Américas
Vacinação pode levar até oito anos para reduzir transmissão da dengue
O diretor-geral da Organização Pan-americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, disse nesta quinta-feira (28), que a estratégia de vacinação para combater a dengue pode levar até oito anos para efetivamente reduzir a transmissão da doença em meio a epidemias como a enfrentada atualmente nas Américas.
“É importante ressaltar que a vacina que está disponível é uma vacina de duas doses e que precisa de três meses entre uma dose e outra. Ou seja, a vacina não é uma ferramenta para controlar a transmissão neste momento”, detalhou. “A grande ferramenta de controle da transmissão da dengue segue sendo a eliminação dos criadouros do mosquito.”
Jarbas lembrou que o laboratório japonês Tateka, responsável pela produção da vacina Qdenga, possui capacidade limitada de fabricação de doses. O Brasil, neste momento, segundo ele, é o país do continente que mais conta com doses disponíveis para a população em termos absolutos.
O diretor-geral da Opas destacou que, por se tratar de uma vacina recém-aprovada por agências de vigilância sanitária, é importante que os sistemas de saúde nas Américas monitorem o cenário. Dados de eficácia da vacina para o sorotipo 3 da dengue, segundo ele, são limitados por terem sido levantados em um período em que quase não havia circulação do sorotipo.
Jarbas também comentou os avanços da vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan, que se encontra na fase 3 de estudos clínicos. Para o diretor-geral, a vacina, em dose única, pode contribuir positivamente em cenários de transmissão acelerada da doença. “Mas, provavelmente, só estará disponível em 2025”.
Inscrições até 13 de janeiro
IGESDF abre seleção para médicos com salários de até R$ 17 mil
O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF) anunciou a abertura de um novo processo seletivo para médicos oncologistas, pediatras, ginecologistas e obstetras. Com uma carga horária de 24 horas semanais, a remuneração varia entre R$ 15.292,32 e R$ 17.281,01. As inscrições podem ser realizadas até o dia 13 de janeiro pelo site oficial do Instituto.
Além do salário atrativo, os profissionais selecionados terão direito a benefícios como auxílio-transporte, abono semestral, folga de aniversário e acesso a um clube de vantagens com descontos em estabelecimentos parceiros. Para se inscrever, os interessados devem ter o diploma do curso, reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC). Para mais informações sobre o processo seletivo e detalhes sobre como se inscrever, acesse o site oficial do Instituto.
Para a vaga de Médico Ginecologista e Obstetra, os requisitos incluem:
- Diploma de Medicina reconhecido pelo MEC ou declaração de conclusão de curso de até seis meses;
- Residência médica com RQE ou título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia emitido pela AMB/Federação Brasileira das
- Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia;
- Experiência mínima de seis meses como Médico Ginecologista Obstetra;
- Registro ativo no Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal – CRM/DF;
É desejável ainda que o candidato tenha conhecimento em Sistema de Gestão e prontuário eletrônico, como MV ou Trackcare entre outros. Para mais informações e detalhes sobre o processo seletivo, acesse o site oficial do IgesDF e consulte o edital n.º 001/2025.
Para a vaga de Médico Oncologista, os requisitos incluem:
- Diploma de Medicina reconhecido pelo MEC ou declaração de conclusão de curso de até seis meses;
- Residência médica com RQE ou título de especialista em Oncologia Clínica emitido pela AMB/Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica;
- Experiência mínima de seis meses como Médico Oncologista;
- Registro ativo no Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal – CRM/DF;
É desejável ainda que o candidato tenha conhecimento em Sistema de Gestão e prontuário eletrônico, como MV ou Trackcare entre outros. Para mais informações e detalhes sobre o processo seletivo, acesse o site oficial do IgesDF e consulte o edital n.º 002/2025.
