Illumina
Dia de Combate ao Câncer: desafios da oncologia de precisão no Brasil

Em 27 de novembro é realizado o Dia Nacional de Combate ao Câncer — uma data que tem objetivo de conscientizar a população brasileira sobre a doença. Nos últimos anos, vários avanços foram conquistados, entre eles está a genômica. Ela desempenha um papel fundamental na medicina atual, especialmente no campo da oncologia, pois possibilita desde diagnósticos oncológicos mais precisos até o desenvolvimento de tratamentos oncológicos personalizados, a exemplo do trastuzumabe para câncer de mama HER2-positivo. Contudo, o acesso às testagens genéticas ainda é um desafio no Brasil, tanto do ponto de vista financeiro, quanto educacional e cultural.
Na última década, o conhecimento sobre a genômica do câncer avançou acentuadamente, tornando-se crucial para a oncologia por alguns motivos. Dentre eles, destacam-se o diagnóstico preciso, do tipo e subtipo de câncer do paciente; a personalização do tratamento, propiciando que os médicos escolham terapias específicas direcionadas aos genes mutados do paciente e, assim, aumentando a chance de sucesso do tratamento; identificação de marcadores de risco, utilizado na triagem precoce e adoção de medidas preventivas em pacientes de alto risco; monitoramento e progressão do câncer, importante para entender as mutações da doença; identificação de novos alvos terapêuticos, novos alvos moleculares que possibilitam o desenvolvimento de medicamentos direcionados e previsão de resposta ao tratamento, com base na genômica, os médicos conseguem prever como um determinado paciente responderá ao tratamento.
Para Vagner Simões, presidente da Illumina Brasil, a genômica capacita os médicos a tomarem decisões mais personalizadas e assertivas, melhorando os resultados dos pacientes e abrindo caminho para o desenvolvimento de terapias oncológicas mais eficazes e inovadoras. “A oncologia de precisão tem o potencial de melhorar a eficiência dos tratamentos, reduzindo os efeitos colaterais e melhorando a qualidade de vida do paciente”, complementa Simões.
No Brasil, a oncologia de precisão encontra alguns entraves. Embora haja um progresso na detecção e tratamento do câncer, o acesso e financiamento são barreiras significativas. É necessário que tenhamos mais estudos de custo-efetividade, comparando pacientes tratados com os protocolos atuais, em comparação com uma estimativa de escala de novos protocolos, visando contribuir para incorporação das novas tecnologias em larga escala.
Além do fator econômico, há também os entraves educacional e cultural. Ou seja, precisamos alavancar a conscientização sobre a importância das testagens genéticas na jornada do paciente oncológico, não apenas para o paciente, mas também para a classe médica. Tona-se cada vez mais necessária a mudança dos protocolos de tratamento da doença, assim como o investimento em educação médica continuada.
“Hoje, as testagens genéticas são uma realidade apenas nos centros de excelência no tratamento oncológico. No entanto, as pessoas precisam saber que estes testes existem e o potencial que eles têm em mudar o desfecho do tratamento do paciente, aumentando muito a taxa de sucesso”, afirma Simões.
Outro desafio, que implica em questões éticas e legais, é a privacidade dos dados genéticos, que em nosso País estão regulados pela LGPD, e a necessidade de profissionais de saúde capacitados para interpretar as análises genéticas.

Protegendo bebês
Saúde do DF é pioneira na aplicação de medicamento contra bronquiolite

O Governo do Distrito Federal (GDF) dá um passo importante para a proteção da saúde de bebês prematuros: a capital do Brasil é a primeira unidade da federação a aplicar o Nirsevimabe na rede pública de saúde. O medicamento adquirido pela Secretaria de Saúde (SES-DF) é um anticorpo de ação prolongada que protege bebês contra infecções graves causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR), principal responsável por casos de bronquiolite e pneumonia nos primeiros meses de vida.
A pequena Ana Ísis, nascida com 36 semanas, foi a primeira bebê da rede pública a tomar o medicamento. Nesta quinta-feira (17), ao lado da mãe Raimunda Ribeiro, 38 anos, ela recebeu o Nirsevimabe no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib). Ana Ísis integra o público-alvo do medicamento: recém-nascidos prematuros, com idade gestacional entre 32 semanas e 36 semanas e 6 dias, nascidos a partir de 1º de outubro de 2024 – faixa etária que integra o período de maior circulação do VSR no Distrito Federal em 2025.
“O Nirsevimabe representa um avanço enorme na proteção da primeira infância. Essa ação reforça o compromisso do Governo do Distrito Federal com a prevenção, o cuidado e a inovação na saúde pública, especialmente para os nossos pequenos mais vulneráveis”, afirmou o secretário de Saúde do DF, Juracy Cavalcante Lacerda Júnior.
A aplicação do medicamento é feita antes do pico da sazonalidade das infecções respiratórias em bebês, como medida preventiva para reduzir complicações e internações – o que tem impacto direto na ocupação de leitos de UTI neonatal. A distribuição está sendo realizada para as 11 maternidades da rede pública, de forma proporcional à estimativa de nascimentos prematuros.
Todo o processo seguirá um protocolo rigoroso e humanizado da SES-DF, elaborado em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria e o Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB). A capacitação dos profissionais da rede – médicos, enfermeiros e farmacêuticos – já foi iniciada.
Aprovado pela Anvisa em outubro de 2023 e incorporado ao SUS em fevereiro deste ano, o Nirsevimabe é um anticorpo pronto, que oferece proteção imediata sem necessidade de ativação do sistema imunológico, sendo especialmente eficaz para prematuros e crianças com menos de dois anos com comorbidades.
“É importante destacar que o Palivizumabe continuará sendo utilizado para os grupos de risco já estabelecidos, como crianças com cardiopatias congênitas e displasias pulmonares. O Nirsevimabe vem ampliar a estratégia de proteção, de forma complementar e integrada ao protocolo vigente”, explicou a médica pediatra e gestora da SES-DF, Julliana Macêdo.
Com essa iniciativa pioneira, o Distrito Federal assume o protagonismo nacional no enfrentamento das síndromes respiratórias graves em crianças, priorizando a vida desde os primeiros dias.
26 de abril
Dia nacional de prevenção à hipertensão alerta para o controle da doença

