Sem previsão de retomada
Obra prometida para a Copa não ficará pronta para as Olimpíadas
Prometido para receber os turistas da Copa do Mundo de 2014, um projeto de paisagismo e urbanização na área central de Brasília segue em andamento e não vai ficar pronto a tempo das Olimpíadas. Onde deveria haver um jardim inspirado nos conceitos de Burle Marx, moradores e visitantes do Distrito Federal convivem com um canteiro de obras há mais de dois anos.
A Novacap afirma que existem recursos financeiros para terminar as construções do espaço, localizado entre a Torre de TV e a rodoviária do Plano Piloto e com custo previsto de R$ 21 milhões. Segundo o órgão, a empresa contratada “deixou de operar” e não há previsão de retomada dos trabalhos.
O projeto foi idealizado pelo escritório de paisagismo Burle Marx, do Rio de Janeiro, e é executado pela Vale do Ipê Construção e Urbanização, de Brasília. A primeira empresa é capitaneada pelo arquiteto Haruyoshi Ono, discípulo e ex-sócio de Roberto Burle Marx.
“Entregamos o projeto executivo em 2013 e revisamos em 2014. Nunca chamaram a gente para fiscalizar, mas a gente fazia por conta própria. Nosso interesse é que o jardim saia, porque tem nosso nome nele”, diz a arquiteta e paisagista associada do escritório Burle Marx, Isabela Ono. Ela não soube dizer ao G1 o motivo da interrupção nas obras.
O advogado da Vale do Ipê, João Luis Rocha, afirma que a obra foi interrompida por atrasos nos repasses do GDF e pela demora na liberação de documentos. Segundo ele, a demora começou na licitação e, por isso, o prazo para a Copa já tinha sido descartado.
“Quando a empresa recebeu a ordem de serviço para iniciar, não havia prazo suficiente. É um projeto complexo que envolve parte elétrica, partes de fundação que ainda estão pendentes. Temos faturas que levaram 15 meses para serem pagas”, diz. Rocha não soube precisar ao G1 quais são os documentos e licenciamentos pendentes de aprovação.
O projeto, criado no governo Agnelo Queiroz, pretendia instalar sinalização turística comum e em braille, arborização, sombreamento, bancos e mesas, poços artesianos, reservatórios, iluminação em postes e no piso, espelhos d’água com cascata e quatro quilômetros de ciclovia e passeios.
Tudo parado
Em visita ao local nesta sexta (8), a reportagem do G1 registrou montes de terra e buracos cavados no canteiro central do Eixo Monumental. Nenhum funcionário foi encontrado no local.
Segundo a Novacap, o contrato com a empresa terá de ser cancelado e a obra precisaria de uma nova licitação para ser concluída. Por nota, o órgão ligado ao GDF disse que está “tomando as devidas providências e aplicando as penalidades previstas”.
“A primeira etapa, 60% concluída, está orçada em R$ 6.525.154,03 e aditivo financeiro de R$ 1.591.697,50. Já a segunda etapa, com 30% concluída, tem investimentos de R$ 12.893.127,89”, informou a Novacap.
Mesmo sendo anunciada no calendário de obras da Copa do Mundo, a Novacap informou que o projeto do Jardim Burle Marx não estava prevista para recepcionar os turistas da competição. “A obra iria complementar a infraestrutura da região central de Brasília, com passeios e ciclovias”, disse.
‘Vergonha para a classe’
O professor de arquitetura e urbanismo da Universidade de Brasília (UnB) Frederico Flósculo se diz contra a obra do Jardim Burle Marx. Segundo ele, seria necessário abrir um edital público para se fazer um projeto de “alta complexidade” em Brasília.
“Os concursos representam uma oportunidade de enfrentar um desafio para concepção e criatividade. Arquitetos de todo país desejariam participar de um paisagismo no Eixo Monumental por exemplo. O projeto do Jardim Burle Marx é uma vergonha para a classe. Apenas o Agnelo gostou.”
Flósculo afirma que a categoria ficou “constangida” com a “má qualidade” do projeto. Para o arquiteto, a obra deveria ser embargada, e o dinheiro já gasto, devolvido pela empresa contratada. “O projeto usa espécies exóticas, ele não celebra o cerrado brasileiro, a monumentalidade e não abriga as pessoas como poderia abrigar”, diz.
