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Todo cuidado é pouco

Afogamento: como prevenir uma das principais causas de morte de crianças

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Prevenção de afogamento de crianças
Foto/Imagem: Freepik
Agência Brasília

Um levantamento feito em 2022 pela Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático apontou que a principal causa de morte de crianças entre 1 e 4 anos é o afogamento, além de ser a segunda causa de óbito nas idades entre 5 e 9 anos. No Distrito Federal, de janeiro a julho deste ano, 72,7% dos afogamentos envolviam crianças.

Apesar de 40% dos casos de afogamento acontecerem em piscinas, há casos de crianças que se afogam em bacias e até vasos sanitários. Confira dicas de cuidados com os pequenos, desde a restrição ao acesso de piscinas, com os tipos de cercamentos adequados, até a inutilização de flutuadores sem certificado.

O tenente Ramon Lauton, do Grupamento de Busca e Salvamento Aquático, recomenda algumas ações de prevenção, entre elas a principal: atenção 100% do tempo. “Estar sempre de olho, não desviar a atenção e estar sempre perto da criança, mantendo ela sempre à distância de um braço”, frisou o tenente.

Até na hora de escolher os flutuadores, é importante ter atenção, pois nem todos são autorizados. “O que a gente recomenda são os certificados com o selo do Inmetro. Procure boias que deem mais estabilidade, que não deixe a criança afundar ou virar e ficar de cabeça para baixo”, aconselha o tenente.

Entre os cuidados dentro de casa, está deixar baldes ou bacias cheias de água fora do alcance de crianças, privadas tampadas e restringir o acesso a áreas perigosas. Mas, para pessoas que possuem piscina em casa, há partes específicas que necessitam de atenção.

Como o cercamento, por exemplo, que deve ser feito de forma correta. A área da piscina deve ser cercada com grades na vertical, que impeçam a criança de escalar, e também com pouco espaçamento – no máximo 12 centímetros entre as grades, para evitar que os pequenos passem entre elas.

Além disso, o cercamento não pode ser feito com muros ou materiais opacos que não permitam a passagem de luz, mas sim de uma forma que seja possível visualizar toda área de dentro da piscina pelo lado de fora.

O portão para a entrada da piscina precisa ser aberto para fora, e não para dentro, dificultando o acesso da criança à área de risco. E o dispositivo de fechamento deve ser na parte superior, de forma que o pequenino não consiga alcançar. “Mesmo que a criança coloque um banquinho ou anteparo, quando a abertura do portão é para fora, o próprio anteparo vai impedir que a porta se abra”, explica o bombeiro Lauton.

O fechamento da piscina também precisa ser levado em consideração. Se for feito por lona, por exemplo, é importante que seja fixa, com medidas corretas e resistente para suportar o peso de uma criança.

“Não é simplesmente jogar uma lona por cima, porque muitas vezes a pessoa pensa ‘ah, tá com uma lona em cima da piscina, tá salvo, tá seguro’. Primeiro perigo: se a criança subir nessa lona e afundar, a criança acaba afundando junto com a lona. Outro perigo é se tiver uma abertura na lona e a criança passar por baixo, entrar e afogar, ela não vai ser vista. Às vezes, o último local que os pais vão procurar é debaixo dessa lona, há registros de acidentes em que isso acontece”, conta Lauton.

‌Os perigos da bomba de sucção

Também é importante a instalação de alguns dispositivos que evitem acidentes frequentes, entre eles, o mais comum é com o ralo de sucção. Em algumas piscinas, existe um botão de desarme emergencial da bomba de sucção, geralmente de fácil acesso. “É uma sucção muito forte. Se a criança fica presa em um ralo desse, ela acaba afogando e indo a óbito”, reforça o tenente.

A bomba de sucção é responsável por fazer a circulação da água. Então, o ralo precisa ser com um dispositivo de sucção que evite prender a criança por algum membro como um braço ou, dependendo do tamanho da criança, pelo o tronco – ou até pelo cabelo.

