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Pais desempregados

Bebê Davi Raphael de 6 meses tem duas doenças graves; saiba como ajudar

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Há seis meses, o montador de móveis Elpidio Carneiro, 21 anos, e a mulher dele, Lucilane Vieira, 25, cuidam do filho Davi Raphael, que nasceu com duas doenças neurológicas: ventriculomegalia e agenesia do corpo caloso (ver box). O estado de saúde do bebê exige tratamentos, terapia e vacinas não disponíveis na rede pública de saúde do Distrito Federal. Para piorar, ele tem alergia à lactose e precisa de suplementos caros para complementar a alimentação. Lucilane, que era operadora de atendimento, está desempregada desde a gravidez e não pode voltar a trabalhar por causa da condição delicada do filho. O sustento da casa vem de trabalhos pontuais de Elpidio, que não tem emprego fixo, além de doações em dinheiro e alimentos da família e amigos.

Em meio a tanta atribulação, ele ainda se lembra claramente da felicidade que sentiu quando Lucilane descobriu que estava grávida. “Fiquei feliz demais, foi uma alegria tremenda, um sonho realizado. A gente realmente queria ter um filho. Estávamos tentando há um tempo sem conseguir. Quando aconteceu, tão de repente, foi uma surpresa”, recorda.

Carinho, cuidado e dedicação integral ao primeiro filho foram a resposta do casal, junto há dois anos, para enfrentar as dificuldades, que começaram antes mesmo que Davi nascesse. Com 35 semanas de gestação, a obstetra de Lucilane descobriu, por meio do exame de ultrassonografia, a ventriculomegalia. “Foi desesperador. A médica detectou inchaço na cabeça, mas não sabíamos o que era. Podia ser um tumor, ou qualquer coisa grave. Quando confirmamos, o médico olhou exames que fizemos com 24 semanas de gravidez e disse que, naquela época, já era possível detectar a doença, mas ninguém percebeu”, conta Elpidio.

Para Lucilane, o diagnóstico foi tardio, o que impediu um tratamento precoce. “Podíamos ter recorrido à medicina fetal, feito um acompanhamento específico para diminuir o inchaço do ventrículo, a quantidade de líquido”.

O parto cesárea foi adiantado e Davi veio ao mundo com 38 semanas de gestação. Quando o bebê tinha 16 dias, foi submetido ao exame de ultrassonografia transfontanela, por meio da qual foi detectada a agenesia do corpo caloso. Os médicos fizeram tomografia para detectar se a doença era parcial ou total. O tipo de agenesia de Davi é total.

Necessidades diversas

Terapia motora
Davi precisa de um tratamento chamado estimulação precoce, uma terapia que visa evitar ou minimizar distúrbios do desenvolvimento neuropsicomotor em crianças com doenças neurológicas. Lucilane e o marido recorreram ao posto de saúde do Varjão e fizeram cadastro no local, onde foi aberto um pedido encaminhado à Central de Regulação da Secretaria de Saúde. Atualmente, os pais aguardam chamado para atendimento.

Lucilane relata que os danos motores da ventriculomegalia já são perceptíveis. “No posto, apresentamos encaminhamento médico para estimulação, mas só aceitaram abrir pedido para neurocirurgia. Só quando conseguirmos ser atendidos pelo neurocirurgião, vamos poder procurar o outro tratamento. Ele já demonstra problemas motores, fica muito tempo com a língua para fora”, descreve.

Vacina indisponível
Em setembro de 2015, Davi tomou a primeira dose da vacina Pentavalente, oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e respondeu com forte reação alérgica. “Durante três dias, ele teve várias convulsões, febre de 39 graus, fraqueza, corpo mole. Passou um dia inteiro internado no Hospital Santa Helena”, conta a mãe.

Aos seis meses, o garoto já devia ter recebido a terceira dose da pentavalente, mas, por causa dos efeitos colaterais, a vacinação não está em dia. Os médicos recomendaram a substituição pela DTP Acelular infantil, mas, segundo os pais de Davi, a imunização está indisponível na rede pública desde o ano passado e a família não tem dinheiro para recorrer a clínicas e laboratórios particulares. Segundo Lucilane, em alguns locais, o preço chega a R$ 320.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que, no último trimestre de 2015, foram enviadas aos estados 296 mil doses da DTP Acelular. A pasta afirma que adquiriu 2,5 milhões de doses para os próximos meses e aguarda trâmites alfandegários e liberação para distribuição aos estados.

Suplemento alimentar
Logo nos primeiros meses, Davi teve alergia também à proteína bovina. Tanto o bebê quanto a mãe não podem beber leite de vaca, rejeitado pelo corpo do menino. As restrições se estendem à alimentação de Lucilane, que não ingere carne, manteiga ou qualquer proteína bovina, pois isso também provoca reações alérgicas em Davi.