Para a vaga de Médico Pediatra, os requisitos incluem:
- Diploma de Medicina reconhecido pelo MEC ou declaração de conclusão de curso de até seis meses;
- Residência médica com RQE ou título de especialista em Pediatria emitido pela AMB/Sociedade Brasileira de Pediatria;
- Experiência mínima de seis meses como Médico Pediatria;
- Registro ativo no Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal – CRM/DF;
É desejável ainda que o candidato tenha curso de PALS (Pediatric Advance Life Support) e conhecimento em Sistema de Gestão e prontuário eletrônico, como MV ou Trackcare entre outros. Para mais informações e detalhes sobre o processo seletivo, acesse o site oficial do IgesDF e consulte o edital n.º 003/2025.
Sobre o IGESDF
O IGESDF é responsável pela gestão do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), 13 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e do mais recente Hospital Cidade do Sol (HSol). A instituição desempenha um papel essencial no atendimento de saúde no Distrito Federal, oferecendo oportunidades de desenvolvimento profissional em um ambiente dinâmico e de alta responsabilidade.
Ação o ano inteiro
Casos de dengue caem 97% no DF; veja ações do GDF de combate à doença em 2025
O ano de 2025 começou com uma queda significativa dos casos de dengue no Distrito Federal. A primeira semana de janeiro registrou 196 casos prováveis, o que representa uma redução de 97,6% em relação ao ano passado. No mesmo período de 2024, a capital já tinha 8.228, e, no ano anterior, 711 registros. Os dados foram divulgados pelo Governo do Distrito Federal (GDF) em coletiva de imprensa nesta terça-feira (7), no Palácio do Buriti.
“Nós tivemos uma redução do ano passado para esse ano de 97,6%. Tivemos uma epidemia no ano de 2024 que foi enfrentada por esse governo de forma concentrada. Montamos tenda, fizemos um atendimento de uma forma mais rápida do que a rede privada. Foram mais de 400 mil atendimentos na nossa rede de saúde. Apesar de nós termos um panorama diferente do ano passado, não podemos recuar nem 1 centímetro nas ações de combate à dengue”, alertou a governadora em exercício Celina Leão.
Para manter os números em queda e a população segura, o GDF reforçou as contratações e a capacidade de trabalho. O número de agentes de vigilância ambiental (AVAs) passou de 415 para 915, enquanto o de agentes comunitários de saúde (ACSs) saltou de 800 para 1,2 mil. Os auditores na linha de frente também aumentaram, de 81 para 131. A Defesa Civil também ampliou o número de agentes de 70 para 109, com uma dupla destacada para cada uma das regiões administrativas do DF.
O investimento em tecnologia também foi ampliado, com o uso de drones e a implementação do aplicativo com georreferenciamento dos focos da doença. Trata-se do app eVisitas, utilizado pelos agentes para fazer o controle vetorial digitalmente com o apoio de 657 smartphones. O número de estações disseminadoras de larvicida (EDLs), as chamadas armadilhas, passou de 2,3 mil para cerca de 4 mil este ano. Após a instalação no Sol Nascente/Pôr do Sol, as armadilhas chegarão a Água Quente e ao Recanto das Emas. Também será ampliado o uso de ovitrampas, com um total de 6 mil em 2025.
“Está diferente do ano passado e também de 2023. Isso também é fruto das ações que foram desenvolvidas ao longo do ano passado para que a gente pudesse minimizar o impacto da dengue em 2025”, acrescentou o chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha. Em 2024, o GDF instituiu uma força-tarefa – ainda em vigor – de prevenção e combate à dengue com a participação de 11 órgãos, conforme portaria.
Outra novidade é que o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) aumentou a capacidade de realização de testes para o diagnóstico da doença e do sorotipo em circulação, de 500 para 1,5 mil.
Combate aos focos do mosquito
Também estão sendo instaladas placas informativas em pontos de descarte irregular para alertar a população sobre deveres e cuidados com o mosquito. A iniciativa prevê a colocação de 200 equipamentos em diferentes regiões do DF, visto que a questão do descarte irregular é um ponto sensível para a transmissão da doença.