Esse foi o caso que aconteceu com a filha de sete anos de Marina Amado, 41, durante um churrasco com a família na piscina do condomínio em que moravam, na região de Águas Claras, há cerca de oito anos. Ela quase perdeu a filha, que ficou com a trança presa em um dos ralos laterais de sucção da piscina.

“O sistema de sucção era muito forte e os responsáveis pela limpeza da piscina do condomínio deixaram no modo errado, sem ralo vedado. A força foi toda para essa única abertura e a trança da Luisa prendeu no ralo, deixando ela com a cabeça presa embaixo d’água”, recorda a mãe.

Luisa ficou submersa durante 3 minutos e 45 segundos. Ela chegou a levantar a mão, mas percebeu que ninguém a olhava e logo perdeu a consciência. Após um dos primos achar estranha a ausência da criança, percebeu o que acontecia e chamou o restante da família. Marina conta que, ao correr para a piscina, conseguiram ver o rosto desacordado da menina, que já estava roxo.

Como a sucção era forte, não conseguiam retirá-la da água. Até que a irmã de Marina teve a ideia de cortar o cabelo da menina, com uma das facas próximas no local, e conseguiram retirá-la. “Na nossa visão ela estava morta naquela hora. Fizemos boca a boca e nada, foi um pânico generalizado”, conta a mãe.

Algumas pessoas que estavam no condomínio presenciaram as cenas de desespero e muitos ligaram para a emergência. Um médico chegou a fazer manobras em Luisa, que cuspiu água mas permaneceu desacordada. Os bombeiros e o Samu chegaram cerca de cinco minutos após a criança ter sido retirada da água.

Depois de duas horas em coma, Luisa acordou, para o alívio dos familiares. “Os médicos falaram que ela teria sequelas graves cognitivas. Tem crianças em coma há anos por causa de acidentes assim, esse tempo que ela ficou fora levaria até a óbito. Mas, depois que ela acordou e fizemos as perguntas básicas, ela estava perfeita”, lembra Marina.

Ao lembrar do desespero, a mãe diz que ninguém tinha ideia de quanto tempo ela tinha ficado submersa, sabendo apenas pelas filmagens, logo depois do acidente.

Marina relata que, após o ocorrido, a família descobriu diversos casos parecidos e fala da vida depois do susto. “Tivemos consequências no comportamento das crianças, precisamos passar por terapia. Foi muito duro e ruim, mas recorremos à fé porque, com certeza, houve ação de Deus naquele momento. A Luisa acabou de fazer 15 anos”.

O que fazer em casos de afogamento infantil

De acordo com o tenente Lauton, a partir do momento que se percebe a ausência da criança, as zonas críticas são os primeiros locais a se procuraronas críticas.

“Procurar na piscina, se tiver, dentro de balde, se houver algum espalhado pelo quintal ou qualquer coisa assim, e nos vasos sanitários também. São áreas críticas que, se a criança estiver lá, há grande risco de morte”, alerta o bombeiro.

Ao presenciar um afogamento, a primeira coisa a fazer é retirar a criança da água. Em seguida, deixá-la em um lugar plano e ligar imediatamente para a emergência (Bombeiros no 193 ou Samu no 192), pedir urgência e relatar a situação.

“Provavelmente, o bombeiro que vai estar do outro lado da linha já vai auxiliar a fazer os primeiros socorros enquanto o resgate não chega. Esse é o fundamental a fazer quando você se depara com uma situação dessa”, observa.

Prevenindo o afogamento de crianças

Arte: Agência Brasília

Atualizado em 04/09/2023 – 06:37.

Será enviado à CLDF

Governador Ibaneis Rocha anuncia projeto de lei para reduzir o ITBI no DF

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Ibaneis anuncia PL para redução ITBI no DF
Foto/Imagem: Renato Alves/Agência Brasília

O governador Ibaneis Rocha anunciou, nesta sexta-feira (22), um projeto de lei para alterar a alíquota do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), sendo de 1% na primeira transmissão de imóvel novo edificado e de 2% nos demais casos.

