Aberto ao público
Ilê Axé Oyá Bagan lança 1º memorial do DF dedicado às tradições africanas
O reconhecido terreiro e centro cultural Ilê Axé Oyá Bagan realiza um importante lançamento para compreensão da ancestralidade de nossa cultura: um memorial às tradições de matriz africana e afro-brasileira, neste sábado (30), das 11h às 14h, em seu próprio endereço, localizado no Núcleo Rural Tamanduá – Brasília, DF, 70297-400.
O evento – fundamental para abrir janelas de respiro em tempos de intolerância religiosa, como os atuais – contará com toque de abertura para Oyá, roda de capoeira com Bando Matilha e almoço tradicional de sábado. E como é de praxe, tudo isso, aberto ao público.
Na ocasião, a dona da casa, Ialorixá Mãe Baiana de Oyá, conduzirá a rota de apresentação do memorial, que foi delicadamente planejada e dividida em quatro setores: Espaço Mitologia dos Orixás (Mural Artístico com pinturas dos 16 orixás da casa pelo artista Odrus – termo que, ao contrário significa surdo), Espaço Legado de Oyá Bagan (exposição fotográfica da memória do terreiro), Espaço Orixás e seus Símbolos (exposição cenográfica com orixás da casa) e Jardim dos Símbolos (placas com máscaras das culturas de matrizes africana).
A mãe do terreiro demonstra sua felicidade por mais uma ação digna de reconhecimento, entre tantas já realizadas por ela como dirigente do Ilê Axé Oyá Bagan: “eu fico muito satisfeita de ver o Ilê crescendo e se expandindo. E com ele nossa memória, nossas matrizes ancestrais, enfim, todas as práticas e saberes que buscamos difundir com nosso trabalho e nossa fé. Com o memorial, ampliamos o raio de ação de nosso terreiro, assumimos um papel ainda maior na difusão da cultura afro. E assim seguiremos, esse é só mais um pedaço da história que vamos costurando com nossas existências”.
História e tradição
Além de proporcionar à comunidade uma chance de conhecer, entender e reconhecer suas próprias raízes históricas, o Ilê demonstra a essencial preocupação com inclusão social, ao promover acessibilidade tanto no evento de lançamento como no próprio espaço. Para isso, o projeto conta com placas da memória do terreiro escritas em braile, com legendagem e com áudio-descrição do vídeo institucional. São três ações fundamentais para trazer informação e conhecimento a ainda mais pessoas. Ademais, a pintura do mural localizado no espaço Mitologia dos Orixás foi reservada a um artista visual que tem deficiência auditiva, isto é, mais uma ação de inclusão.
Esse é o primeiro memorial exclusivamente dedicado à mitologia afro-brasileira em Brasília. “É um feito com significado simbólico para um espaço como um terreiro. Realizar a promoção da cultura por meio de lugares como museus, memoriais e exposições permanentes, normalmente, depende da chancela e da ação de entidades governamentais ou instituições de outra categoria. Então, o fato de que isso parta da iniciativa de um terreiro, que é um ponto de cultura e um espaço seguro de reunião de pessoas, incentiva a que outros também o façam. Queremos cada vez mais memoriais em terreiros por nossa cidade e por nosso país. Difundamos nossas tradições ancestrais, nós mesmas”, exalta Stéffanie Oliveira, presidente do Instituto Rosa dos Ventos, responsável pela realização do lançamento.
Combate ao racismo pelo saber
Outro ponto sensível que vem à tona com a criação desse primoroso memorial é a luta constante do Ilê contra a discriminação racial. É importante destacar que, por meio da promoção do livre acesso à informação, oferece mais uma ferramenta de democratização do saber, o que, por sua vez contribui sensivelmente para atenuar a alienação sistemática sofrida pela população, evitando que o racismo siga propagando-se também pela desinformação.
Assim, ao comunicar sobre as culturas africanas e afro-brasileiras, como motores da formação da identidade nacional, a iniciativa desmistifica sobre o sagrado e educa para propagar o respeito. Daí, a relevância de que o espaço mantenha-se aberto para visitação de escolas, além do público em geral.
Para conhecer o Memorial Ilê Axé Oyá Bagan, basta comparecer ao espaço aos sábados e domingos, de 9h às 18h. Porém, para visitá-lo de segunda a sexta, é necessário efetuar agendamento pelo e-mail do Ilê ou da Rosa dos Ventos.
Atualizado em 28/07/2022 – 13:38.
Entrada gratuita
Edição no Clube do Choro celebra 10 anos do Festival Divas do Samba
Jovelina, Ivone, Leci, Alcione, Beth: é inquestionável a contribuição fundamental das mulheres na construção do gênero musical que é a cara do Brasil. E o samba do DF também é comandado por mulheres, ou melhor, por divas.
Clécia Queiroz, Karynna Spinelli, Karla Sangaleti, Mirian Marques, Fernanda Jacob e Gija Barbieri são os nomes confirmados para a 4ª edição do Festival Divas do Samba, evento gratuito que celebra o protagonismo feminino no samba e dá visibilidade às mulheres que representam a força do gênero musical.