Responsável pelo contato com as administrações regionais, o secretário de Governo, José Humberto Pires de Araújo, lembrou que desde o ano passado, no período anterior às chuvas, o governo iniciou as ações de limpeza e zeladoria nas cidades, como poda de árvores, limpeza de bueiros e remoção de entulho. Para este ano, a missão é a mesma.
“Vamos reforçar esse trabalho da zeladoria, sobretudo no sentido do lixo e da água parada, de manter as nossas equipes sempre na rua, para que tenhamos cidades mais limpas e que isso não seja mais um trauma nas nossas vidas”, disse.
Ainda na esteira da zeladoria das cidades, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) dividiu os trabalhos pelo DF em seis regionais e ampliou a limpeza de bocas de lobo com caminhões de sucção e hidrojateamento. Esse trabalho, que antes era feito de forma manual e superficial, agora é executado por um sistema de limpeza com caminhões para fazer a sucção dos resíduos sólidos e a limpeza das bocas de lobo. Desde a contratação do serviço, a Novacap já limpou 800 km de um total de aproximadamente 4 mil km de rede de drenagem.
“Pretendemos completar toda a rede ainda no decorrer deste ano”, afirmou o presidente da Novacap. “Vamos fazer esse trabalho ainda mais próximos das regiões administrativas para atender a tudo que é necessário no combate à dengue. As bocas de lobo e as redes de drenagem são um problema muito crítico no DF, desde sempre.”
O SLU vai incrementar a coleta, ampliando o recolhimento para mais um turno. Além disso, estão previstas a troca de 4 mil lixeiras e a instalação de mais 100 papa-lixos e 20 papa-entulhos. A DF Legal intensificou as ações de fiscalização. Só no ano passado, foram mais de 21 mil ações fiscais que geraram cerca de R$ 4 milhões em multas. Este ano, o GDF aumentou o valor da multa, com o objetivo de diminuir o número de casos. Agora, o tributo varia de R$ 2,9 mil a R$ 29 mil, podendo chegar até R$ 200 mil em algumas situações.
“Se somarmos o que o SLU, a Novacap e as administrações recolheram, temos mais de 1 milhão de toneladas de descarte irregular retiradas das ruas do DF. O descarte irregular é um foco de dengue. É importante a conscientização das pessoas”, acrescentou Gustavo Rocha.
Imunização e ações de rotina
O governo também reforçou a importância da vacinação dos jovens de 10 a 14 anos, que compõem o grupo prioritário estabelecido pelo Ministério da Saúde. Segundo o GDF, 46% receberam a primeira dose. No entanto, apenas 18,9% completaram o ciclo vacinal. Atualmente, 17 mil doses estão disponíveis na rede pública de saúde.
Além disso, permanecem as ações de rotina: visitas domiciliares para remoção e tratamento de focos, manejo ambiental, atividades educativas, bloqueio de transmissão e controle de emergências com UBV (ultrabaixo volume), instalação e monitoramento de armadilhas ovitrampas e atuação integrada com os órgãos locais, a exemplo do GDF Mais Perto do Cidadão.
O GDF destacou ainda que foi feita uma preparação para eventuais situações críticas que envolvam a doença. “Desde julho, já lançamos o plano de contingência composto por estágios, com uma análise feita diariamente para cada mudança do cenário, elevando a escala de risco, se necessário”, pontuou o subsecretário de Vigilância à Saúde da Secretaria de Saúde, Fabiano dos Anjos.
A coletiva contou com as participações da governadora em exercício Celina Leão, do secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, e do secretário de Governo, José Humberto Pires de Araújo. Também estiveram presentes os presidentes da Novacap, Fernando Leite, e do SLU, Luiz Felipe Cardoso, o secretário-executivo de Proteção da Ordem Urbanística – DF Legal, Francinaldo Oliveira, o subsecretário de Vigilância à Saúde da SES, Fabiano dos Anjos, e o diretor de gestão de Desastres da Subsecretaria do Sistema de Defesa Civil, coronel Eloízio Nascimento.
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