Setembro Dourado
Leucemia é o tipo de câncer que mais afeta crianças e adolescentes

O mês de setembro recebe a cor dourada no calendário da saúde para trazer um importante alerta sobre o câncer em crianças e adolescentes. Na liderança do ranking de tumores que mais atinge a população na faixa etária dos 0 aos 19 anos em todo o mundo está a leucemia, representando 30% de todos os tumores que acontecem antes dos 15 anos de vida e cerca de 20% abaixo dos 20 anos. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são registrados 11.540 novos casos a cada ano no Brasil – sendo o 10º tipo de câncer mais frequente entre a população brasileira.
“Em linhas gerais, a leucemia é um tipo de doença maligna das células do sangue, que tem como principal característica o acúmulo de células jovens anormais – chamadas de blastos – que acabam ocupando o espaço das células sanguíneas normais na medula óssea ou ainda em outras partes do corpo, como gânglios linfáticos, baço, fígado, sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal), testículos e olhos”, explica Sidnei Epelman, líder da especialidade de oncopediatria do Grupo Oncoclínicas e fundador e presidente da Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer (TUCCA).
Dentre os subtipos da doença, a que tem maior incidência na infância e juventude são as Leucemias Agudas, com destaque para a Leucemia Linfóide Aguda (LLA). Já a Leucemia Mielóide Aguda (LMA) é o tipo mais comum de Leucemia em adultos, correspondendo a 80% dos casos neste grupo. A ocorrência de LMA aumenta com a faixa etária (maior incidência acima de 65 anos).
“Comparados com casos em adultos, os tumores na infância são muito mais agressivos e evoluem com maior velocidade. Em contrapartida, a resposta às terapias costuma ser muito mais rápida, o que faz com que a maioria dos casos de câncer infantil sejam curáveis desde que haja o diagnóstico preciso e rápido e a criança seja prontamente encaminhada aos cuidados de uma equipe preparada para lidar com as especificidades da doença nos mais jovens”, reforça o oncopediatra.
O que causa leucemia?
Não há uma causa comprovada pela ciência que indique as razões para o surgimento da leucemia na infância e juventude na maioria dos casos. Algumas condições genéticas, como a síndrome de Li-Fraumeni (mutação de origem hereditária que leva ao desenvolvimento de diferentes tipos de tumores nas mais diversas idades) ou a síndrome de Down podem atuar na predisposição da doença, assim como crianças que já tenham sido tratadas com quimioterapia e/ou radioterapia para outros tipos de câncer e aquelas que fizeram transplantes de órgãos e estão em uso de medicamentos supressores do sistema imunológico, mas esses fatores são tidos como exceção. “É importante ressaltar que, apesar de existir um risco do desenvolvimento de leucemia nestes casos, ele ainda é muito pequeno”, comenta Sidnei.
Infelizmente, a leucemia infantojuvenil não é prevenível, contudo, é fundamental que a família procure ajuda médica caso haja sintomas que possam estar ligados aos sinais de alerta para a doença. “Quanto antes o tratamento for iniciado, maiores são as chances de cura”, acrescenta.
Fique atento aos sintomas
Por serem sintomas comuns a outras condições que afetam as crianças, é muito importante estar atento ao conjunto de sinais e iniciar a investigação médica precocemente. Os principais sintomas de leucemia em crianças são:
- Dor nas pernas;
- Dor nas articulações;
- Sensação de cansaço extremo (fadiga);
- Febre;
- Palidez;
- Manchas roxas (equimoses) e/ou pintinhas vermelhas (petéquias) na pele;
- Hemorragias;
- Aumento dos gânglios linfáticos ou ínguas;
- Dor abdominal (causada por aumento do fígado ou do baço);
- Cefaleia;
- Vômitos;
- Nódulos subcutâneos;
- Falta de apetite contínua; e
- Perda de peso sem motivo aparente.
Para o início da investigação, será realizada uma análise da história clínica do paciente e também um exame físico. Durante a consulta, o especialista irá checar ainda os linfonodos (ínguas ou gânglios), áreas de sangramento, hematomas e aumento do baço ou fígado.