O encontro, com entrada gratuita, está marcado para os dias 6 e 7 de dezembro, no Clube do Choro de Brasília, no Eixo Monumental, e vem para comemorar o Dia Nacional do Samba, celebrado em 2 de dezembro, e os 10 anos do Divas do Samba, que teve sua primeira edição em 2014.
“O protagonismo feminino no projeto Divas do Samba reafirma a contribuição e a participação das mulheres na história do samba, que no passado cediam suas casas e terreiros e, muitas vezes, deixavam que seus maridos e companheiros assumissem o protagonismo de suas composições, simplesmente para que o samba pudesse existir e prosperar”, lembra Dhi Ribeiro, cantora que é referência do samba brasiliense, e esteve presente em todas as edições do projeto e nesta temporada assina como madrinha do Divas.
A diretora-geral do projeto, Ellen Oliveira, reforça que a missão do projeto é preservar o samba, que é patrimônio imaterial, e enaltecê-lo por meio das interpretações das mulheres que vão subir ao palco do festival.
Segundo a diretora, o objetivo também é mostrar a importância da mulher no samba, seja no palco ou nos bastidores. “A equipe é majoritariamente feminina. Nós temos mulheres na parte técnica como direção de palco, luz e roadies. O festival é idealizado, produzido e apoiado no crescimento feminino, destacando a mulher na cultura”, detalha Ellen.
Referências do samba
A curadoria para a 4ª edição faz jus à grandeza desse ritmo que é patrimônio imaterial da cultura brasileira, enaltece artistas do nosso quadradinho e traz grandes nomes do samba nacional, como a pernambucana Karynna Spinelli e a baiana Clécia Queiroz.
“Traremos para o Divas o espetáculo Cabeça Feita do meu último álbum, lançado este ano. É o terceiro de minha trajetória e traz canções autorais e arranjos feitos por meus músicos e por mim. Então, vamos levar ao palco do Divas o sotaque do samba de pernambuco”, anuncia Karynna.
Ainda segundo a cantora, 10 anos de Divas reflete uma vitória muito grande para o samba. “Eu me sinto extremamente honrada em fazer parte da história do projeto. Cantei no Divas em 2019, após uma pequena pausa no meu trabalho por questões de saúde, então esse palco foi o ninho que me trouxe de volta. É muito importante termos espaços e festivais, feitos por mulheres que movimentam a cadeia da música. O Divas traz isso”, complementa Spinelli.
Sobre o Festival
O Divas do Samba chega a sua quarta edição, sendo que a estreia do festival foi em 2 de dezembro de 2014, na Torre de TV, comemoração que também contou com o talento de Dhi Ribeiro, um dos grandes nomes do samba do DF. A segunda edição foi em 2019, com um tributo inesquecível à matriarca e rainha do samba, Ivone Lara. A última edição, já no Clube do Choro, foi em homenagem à Beth Carvalho, em 2022.
Atualizado em 20/11/2024 – 09:08.
De 21/11 a 15/12
CCBB traz a Brasília obra de Torquato Neto em peça teatral com Tuca Andrada
Neste que marca o retorno do ator ao teatro e à direção, apresenta uma leitura autoral sobre o poeta, escritor e jornalista piauiense Torquato Neto (1944-1972). Um dos mais importantes pensadores, artistas e provocadores da cultura brasileira nos anos 60/70, que se tornou conhecido em todo o país por ter sido uma das principais figuras do Tropicalismo.
Let´s Play That ou Vamos Brincar Daquilo cumpre temporada na Galeria 4 do Centro Cultural Banco do Brasil – Brasília, de 21 de novembro a 15 de dezembro. Com ingressos a R$ 15 (meia entrada), à venda a partir de 15/11, a peça será apresentada de quinta a sábado, às 19h30, e domingo, às 18h30. A classificação indicativa é não recomendada para menores de 16 anos. Mais informações no site do CCBB Brasília.
Com texto de Tuca Andrada e dirigido pelo mesmo em parceria com sua amiga de adolescência Maria Paula Costa Rêgo, fundadora com Ariano Suassuna do Grupo Grial de Dança, o projeto surgiu a partir da leitura da obra “Torquatália”, uma antologia do Torquato Neto por Paulo Roberto Pires. E se alimentou da leitura de poemas, parcerias musicais, trabalhos jornalísticos, roteiros, correspondências e de um diário escrito de dentro de um hospital psiquiátrico.
Sem quarta parede, cuja encenação se desenvolve numa arena onde o público está dentro da ação, ao longo de 80 minutos o ator costura a dramaturgia fragmentada com canções de autoria de Torquato. Responsável por composições como Louvação e Geleia Geral, com Gilberto Gil; Mamãe Coragem e Nenhuma Dor, com Caetano Veloso; Let’s Play That, com Jards Macalé, e interpretadas em cena pelo ator na companhia dos músicos Caio Cesar Sitônio, que assina a direção musical, e Pierre Leite.
Let´s Play That ou Vamos Brincar Daquilo é dividido em duas partes, mas sem intervalo. Na primeira, o ator mostra à assistência sua visão, impressões e marcas que teve ao se envolver com o poeta. Na segunda, o público é convocado a interagir, perguntando, fazendo observações, críticas e tirando dúvidas, o que torna o espetáculo renovado a cada noite.
Atualizado em 13/11/2024 – 10:25.
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