“Ele ficava muito vermelho, rosto inchado, evacuava sangue, tinha refluxo. Consultamos uma pediatra, que recomendou a mudança na alimentação da Lucilane e do bebê. Tiramos leite e derivados da dieta e ele melhorou”, relata o pai.

Para complementar a nutrição do filho, são necessárias, mensalmente, de quatro latas de leite especial, que custa entre R$ 170 e R$ 200. O casal não tem condições de comprar o alimento que seria útil para substituir, em parte, o leite materno, para que Lucilane tenha condições de trabalhar.

Entenda as doenças

Agenesia do corpo caloso
Trata-se de uma má-formação rara, congênita e caracterizada pela ausência total ou parcial de corpo caloso, estrutura que se desenvolve entre a décima e a vigésima semana da gestação e liga os dois hemisférios cerebrais. Os sintomas incluem epilepsia, convulsões, baixo desenvolvimento psicomotor e de memória.

Ventriculomegalia
É o aumento dos ventrículos laterais do cérebro. Os ventrículos são cavidades localizadas no interior de cada hemisfério cerebral, onde se origina o líquido que protege por dentro o Sistema Nervoso Central (cérebro e medula espinhal). Pode ter causas cromossômicas, genéticas ou infecciosas. Prejudica o desenvolvimento do sistema nervoso.

Como ajudar
Elpidio Carneiro e Lucilane Vieira aceitam doações em dinheiro, fraldas, comida, leite especial, roupas para o bebê, móveis e eletrodomésticos.

Doações em dinheiro
Banco do Brasil
Agência — 2883-5
Conta — 25741-9

Outras doações
Contatos:
8556-7648 ou 8503-4184

Marianna Nascimento, Correio Braziliense

Atualizado em 12/01/2016 – 08:43.

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Mudança de vida

Ex-moradores de rua do DF ganham oportunidades de emprego na Sejus

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Ao Vivo de Brasília
Pedreiro Francisco Tavares - Emprego Sejus-DF
Foto/Imagem: Divulgação/Sejus-DF

O pedreiro Francisco Tavares, 40 anos, pai de três filhos, viveu quase três anos nas ruas, desde que perdeu o seu último emprego. No entanto, há três meses sua vida se transformou. Ele recebeu a abordagem do governo e dias depois foi nomeado para uma oportunidade de trabalho na Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF). “Já tinha perdido as esperanças e, de repente, as portas do mercado de trabalho voltaram a se abrir para mim. Estou trabalhando com pintura, reforma, o que eu já sei fazer, mas me aprimorando. Essa oportunidade me trouxe condições de sustentar minha família e de sonhar com um futuro melhor”, celebrou.

Francisco é mais um dos beneficiados pelas políticas públicas do Governo do Distrito Federal (GDF) voltadas para à inclusão social de pessoas em situação de rua. Por meio do Decreto 46.250/2024, o Executivo oficializou a criação de 15 cargos dentro da estrutura do GDF destinados exclusivamente para atendimento deste público. A medida estabelece que os postos de trabalho sejam oferecidos nas estruturas administrativas da Sejus e das outras pastas que trabalham com temas relacionados a direitos humanos, qualificação profissional e assistência social.

A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, define a iniciativa como uma política de inclusão social inovadora. “A contratação de pessoas que já estiveram em situação de rua é uma forma de dignidade, ao oferecer trabalho e possibilidades reais de reintegração à sociedade. Este projeto piloto quebra barreiras e cria pontes para quem mais precisa, pois pessoas em situação de vulnerabilidade terão a chance de recomeçar e contribuir ativamente para o desenvolvimento do Distrito Federal”, afirma.

Mudança de vida

Gilvandro Soares, de 55 anos, foi mais um dos selecionados para fazer parte dessa iniciativa na Sejus. Ele relatou as dificuldades que passou neste período em que viveu nas ruas e como esta oportunidade deve mudar sua vida. “Foi um período difícil e sem privacidade. Esse emprego tem um impacto muito grande na minha vida. Agora tenho renda para adquirir o que eu quero e, mais importante, tenho muitos planos. A gente sonha quando não pode, tendo um salário fixo é outra coisa”.

Os selecionados para trabalhar na Sejus estão lotados no departamento de manutenção e participam das obras de revitalização de equipamentos públicos entregues pela pasta. Tanto Francisco quanto Gilvandro participaram da recente revitalização da sede da Associação Nova Cidadania, uma entidade sem fins lucrativos, que oferece atividades culturais e desportivas para pessoas idosas de Santa Maria.

A reserva de vagas de emprego para pessoas em situação de rua se soma às demais propostas do governo previstas no Plano de Ação para a Efetivação da Política Distrital para a População em Situação de Rua. Criado em 25 de maio, o documento está dividido em sete eixos, entre os quais está o Eixo de Trabalho e Renda. Nele, o GDF reconhece a importância do trabalho e da geração de renda como meio de inclusão social e dignidade, e oferece estratégias para a consolidação desse objetivo.