Celebrado no próximo sábado, 26, o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial faz um alerta importante para a conscientização da população sobre a identificação dessa doença “silenciosa”, mas que pode ser controlada com o acompanhamento médico e mudanças de hábitos.
Estima-se que cerca de 27,9% dos brasileiros sejam hipertensos. A maior prevalência ocorre entre mulheres, com 29,3% das pessoas do sexo feminino com a doença. Entre os homens, 26,4% tem hipertensão. Os dados são do levantamento feito pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde, realizado, em 2023, nas 27 capitais.
O médico da Família e Comunidade da Amparo Saúde, Pedro Pina, informa que “a hipertensão arterial sistêmica, popularmente conhecida como pressão alta, é uma condição crônica caracterizada pelo aumento persistente da pressão sanguínea nas artérias. Isso significa que o coração precisa fazer mais força para bombear o sangue para o resto do corpo, o que pode causar sérios problemas de saúde ao longo do tempo”.
Pina explica que uma pessoa é considerada hipertensa quando apresenta valores iguais ou superiores a 140/90 mmHg em medições repetidas em diferentes ocasiões. “É importante ressaltar que apenas uma aferição acima do normal não caracteriza hipertensão arterial sistêmica, mas indica que a pessoa deve procurar um médico para compreender o motivo”, salienta ele, acrescentando que o diagnóstico preciso para essa doença “silenciosa” deve ser feito por um profissional de saúde, considerando também fatores de risco e condições clínicas.
A pressão alta pode ter diversas causas, incluindo fatores genéticos, como histórico familiar de hipertensão; hábitos alimentares inadequados, com o consumo excessivo de sal, gorduras e alimentos ultraprocessados; sedentarismo; obesidade; estresse; tabagismo; consumo excessivo de álcool; e doenças preexistentes, a exemplo de diabetes e doenças renais.
Sinais de pressão alta
Os sintomas da hipertensão podem não aparecem em todos os pacientes, como alerta Pina, tornando a doença ainda mais perigosa. No entanto, alguns sinais podem indicar que algo está errado, como dores de cabeça frequentes, tontura e mal-estar, visão embaçada ou alterações visuais associadas à dor de cabeça, falta de ar e dor no peito.
“Caso esses sintomas apareçam, é essencial buscar atendimento médico, porque o grande problema da hipertensão arterial sistêmica são suas consequências. Se não for controlada, ela pode levar a sérias complicações, como acidente vascular cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, doenças renais e problemas na visão”, informa.
Embora seja mais comum em adultos, crianças e adolescentes também podem desenvolver hipertensão, principalmente devido a fatores genéticos, obesidade e maus hábitos alimentares. “O acompanhamento pediátrico é fundamental para a prevenção e tratamento. A hipertensão em crianças, geralmente, tem causas de maior gravidade e que precisam ser investigadas com maior atenção”, pontua.
Para confirmar o diagnóstico da hipertensão será necessária a aferição da pressão arterial em diferentes momentos. Em alguns casos, exames complementares, como monitorização ambulatorial da pressão arterial (Mapa) ou monitorização residencial da pressão arterial (MRPA), podem ser solicitados pelo médico.
“O tratamento inclui mudanças no estilo de vida e, em muitos casos, o uso de medicamentos anti-hipertensivos”, informa Pina, pontuando que as principais medidas para o controle da hipertensão são: reduzir o consumo de sal e alimentos ultraprocessados, principalmente aqueles ricos em sódio, como refrigerantes; praticar atividade física regularmente para manter um peso saudável; controlar o estresse e evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, além de seguir corretamente as orientações médicas e tomar os medicamentos prescritos.
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