“O hemograma completo é uma ferramenta importantíssima também nessa primeira etapa. Através do exame, podemos checar se há alterações sanguíneas, assim como anemias, plaquetas baixas e presença de blastos”, frisa o médico do Grupo Oncoclínicas.
O exame pode incluir: mielograma (identifica a presença de células blásticas em número aumentado na medula óssea); a citometria de fluxo e imuno-histoquímica (que tem o objetivo de classificar a leucemia e o acompanhamento da resposta ao tratamento); cariótipo ou citogenética (avaliação dos cromossomos para identificar alterações genéticas) e a biologia molecular (mais sensível que o cariótipo na avaliação da mutação genética dos cromossomos).
Em alguns casos, pode ser necessário ainda uma biópsia do osso ou exame do líquor. Contudo, vale lembrar que apenas o médico poderá recomendar quais exames devem ser realizados durante a investigação.
Como funciona o tratamento para leucemia?
“Para definir o tratamento adequado, é importante levar em consideração cada caso individualmente. O mais realizado é a quimioterapia. Já o transplante de medula óssea, utilizamos naqueles casos que não evoluem bem ou de altíssimo risco”, diz o especialista. Vale lembrar que a duração do tratamento para cada paciente também poderá variar.
A quimioterapia tem o objetivo de destruir as células doentes. Seus possíveis efeitos adversos são náusea, vômitos, queda do cabelo, mucosites (lesões em variados graus na mucosa do trato gastrointestinal e diarreia. É administrada por via venosa, oral, intramuscular ou subcutânea.
O oncopediatra ressalta que “o importante é garantir uma estrutura para oferecer o melhor acolhimento e a melhor condição de diagnóstico e tratamento dessas crianças e suas famílias. Esse é o caminho para, sem dúvidas, chegarmos a um final feliz”, finaliza Sidnei Epelman.

Protegendo bebês
Saúde do DF é pioneira na aplicação de medicamento contra bronquiolite

O Governo do Distrito Federal (GDF) dá um passo importante para a proteção da saúde de bebês prematuros: a capital do Brasil é a primeira unidade da federação a aplicar o Nirsevimabe na rede pública de saúde. O medicamento adquirido pela Secretaria de Saúde (SES-DF) é um anticorpo de ação prolongada que protege bebês contra infecções graves causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR), principal responsável por casos de bronquiolite e pneumonia nos primeiros meses de vida.
A pequena Ana Ísis, nascida com 36 semanas, foi a primeira bebê da rede pública a tomar o medicamento. Nesta quinta-feira (17), ao lado da mãe Raimunda Ribeiro, 38 anos, ela recebeu o Nirsevimabe no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib). Ana Ísis integra o público-alvo do medicamento: recém-nascidos prematuros, com idade gestacional entre 32 semanas e 36 semanas e 6 dias, nascidos a partir de 1º de outubro de 2024 – faixa etária que integra o período de maior circulação do VSR no Distrito Federal em 2025.
“O Nirsevimabe representa um avanço enorme na proteção da primeira infância. Essa ação reforça o compromisso do Governo do Distrito Federal com a prevenção, o cuidado e a inovação na saúde pública, especialmente para os nossos pequenos mais vulneráveis”, afirmou o secretário de Saúde do DF, Juracy Cavalcante Lacerda Júnior.
A aplicação do medicamento é feita antes do pico da sazonalidade das infecções respiratórias em bebês, como medida preventiva para reduzir complicações e internações – o que tem impacto direto na ocupação de leitos de UTI neonatal. A distribuição está sendo realizada para as 11 maternidades da rede pública, de forma proporcional à estimativa de nascimentos prematuros.
Todo o processo seguirá um protocolo rigoroso e humanizado da SES-DF, elaborado em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria e o Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB). A capacitação dos profissionais da rede – médicos, enfermeiros e farmacêuticos – já foi iniciada.
Aprovado pela Anvisa em outubro de 2023 e incorporado ao SUS em fevereiro deste ano, o Nirsevimabe é um anticorpo pronto, que oferece proteção imediata sem necessidade de ativação do sistema imunológico, sendo especialmente eficaz para prematuros e crianças com menos de dois anos com comorbidades.
