento a gestantes de alto risco da região de saúde sul e entorno sul do Distrito Federal, o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) acaba realizando um número elevado de partos prematuros devido à complexidade do serviço. Atualmente, o HRSM possui 20 leitos na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), 15 leitos na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (UCIN) e mais 51 leitos na Maternidade, sendo dez deles destinados às gestantes de alto risco, além de contar com um Banco de Leite Humano (BLH) e uma equipe multidisciplinar para prestar toda a assistência a este bebê prematuro e sua família desde seu nascimento.

Essencial para o desenvolvimento da criança, o leite materno é um aliado importantíssimo para a vida dos recém-nascidos, principalmente os prematuros, tendo em vista que em alguns casos, eles ainda não podem ter contato com a mãe para mamar.

“Cada gota consumida faz a diferença na vida deste bebezinho prematuro. Por isso, todos os dias passamos visitando e conversando com as mães, perguntando como elas estão, se elas têm conseguido tirar o leite. Nesse processo, bem informal, é possível identificar aquelas mães que apresentam dificuldade e prestamos um auxílio”, afirma a chefe do serviço de Banco de Leite Humano do HRSM, Maria Helena Santos Faria.

Segundo ela, as doações são essenciais, pois a prioridade são os bebês prematuros. “Temos uma média de 600 bebês receptores de leite humano por mês, sendo diariamente cerca de 35 bebês alimentados com nossos estoques”, explica. Em outubro, o BLH do HRSM conseguiu coletar um total de 206,19 litros de leite, ficando atrás do mês de setembro, quando foram arrecadados 214,28 litros. As doações são sempre necessárias.

Toda mãe que amamenta seu filho é uma potencial doadora e pode ajudar centenas de bebês. Quem tiver interesse, basta procurar o Banco de Leite Humano do HRSM ou se preferir, se inscrever pelo site do Amamenta Brasília, ou fazer o cadastro no telefone 160 – opção 4.

Atualizado em 21/11/2024 – 10:56.

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Câncer de próstata

Exame de toque retal não pode ser substituído por PSA, diz patologista

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exame toque retal cãncer de próstata
Foto/Imagem: Freepik

A medição da concentração do antígeno prostático específico total (PSA), do inglês Prostate Specific Antigen, é mais um aliado na saúde masculina, mas não substitui o exame digital retal, que continua sendo o mais importante recurso adotado pelos médicos urologistas para o diagnóstico do câncer de próstata, mesma nas fases mais precoces da doença.

O médico patologista clínico e professor titular de Clínica Médica e Medicina Laboratorial da Escola Paulista de Medicina da UNIFESP e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC/ML), Dr. Adagmar Andriolo, esclarece que exames laboratoriais, como a medida do PSA total, com os cálculos da relação PSA livre sobre Total e do PHI (do inglês Prostate Health Index) e outros marcadores, devem ser entendidos como recursos complementares.

“Em relação ao exame digital e a medida do PSA, um não exclui o outro, portanto, os dois recursos devem ser realizados inicialmente, até mesmo para detectar, precocemente, a presença de câncer. Diante de uma suspeita clínica obtida pela história e/ou pelo exame digital e/ou pelo valor de PSA elevado, são realizados os exames de imagem, como a ressonância magnética e, somente, por fim, o de anatomia patológica ( biópsia), que auxilia na confirmação ou exclusão do diagnóstico”, explica.

Para a suspeita e posterior diagnóstico do câncer da próstata, vários aspectos devem ser considerados e, por essa razão, a consulta com o urologista se faz muito necessária. Dentre esses aspectos, ressaltam-se a idade do paciente, seu histórico pessoal e familiar, características anatômicas da glândula, dentre outros.