Na época da assinatura da ordem de serviço, em julho de 2013, o orçamento previsto para a primeira fase era de R$ 6 milhões. No começo do ano, a Novacap previa que o parque seria entregue no Mundial de futebol sem a parte hídrica e a iluminação de realce, que estariam prontos em outubro.
“Esse atraso só deixa claro que a capital federal mostra o que o país é: uma desorganização. Como um governo pensa em promover a cidade fazendo as coisas de uma maneira que expõe a desorganização e negligência? Brasília já tem tantos problemas, como falta de saúde e violência, ainda temos que nos preocupar com a aparência?”, completou Flósculo.
Jéssica Nascimento, G1 DF
Atualizado em 11/01/2016 – 18:22.
Mudança de vida
Ex-moradores de rua do DF ganham oportunidades de emprego na Sejus
O pedreiro Francisco Tavares, 40 anos, pai de três filhos, viveu quase três anos nas ruas, desde que perdeu o seu último emprego. No entanto, há três meses sua vida se transformou. Ele recebeu a abordagem do governo e dias depois foi nomeado para uma oportunidade de trabalho na Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF). “Já tinha perdido as esperanças e, de repente, as portas do mercado de trabalho voltaram a se abrir para mim. Estou trabalhando com pintura, reforma, o que eu já sei fazer, mas me aprimorando. Essa oportunidade me trouxe condições de sustentar minha família e de sonhar com um futuro melhor”, celebrou.
Francisco é mais um dos beneficiados pelas políticas públicas do Governo do Distrito Federal (GDF) voltadas para à inclusão social de pessoas em situação de rua. Por meio do Decreto 46.250/2024, o Executivo oficializou a criação de 15 cargos dentro da estrutura do GDF destinados exclusivamente para atendimento deste público. A medida estabelece que os postos de trabalho sejam oferecidos nas estruturas administrativas da Sejus e das outras pastas que trabalham com temas relacionados a direitos humanos, qualificação profissional e assistência social.
A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, define a iniciativa como uma política de inclusão social inovadora. “A contratação de pessoas que já estiveram em situação de rua é uma forma de dignidade, ao oferecer trabalho e possibilidades reais de reintegração à sociedade. Este projeto piloto quebra barreiras e cria pontes para quem mais precisa, pois pessoas em situação de vulnerabilidade terão a chance de recomeçar e contribuir ativamente para o desenvolvimento do Distrito Federal”, afirma.
Mudança de vida
Gilvandro Soares, de 55 anos, foi mais um dos selecionados para fazer parte dessa iniciativa na Sejus. Ele relatou as dificuldades que passou neste período em que viveu nas ruas e como esta oportunidade deve mudar sua vida. “Foi um período difícil e sem privacidade. Esse emprego tem um impacto muito grande na minha vida. Agora tenho renda para adquirir o que eu quero e, mais importante, tenho muitos planos. A gente sonha quando não pode, tendo um salário fixo é outra coisa”.
Os selecionados para trabalhar na Sejus estão lotados no departamento de manutenção e participam das obras de revitalização de equipamentos públicos entregues pela pasta. Tanto Francisco quanto Gilvandro participaram da recente revitalização da sede da Associação Nova Cidadania, uma entidade sem fins lucrativos, que oferece atividades culturais e desportivas para pessoas idosas de Santa Maria.
A reserva de vagas de emprego para pessoas em situação de rua se soma às demais propostas do governo previstas no Plano de Ação para a Efetivação da Política Distrital para a População em Situação de Rua. Criado em 25 de maio, o documento está dividido em sete eixos, entre os quais está o Eixo de Trabalho e Renda. Nele, o GDF reconhece a importância do trabalho e da geração de renda como meio de inclusão social e dignidade, e oferece estratégias para a consolidação desse objetivo.
Atualizado em 22/11/2024 – 19:05.
Segurança Pública
Sete RAs do Distrito Federal estão há mais de um ano sem registrar homicídios
O Distrito Federal tem reduzido de forma consistente o número de homicídios. Em 2024, alcançou as menores taxas já verificadas em toda a série histórica, chegando à redução de 35% no total de homicídios registrados em outubro deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Como efeito positivo da estabilidade dos dados, algumas regiões administrativas têm se destacado e estão há mais de um ano sem registros desta natureza criminal.