“É importante destacar que o Palivizumabe continuará sendo utilizado para os grupos de risco já estabelecidos, como crianças com cardiopatias congênitas e displasias pulmonares. O Nirsevimabe vem ampliar a estratégia de proteção, de forma complementar e integrada ao protocolo vigente”, explicou a médica pediatra e gestora da SES-DF, Julliana Macêdo.
Com essa iniciativa pioneira, o Distrito Federal assume o protagonismo nacional no enfrentamento das síndromes respiratórias graves em crianças, priorizando a vida desde os primeiros dias.
26 de abril
Dia nacional de prevenção à hipertensão alerta para o controle da doença

Celebrado no próximo sábado, 26, o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial faz um alerta importante para a conscientização da população sobre a identificação dessa doença “silenciosa”, mas que pode ser controlada com o acompanhamento médico e mudanças de hábitos.
Estima-se que cerca de 27,9% dos brasileiros sejam hipertensos. A maior prevalência ocorre entre mulheres, com 29,3% das pessoas do sexo feminino com a doença. Entre os homens, 26,4% tem hipertensão. Os dados são do levantamento feito pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde, realizado, em 2023, nas 27 capitais.
O médico da Família e Comunidade da Amparo Saúde, Pedro Pina, informa que “a hipertensão arterial sistêmica, popularmente conhecida como pressão alta, é uma condição crônica caracterizada pelo aumento persistente da pressão sanguínea nas artérias. Isso significa que o coração precisa fazer mais força para bombear o sangue para o resto do corpo, o que pode causar sérios problemas de saúde ao longo do tempo”.
Pina explica que uma pessoa é considerada hipertensa quando apresenta valores iguais ou superiores a 140/90 mmHg em medições repetidas em diferentes ocasiões. “É importante ressaltar que apenas uma aferição acima do normal não caracteriza hipertensão arterial sistêmica, mas indica que a pessoa deve procurar um médico para compreender o motivo”, salienta ele, acrescentando que o diagnóstico preciso para essa doença “silenciosa” deve ser feito por um profissional de saúde, considerando também fatores de risco e condições clínicas.
A pressão alta pode ter diversas causas, incluindo fatores genéticos, como histórico familiar de hipertensão; hábitos alimentares inadequados, com o consumo excessivo de sal, gorduras e alimentos ultraprocessados; sedentarismo; obesidade; estresse; tabagismo; consumo excessivo de álcool; e doenças preexistentes, a exemplo de diabetes e doenças renais.
Sinais de pressão alta
Os sintomas da hipertensão podem não aparecem em todos os pacientes, como alerta Pina, tornando a doença ainda mais perigosa. No entanto, alguns sinais podem indicar que algo está errado, como dores de cabeça frequentes, tontura e mal-estar, visão embaçada ou alterações visuais associadas à dor de cabeça, falta de ar e dor no peito.
“Caso esses sintomas apareçam, é essencial buscar atendimento médico, porque o grande problema da hipertensão arterial sistêmica são suas consequências. Se não for controlada, ela pode levar a sérias complicações, como acidente vascular cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, doenças renais e problemas na visão”, informa.
Embora seja mais comum em adultos, crianças e adolescentes também podem desenvolver hipertensão, principalmente devido a fatores genéticos, obesidade e maus hábitos alimentares. “O acompanhamento pediátrico é fundamental para a prevenção e tratamento. A hipertensão em crianças, geralmente, tem causas de maior gravidade e que precisam ser investigadas com maior atenção”, pontua.
Para confirmar o diagnóstico da hipertensão será necessária a aferição da pressão arterial em diferentes momentos. Em alguns casos, exames complementares, como monitorização ambulatorial da pressão arterial (Mapa) ou monitorização residencial da pressão arterial (MRPA), podem ser solicitados pelo médico.
“O tratamento inclui mudanças no estilo de vida e, em muitos casos, o uso de medicamentos anti-hipertensivos”, informa Pina, pontuando que as principais medidas para o controle da hipertensão são: reduzir o consumo de sal e alimentos ultraprocessados, principalmente aqueles ricos em sódio, como refrigerantes; praticar atividade física regularmente para manter um peso saudável; controlar o estresse e evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, além de seguir corretamente as orientações médicas e tomar os medicamentos prescritos.
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