“Indivíduos com mais de 50 anos de idade possuem maior risco de desenvolverem esse tipo de câncer, assim como aqueles com história familiar na qual parentes de primeiro grau tenham tido câncer de próstata antes dos 50 anos (ainda que, do ponto de vista legal, parentes de primeiro grau sejam apenas pais e filhos, para essa avaliação, devem ser incluídos irmãos e tios paternos). Para esses indivíduos, está indicada uma avaliação mais precoce (antes dos 50 anos), que inclui, ao menos, o exame digital (toque) e medida do PSA total. Entendemos que há resistência das pessoas e muitos preferem fazer apenas o PSA, mas essa não é a recomendação médica, uma vez que, como em todos os exames laboratoriais, existe a possibilidade de resultados falso positivos e falso negativos”, detalha o professor Adagmar Andriolo.

Diante de evidências de tumor, o exame digital retal também é usado para direcionar a biópsia, caso necessário, com a finalidade de reduzir o risco de resultado falso negativo. O médico lembra que o exame de próstata não precisa, obrigatoriamente, ser anual, podendo ser realizado mais espaçadamente, a critério do urologista, baseado no risco individual.

“A idade de 50 anos para o primeiro exame digital retal e eventual medida da concentração do PSA é apenas para pessoas sem parentes próximos com câncer. Se a pessoa teve um irmão que apresentou o tumor antes dos 45 anos, o ideal é que ele comece a investigar também nessa mesma idade ou até um pouco antes. A mesma conduta deve ser aplicada ao indivíduos afrodescendentes, nos quais a ocorrência deste tipo de câncer é maior e , em geral, mais precoce” diz.

Alguns anos atrás, discutiu-se muito a validade da realização do exame de PSA como triagem populacional, chegando a ser contraindicado por entidades científicas internacionais. “Essa decisão se baseou no fato de que muitos pacientes eram encaminhados para realizar biópsia a partir de níveis alterados de PSA e os resultados eram negativo. para a presença de câncer. A supressão total de medida do PSA, no entanto, fez com que um grande número de pacientes fosse diagnosticado apenas em fases mais avançadas da doença, quando o tratamento é menos efetivo. A partir dessa constatação, as recomendações foram revistas e, no momento, o exame de PSA deve ser solicitado após avaliação adequada do risco do indivíduo e conscientização a respeito de suas limitações. Diante de alteração, faz-se exame de imagem e a biópsia é o último recurso na maioria dos casos”, explica Dr. Andriolo.

Sobre a SBPC/ML

A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML) é uma associação de direito privado para fins não econômicos, fundada em 31 de Maio de 1944. Tem como finalidade congregar médicos, portadores do Título de Especialista em Patologia Clínica/Medicina Laboratorial e de outras especialidades, regularmente inscritos nos seus respectivos Conselhos Regionais de Medicina, e pessoas físicas e jurídicas que, direta ou indiretamente, estejam ligados à Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, e estimular sempre o engrandecimento da especialidade dentro dos padrões ético-científicos.

Entre associados estão médicos patologistas clínicos e de outras especialidades (como farmacêuticos-bioquímicos, biomédicos, biólogos, técnicos e outros profissionais de laboratórios clínicos, estudantes de nível universitário e nível médio). Também podem se associar laboratórios clínicos e empresas fabricantes e distribuidoras de equipamentos, produtos e serviços para laboratórios. Ao longo das últimas décadas a SBPC/ML tem promovido o aperfeiçoamento científico em Medicina Laboratorial, buscando a melhoria contínua dos processos, evolução da ciência, tecnologia e da regulação do setor, com o objetivo principal de qualificar de forma permanente a assistência à saúde do brasileiro.

A SBPC/ML completou 80 anos em 2024. Além de fomentar o desenvolvimento contínuo da ciência, tecnologia e regulação no setor, a SBPC/ML lançou seu novo portal de notícias para aprimorar a comunicação com associados e a população, e está atualizando regularmente o Lab Tests Online, plataforma que oferece informações sobre exames laboratoriais, visando qualificar a assistência à saúde.

Atualizado em 20/11/2024 – 14:46.

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