Gilvandro Soares - Emprego Sejus-DF

Gilvandro Soares/Divulgação/Sejus-DF

Atualizado em 22/11/2024 – 19:05.

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Segurança Pública

Sete RAs do Distrito Federal estão há mais de um ano sem registrar homicídios

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PCDF
Foto/Imagem: Divulgação/Sinpol-DF

O Distrito Federal tem reduzido de forma consistente o número de homicídios. Em 2024, alcançou as menores taxas já verificadas em toda a série histórica, chegando à redução de 35% no total de homicídios registrados em outubro deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Como efeito positivo da estabilidade dos dados, algumas regiões administrativas têm se destacado e estão há mais de um ano sem registros desta natureza criminal.

Em novembro, Candangolândia e Sudoeste/Octogonal completaram 12 meses sem registro de homicídios. O secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, ressalta o esforço das forças de segurança, das demais áreas de governo e da sociedade civil na redução desses crimes: “O planejamento constante de nossas ações, tanto preventivas quanto repressivas, pautadas na integralidade, converge para promover a pacificação das regiões administrativas”.

O monitoramento dos crimes no DF, desenvolvido pela Subsecretaria de Gestão da Informação da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), mostra, ainda, que Jardim Botânico, Cruzeiro, Riacho Fundo, Varjão e Arniqueira também integram a lista das cidades sem registro de homicídio em 12 meses.

“Trabalhamos para que todas as regiões administrativas alcancem essas taxas. Reconhecemos que ainda temos a evoluir e estamos constantemente em busca de novas soluções e parcerias com esse foco. No entanto, esses resultados precisam ser evidenciados e demonstram que o programa DF Mais Seguro – Segurança Integral está no caminho certo”, assegura Avelar.

Para a comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Ana Paula Barros Habka, os números refletem as permanentes ações da corporação pautadas em dados e estudos analíticos deste fenômeno criminal. “O policiamento ostensivo do Distrito Federal é permanentemente orientado pelos dados e análises de manchas criminais, sendo determinante para uma maior eficiência das ações de prevenção.”

O delegado-geral da Polícia Civil, José Werick, destaca, ainda, a atuação da instituição na responsabilização dos autores de crimes de homicídio. “Nosso empenho é intenso para que nenhum caso fique sem solução no Distrito Federal. Prova disso é a recente pesquisa divulgada pelo Instituto Sou da Paz, que nos posicionou como a unidade da Federação com a maior taxa de elucidação de homicídios do país”, afirma.

Operações integradas

A Subsecretaria de Operações Integradas da SSP-DF promove sistematicamente reuniões técnicas com as forças de segurança pública e demais agências do Governo do Distrito Federal (GDF) para aprimoramento do planejamento das ações com foco na redução de homicídios. A subsecretária Cintia Queiroz enfatiza que esses encontros são fundamentais para que todos possam atuar com o mesmo foco.

“Reuniões integradas entre diferentes esferas de governo, forças de segurança e sociedade civil são fundamentais para o enfrentamento da violência. Ao promover o compartilhamento de informações, a articulação de estratégias conjuntas e a troca de experiências, essas reuniões contribuem para a aplicação de políticas públicas e planejamento operacional mais eficazes e direcionadas”

Evidências

A Subsecretaria de Gestão da Informação é o setor encarregado da análise de dados e da elaboração de estudos diagnósticos na área de segurança pública. O papel dela é crucial no planejamento tático-operacional, fornecendo informações estratégicas para a execução de ações integradas.

“É imprescindível entender a dinâmica criminal em todo o Distrito Federal, considerando as particularidades regionais e as principais causas dessas ocorrências, para orientar de maneira mais eficaz a atuação conjunta das forças de segurança. Desta forma, estamos sempre em busca de criar ferramentas e análises que possam contribuir com nossas políticas e para servir de base para atuação de nossas forças de segurança”, ressalta o subsecretário de Gestão da Informação, George Couto.

Pesquisas recentes

Segundo o levantamento do Atlas da Violência 2024, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a capital federal tem a segunda menor taxa de homicídio: 13%. A cidade só perde para Florianópolis (8,9%), capital de Santa Catarina. Os dados se referem ao ano de 2022. Salvador (BA), Macapá (AP) e Manaus (AM) figuram entre as capitais com o maior número de assassinatos.

DF Mais Seguro – Segurança Integral

O programa DF Mais Seguro tem sido fundamental para o fortalecimento das políticas de segurança pública, por meio de uma abordagem inovadora, com base na integralidade, ou seja, com a participação de órgãos governamentais e população. Lançado há um ano, o objetivo da reformulação da política era sustentar a redução histórica da criminalidade no DF. A política, que vinha sendo implementada desde o início de 2023, foi oficialmente lançada em novembro do ano passado.

Atualizado em 22/11/2024 – 06:17.

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