A fala ocorreu durante as comemorações dos 60 anos do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Distrito Federal (Sinduscon-DF), onde o chefe do Executivo foi homenageado pelo trabalho em prol do setor.

O projeto de lei será enviado em breve à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) para votação e, se aprovado, terá validade a partir de 1º de janeiro de 2025.

No discurso, o governador Ibaneis Rocha afirmou que a redução do tributo não vai afetar os investimentos no DF, que terá de R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões de investimentos para o próximo ano. “O compromisso no momento que a gente tivesse com as contas ajustadas era fazer essa redução. Ela tem um impacto muito grande, principalmente na vida das pessoas que compram seus imóveis, seja o primeiro imóvel, seja o primeiro imóvel novo. Porque quando você fala de redução de 3% para 2% você está falando de uma redução de quase 50% desse valor do ITBI. Isso faz uma diferença muito grande na vida das pessoas, porque os imóveis no Brasil são muito caros. E a gente, por outro lado, com essa redução para 1% do imóvel novo, aquele primeiro imóvel, aquela primeira escritura, a gente incentiva também a construção civil, porque os empresários vão investir mais. Então nós vamos ter um retorno disso aí na parte do ICMS, porque nós vamos vender mais ferro, cimento, tijolo, e vamos gerar mais emprego nas cidades, porque a cidade precisa de geração de emprego. A construção civil é muito importante para o Distrito Federal”, disse Ibaneis Rocha.

A redução na alíquota do ITBI faz parte do trabalho do GDF para fortalecer setores importantes da economia e colaborar com a geração de emprego e renda.

“Nós vamos ter uma redução na arrecadação em torno de R$ 500 milhões, mas que está perfeitamente acomodada dentro do nosso orçamento. Isso mostra que nós estamos trabalhando no caminho certo, com organização, sem deixar de fazer os investimentos necessários, mas também pensando no lado da geração de emprego na nossa cidade”, acrescentou Ibaneis Rocha.

Em 2015, o ITBI subiu de 2% para 3%. Em 2022, o Governo do Distrito Federal (GDF) reduziu temporariamente para 1% pelo período de três meses como parte do programa Pró-Economia II, criado para recuperar e fortalecer a economia da capital, afetada pela pandemia de covid-19. Agora, a redução virá por meio de lei, conforme explica o secretário de Economia, Ney Ferraz.

“A determinação do governador Ibaneis Rocha é trabalharmos sempre na construção de um ambiente favorável para o desenvolvimento econômico da nossa cidade. E a redução do ITBI converge nesse sentido, pois estimula as transações imobiliárias, novas construções, gera emprego e renda. Além disso, estamos estimulando também a arrecadação do ICMS, com a venda de material de construção, por exemplo. Ou seja, a redução é na verdade um estímulo para o crescimento da nossa economia. O melhor é que não se trata de uma medida temporária. A proposta do governo é manter as alíquotas de 2% para transações de imóveis usados e 1%, no caso de novos imóveis”, detalhou Ney Ferraz.

A medida foi bem recebida por diferentes setores. Para o presidente do Sinduscon-DF, Adalberto Valadão Júnior, a medida mostra uma visão inteligente do governo.

“Cabe a gente ser bastante grato e reconhecer esse esforço que o governador fez. São basicamente três motivos importantes pelo qual isso nos orgulha e nos agrada muito. Primeiro, é uma demonstração de sensibilidade com os pleitos do setor. Segundo, é a correção de um erro histórico, que como eu falei, aconteceu há cerca de 10 anos, quando numa sanha arrecadatória, o governo anterior aumentou o ITBI, prejudicando não só o setor produtivo, mas também boa parte da população. E terceiro, demonstra uma ideologia pouco presente hoje entre os políticos, mas que deveria estar mais presente e que é muito importante, que é compreender que carregar, que colocar peso sobre o empresário, sobre a população, isso só atrasa a vida de todo mundo”, avalia.