Em novembro, Candangolândia e Sudoeste/Octogonal completaram 12 meses sem registro de homicídios. O secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, ressalta o esforço das forças de segurança, das demais áreas de governo e da sociedade civil na redução desses crimes: “O planejamento constante de nossas ações, tanto preventivas quanto repressivas, pautadas na integralidade, converge para promover a pacificação das regiões administrativas”.
O monitoramento dos crimes no DF, desenvolvido pela Subsecretaria de Gestão da Informação da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), mostra, ainda, que Jardim Botânico, Cruzeiro, Riacho Fundo, Varjão e Arniqueira também integram a lista das cidades sem registro de homicídio em 12 meses.
“Trabalhamos para que todas as regiões administrativas alcancem essas taxas. Reconhecemos que ainda temos a evoluir e estamos constantemente em busca de novas soluções e parcerias com esse foco. No entanto, esses resultados precisam ser evidenciados e demonstram que o programa DF Mais Seguro – Segurança Integral está no caminho certo”, assegura Avelar.
Para a comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Ana Paula Barros Habka, os números refletem as permanentes ações da corporação pautadas em dados e estudos analíticos deste fenômeno criminal. “O policiamento ostensivo do Distrito Federal é permanentemente orientado pelos dados e análises de manchas criminais, sendo determinante para uma maior eficiência das ações de prevenção.”
O delegado-geral da Polícia Civil, José Werick, destaca, ainda, a atuação da instituição na responsabilização dos autores de crimes de homicídio. “Nosso empenho é intenso para que nenhum caso fique sem solução no Distrito Federal. Prova disso é a recente pesquisa divulgada pelo Instituto Sou da Paz, que nos posicionou como a unidade da Federação com a maior taxa de elucidação de homicídios do país”, afirma.
Operações integradas
A Subsecretaria de Operações Integradas da SSP-DF promove sistematicamente reuniões técnicas com as forças de segurança pública e demais agências do Governo do Distrito Federal (GDF) para aprimoramento do planejamento das ações com foco na redução de homicídios. A subsecretária Cintia Queiroz enfatiza que esses encontros são fundamentais para que todos possam atuar com o mesmo foco.
“Reuniões integradas entre diferentes esferas de governo, forças de segurança e sociedade civil são fundamentais para o enfrentamento da violência. Ao promover o compartilhamento de informações, a articulação de estratégias conjuntas e a troca de experiências, essas reuniões contribuem para a aplicação de políticas públicas e planejamento operacional mais eficazes e direcionadas”
Evidências
A Subsecretaria de Gestão da Informação é o setor encarregado da análise de dados e da elaboração de estudos diagnósticos na área de segurança pública. O papel dela é crucial no planejamento tático-operacional, fornecendo informações estratégicas para a execução de ações integradas.
“É imprescindível entender a dinâmica criminal em todo o Distrito Federal, considerando as particularidades regionais e as principais causas dessas ocorrências, para orientar de maneira mais eficaz a atuação conjunta das forças de segurança. Desta forma, estamos sempre em busca de criar ferramentas e análises que possam contribuir com nossas políticas e para servir de base para atuação de nossas forças de segurança”, ressalta o subsecretário de Gestão da Informação, George Couto.
Pesquisas recentes
Segundo o levantamento do Atlas da Violência 2024, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a capital federal tem a segunda menor taxa de homicídio: 13%. A cidade só perde para Florianópolis (8,9%), capital de Santa Catarina. Os dados se referem ao ano de 2022. Salvador (BA), Macapá (AP) e Manaus (AM) figuram entre as capitais com o maior número de assassinatos.
DF Mais Seguro – Segurança Integral
O programa DF Mais Seguro tem sido fundamental para o fortalecimento das políticas de segurança pública, por meio de uma abordagem inovadora, com base na integralidade, ou seja, com a participação de órgãos governamentais e população. Lançado há um ano, o objetivo da reformulação da política era sustentar a redução histórica da criminalidade no DF. A política, que vinha sendo implementada desde o início de 2023, foi oficialmente lançada em novembro do ano passado.
Atualizado em 22/11/2024 – 06:17.
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