Em visão semelhante, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), José Aparecido da Costa Freire, comemorou o anúncio. “Há tempos destacamos a necessidade de reduzir a carga tributária como uma medida essencial para impulsionar o investimento, a expansão e a inovação nos negócios. Essa iniciativa do GDF promove benefícios amplos, como a facilitação da regularização de imóveis, a redução de custos operacionais e o estímulo à formalização”, avalia.

Atualizado em 22/11/2024 – 23:37.

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Mudança de vida

Ex-moradores de rua do DF ganham oportunidades de emprego na Sejus

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Pedreiro Francisco Tavares - Emprego Sejus-DF
Foto/Imagem: Divulgação/Sejus-DF

O pedreiro Francisco Tavares, 40 anos, pai de três filhos, viveu quase três anos nas ruas, desde que perdeu o seu último emprego. No entanto, há três meses sua vida se transformou. Ele recebeu a abordagem do governo e dias depois foi nomeado para uma oportunidade de trabalho na Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF). “Já tinha perdido as esperanças e, de repente, as portas do mercado de trabalho voltaram a se abrir para mim. Estou trabalhando com pintura, reforma, o que eu já sei fazer, mas me aprimorando. Essa oportunidade me trouxe condições de sustentar minha família e de sonhar com um futuro melhor”, celebrou.

Francisco é mais um dos beneficiados pelas políticas públicas do Governo do Distrito Federal (GDF) voltadas para à inclusão social de pessoas em situação de rua. Por meio do Decreto 46.250/2024, o Executivo oficializou a criação de 15 cargos dentro da estrutura do GDF destinados exclusivamente para atendimento deste público. A medida estabelece que os postos de trabalho sejam oferecidos nas estruturas administrativas da Sejus e das outras pastas que trabalham com temas relacionados a direitos humanos, qualificação profissional e assistência social.

A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, define a iniciativa como uma política de inclusão social inovadora. “A contratação de pessoas que já estiveram em situação de rua é uma forma de dignidade, ao oferecer trabalho e possibilidades reais de reintegração à sociedade. Este projeto piloto quebra barreiras e cria pontes para quem mais precisa, pois pessoas em situação de vulnerabilidade terão a chance de recomeçar e contribuir ativamente para o desenvolvimento do Distrito Federal”, afirma.

Mudança de vida

Gilvandro Soares, de 55 anos, foi mais um dos selecionados para fazer parte dessa iniciativa na Sejus. Ele relatou as dificuldades que passou neste período em que viveu nas ruas e como esta oportunidade deve mudar sua vida. “Foi um período difícil e sem privacidade. Esse emprego tem um impacto muito grande na minha vida. Agora tenho renda para adquirir o que eu quero e, mais importante, tenho muitos planos. A gente sonha quando não pode, tendo um salário fixo é outra coisa”.

Os selecionados para trabalhar na Sejus estão lotados no departamento de manutenção e participam das obras de revitalização de equipamentos públicos entregues pela pasta. Tanto Francisco quanto Gilvandro participaram da recente revitalização da sede da Associação Nova Cidadania, uma entidade sem fins lucrativos, que oferece atividades culturais e desportivas para pessoas idosas de Santa Maria.

A reserva de vagas de emprego para pessoas em situação de rua se soma às demais propostas do governo previstas no Plano de Ação para a Efetivação da Política Distrital para a População em Situação de Rua. Criado em 25 de maio, o documento está dividido em sete eixos, entre os quais está o Eixo de Trabalho e Renda. Nele, o GDF reconhece a importância do trabalho e da geração de renda como meio de inclusão social e dignidade, e oferece estratégias para a consolidação desse objetivo.

Gilvandro Soares - Emprego Sejus-DF

Gilvandro Soares/Divulgação/Sejus-DF

Atualizado em 22/11/2024 – 23:45.

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